quinta-feira, 30 de maio de 2019

Turma da Mônica: HQ "O plano sangrento"

Em maio de 1994 era lançada a história "O plano sangrento", de quando a Mônica pensou que matou o Cebolinha e o Cascão após ter dado coelhadas neles. Com 11 páginas, foi história de abertura de 'Mônica Nº 89' (Ed. Globo, 1994).

Capa de 'Mônica Nº 89' (Ed. Globo, 1994)

Escrita por Rosana Munhoz, começa a Mônica assistindo a um filme de terror bem assustada quando alguém é atingido e aparece sangue. Mônica desliga a TV, reclamando que odeia seriados violentos. Cebolinha surge, falando que ela é a maior carrasca e Mônica diz que só se defende quando alguém a xinga. Cebolinha diz que é para ela tomar cuidado porque um dia pode dar tragédia.


Nisso, Cascão aparece e xinga a Mônica de bobona, dentuça e gorducha e faz careta para ela. Mônica corre atrás dele e joga o Sansão longe e consegue acertá-lo. Quando ela vê, encontra o Cascão deitado e todo ensanguentado e Mônica se desespera. Cebolinha diz que Mônica matou o Cascão e a chama de assassina. Mônica diz que sempre fez isso e ele já devia estar machucado antes.


Cebolinha afirma que não, tem provas e Mônica demonstra, dando uma coelhada na sua cabeça. Sai sangue da cabeça dele, fica tonto e cai no chão. Mônica segura o Cebolinha e ele diz que a Mônica não conhece a força dela e pede, como seu último desejo antes de morrer, que não bata nos meninos, mesmo se eles xingarem ou fazer careta. Mônica se ajoelha e promete não bater mais em ninguém e ele morre. 

Mônica ainda sacode o amigo, mas ele não acorda e ver também Cascão morto. Ela nota que suas mãos estão sujas de sangue, igual ao filme, corre  e vai lavar as mãos em uma torneira e acredita que vai ser presa, mas foi sem querer. Magali aparece na hora e Mônica a abraça, falando que é uma assassina.


Enquanto Mônica explica a história, Cebolinha e Cascão acordam. Cascão comenta que não aguentava mais ficar naquela posição e Cebolinha reclama que a coelhada doeu mesmo. Cebolinha diz que o plano foi ótimo e Cascão diz que gastaram muito catchup. Cebolinha diz que depois dessa, a Mônica nunca mais vai querer bater neles. Cascão pergunta como eles vão aparecer vivos depois já que a Mônica pensa que eles morreram e Cebolinha responde que depois vão inventar que o médico salvou. Cebolinha tenta ir embora pra tomar banho e tirar o catchup do corpo, quando Mônica e Magali voltam e os meninos voltam a se fingir de mortos.


Mônica chora e mostra os meninos mortos, achando horrível , parecendo notícia policial e lamenta que vai ser presa. Magali diz que deu vontade de comer hambúrguer porque estava sentindo cheiro de catchup, e, por ser vermelho, acha estranho. Bidu aparece e fica lambendo o Cascão e Mônica o afasta, falando que não era para ele lamber sangue. Depois, Magali diz que vai ter que enterrar os meninos porque morreram. Eles ficam nervosos e acabam se levantando. Mônica fica feliz por eles estarem avisos e se abraçam, enquanto Magali diz que a história está estranha e Cebolinha diz para Magali não se meter.


Nessa hora, aparece a mãe do Cascão carregando sacola de compras e reclama com o Cascão que sabia que quando ele pediu catchup era para fazer sujeira e reclama das roupas deles manchadas. Dona Lurdinha diz ainda que vai comprar mais pois está indo ao mercado, mas não vai mais deixar o Cascão pegar.


Cebolinha reclama com o Cascão que quando não é ele que estraga o plano, é a mãe dele e Cascão diz que depois eles discutem isso. Mônica segura os meninos, Cebolinha diz que Mônica tinha prometido que não ia bater neles e Mônica diz que aquela promessa não valeu e dessa não vai bater neles, e,sim, o coelhinho dela e taca o Sansão neles e depois de surrá-los, ela reclama que o Sansão ficou sujo de catchup e Magali pede para lamber.


