segunda-feira, 31 de janeiro de 2022

Tirinha Nº 84: Cebolinha


Compartilho uma tirinha em que o Cebolinha está em uma lanchonete tomando milkshake e o homem do seu lado que tinha acabado de lanchar, arranca um fio de cabelo do Cebolinha para servir como um palito para limpar os dentes na falta de um na lanchonete. Cebolinha que não gostou nada de arrancar seu fio de cabelo. Piadas com cabelo dele eram ao máximo, servia para tudo, ou para o seu favor ou contra e sempre divertido. Na tirinha mostra que cada fio é bem grosso e resistente para servir como um palito ou fio dental de boa. Muito legal.

Tirinha publicada originalmente em 'Cebolinha Nº 17' (Ed. Globo, 1988).

sexta-feira, 28 de janeiro de 2022

Mônica: HQ "Sem torneirinha"


Em janeiro de 1992, há exatos 30 anos, era lançada a história "Sem torneirinha" em que a Mônica e a Magali desejam ter uma "torneirinha" igual aos meninos para fazerem xixi em pé. Com 10 páginas, foi história de abertura de 'Mônica Nº 61' (Ed. Globo, 1992).

Capa de 'Mônica Nº 61' (Ed. Globo, 1992)

Mônica e Cebolinha estão jogando peteca quando Cebolinha sai correndo apertado para mijar.Mônica fica atenta que o Cebolinha mija em pé. Depois voltam com a brincadeira e Mônica é que fica apertada e vai mijar. Só que ela se esquece que não tem torneirinha e acaba se mijando toda. 


Mônica vai para casa tomar banho, troca de roupa e quando volta para brincar, Cebolinha fala que vai embora, ela demorou muito e vai jogar bola com o Cascão. Em seguida, chega a Magali querendo brincar de peteca e a Mônica pergunta para a amiga porque elas não tem torneirinha. Magali pergunta se não tem torneira na casa da Mônica e ela diz que é a torneira que os meninos têm. 


Magali fala que elas não tem porque são meninas e se elas tivessem, seriam meninos porque só eles têm. Mônica fala que elas podiam ter torneirinha e não deixariam de ser meninas, uma a mais ou a menos não mudaria em nada e elas podiam fazer xixi em pé. Elas desejam ao "Papai do Céu" uma torneirinha, ficam esperando e nada de aparecer. Elas esperam mais um pouco e nada e Magali pergunta se Ele não ouviu e Mônica fala que a mãe dela disse que Ele está em todos os lugares e Magali deduz que Ele não quer dar.


Mônica resolve pedir para outra pessoa. Magali diz que na loja de construção tem bastante torneira. Elas vão até o laboratório do Franjinha, que dá gargalhada ao falarem o que queriam, e Mônica bate nele. Depois, elas fazem pedido a um poço dos desejos, que dá 2 torneiras para elas. Mônica fala que quer uma igual do Cebolinha e o poço dá gargalhada delas. Depois dessa, Magali se contenta que elas nunca vão ter torneirinhas e vai para casa para almoçar e Mônica vai para casa dela.


Em casa, Dona Luísa vê a filha chorando e pergunta o que houve. Mônica diz que ela não tem uma torneirinha como o do Cebolinha para fazer xixi em pé. Dona Luísa fala que só os meninos tem torneirinha. Mônica pergunta por quê, se ela tivesse não ia deixar de ser menina. Dona Luísa explica que quando a filha nascesse toda carequinha, enrugadinha e com torneirinha, o médico ia dizer que era homem, Mônica deduz que quando soubessem que ela era menina seria tarde demais. 


Dona Luísa pergunta o que faria com os carrinhos, bola de futebol e Mônica complementa que ela não ganharia o Sansão e que as meninas nascem sem torneirinha para não confundir os outros e Dona Luísa complementa que também por isso. Mônica estranha a mãe ter falado "também" e Dona Luísa diz que quando ela crescer mais um pouco ela explica.

No final, Mônica vai para o quarto brincar com o Sansão. Magali aparece depois lá e Mônica fala que é melhor não terem torneirinhas e convida a Magali para elas brincarem como duas meninas. Mônica diz que quer brincar de futebol, Magali fala que isso é coisa de meninos e Mônica pergunta por quê, começando de novo toda a dúvida de meninos contra meninas.

