segunda-feira, 30 de agosto de 2021

Histórias Semelhantes 9: Bidu fazendo adestramento


Compartilho 2 histórias semelhantes com Bidu sendo adestrado pelo Franjinha, mas as coisas não saíram muito bem como o Franjinha esperava. A primeira versão publicada em 'Cascão Nº 21' (Ed. Globo, 1987) e a segunda versão, em 'Cascão Nº 74' (Ed. Globo, 1989).

Capas: 'Cascão Nº 21' (Ed. Globo, 1987) e 'Cascão Nº 74' (Ed. Globo, 1989)

Na versão de outubro de 1987, com 4 páginas, Franjinha manda Bidu fazer truques de adestramento. Manda deitar, ficar de pé, pular arco, andar junto com ele e a cada atividade realizada, o Bidu ganhava um biscoito como recompensa. Depois do cãozinho adestrado, Franjinha chama o Cascão ver os truques que ensinou. 

Trecho da HQ "Adestramento" ('Cascão Nº 21' - Ed. Globo,1987)

Na frente do Cascão, Bidu não faz os truques ensinados, ficando só parado, fazendo Franjinha passar vergonha. Cascão vai embora e Franjinha chama o Bidu de burro e ele pensa que já estava de barriga cheia, ou seja, só fazia porque ia receber os biscoitos de recompensa, como estava satisfeito, não precisava fazer.

Trecho da HQ "Adestramento" ('Cascão Nº 21' - Ed. Globo,1987)

Já na versão de novembro de 1989, com 2 páginas, Jeremias pergunta ao Franjinha o que está fazendo e ele diz que está ensinando truques para o Bidu, que pega graveto, rasteja, pula arco, sempre recebendo recompensa de um osso a cada atividade feita. Jeremias chama a turma para ver os truques do Bidu, mas na frente deles Bidu faz nada, ficando só parado, sendo motivo de chacota deles, achando ridículo e que sabe fazer nada. Franjinha pergunta por que o Bidu o deixou na mão e Bidu pensa que se comesse outro osso, ia estourar.

HQ "Adestramento" ('Cascão Nº 74' - Ed. Globo,1989)

Comparando as duas histórias, tiveram mesmo título, só mudando créditos com nome do Franjinha incluso na de 1989 e tiveram o mesmo roteiro com ideia do Franjinha ensinar truques de adestramento para o Bidu em troca de recompensa, mas na hora de demonstrar para os amigos, o Bidu não fazia porque não aguentava mais comer nada. 

Comparação de trechos das histórias de 1987 e de 1989

Não mudou ideia central nem final, foram apenas alguns detalhes diferentes no desenrolar delas como na história de 1987 ninguém ver o Franjinha treinando o Bidu enquanto recebia recompensas, ele receber biscoito como recompensa e só o Cascão viu a demonstração do Bidu enquanto que na de 1989, o Jeremias acompanhou o adestramento do Bidu e foi quem chamou a turma para ver depois, ele recebeu osso como recompensa e mais gente viu o Bidu deixar o Franjinha na mão. 

Alguns truques não apareceram mostrando de uma história para outra, mas que não diferencia a ideia principal. O número de páginas foram 4 em 1987 e 2 páginas em 1989. No caso, eles procuraram colocar na história de 1989 noção do Bidu parado no mesmo quadrinho que o Franjinha dava várias ordens dos truques a fazer  para agilizar. 

Comparação de trechos das histórias de 1987 e de 1989

Não tenho ideia do motivo de terem criado mesma história em pouco tempo,  em só 2 anos e 1 mês entre elas. Ou são do mesmo roteirista e uma ficou arquivada e depois esqueceram que já havia sido publicada ou colocaram por falta de uma história para fechar o gibi do 'Cascão N° 74' ou então podem ser feitas por roteiristas diferentes e não sabia que já tinha uma igual. Gostei mais primeira por ter sido mais desenvolvida e os desenhos ficaram melhores também na primeira. Cada um vai ter sua versão favorita. Em breve posto mais histórias semelhantes aqui no Blog.

24 comentários:

  1. Lembrei de uma situação em que Franjinha dava ordens de truques ao Bidu,e num momento,disse para ele ficar de pé.Diante da suposta recusa,Franjinha insiste em pedir que ele fique em pé,ao que o cão pensa(por não poder falar):estou de pé,oras.

