sexta-feira, 28 de julho de 2023

Chico Bento: HQ "Chico Mico"

Em julho de 1993, há exatos 30 anos, era publicada a história "Chico Mico" em que todos da vila confundem o Chico Bento com um macaco, dando muita confusão. Com 15 páginas, foi publicada em 'Chico Bento Nº 170' (Ed. Globo, 1993).

Capa de 'Chico Bento Nº 170' (Ed. Globo, 1993)

Chico Bento está roubando goiabas do Nhô Lau e resolve pegar uma mais no fundo da árvore, quando pega em um rabo e corre, pensando que era cobra peluda. Quando tacam uma goiaba na cabeça dele, vê que era só um macaquinho e Chico pergunta para ele se fugiu da floresta.

Nhô Lau grita, querendo saber quem estava no seu pomar, Chico foge com o macaco, falando que ele pode levar tiro de sal da espingarda, mas o macaco não porque está em extinção, aí corre para casa e esconde o macaco, que lhe dá um beijo e rabisca e rasga folhas do caderno da escola. Chico o manda largar as coisas da escola e o macaco se pendura no lustre do quarto.

Dona Cotinha chama o filho e esconde o macaco no armário. Chico diz que está tudo certo, Dona Cotinha pergunta se ele esqueceu do exame final da escola, ele responde que não, mas bem que queria esquecer e a mãe diz que é para ele ir se arrumando que já vai colocar o almoço na mesa. Chico tenta estudar, fala que estudou nada e vai ser reprovado e quem mandou ele ir roubar goiaba em vez de se ferrar nos livros. 

Chico fica com sono por causa da correria e dorme. O macaco sai do armário vestido com a roupa do Chico, pega o chapéu dele e vai para sala. Dona Cotinha acha que era o filho e lhe serve o almoço. O macaco joga comida para fora do prato e na mesa, Dona Cotinha reclama do comportamento dele e manda tirar o chapéu para almoçar. O macaco sobe na mesa, vai até a cesta de frutas, come todas as bananas e depois vai para rua. Dona Cotinha acha que o filho estudou demais e ainda diz que ele esqueceu a lancheira.

No caminho da escola, Zé da Roça e Hiro estão nervosos com o exame final e veem o macaco saltitante na direção deles e pensam que é o Chico achando que estudou dessa vez. Veem passando direto pela escola e eles buscam o macaco, falando que não vão deixar o Chico cabular aula e Hiro estranha que ele está com frio por ter vindo de agasalho debaixo da blusa. 

Na sala, o macaco se pendura no lustre e derruba a professora Marocas, que estava entrando na sala. Ela quer saber explicação do que significa isso que ele fez e Zé da Roça e Hiro falam que ele está perturbado hoje por ter estudado demais. Marocas fala que veremos se ele estudou mesmo e outra destas será expulso.

Marocas entrega as provas, diz que são 50 testes de múltipla escolha e assinalar cada resposta certa com um "X". Hiro empresta caneta para o macaco, que sobe na carteira e sai marcando "X" na prova toda. Marocas o manda se comportar e sair em cima da carteira e o macaco joga a prova na cara dela. Marocas fica braba, diz que foi a gota d'água para expulsá-lo, mas olha a prova e vê que ele acertou tudo e tirou nota Dez. A professora fica eufórica com o feito e se pendura no lustre, gargalhando como uma louca que o Chico tirou Dez e o macaco sai da sala.

Na rua, o macaco encontra a Rosinha, que pergunta o que ele achou do seu vestido novo, pensando que era o Chico. O macaco emite som de "Chiiiic" e Rosinha acha que ele disse que ela estava chique. Ela o leva até um tronco de árvore para namorarem, comenta que ele estava diferente hoje, mais bonito e se não ele não fosse tímido, daria um beijo nele, quando o macaco dá um beijão na boca dela, que desmaia.

O macaco pensa em bananas e volta para casa do Chico. Dona Cotinha chamou um médico para examinar o Chico que estava esquisito. O médico manda o macaco mostrar a língua, demonstra como é e o macaco puxa a língua do medico para fora e joga de volta e ele diz que é pior que pensava e resolve lhe dar uma injeção de calmante na bunda. Quando abaixa a calça, vê um rabo e Dona Cotinha acha que o filho virou um lobisomem e o médico diz que esta parecendo um "macacomem".

O médico manda levá-lo para o quarto para examiná-lo melhor deitado na cama, quando vê o verdadeiro Chico dormindo e o médico pensa que eles são gêmeos e foge porque dois desses não aguenta, receitando 2 aspirinas, vitamina C e cama e manda Dona Cotinha não o procurar mais porque está saindo de férias.