Essa história é legal com a Mônica querendo ter uma torneirinha para fazer xixi em pé como os meninos e ser mais prático, mas não sabia que era impossível ter. Foi bem engraçado ver a Mônica reparando no Cebolinha mijar em pé, Mônica se mijar,  todo o seu dilema de ter uma junto com Magali precisando pedir para Deus, Franjinha e até poço dos desejos, o trocadilho de torneirinha de "pinto" dos meninos com torneira de água, Franjinha rir e depois fica com dor após a surra, o poço rir da cara delas e toda a explicação da Dona Luísa sob a ótica de uma criança entender.

História mostra uma grande dúvida das crianças de querer saber por que os meninos tem pinto e as meninas não, por que meninos fazem xixi em pé e meninas fazem xixi sentadas e ensina as diferenças sexuais para as crianças de forma que elas entendam e sem deixar piegas.

Para a Mônica ter a torneirinha não faria diferença de ela ser menina, mas com a explicação da sua mãe viu que a torneirinha faria toda a diferença de identificar quem é menino e quem é menina. Não foi revelado o outro motivo da diferenciação em relação a sexo, só ficou a entender quando a Dona Luísa falou "também" em relação ao que ela falou. Ficou só subtendido, apesar das crianças que leram, ficarem com curiosidade de saber o outro motivo a qual se referia a Dona Luísa.

Também é discutido no final por que só meninos podem jogar futebol e as meninas não. Na época tinha o machismo e o conservadorismo de certas coisas serem feitas apenas por meninos e outras só por meninas. Tipo, tinham regras que meninas não podiam jogar futebol e meninos, sim,  meninas brincam de casinha e bonecas e meninos, de carrinho, meninas vestem rosa e meninos vestem azul. Seria um escândalo menino brincar de boneca, por exemplo. 

Hoje a sociedade mudou e não tem mais essas diferenças, tanto que nas histórias antigas só os meninos jogavam bola, com raras exceções de quando queriam abordar assuntos, mas mesmo assim, normalmente as meninas se davam mal jogando bola, eram mostrados os meninos com mais habilidade. Hoje eles colocam meninos jogando bola com as meninas normalmente sem distinção, assim como meninos e meninas frequentarem o clubinho que eram só dos meninos antigamente, por exemplo.

Prova também isso na parte de se Mônica tivesse torneirinha ao nascer e descobrissem que era menina anos mais tarde, que a mãe não saberia o que fazer com bola e carrinhos que tinha ganho porque as meninas não podiam brincar com essas coisas e não ganharia o Sansão porque menino não brinca com bichinho de pelúcia. Hoje Mônica poderia fazer tudo isso normalmente. Impublicável por mostrar um assunto assim de cunho sexual e acharem que é inapropriado para crianças e ordens do que é certo ou errado de meninos e meninas fazerem, fora aparecer Cebolinha e Mônica mijando no chão, envolver religião com "Papai do Céu" e Mônica surrar o Franjinha.

Na parte da Mônica trocar mesmo vestido após ter se mijado porque ela tem várias roupas do mesmo modelo no guarda-roupa. Era legal quando retratava isso em relação às roupas dos personagens e justificativa de ficarem sempre com as mesmas roupas.

Traços muito bons e caprichados. Pena as cores mais escuras como resolveram deixar nos gibis de 1992. Na capa do gibi, foi a estreia do "Mauricio de Sousa Editora" embaixo do logotipo da Editora Globo, em todos os gibis a partir de janeiro de 1992 passaram a ter esse selo para indicar que são gibis da MSP. De início ficava bem estranho, descobrimos que Maurício já tinha uma editora, depois se acostumamos, só ficou uma poluição a mais nas capas. Curiosidade que os gibis do 'Cascão Nº 130' e 'N° 131' daquele mês esqueceram de colocar ou porque não tinha espaço para colocar, mas a partir da N° 132' seguiu em todas as edições. Muito bom relembrar essa história há exatos 30 anos.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2022

Uma história do Astronauta de férias

Mostro uma história em que o Astronauta foi passar férias em um planeta desconhecido e passou grande sufoco com extraterrestres bandidos. Com 9 páginas, foi publicada em 'Cebolinha Nº 10' (Ed. Globo, 1987).