No final, Dona Lurdinha volta do mercado e vê Cascão e Cebolinha surrados e os leva para casa para tomarem um lanche. Lá, com eles já na mesa, ela entrega hambúrgueres com bastante catchup e eles fogem pela janela com enjoo e prestes a vomitarem, com trauma do catchup e Dona Ludinha estranha o nojo deles e acha que deixou a carne muito sangrenta.


História muito legal e engraçada. Voltada para o terror, os meninos aproveitam que a Mônica estava impressionada com o filme de terror da TV e bolam um plano infalível para ela achar que eles morreram e ficar traumatizada e não bater mais neles. Estava dando tudo certo, até Magali estranhar a situação e sentir cheiro de catchup e também do Bidu lamber o catchup, mas que acabou indo tudo abaixo com a mão e do Cascão que estragou o plano.


Muito boa as tiradas, legal ver o medo da Mônica de ter matado os meninos e se sentir uma assassina só por ter dado uma coelhada. Ela também era muito boba nessas histórias de planos infalíveis, caia em tudo que os meninos faziam até descobrir toda a farsa. Gostava da Mônica agindo como boba nessas histórias de planos. A Mônica, apesar de forte, batia ou dava coelhadas fortes, mas não a ponto de matar alguém, no máximo que acontecia é pararem no hospital por ter quebrado braço, perna, mas normalmente só apareciam surrados e com olho roxo mesmo.


Os traços muito bons, um estilo um pouco diferente, meio fofinhos, ficou mais característico em meados dos anos 90. É bem incorreta, por isso de ter personagens supostamente mortos, fazendo a Mônica pensar que morreram e estavam ensanguentados, podem achar que é algo macabro e traumatizante e, com isso, não fariam uma história assim atualmente. Curioso a Mônica chamar o Sansão só de "coelhinho", mesmo ele já ter sido batizado de Sansão há muito tempo, desde 1983. Talvez Rosana queria voltar as origens de quando ele não tinha nome ainda. O Cebolinha pensou trocando o "R" pelo "L" ao pensar "enterrar", ultimamente ele não troca as letras quando pensam e iam alterar isso em alguma republicação.


Essa história considero clássica, além de ser muito lembrada pelos fãs, ela depois teve uma versão em desenho animado, estreando no VSH "Video Gibi" em 1998 e também teve um livrinho infantil em 2000, deixando mais amena. Não foi republicada na Panini, mas o livrinho infantil teve relançamento em 2014. Então, uma história clássica e muito bom relembrá-la há exatos 25 anos.

segunda-feira, 27 de maio de 2019

Magali Nº 4 - Editora Globo


Em maio de 1989 era lançado pela Editora Globo 'Magali Nº 4', o gibi que ficou marcado por vender mais que o gibi da Mônica naquele mês. Nessa postagem mostro, então, como foi esse gibi histórico que conseguiu bater as vendas da Mônica há exatos 30 anos.

O gibi da Magali tinha sido lançado há pouco tempo, em fevereiro de 1989, e a novidade foi muito bem vinda na época. Apesar de ter várias opções de gibis de outras turmas e outras editoras, os da Turma da Mônica sempre eram os mais vendidos e em especial os da Mônica eram os campeões de venda, até por conta da tradição, já que por preço os da Mônica eram mais caros, até por ter maior número de páginas,

Até que com o lançamento das revistas da Magali, todo mundo queria ter os gibis dela, justamente pela novidade, por gostar da personagem ou por curiosidade para saber como era. Com toda essa novidade, acabou que em maio de 1989 esse gibi 'Magali Nº 4" bateu o número de vendas de 'Mônica Nº 29' (já comentado aqui no Blog), um feito histórico até então. Com essa surpresa, a MSP até fez uma capa especial em 'Magali Nº 6' com a Magali ter dado um soco na Mônica e os meninos rindo ao fundo e um frontispício na primeira página para mostrar esse acontecimento de vendas.