Dona Cotinha se pergunta quem é o seu filho verdadeiro, mas quando o Chico acorda, falando que só mais 5 minutos, descobre que ele era o filho. Chico pergunta o que a mãe estava fazendo com o macaco no colo e ela dá gargalhada. No final, Chico comenta a história com o Zé da Roça, diz que devolveu o macaco para floresta e não está contente porque ninguém percebeu que era o macaco que estava no seu lugar e que o macaco é melhor que ele em tudo com a Professora Marocas falando que ele era seu aluno preferido, a Rosinha pedindo para ele dar aquele beijo de novo e o menino pedindo para ensiná-lo como se pendura no lustre daquele jeito.

História engraçada em que um macaco fica no lugar do Chico Bento em suas atividades e ninguém o reconhece, pensando que era de fato o Chico. Depois do macaco aprontar muita coisa, Chico fica triste por saber que o macaco foi melhor que ele na sua rotina. Bom que o macaco era amistoso, bem mansinho, só não tinha entendimento dos humanos e faziam as coisas sem querer, só que acabaram dando certo, sendo o oposto da personalidade do Chico.

Interessante que ninguém reconheceu o Chico verdadeiro, nem a própria mãe, mostrando que era feio como um macaco. Se Dona Cotinha fosse no quarto assim que o macaco saiu após comer as bananas, ia ver o Chico lá e não precisava chamar médico, evitando confusão maior, aí só seus amigos e a professora que iam lidar com ele. 

Foi engraçado essa ideia de que sem querer o macaco se saiu melhor que o Chico. Como ele tirava nota baixa na escola, ganhou nota Dez na prova e não foi reprovado graças ao macaco, como era tímido com a Rosinha de não ter coragem de dar beijo nela, o macaco deu um beijão de tirar fôlego que a Rosinha adorou. Foi legal também Professora Marocas sendo derrubada e levando a prova na cara, ela se pendurando no lustre com o "milagre" de Chico ter tirado nota Dez, Rosinha achar o macaco mais bonito que o Chico, o macaco aprontando com o médico como puxar a língua dele e médico fugir de desespero.

Normalmente o Chico estudava de manhã  e nessa história ele estudou de tarde para dar mais coerência ao roteiro já que ele viu o macaco de manhã enquanto roubava goiaba do Nhô Lau. A Rosinha dessa vez não estudou com ele, mais comum era ela não estudar com ele, eram de turnos diferentes, mas como nunca teve padronização na MSP, tiveram muitas vezes também eles estudando juntos. Nessa, precisava mesmo Rosinha não estudar com ele para ter a piada do beijo na boca do macaco nela.

Incorreta atualmente por Chico ser comparado a animal, o macaco fazer coisas melhores que ele,  bicho silvestre com contato com as personagens, poderiam implicar de relação de macaco com racismo, Nhô Lau com espingarda na mão e intenção de dar tiros de sal, namoro de crianças, beijo na boca na Rosinha e um macaco ter dado beijo nela e ter gostado, Chico matar aula para roubar goiaba, ser preguiçoso e ter fama de burro que sempre tira nota Zero nas provas e ser um milagre tirar nota Dez, o macaco puxar língua do médico, além de palavras proibidas como "roubar" e "Meu Deus!". O caipirês em 1993 já estava estabilizado, porém a palavra "mió" (melhor) foi mudada a partir dos anos 2000 para "mior" para não confundir com "mio" de milho em uma leitura rápida, então hoje alterariam essa palavra "mió".

Os traços ficaram muito bons, com um estilo característico dos anos 1990 com personagens mais fofinhos. Em 1999 essa história em quadrinhos virou desenho animado e o roteiro do desenho seguiu fiel aos quadrinhos com poucas adaptações e que foram bem insignificantes sem tirar sentido real da história em quadrinhos. Como teve muitos movimentos, não foi a toa que virou desenho animado. Muito bom relembrar essa história há exatos 30 anos.

domingo, 23 de julho de 2023

Mônica e a turma: HQ "Um inverno diferente"

Como estamos no inverno no Brasil, mostro uma história em que a Mônica e a sua turma conseguiram nevar no bairro do Limoeiro. Com 12 páginas, foi história de abertura publicada em 'Mônica Nº 52' (Ed. Abril, 1974).

Capa de 'Mônica Nº 52' (Ed. Abril, 1974)

Escrita por Maurício de Sousa, Mônica, Cebolinha e Cascão sentem frio no inverno e Mônica fala que falta é neve para completar a paisagem de inverno. Cascão não gosta, que já não bastam as tempestades de chuva e Mônica vem com essa. Mônica tem uma ideia de conseguirem tempestade de neve, manda Cebolinha reunir a turma e Cascão vai embora para casa dele.

No céu, Anjinho reclama do frio, se pergunta se não tem alguma nuvem com aquecedor, num tempo desse e até viajaria para o Nordeste se lá tivesse nuvens, quando recebe uma pedrada da Mônica na cabeça. Ela pede ajuda ao Anjinho, que pergunta se ela não tem cobertor sobrando em casa. A turma aparece e Mônica diz que decidiu que eles vão ter tempestade de neve lá. A turma sente frio e não gosta e Mônica conta o lado bacana que vão ter trenós, esquis, bolas e boneco de neve, aí eles passam a gostar da ideia.