Capa de 'Cebolinha Nº 10' (Ed. Globo, 1987)

Astronauta procura um planeta para passar as férias e encontra um semelhante à Terra com ar respirável e que atende todos os requisitos. Ele pousa a nave lá, tira o traje e curte as férias deitado no chão se bronzeando e ouvindo música no rádio e enquanto isso tinha um alienígena olhando.

Astronauta comenta que esqueceu do bronzeador e quando vai até à nave buscar, descobre que ela sumiu. Astronauta ouve vozes onde ele estava e vê que eram 2 alienígenas bandidos roubando suas coisas. Astronauta consegue pegar um e manda explicar onde está a nave.

Bola conta que não sabia da nave e Astronauta está condenado a ficar para sempre lá no planeta-prisão, onde são mandados os piores bandidos do universo. Zok, o pior deles, levou a nave e fugiu do planeta. Astronauta deseja denunciar para a polícia e Bola conta não há polícia lá, só aparecem para trazer mais um criminoso e o último guarda que viu foi há uns mil anos-luz e todos temem Zok.

Astronauta fala que está frito e lembra que no seu traje tem um comunicador estelar que vai dar para ligar para polícia. Só que roubaram o seu traje. Astronauta comenta que não pode se confiar na própria sombra e o Bola conta que a sombra dele já o roubou 3 vezes. Astronauta pensa em uma coisa, Bola sugere um assalto, se roubar um ladrão tem 100 anos de perdão. Astronauta sugere fazer uma fogueirona para atrair a polícia e Bola descarta porque vai chamar atenção de todos os criminosos do planeta.

Nessa hora, aparece o ladrão do Planeta-Braço querendo assaltar o Astronauta, levar seu calção. Não serve para nada para ele, mas é a única coisa que ele tem. Astronauta pergunta onde ele arrumou a arma e ele diz que trouxe escondida nas mangas. Astronauta tem uma ideia, desmonta arma do ET, o faz derrubar árvore para montar uma arma gigante e passa a ser o maior assaltante do planeta, tomando o lugar de Zok.

A fama do Astronauta vai crescendo, assalta todos os bandidos do planeta. Zok, que está pilotando a nave do Astronauta, vê como estão os "ladrões de galinha" do planeta-prisão e descobre que o Astronauta está como o maior bandido e Zok volta revoltado para o planeta-prisão para dar uma lição no Astronauta. 

Ao chegar lá, ele dá uma pancada em Zok com a arma, sabendo que ia mexer com o ego dele, e avança para a nave e foge do planeta. E ainda o Bola ameaça o Zok, falando que agora ele é o bom do planeta. No final, Astronauta sai ileso do planeta-prisão e ele resolve passar o resto das férias em um planeta menos perigoso. Resolve ir para a Terra e quando chega na praia com mar poluído, lixo na areia, fábricas poluindo o ar e ele acha que não foi uma boa ideia.

História bem legal essa. O que era para ser uma simples férias, acabou se tornando uma aventura para o Astronauta se dando muito mal ao entrar em planeta-prisão e ter sua nave roubada pelo líder dos bandidos para fugir de lá. Só conseguiu sair se passando por assaltante sabendo que Zok ia voltar ao saber que não era mais o maior bandido do universo.  

Foi boa a ideia de todos os bandidos perigosos do universo serem mandados para um planeta-prisão, aí na falta do que fazerem, um assaltava o outro. Bem que podiam incluir os bandidos  da Terra lá, ia ter uma paz aqui. Foi legal também ver os outros bandidos se unirem para derrotar o Zok para ele deixar de ser o líder supremo. 

O mais engraçado foi o ladrão do Planeta-Braço todo  em forma de braço, eles eram criativos ao criarem os extraterrestres nas histórias. Esses extraterrestres apareceram só nessa história, como de costume de personagens secundários na época. Astronauta ouvir rádio de pilha em outro planeta, só se fosse fitas-cassetes. Se ouvia rádio terrestre seria absurdo. 