    Ou seja,Franjinha teria esquecido que Bidu é um quadrúpede,e que de quatro é o jeito de ele ficar de pé.Ou que Bidu é "caxias" demais e leva as informações muito ao pé da letra,ignorando que Franjinha tinha a intenção de lhe pedir para ficar de pé como um bípede.

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    1. Não lembro dessa história. De fato pra o cachorro ficar de quatro é o mesmo de pé dele, faz sentido, Bidu não esteve errado.

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    2. Mas lembra de uma outra,desta vez,entre Cebolinha e Floquinho?
      Segurou um aro e pediu para pular por ele,daí o bicho pulou,mas "para trás"!
      Cebolinha ficou 🤬,chamou-o de "bulo" e disse que tinha pulado para o lado errado,até que ele pensou,já que não podia falar:eu não,você que segurou o aro do lado errado.
      Ou seja,Cebolinha pensou que falava com a cabeça,que estava no outro lado,mas falou foi com o rabo dele!

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    3. Essa com Floquinho eu lembro. É engraçada. Floquinho tinha umas histórias boas em relação ao lado da cabeça ou acharem que não é cachorro

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  2. Diferente de Cascão, Jeremias presencia os feitos de Bidu, melhor seria se saísse na companhia de Franjinha, mas sai gargalhando com os outros dizendo que o animal nada sabe fazer. O sujão manda melhor, tipo São Tomé, não acredita pois nada vê e elegantemente sai.

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    1. Pois é, o Jeremias podia ter falado para a turma que ele tinha visto o Bidu fazendo os truques normalmente. Foi sacana em entrar na pilha dos amigos só pra envergonhar o Franjinha. O cascão pelo menos não tinha visto antes e foi mais elegante.

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    2. Capas engraçadas, nunca tive as edições, a do nº74 é gag com campanha, o personagem na forma original aprecia lixo no chão, mas também gosta de vê-lo em sacos e lixeiras, para muitos pode parecer esquizofrênico, paradoxal, contraditório, no entanto, não há conflito mental e nem contradição, o contraste é coerente, para Cascão, onde há lixo, há beleza, simples assim!
      A campanha estaria desacompanhada de piada se apenas uma letra fosse substituída: "Encha o saco d(e) lixo" não surte efeito cômico, interessante como ausências e presenças de letras, vírgulas, acentos e pontos fazem tremenda diferença, e não apenas com mensagens escritas, pois falar e ouvir são capacidades muito mais ancestrais do que ler e escrever. Ao contrário de encher o saco de alguém, encher o saco "do" lixo é o correto a ser feito, espalhado por vias públicas é que enche o saco de quem é adepto da conduta apropriada, engajamento do Cascão clássico passa longe de ser uma chatice, bela sacada desta capa!

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    3. Cascão 74 foi uma capa boa, não o descaracteriza a conscientização porque depois ele pode entrar no saco do lixo ou levar para o lixão pra brincar na sujeira lá.

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    4. Sim! Também pode considerar que os sacos protegem o que tanto aprecia, como admira lixeiras cheias e vazias, deve sentir o mesmo por sacos que comportam lixo. Outra forte admiração são pelos lixeiros e garis, significa que de certa forma também gosta de ver vias públicas limpas, pois coleta de lixo e varrição são formas de limpeza, e se cuidam do lixo, o guri gosta de quem cuida do que ele gosta.

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    5. O Cascão tanto gostava dos garis que Jay chegou a pedir autógrafo pra eles nas capas das edições de Cascão 96 Editora Abril, 1986 e Cascão 157 Editora Globo, 1993.

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    6. Nessas capas pede autógrafos para os lixeiros, os que trabalham motorizados e não dispõem de vassouras e grandes lixeiras com rodas, certamente admira garis também, no entanto, nas capas das edições dele números 74, 82 e 92 pela Editora Abril não tem boas experiências com a classe da varrição.

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    7. Nessas edições da Editora Abril aí ele acaba se dando mal com os lixeiros pensando que ele era lixo. Todas impublicáveis, porém muito boas.

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    8. Diferença é que enquanto os garis dos números 74 e 92 querem Cascão perto deles, não por gostarem do moleque e sim por dever de ofício, já que antigamente ele personificava a poluição, o do nº82 o varre para "debaixo do tapete", em parte está certo, lugar dele é dentro do gibi mesmo, em parte errado, varre junto o lixo que deveria recolher, Cascão não gosta de ser tratado como lixo, pelo menos o que foi varrido com ele atenua um pouco o tratamento que sofreu.