Mônica fala com Anjinho para ele arrumar uma nuvem de neve. Ele diz que não tem no Brasil, só na Europa e, então, para facilitar trabalho dele, Mônica manda Anjinho levar gelo na nuvem grandona e colocar nela até chover neve. Anjinho conta que para isso precisaria de todo o gelo da cidade e, com isso, Mônica manda a turma buscarem gelo das casas deles e de toda a vizinhança que tenha geladeira.

A turma busca os gelos, Xaveco reclama de carregar gelo com aquele frio todo. Mônica manda Anjinho carregar o gelo até à nuvem, Anjinho sugere Mônica jogar gelo até ao céu, ela joga e bate na cabeça dele, que reclama da pontaria. Cebolinha diz que enquanto Mônica e Anjinho preparam a nuvem, ele e a turma vão se preparar para brincar na neve.

Assim, Cebolinha pega o carrinho de rolimã para  servir de trenó, dando estranheza a sua mãe, Dona Cebola. Xaveco desmancha o barril de casa para fazer esquis para esquiar na neve e seu pai também estranha. Magali pede cenouras para a mãe, que diz que para apanhar na geladeira e que é bom para os olhos e Magali diz que é bom para o nariz e para os olhos ela achou pedaços de carvão.

Na rua, Magali procura uma cartola para fazer seu boneco de neve, ouve conversa de 2 senhores que a arquitetura de casas com telhados inclinados em um país com clima tropical é absurda, como se eles estivessem esperando tempestade de neve, quando começa a cair neve do céu para surpresa dele e o outro diz que eles são previdentes. O europeu acha um fenômeno explicável, Magali joga uma bola de neve para derrubar a cartola dele, que acha que ninguém da Europa vai acreditar quando contarem para eles.

A turma adora brincar na neve, Dona Cebola se espanta com a neve e Cebolinha brincando com trenó, Seu Xavier pede emprestado os esquis do Xaveco. Todos seguem felizes brincando, Mônica convida Anjinho para brincar e ele diz que antes tem que tirar neve das asinhas dele. Mônica chama Cebolinha para brincar de guerrinha de neve, ele não aceita, brinca com ela, menos de jogar bola de neve neles.

Todos seguem brincando, Cascão vê da janela de casa todos felizes e roxinhos. Até que Mônica desiste de brincar, está morrendo de frio com aquele neve, assim como Manezinho e Xaveco também, com muito frio, dizem que gostaram, mas se cansaram. Mônica ordena Anjinho expulsar a nuvem chata de lá. Anjinho diz que foi ela quem pediu, Mônica fala que mudou de ideia e que é para ele também pedir ao Sol para que volte logo.

Assim, o Sol aparece, todos comemoram. Cascão ainda não quer sair de casa porque quando neve derrete, vira água. Mônica diz que tudo que acabou bem, já brincaram com a neve. Cebolinha comenta que acha que todos ficaram contentes com a volta do Sol, quando Magali reclama de quem que acabou a neve lá, justo agora que ela estava inventando uma receita para fazer tonelada de sorvetes com ela.

História legal em que a Mônica deseja brincar na neve e como no Brasil não tinha por ter clima tropical, ela pede ao Anjinho levar toneladas de gelo que seus amigos conseguiram até a uma nuvem para ter tempestade de neve no bairro. Com muito trabalho conseguem e adoram brincar na neve, até que do nada Mônica se cansa e manda Anjinho acabar com tudo e voltar com o Sol e calor.

Foi interessante a inocência das crianças de só quererem brincar na neve e quando se cansaram, acabar com tudo na maior naturalidade, como se tudo isso fosse normal.  Conseguiram o que seria impossível,  nem precisaram de gelo da cidade toda, só o gelo da vizinhança járesolveu. As histórias dos anos 1970 giravam muito nisso de inocência das crianças, diálogos entre as crianças e também muito comum envolvendo brincadeiras, tinham esses diferenciais. 

Vimos a Mônica bem autoritária, o que ela decidia, todos tinham que fazer, tinha que ser do jeito que ela queria senão apanhavam, uma característica bem marcante dela nos anos 1970 e não era a toa que era dona da rua e os meninos tinham razão de querer fazer planos infalíveis para tirar o posto dela. No caso, ela mandou no Anjinho o tempo todo para formar neve e desfazer e mandou seus amigos buscarem gelo na vizinhança e ela nem fez força, só deu ordens. Ela só foi mais tolerante quando o Cebolinha se negou a brincarem de jogarem bolas de neve já que a força da Mônica jogando as bolas iria machucá-lo.