O final teve uma crítica e mensagem de conscientização à poluição na Terra, para o Astronauta foi ruim ficar preso no planeta-prisão, mas ver o seu planeta todo poluído e sendo destruído lentamente foi pior ainda. É toda impublicável por envolver bandidos, mesmo sendo extraterrestres, armas nas mãos dos personagens, Astronauta se passar por bandido, violência tacando arma na cabeça no Zok, mesmo sendo vilão, a crítica de poluição na terra no final, falarem palavra "Droga!", fora o Astronauta usar bronzeador ao invés de um protetor solar e ele aparecer sem camisa, tudo isso proibido nas revistas de hoje. 

Os traços ficaram excelentes, bem desenhados e dessa vez o Astronauta ficou sem traje quase a história toda por estar de férias e em lugar tipo praia, era raro ele aparecer sem traje, quando acontecia, era só alguns quadrinhos. As cores de 1987 eram bem desbotadas a partir do segundo semestre, porém nessa não ficou muito desbotado por conta do papel ser oleosos, o que deixava as cores mais vivas. Curioso que normalmente eles deixavam papel oleoso só nas revistas do Cebolinha, nos primeiros anos praticamente todas dele tinham papel oleoso e as outras papel normal, com raras exceções algumas edições de outros títulos serem oleosos.  

quinta-feira, 20 de janeiro de 2022

Parque da Mônica: HQ "Vem brincar no Parque!"


Mostro uma história em que a Dona Morte levou o Pixuquinha e outros fantasmas do cemitério em uma excursão de férias no Parque da Mônica. Com 15 páginas, foi publicada em 'Parque da Mônica Nº 55' (Ed. Globo, 1997).

Capa de 'Parque da Mônica Nº 55' (Ed. Globo, 1997)

Pixuquinha vê anúncio na televisão da Mônica convidando todos a irem ao Parque da Mônica, se diverte com vários brinquedos e quando o Cebolinha falar que tem a "Casa da Gorda", Mônica bate nele, mas seguem a propaganda até o fim. Pixuquinha fala para Dona Morte que quer ir ao Parque da Mônica, até porque o tio Penadinho trabalha lá. Dona Morte manda falar baixo, mas com a insistência do Pixuquinha todos os fantasmas ouvem e querem ir também. Dona Morte quer satisfação do que ela vai fazer agora e Pixuquinha sugere uma excursão.

Dona Morte explica que não dá pra sair levando muitos fantasmas por aí. Pixuquinha lamenta que ela o levou muito cedo para lá, não teve infância, nunca foi a um parque e começa a chorar. Dona Morte fica com pena e resolve levá-lo, mas nisso os outros fantasmas ficam animados querendo ir também. Dona Morte fala que tem que pedir autorização para o Senhor, manda um e-mail e é autorizada a fazer a excursão. Dona Morte avisa que precisa preparar lista de quem vai e não está incluso no pacote eles darem gritos e arrastar correntes.

De manhã, chegam os ônibus de excursão para o Parque da Mônica. Os Monitores recebem primeiro um só com crianças e quando chega um ônibus de fantasmas, o Monitor se assusta. Dona Morte dá boa vindas ao Parque e Pixuquinha e os fantasmas voam até o robô Atrium achando o máximo. Dona Morte pega as asas que o São Pedro emprestou e tira os fantasmas de lá.

Dona Morte avisa que vai ser guia deles, manda eles seguirem sempre a foice e bandeirinhas e vestirem uma roupa laranja, uniforme da agência "Mortur". Os fantasmas não gostam da roupa, o Miranda tenta desaparecer e Dona Morte o manda ficar visível. Dona Morte leva todos à "Vila da Mônica", um casal pede par ao Monitor tirar fotos deles, mas ao fazerem caretas de assombração, o Monitor sai correndo. Miranda tenta desaparecer de novo e Dona Morte o impede.

Na "Casa da Mônica", Cebolinha comenta que o lençol da cama está branquinho. Mônica senta pensando que trocaram e logo veem que era um fantasma lá mandando Mônica sair de cima dele e a turminha se assusta. Dona Morte avisa à Mônica que é uma excursão e pergunta aos fantasmas se não vão querer autógrafo dela. Pixuquinha pede para assinar no lençol dele e o outro fantasma quer um autógrafo do Cebolinha.