Capa de 'Magali Nº 6' com alusão ao recorde de vendas

Esse gibi 'Magali nº 4'  tem capa muito boa com a Magali prestes a comer o bolo inteiro após a Mônica ter cortado um pedaço. Intenção da Mônica seria um pedaço para Magali. Tem 7 histórias no total e, dessa vez, todas as histórias foram da Magali. Histórias com os secundários dos gibis dela eram com Dudu e Mingau e pela primeira vez até então que eles não apareceram em gibis dela, nem fazendo figuração.

Abre com a história "Amigas... apesar de tudo", de 6 páginas. Nela, Mônica vai a casa da Magali para chamar para brincarem de queimado e ela tem que esperar um tempão a Magali terminar de tomar o café da manhã. Ao saírem de casa, Mônica derruba a porta da casa da Magali com sua força exagerada. No caminho, encontram um sorveteiro e Magali pede picolés de chocolate, abacaxi, creme, morango e jaca, mesmo de já ter tomado um super café da manhã, deixando Mônica irritada e a situação piora quando vê que a Magali não trouxe dinheiro e a Mônica que teve que pagar os picolés.

Depois, elas brincam de queimada. Mônica bate a bola tão forte que faz a Magali parar longe e ela diz que nem foi queimada, aleijou. Mônica tenta de novo e acaba acertando a janela da casa da Magali, furando a bola da Magali e quebrando a vidraça da mãe dela. Com isso, elas começam a brigar. Magali reclama que não vai mais brincar enquanto a Mônica não controlar a força dela. Mônica, por sua vez, reclama que a Magali só pensa em comer, incomoda esperar 2 horas para a "madame" acabar de comer, fora prejuízos financeiros e Magali ter acabado com a despensa da casa quando foi almoçar na casa dela. Magali chama Mônica de chata, gorducha, forçuda e estabanada e Mônica chama a Magali de magrela e esfomeada.

Trecho da HQ "Amigas... apesar de tudo"

As duas ficam de mal, cada uma vai para um lado. Mônica acha bom que assim ninguém vai pegar no pé dela por ser um pouquinho forte e Magali vai descontar comendo 3 bombas de chocolate na doceria. Mônica diz que se tem a força, é azar da Magali que é fracota, enquanto quebra uma pedra com as mãos, e, Magali diz que gosta de comer e se a Mônica não tem apetite é problema dela. Logo sentem falta uma da outra e as duas correm em direção da outra para pedir desculpas e se reconciliam. Elas se abraçam, só que com a força da Mônica, machuca as costas da Magali, que estava segurando a bomba de chocolate e suja todo o vestido da Mônica. Termina com Mônica falando que vão ser amigas pra sempre, apesar de tudo, ou seja, apesar das diferenças delas.

Uma história muito legal e com bonita mensagem, mostrando a amizade da Magali e da Mônica, o contraste da Magali comilona e Mônica forçuda, com uma causando problemas uma para a outra, mas que mesmo assim, não conseguem ficar separadas uma da outra por muito tempo. Brigam, mas volta logo as boas. Os traços excelentes e destaque as meninas falarem "azar", hoje em dia é proibido essa palavra no MSP e seria substituída por "má sorte" ou outra coisa similar.

Trecho da HQ "Amigas... apesar de tudo"

Depois tem uma história de 1 página em que a Magali mostra a sua cozinha para a Mônica, entusiasmada que era a mais moderna do bairro por ser tudo elétrico. Tinha cortador de pão, torradeira, micro-ondas, entre outros, tudo elétrico e moderno, que só precisava ligar os botões, quando falta luz na casa e ela tem que ir jantar na casa da Mônica. Mostra as inovações na época, poucos tinham chance de ter uma cozinha como ela, mas que não adianta nada se não tiver luz em casa. Aqui o tabloide completo.