Foi bom absurdos como Mônica e Cebolinha ficarem sem casaco e calça e os outros sem calça tanto no frio intenso do começo da história e, principalmente,  quando estavam na neve (Manezinho foi o único das crianças mais agasalhado), o Anjinho sentir frio já que é uma entidade e todo o processo que fizeram pra formar neve e eles criarem objetos como trenóse esquis com o que eles tinham em casa.  Esses absurdos eram ótimo. Curioso falarem de pegar gelo de quem tinha geladeira no bairro,  na época nem todos tinham geladeira em casa. Engraçadotambémos adultos espantados com a neve repentina, principalmenteo europeu.

Cascão fez só participação porque se tem água, fica de fora. Como neve é formada por água e quando derrete também vira água, não dava para ele ficar lá. Magali que foi a responsável pela piada final, se ausentou pra inventar receita de sorvete com a neve e quando eles decidiram acabar com a neve, Magali não gostou de perder a oportunidade de tomar toneladas de sorvetes com aquela neve toda. Magali ainda não era grande personagem, mas aos poucos ia ganhando mais destaque. 

As presenças dos pais também deram um charme a mais, curioso não aparecer o rosto da mãe da Magali, só foi aparecer em 1975. Xaveco tinha os pais morando com ele como as outras crianças, só a partir de 2004 que mudaram com ele ter pais separados e visitar o pai nos finais de semana, passando a ter mais destaque o Xaveco, que antes aparecia só como figuração.  

Foi legal também ver o Manezinho interagindo com eles, foi uma das últimas aparições dele nos gibis antes de sumir por muitos anos e se tornar um personagem esquecido. Manezinho aparecia bem até em 1974, principalmente em remakes de histórias do Franjinha e Bidu dos anos 1960, aí depois sumiu por alguns anos, chegou a ter retorno entre 1982 e 1983 como figuração e logo sumiu de novo, retornando de vez em 2004 como integrante da "Turma do Bermudão" e como característica de ser descendente de português. Mais detalhes sobre o Manezinho pode ver neste link.

Incorreta hoje em dia por ter absurdos de crianças quererem mudar o clima e ainda conseguirem, nao gostam muito de ter absurdos nos gibis atuais, além de ter uma Mônica extremamente autoritária, de terem que fazer o que ela mandava, eles ficarem rico de tanto frio, Mônica e Cebolinha não terem usado casaco e calça nem no frio do inverno inicial e nem quando estavam na neve e outros sem calça. Apesar de não gostarem de mostrar violência, atualmente, a Mônica ainda dá pedrada no Anjinho para chamá-lo, mas ele não fica com galo na cabeça nem machucado.

Os traços ficaram bons, típicos dos anos 1970 com personagens com bochechas pontiagudas, mas já com certa diferença em1974 em relação como era em 1970, aos poucos estavam mudando traços e de uma forma que a gente nem percebia que estava mudando, foi tudo bem gradual. Personagens com cabeça virada para o lado indicam história era do Mauricio.

Tiveram alguns erros como a Mônica falando de boca fechada em um quadrinho da 10ª página da história, coisa muito comum, principalmente nos anos 1970, além do Cebolinha sem boca  o primeiro quadrinho da 4ª página da história e falar sem trocar "R" pelo "L" no último quadrinho da 10ª página da história. Já o Anjinho sem contorno da asa na última página considero mais só como erro de impressão. 


Nunca foi republicada até hoje, daria pra ser a partir de 1979 só que os primeiros almanaques da Mônica da Editora Abril eram anuais e ainda tinham os que eram temáticos com histórias inéditas por conta de terem poucas histórias antigas sobre o tema para formar um almanaque e assim, provavelmente, acabaram esquecendo de republicar no período que dava e depois ficou velha demais para republicação, então é uma história rara.

quarta-feira, 19 de julho de 2023

Uma história com a Turma do Penadinho


Compartilho uma história em que a Dona Morta leva por engano um ator bem na hora que estava gravando uma novela. Com 4 páginas, foi publicada em 'Cascão Nº 79' (Ed. Abril, 1985).

Capa de 'Cascão Nº 79' (Ed. Abril, 1985)

Em um set de gravação de novela, personagem do ator Nei Latornada está nas últimas e avisa a sua filha Ermelinda que antes de morrer tem que revelar o segredo que não é o verdadeiro pai dela, só que quando vai revelar quem era o pai, morre de verdade e seu espírito aparece no cemitério do Penadinho, revelando o nome do pai e se faz de morto para encerrar a cena.

Nei diz que agora é a deixa da Ermelinda e Penadinho se apresenta. Nei se espanta que está vendo um fantasma, Penadinho diz que ele também é um e o ator diz que isso não estava no roteiro, estava só representando e agora a Ermelinda não vai saber a verdade, ele era o único que sabia da verdade, isso vai estragar a novela e ele vai ser despedido. Penadinho fala para esquecer, lá nada disso importa e Nei chora que nunca contracenou a Cristiane Torroni.