Em seguida, falam que o Penadinho está lá fora e todos os fantasmas correm até à "Tumba do Penadinho" para pegarem autógrafo dele, não segurando a emoção de verem seu ídolo de perto. Durante o autógrafo, um garoto confunde um fantasma gordo como balão de gás. Dona Morte chama os fantasmas para entrarem na "Tumba do Penadinho", eles querem entrar atravessando a parede em vez de entrar pela porta porque são fantasmas. Cebolinha fala para Mônica sair de lá, não porque ela tem medo de fantasmas, e, sim, porque eles podem assustar com a Mônica, que corre atrás dele para bater.

Dona Morte os chama para irem à "Casa do Louco". Ela é chamada de Dona Marta pelo Louco, dá boas vindas perguntando se ela trouxe a coleção de cama e banho, se referindo aos fantasmas. Pixuquinha fala que roubaram o carro do Louco. Ele sobe na escada e vai até o telhado e vê que o carro está lá e era zoação do Pixuquinha e Louco fala que não se deve acreditar em fantasmas.

Depois, o Fantasma dá um balão para o garoto que pensava que ele era balão e todos vão ao "Cinema 3D". Na sala, um homem comenta com a esposa que o efeito 3D é muito bom por estar vendo fantasmas flutuando na frente dele e a esposa diz que tem mesmo. Dona Morte pergunta ao Miranda se ele gostou do "Cinema 3D" e manda devolver o óculos e ele lamenta que queria uma lembrança do Parque.

Mônica e Cebolinha voltam, falando que o ônibus da Dona Morte chegou. Cebolinha comenta que o motorista é verde e tem parafusos e a Dona Morte diz que é o Frank. Na hora de voltarem para o cemitério, os fantasmas somem e dona Morte precisa ir na "Rádio do Parque" para dar recado se as almas e espectros não voltarem dentro de 5 minutos, eles vão fazer escala no Inferno. 

Todos voltam, Pixuquinha agradece a Mônica e adorou o parque dela. Mônica fala que podem voltar sempre e Dona Morte fala que semana que vem vai voltar com capetinhas. Mônica fala que já não basta o Cebolinha capeta. Dona Morte comenta com Frank pelo rádio que já pode  ir e no final, Cebolinha comenta com a Mônica que o pessoal concordou que o Parque é de arrepiar com os visitantes assustados com os fantasmas lá.

Uma boa história coma Dona Morte levando o Pixuquinha e os fantasmas do cemitério ao Parque da Mônica através da sua agência "Mortur" e aprontaram muita confusão e sustos no pessoal que frequentava o Parque já que não é comum ver  fantasmas por aí. Só foram por conta do Pixuquinha inventar sentimentalismo de que morreu cedo e nunca foi a um parque enquanto era vivo, sensibilizando a Dona Morte.

Foi marcada por tiradas e absurdos durante a excursão dos fantasmas pelo Parque. Foi divertido absurdos como Pixuquinha ver televisão no cemitério e Dona Morte ter computador com internet no cemitério e ainda pedir autorização a Deus on-line para fazer excursão no Parque, assim como ver o falso sentimentalismo do Pixuquinha para convencer a Dona Morte deixá-lo ir ao Parque, as visitas dos fantasmas em cada brinquedo, Dona Morte com asas emprestadas pelo São Pedro, o fantasma gordo ser confundido como balão, Pixuquinha trolar o Louco, entre outros. Foi criativa o  nome da agência "Mortur", provavelmente o roteirista se inspirou na agência "Vavatur" do programa "Sai de Baixo" da Rede Globo de Televisão.

Muito bom também crossovers entre os personagens como Mônica e Cebolinha contracenando com Dona Morte e Pixuquinha além do Louco junto com Dona Morte e Pixuquinha, mais inusitado ainda. O bom nas histórias do Parque da Mônica que tinha uma boa concentração de crossovers entre os núcleos de personagens, todos iam ao Parque e se encontravam lá.  Nessa, inclusive, Mônica e Cebolinha fizeram mesmo figuração, porque a história foi da Dona Morte. Mesmo quando histórias no Parque eram protagonizadas por secundários, procuravam inserir a Mônica como figuração e na capa.