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    9. O Cascão não gostava dessa comparação dele como lixo humano, sempre ficava brabo, apesar de sempre estava no meio da sujeira. Eu gostava de vê-lo brabo por causa disso.

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    10. Um tanto paradoxal, não gosta de ser tratado assim no sentido de descartável, de desprezível, porém, às vezes agradece quando é chamado de lixo.
      Outro lance interessante com Cascão ainda no tocante aos garis em capas de gibis são Mônica nº42 de 1973 e Cascão nº124 de 1991, em ambas pedindo para ser tratado como lixo, em uma pede carona, se o gari não for obcecado por limpeza não compensa empurrar peso extra de graça, até porque se for obsessivo Cascão não desembarcaria aonde quisesse, seria obrigado a saltar no depósito de lixo e por lá ficar gostando ou não, sendo vigiado para não escapar, seria um verdadeiro transtorno ficcional. Na outra, pensa que gari é taxista, aí já compensa empurrar peso extra, pois seria corrida paga, pela cor do fundo da arte não seria justo cobrar bandeira 2, todavia, é edição de outubro, dependendo do horário em que a gag ocorre talvez fosse justo cobrar mais caro, não podemos esquecer do (H)horário de (V)verão de até então, no Brasil daquela época estava longe de acabar.

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    11. Naquelas capas o gari é considerado um taxista e o Cascão ia aproveitar pra ficar e se divertir na sujeira enquanto era transportado. Muito boa a piada. Ele poderia desembarcar onde quisesse se o trajeto do gari fosse o caminho onde queria ir. Caso contrário, ele também ia adorar ser levado até o lixão.

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  3. Engraçado que mesmo eu tendo essas duas revistas, não me lembrava que havia duas histórias tão parecidas em cada uma. São tantas histórias que muitas vezes, passa batido pra gente isso. Essa do Cascao número 21 já mostrei a capa la no meu canal, informando que foi a primeira revista do Cascao que tive. O gibi número 74 já mostrei la na íntegra.

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    1. Verdade, muitas vezes passam batidas histórias semelhantes assim, custei a perceber também. Bom que você tem as duas e interessante que a n° 21 foi a primeira que teve do Cascão, até pensava que teve algumas da Abril por serem mais baratas, junto com as do Chico.

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    2. Na verdade, minha primeira revista da Turma da Mônica foi Chico Bento 78 da Editora Abril. Mas, como eu ganhei a revista e eu ainda era muito novo para comprar gibis, só comecei a comprar em 1987, quando as revistas da TM já tinham mudado para a Editora Globo. Ai a primeira que comprei foi Almanaque da Mônica número 2, de setembro de 1987. Do Cascao, essa número 21 foi a primeira e em 1987 ainda eu compraria as edições 23, 24 e 25 do Cascao. Excelentes edições, por sinal!

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    3. Show. De fato começa a coleção de fato em 1987. Todas essas muito boas, sem dúvida, uma melhor que a outra.

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  4. Por vezes o Bidu é retratado como obediente, outras como interesseiro (só obedece se tiver um ganho)... Ele foi inspirado em algum cachorro do Maurício ou ele só quis criar um personagem cachorro mesmo?
    E por falar em cachorros, alguma vez ele chegou a dizer a inspiração para o Bugu?

    Para quem gosta de RPG e/ou Literatura:
    https://bardodanevoa.blogspot.com/

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    1. O Bidu foi inspirado em um cachorro que o Maurício tinha na infância. Já o Bugu foi criado pelo Márcio, irmão do Maurício, e a intenção era pra ser um auto ego do Márcio. Ele tinha a personalidade de perturbar os outros e achou interessante levar isso para os gibis, no caso, Bugu perturbar o Bidu.

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  5. Marcos das 2 mudanças de editora
    1987 abril para globo
    2007 globo para Panini
    Como seria se continuasse na editora abril ou se continuasse na editora globo
    Mas você acha que a 2 mudanças de editora mudou alguma coisa

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    1. Se continuassem na Editora Abril ou na Globo os gibis estariam mesma coisa focados no politicamente correto, só iam mudar o símbolo de editora na capa. No momento da troca de editoras não mudam conteúdo, segue igual da coleção anterior, só vão ter mudança ao longos de alguns meses.

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