Aparece a Dona Morte, o ator reclama que ela o levou por engano e exige ser devolvido. Dona Morte disse que viu muito bem que ele estava no fim, vai ficar. Ele diz que é ator, só estava representando, sem ele a novela não pode continuar. Dona Morte pergunta que novela, ele diz que é novela "Um bobo a mais". Dona Morte diz que é a novela favorita dela, reconhece que ele é o ator Nei Latornada e lhe pede um autógrafo, dizeendo que assiste todas as novelas dele, é fã dele.

Dona Morte se desculpa que foi porque ele representa tão bem e ela estava ansiosa para cumprir a cota e o devolve para a vida. Depois, ela diz que tem que terminar de cumprir a sua cota atrasada e com o Nei Latornada ressuscitado, volta a gravação da novela. Quando ele vai revelar o nome do verdadeiro pai, Ermelinda diz que é para ele falar logo porque senão morre do coração e vai parar morta de verdade no cemitério do Penadinho.

História divertida em que a Dona Morte leva por engano o ator Nei Latornada enquanto gravava novela só porque ele disse na cena que "estava no fim". Para ela, Nei representou tão bem e pensava que era tudo verdade e estava muito preocupada em cumprir a cota de mortes no dia. Depois de tudo resolvido, acaba cometendo o mesmo erro de levar a Emerlinda só porque ela disse que "morre do coração".

Foi engraçado engraçado Nei estar preocupado com os rumos da novela sem ele e em ser despedido, mas estava morto e ele falar de ter morrido sem contracenar com "Cristiane Torroni", além de ver a Dona Morte desatenta e ter se enganado de quem ia matar por 2 vezes, saber que ela é noveleira, é fã e assiste todas as novelas do Nei e ela ter que cumprir uma cota diária de mortes senão o seu superior ia reclamar, como se fosse uma trabalhadora assalariada. Esses detalhes eram muito bons e tornavam histórias muito divertidas,  faziam a diferença. O final permitiu imaginar a sequência após Ermelinda morrer e como ela ia reagir, eram comuns finais assim pra imaginar.

Às vezes as personagens morriam, mas sem mostrar a Dona Morte matando com foice, mas tinha ação dela da mesma forma. Também  podia acontecer a Dona Morte ressuscitar suas vítimas no lugar da Dona Cegonha, geralmente por causa de quando matava por engano como foi nesta história ou então simplesmente pra agilizar as tramas. 

As paródias com famosos sempre eram bem criativas, dessa vez foram com os atores "Nei Latornada" (Ney Latorraca), "Cristiane Torroni" (Christiane Torloni) e novela "Um bobo a mais" ("Um sonho a mais"). Falando nisso,  o roteirista não se guiou na sinopse original da novela "Um sonho a mais" nesta história em quadrinhos, apenas aproveitou que a novela e o ator Ney Latorraca estavam no ar em 1985 para homenagear e atender à realidade da época. Foi novela de comédia e não dramalhão e nem tinha personagem chamada Ermelinda, com isso, a atriz usada foi fictícia, sem parodiar alguma atriz famosa.

Curiosamente dessa vez não teve um título na história, talvez foi pra dar destaque ao logotipo do Penadinho. Os traços muito bons, típicos de miolo dos anos 1980. incorreta atualmente por ter mortes por engano, final triste para Emerlinda, pois histatuais só podem ter finsis felizes, e também por envolver novela, que é coisa não apropriada para crianças. Histórias da Turma do Penadinho nos gibis quinzenais antigos do Cascão costumavam ser curtas (até porque ainda tinham as do Bidu e tinham que dar destaque maior ao Cascão) e, sem dúvida, com conteúdo muito superior que as de hoje.

domingo, 16 de julho de 2023

Capa da Semana: Magali Nº 174

Mostro uma capa em que a Magali faz um vestido de tricô com macarrão. Ela teve muita habilidade de fazer um vestido perfeito e bem rápido já que o macarrão ainda estava quente, só que não vai vestir nem durar muito, já come num instante. Sem dúvida eram bem criativas e muito boas as capas dela.

A capa dessa semana é de 'Magali Nº 174' (Ed. Globo, Fevereiro/ 1996).

quinta-feira, 13 de julho de 2023

Cascão: HQ "Se o meu corpinho falasse"

Em julho de 1993, há exatos 30 anos, era publicada a história "Se o meu corpinho falasse" em que o corpo do Cascão se revolta por ele não tomar banho. Com 11 páginas, foi história de abertura de 'Cascão Nº 170' (Ed. Globo, 1993).

Capa de 'Cascão Nº 170' (Ed. Globo, 1993)

Cascão dorme no campinho, quando ouve uma voz o chamando, ele pergunta quem é e era o estômago dele. Cascão acha uma maluquice, estômagos não falam a não ser em comerciais de televisão. O estômago diz que fala só em estado de emergência, Cascão pergunta se está com fome e ele responde que está com sede, precisa beber.