Nunca teve uma padronização dos personagens secundários se conhecerem, tinham histórias que se conheciam, outras não, mas na maioria delas se conheciam, normalmente tratados como personagens em quadrinhos. Nas histórias do Parque, eles sempre se conheciam, nessa, em especial, acabou sendo que Mônica e Cebolinha não conhecerem o Frank.

Histórias do Parque da Mônica costumavam ser mais ágeis, diferentes dos gibis convencionais até então sendo que a partir dos anos 2000 passaram a ter estilo também nos outros gibis.  Essa história em si não considero incorreta, mas tem elementos incorretos como envolver Deus, religião, falar sobre inferno, capetinhas e comparar Cebolinha a um capetinha, piada do Fantasma ser confundido com balão por ser gordo, nada disso é aceito atualmente na MSP. 

Pixuquinha é um fantasma criança levado para o cemitério pela Dona Morte, criado nos anos 1960, as vezes tratado como sobrinho do Penadinho, teve aparições esporádicas nos gibis, não tendo uma presença constante, mas sempre tendo destaque quando aparece, como foi nessa do Parque. Nessa, inclusive, ele teve uma característica de menino pentelho, bem parecido como adotariam com o Dudu a partir dos anos 2000. Já o fantasma Miranda e os outros não eram personagens fixos, apareceram só nessa história mesmo.

Os traços ficaram bem bonitos e caprichados. Dessa vez sem quadrinhos ondulados como se tivesse assustados, típicos nas histórias da Turma do Penadinho, porque prevaleceu que era história da  Revista do Parque com crossover com Mônica e Cebolinha. Interessante e bem curioso eles colocarem um asterisco explicando o que é um e-mail para os leitores. Como a internet estava no início e em 1997 poucos tinham computador com internet em casa, aí as crianças podiam não saber o que era um e-mail na época. Colocavam também notas explicativas ensinando o que era mouse, disquete, etc. Nos primórdios da internet era preciso explicar determinados termos, hoje é tudo normal no nosso dia a dia.

sábado, 15 de janeiro de 2022

Tina: HQ "A moderninha"


Mostro uma história em que a Tina perdeu o top do biquíni na praia, causando muita confusão. Com 4 páginas, foi publicada em 'Cebolinha Nº 92' (Ed. Abril 1980).

Capa de 'Cebolinha Nº 92' (Ed. Abril, 1980)

Na praia, Tina dá um mergulho no mar e a onda faz sumir com o top do biquíni. Com vergonha, ela se abaixa e em seguida, Rolo resolve dar mergulho, só que ele bate com a cabeça por ser uma área rasa e pensa que era um truque miserável da Tina e a manda levantar.

Tina fala que não pode, Rolo avista a Pipa e pensa que é para pregar a mesma peça nela. Rolo convida Pipa para dar mergulho, falando que está fundo. Pipa entra no mar e o peso dela forma uma onda, levando Tina e Rolo para areia da praia. Tina cai com barriga para baixo, Rolo se propõe a levantar a Tina, que diz que não precisa, que queria ficar naquela posição para queimar as costas.

Aparece um cachorro carregando o top do biquíni na boca e Rolo deduz que a Tina está sem top e fica bem interessado para ver os seios dela. Rolo resolve tacar areia quente nas costas dela para se levantar. Pipa impede sentando nas costas da Tina e reclama que não vai deixar a amiga ser olhada como um objeto, que ela é um ser humano com sentimento e com atitude dele assim, está machucando profundamente um ser humano. Pergunta sobre a consciência e maturidade do Rolo, que ela está assim por acidente e não para ser notada, não é mulher desse tipo.

Rolo fica sem jeito pelo sermão da Pipa, entrega uma toalha para Tina. Nessa hora, aparece um homem perguntando para a Pipa se era ali que tinha uma garota de topless. Ele vai embora, Pipa se apaixona e resolve fazer topless para agradá-lo e precisa no final Tina e Rolo segurar a Pipa no mar para ela não ficar andando de topless na praia a procura de homem.

História bem engraçada com Tina perdendo o top do biquíni na praia e Rolo com desejo de vê-la sem o top. Precisou a Pipa tirar a ideia dele com um belo discurso, mas no final não adiantou nada o sermão porque na primeira oportunidade de conquistar um cara que conheceu na praia, resolve fazer topless para ele, mostrando que é uma mulher para ser notada.