Cascão fala que então vai tomar um refrigerante, o estômago não aceita. Cascão sugere leite, suco ou groselha e o estômago quer água, o que de fato mata a sede. Cascão diz que nunca toma água pura, é perigoso porque pode se molhar. O estômago diz que a água pura é mais saudável e corpo dele precisa disso, a maior parte do corpo humano é feita de água. Cascão se recusa a creditar e o estômago diz que ele está lá dentro e sabe mais que ele e Cascão toma um suco de uva, afinal, ele faz o que quer.

Depois de tomar, Cascão espera que o estômago tenha sossegado, quando ouve outra voz, dessa vez era o pé, diz que não morde, no máximo chuta, e que assim não dá pé, não aguenta mais ser um pé sujo, Cascão anda com ele na rua, na lama, no lixão, vive com chulé e quer que Cascão o lave. Ele diz que nunca tomou banho e nunca vai tomar. O pé fala que não é banho, é só uma lavadinha. Cascão se recusa e manda ficar quieto senão põe uma meia e fica batendo com o pé. O povo da rua olha a cena espantados, fazendo Cascão passar vexame.

Em seguida, a orelha do Cascão fala que o pé tem razão, que vive suja com cera no ouvido e daqui a pouco não vai mais ouvir e precisa lavá-la e a outra orelha apoia também. Cascão dá tapa nas orelhas achando que está maluco e resolve dar uma voltinha, vai ver que não acordou direito. Aí, os olhos passam a falar, dizendo que Cascão está bem acordado e se lavasse o rosto, acordaria melhor. As mãos também querem ser lavadas porque não é saudável comer com as mãos sujas. Umbigos, cabelos, pescoço, nariz, barriga e bumbum também exigem limpeza e a solução seria um banho.

Cascão diz que eles querem banho, mas ele não e é ele quem manda. As partes do corpo falam que eles são a maioria, Cascão é só um cérebro e uma boca contra todos eles, tem um laguinho em frente, é só dar um mergulho. Cascão fala que não vai, é ele quem manda e eles podem fazer nada. As partes do corpo dizem que eles podem reclamar sem parar até concordar, não vai conseguir dormir, pensar de tanto que vão repetir banho. Eles ficam falando, cascão não aguenta e resolve tomar banho no lago.

As partes do corpo comemoram que finalmente vão ficar limpinhos e cheirosos, Cascão pergunta se depois vão ficar quietos, eles falam que para sempre e é só pular. Cascão resiste, não pode pular, eles falam que é pra começar aos poucos, começar com os pés. Cascão quase consegue, quando ouve um "Colagem!" e Cascão pergunta quem falou. Falam que vai ver que foi a língua, é sempre enrolada, e o mandam pular. Cascão diz que só conhece uma pessoa com língua enrolada, Vê um sapato em uma árvore e descobre que era o Cebolinha com um livro de ventriloquismo na mão, que o que dava impressão que as vozes saíam no corpo.

Cascão também descobre Magali e Mônica envolvidas no plano infalível do Cebolinha de dar banho no Cascão. Mônica reclama que daria certo se Cebolinha prestasse atenção e não falasse palavras com "R". Cascão queria ser a Mônica para dar cascudos neles, mas como não pode, dá o seu desprezo a eles. Depois, Cascão comenta que foi burro em acreditar nisso, não gosta de tomar banho, gosta de ser sujinho, e se o corpo dele falasse, iam concordar com ele e no final todas as partes do corpo acham que é o que ele pensa.

História legal em que o Cascão lida com as partes do seu corpo que queriam que ele os lavassem porque não aguentavam mais ficarem sujos. Primeiro um a um falava, depois foi o corpo todo de uma vez e que prometiam não deixar Cascão em paz se não tomasse banho. No final, descobre que era um plano infalível do Cebolinha, que faziam o corpo falar através de ventriloquismo e os leitores descobrem que se o corpo dele pudesse falar, faziam a mesma coisa, de fato, eles não gostavam de permanecerem sujos.

Fica a ideia da imaginação do que faria se o corpo da gente falasse, as vantagens e desvantagens do que seria. Maior vantagem, sem dúvida, seria corpo avisar que estava sentindo dor. Cascão que gostou nada e estava certo que quem mandava seria ele porque é o cérebro da gente que comanda. Foi engraçado Cascão passar vergonha na rua, com os outros achando que estava louco de falar sozinho com o pé e todo o seu sufoco e discussão com o estômago, com o pé, com as orelhas e as outras partes. 

Foi bem criativo o plano, Cascão quase caiu. Vimos que foi o Cebolinha quem estragou o próprio plano, como o alvo era o Cascão, teria que ter alguém para estragar. Eram boas as histórias de planos infalíveis do Cebolinha sem sem contra a Mônica, ele gostava também de fazer planos contra o Cascão para tomar banho e contra a Magali para comer menos como uma pessoa normal, sempre elaborados também, com a diferença que não apanhavam no final. Embora sempre tiveram planos infalíveis assim sem ser contra a Mônica, mas nos anos 1990 isso ficou mais frequente.


Cascão passou um grande sufoco em pensar que o seu corpo estava falando, gostava dos personagens se passando de bobos em histórias de planos infalíveis, sem perceberem coisas óbvias, nota-se que não era só a Mônica que agia assim. Dessa vez foi supostamente as partes do corpo falarem, sendo que já tiveram histórias com partes do corpo criando vida, terem movimentos involuntários de verdade, normalmente por causa de invenção do Franjinha ou cientista ou por causa de bruxas ou fadas.

Eram legais também histórias com os personagens envolvidos com ventrículos, eram bem elaboradas. Ficou a curiosidade de que Cascão não bebe água, mas bebe refrigerantes, sucos, etc. Para ele, se caso molhasse com bebidas não teria problema já que ia se sujar, o problema seria água pura cair nele enquanto beber, no máximo, bebia água com canudo bem longo.

Os traços muito bons com direito ao Cascão com dentes expostos com mais frequência quando estava assustado, característica bem presente em histórias da Rosana. Não considero o tema tão incorreta hoje em dia, apesar de ser absurdo que eles evitam atualmente, mas tem elementos que implicariam como o pé dizer que Cascão fica na lama e no lixo, Cebolinha cair da árvore e aparecer machucado, palavra "gozado" que é proibida para não ter duplo sentido. A palavra "maluco" pode ser falada nos gibis, o que não é podem falar é que é "louco" provavelmente pra não confundir com personagem Louco. Muito bom relembrar essa história há exatos 30 anos.

domingo, 9 de julho de 2023

Magali: HQ "O meu segredo..."

Compartilho uma história em que um grupo de obesos queria descobrir a força qual o segredo da Magali ser tão magra comendo de tudo. Com 11 páginas, foi história de abertura de 'Magali Nº 19' (Ed. Globo, 1990).

Capa de 'Magali Nº 19' (Ed. Globo, 1990)

Escrita por Rosana Munhoz, começa com um grupo de obesos se preparando para almoçar, reclamam que era só um talo de aipo e uma azeitona e a Dona Isaura, líder deles, diz que é só mastigarem bem devagar que parece mais e não esquecerem de tomar o suco de cenoura. Todos comem tudo de uma vez, a mulher fala que mandou mastigarem devagar e eles dizem que tentaram, mas não tinha o que mastigar.

Depois eles vão malhar, correndo na rua. Todos reclamam que eles só fazem é malhar e Isaura fala que eles estão desanimados, se querem emagrecer e terem corpinho esbelto é para terem mais vontade, fazerem sacrifícios e renunciarem muitas coisas. Em seguida, veem Magali comendo 5 frapês e 10 baurus na lanchonete. Os obesos ficam com água na boca, se impressionam que ela está tomando um frapê atrás do outro e está pedindo mais e lamentam que nunca mais tomaram frapê.

Isaura comenta que a menina esfomeada vai ficar gorda como eles, quando sair da lanchonete estará com vários quilos a mais, só que para surpresa deles, Magali sai magrinha como entrou, dizendo que ainda está com fome e os obesos ficam impressionados. Magali diz que ainda está com fome e vai na doceria e Mônica diz que ela vai sozinha porque não aguenta mais ouvi-la mastigar.

Os obesos comentam que é a menina mais magra que já viu e come por todos eles juntos. Isaura acha que deve ter alguma explicação e resolvem segui-la. Veem Magali saindo da doceria e na rua pede 4 cachorros-quentes, pipoca, algodão-doce, maçã do amor e um sorvete de cada sabor do sorveteiro e depois quer ir logo para casa porque a mãe vai fazer lasanha no almoço.

Os obesos ficam de boca aberta e perguntam como Magali comeu tudo aquilo e engordou nem um graminha. Dona Isaura se descontrola, chora, querendo também doces, sanduíches, pizzas e sorvetes, que ela os faz parecer uns bobões, vai contra as leis dos regimes e resolve sequestrar a Magali, deixando dentro do saco e a levam para a sede deles para tentar descobrir o segredo.

Magali pergunta quem são eles e Isaura fala que podem ser amigos ou inimigos se ela não colaborar de revelar qual o segredo. Magali não sabe, único segredo que tinha é que gosta do Quinzinho da padaria, mas que agora ele sabe. Eles se irritam, querem saber o que faz para comer tanto e não engordar, se é remédio especial, dieta, ginástica. Magali diz que não sabe, acha que não tem tendência a engordar. Eles acham impossível, até uma formiga engordaria comendo do jeito que ela come.