Foi tudo bem divertido, bem legal ver a Tina sem o top, o Rolo caindo de cabeça no mergulho e pensar que era brincadeira da Tina e ainda resolver fazer o mesmo com a Pipa e que ainda se deu mal por causa do peso dela, o cachorro sem vergonha carregando o biquíni na boca, o desejo do Rolo de ver a amiga gostosona sem top, a Pipa sentar na Tina a sufocando por conta do seu peso e o final da Pipa querer também topless para agradar o cara.

Em 1980 estava uma moda de topless na praia na vida real, retratava uma novidade e modernidade na sociedade até então, já foi tema até de novela "Água Viva" da Rede Globo de Televisão e o roteirista não perdeu a oportunidade de fazer uma história assim, aproveitando a beleza da Tina e os olhares que podia receber dos homens e por isso título ser "A moderninha". Hoje esse tema central de topless na praia a se torna impublicável nos gibis. O peso da Pipa teve piada duas vezes, uma de tão gorda que fez formar onda no mar, arrastando seus amigos para areia da praia e ela sentar na Tina a deixando sufocada enquanto fazia o discurso para o Rolo. Piadas com gordos também são inaceitáveis nos gibis de hoje, assim como namoro e  Rolo querer tacar areia quente na Tina, podia machucá-la, sem chance uma história assim, definitivamente. O termo "pregar peça" dito pelo Rolo é datado hoje, trocariam por zoar ou algo do tipo. Era legal ver esses termos típicos de uma época nos gibis. 

A história segue um estilo de humor pastelão dos anos 1970, começado com a dupla Tina e Rolo hippies e que depois da reformulação dos personagens em 1977 juntou a Pipa com eles. Esse trio arrebentava. Mostrou que nessa fase eles não tinham características definidas, o Rolo se interessava pela Tina, a Pipa se interessava pelo Rolo, as vezes a Tina gostava do Rolo, tudo como experiência para ver o que daria certo. O homem perguntando sobre topless no final foi apenas uma figuração nessa história, não era personagem fixo.

Os traços muito bons, típicos dos anos 1970, com a Tina com cabeça pequena, olhos pequenos com cílios em destaque, dessa vez sem óculos porque estava na praia, mas quando usava óculos eram bem pequenos e a curva nas bochechas dos personagens ainda bem aparente. Essa história foi republicada depois na própria Editora Abril ainda, em 'Almanaque da Turma da Mônica Nº 30', de 1986. Termino mostrando a capa desse almanaque.

Capa de 'Almanaque da Turma da Mônica Nº 30' (Ed. Abril, 1986)

terça-feira, 11 de janeiro de 2022

Capa da Semana: Cebolinha Nº 127

Uma capa bem divertida e movimentada mostrando cotidiano familiar em que o Cebolinha pisou no sabonete enquanto tomava banho e foi deslizando pela casa toda, apavorando seus pais. Ele teve sorte de que a porta estava aberta porque senão ia trombar de cara na porta, resta saber onde foi parar deslizando pela casa, fica na imaginação de cada um. Tipo de capa, então, que a pessoa imagina a sequência através de uma imagem, criar a sua própria historinha o que era bem legal também.

Sem chance hoje em dia por dar ideia de acidente e ainda aparecer o Cebolinha pelado, mesmo que a espuma tapa parte íntima. O Seu Cebola acabou sendo desenhado um pouco diferente com nariz menor e um espaço maior entre o cabelo e orelha, as vezes acontecia de acordo com desenhista, mas o normal era aparecer de narigão. 

Foi uma das raras capas da Editora Abril com piada em vez de relacionada à história de abertura, talvez foi por não terem uma ideia legal para criar capa em cima da história "Um amigo perdido" ou então foi para não ter 2 capas envolvendo bandidos em 2 edições seguidas já que as edições "Nº 126" e "Nº 127" tinham bandidos nas histórias de abertura. Isso para ver como eles estavam em alta na época, quase toda edição tinha alguma coisa com bandidagem.

A capa dessa semana é de 'Cebolinha Nº 127' (Ed. Abril, Julho/ 1983).