Reclamam que ela é egoísta não querem ajudar os gordinhos, que quer que continuem entalando nas portas, fazendo mil sacrifícios para perder peso e recusando quitutes e, então, vai ficar presa lá comendo talo de aipo e azeitonas até abrir o bico. Magali acha uma tortura e diz que vai contar o segredo. Manda preparar uma receita especial com jiló, farinha de rosca, óleo de rícino, goiabada e sorvete triplo de chocolate. 

Eles preparam, colocando todos os ingredientes na água, menos o sorvete, que era para Magali comer porque deu fome. Eles tomam o troço ruim, achando que ficariam magrinhos na hora, mas continuam gordos e descobrem que foram enganados. Magali foge e eles correm atrás dela, correm cada vez mais rápido, pulam cerca, pedras nos rios até que a encurralam na rua sem saída. Só que nessa hora, as calças deles começam a cair, roupas largas e veem que perderam 3 quilos.

O grupo comemora, viram que foi graças a Magali e à corrida, o que faltava era motivação. Eles pedem um favor a Magali e no final, Magali corre dos gordinhos com um pirulito na mão, Mônica pergunta que pressa é essa e Magali diz para não reparar, que é só a boa ação dela do dia.

História engraçada em que os obesos queriam saber a todo custo o segredo da Magali de comer tanto e não engordar, chegando a sequestrá-la pra ela falar. No final, viram que se correrem muito vão conseguir emagrecer e a motivação seria correr atrás da Magali para tentar alcançá-la e pegarem o doce que ela estava comendo.

Foi divertido ver os obesos comerem só talo de aipo e azeitona, os absurdos da gula da Magali, a cara deles de ver Magali comendo tudo aquilo sem engordar enquanto eles engordaram só de olhar, Magali achar tortura comer só talo de aipo e azeitona e mandar preparar receita especial de emagrecer só com coisas ruins e o sorvete só pra ela, a correria dos obesos para alcançar a Magali depois que fugiu do esconderijo e a calça deles caírem após a corrida. Absurdo de aparecer uma balança do nada na rua foi bem legal também.

Retrata gordos da vida real que não conseguem emagrecer mesmo fazendo dietas porque falta uma motivação a mais para isso. Fica uma representatividade. De fato para emagrecer tem que ter motivação e força de vontade com muita atividade física e dieta equilibrada sem ser tão radical só com talo de aipo e azeitona como fizeram e tem que seguir para sempre essa rotina.

Eram muito boas histórias retratando peso da Magali e passar sufoco por ser magra demais, o que seria vantagem, muitas vezes se dava mal por isso. Magali não engorda pelo metabolismo grande e como ela brinca e corre ajuda mais ainda mesmo comendo sem controle. 

Esse grupo de obesos acabaram sendo vilões ao longo da história com planos de sequestrar Magali e não soltá-la até ela revelar o segredo, mas como eles conseguiram emagrecer, se redimiram no final. As vezes colocavam histórias de vilões que se arrependiam e se davam bem no final. Não revelaram nome de todos eles, apenas da Dona Isaura porque era mais preciso nome dela do que os outros. Apareceram só nessa história como normal de personagens secundários. 

Magali, sem dúvida, foi a personagem mais sequestrada da MSP, não necessariamente por bandidos, mais por vilões relacionados a comida, como assim de querer saber segredos dela de não engordar ou donos de estabelecimentos sequestrar para Magali fazer um prato especial segredo de família, ou ajudarem no marketing nos estabelecimentos deles, etc. Era bem interessante. E gostavam de colocar personagens em sacos para sequestrar, bem frequente também. 

Magali dizer que gostava do Quinzinho em segredo ficou como uma referência a história "Alimentando uma paixão" de 'Magali Nº 3', de 1989, que foi a estreia dele nos gibis. De fato, ele ainda não sabia que a Magali gostava dele. Colocaram que era Quinzinho da padaria provavelmente por ele ser personagem novo até então e os leitores podiam não associar que se referia ao filho do padeiro, ainda mais que Magali aparecia com outros namorados ou pretendentes depois da estreia do Quinzinho, que ainda não era namorado oficial, apesar de ter aparecido eles namorando algumas vezes.

Os traços muito bem caprichados que davam gosto de ver com direito a olhos com curvas dos obesos demonstrando que estavam com muita raiva. Incorreta hoje por mostrar dramas de gordos para emagrecer, cenas constrangedoras como aparecerem entalado na porta de ser tão gordo, por exemplo, e a ideia de Magali comer sem engordar, absurdos da gula exagerada dela e comer só guloseimas que engordam e não são bons pra saúde.  Atualmente, os gordos nem são tão desenhados obesos dessa forma, até os personagens fixos que são gordos, como Pipa, Dona Cebola, Tia Nena, Nhô Lau, etc, são desenhados mais esbeltos, o que é uma pena que tira as características físicas marcantes da personagens e a representatividade dos gordos nos gibis.