Tabloide da edição

Em seguida, vem "Beijinho", de 3 páginas, em que o garoto Lino pede um beijinho para a Magali, e, com isso, ela dá um beijo na bochecha dele. Ele tenta pedir de novo, aí Magali pensa que o Lino não gostou do beijo dela e dá outro na bochecha. Sem graça, ele pede de novo e Magali dá vários beijos nele, que fica até apaixonado.,No final, é revelado que o beijinho que ele queria era o docinho de coco e leite condensado que ela estava comendo e assim ela não dá e vai embora.

Essa é legal, mostra trocadilho de beijo com beijinho de coco, mas como Magali não gosta de dividir o que come, acaba recusando o pedido do Lino. Na época a Magali era egoísta, comia tudo sozinha e fazia de tudo para não compartilhar a sua comida com ninguém. Hoje em dia isso não tem mais nos gibis dela, se tiver situação parecida, ela dividiria numa boa. Esse garoto Lino só apareceu nessa história, por muito tempo até pensava que era um namorado dela nessa história, mas era só um amigo mesmo, podiam colocar qualquer personagem, preferiram um figurante.

Trecho da HQ "Beijinho"

Em "Eta namorada difícil", de 4 páginas, Luciano vê a Magali encostada na árvore, se apaixona e arruma umas flores para ela, mas Magali recusa dizendo que única flor que gosta é de couve-flor. Depois, ele faz uma canção para ela batendo um tambor e Magali taca o tambor nele, ficando entalado nele. Luciano chora e Mônica dá dicas para conquistar a Magali.

Trecho da HQ "Eta namorada difícil"

Depois, Luciano tenta agradar dando um anel que veio com doce, mas como ele comeu o doce, Magali recusa, falando para ele ficar com anel. Ele declara uma poesia, mas ela acha horrível, ruim demais. Em seguida, Luciano convida para tomar sorvete com ele, aí ela topa, e no embalo ele compra pipoca, maçã do amor e cachorro-quente. No final, Mônica pergunta como está o namoro dele com a Magali e Luciano diz que desistiu, com ele dentro de um barril por ter precisado dar as suas roupas para poder bancar as gulodices da Magali.

Vimos que para namorar a Magali tem que presentear com comida, nada mais serve, e  tem que ter uma excelente situação financeira para poder bancar a sua fome exagerada. Apesar do Quinzinho ter sido criado para ser namorado da Magali, nos primeiros gibis, ele não era ainda o oficial, em toda a história aparecia com namorados ou pretendentes diferentes a cada história, uma vez ou outra que aparecia o Quinzinho. Só a partir de 1991 que ficou o Quinzinho como namorado fixo. No caso, o Luciano só pareceu nessa história e se deu muito mal.

Trecho da HQ "Eta namorada difícil"

Em "Doente por sorvete", de 5 páginas, Magali está doente e deseja um sorvete, mas a mãe não deixa e só pode comer sopa e também não deixa Magali sair da cama. Cebolinha aparece na janela, vê que ela está doente e  pergunta se pode tomar sorvete sozinho. Magali diz que pode e não vai pedir nenhum pedacinho. Cebolinha, então, resolve chupar sorvete de creme com morango, o preferido da Magali, na janela bem na frente da Magali só para ela passar vontade. Magali fica verde de vontade, ela pede um teco, mas ele acaba com sorvete, deixando a Magali só na vontade.

Trecho da HQ "Doente por sorvete"

Cebolinha compra outro sorvete, agora o de chocolate, e chupa na janela da Magali. Ela  fecha a janela, mas Cebolinha vai falando do lado de fora que é mais gostoso que o outro e Magali põe travesseiro para tentar não ouvi-lo. Cebolinha toma vários sorvetes lá e Magali fica verde. Ao toma r a sopa da mãe, ela fica melhor e como não está mais com febre, sai para a rua. Ela compra muitos sorvetes, mas não encontra o Cebolinha. Cascão diz que ele está com gripe porque tomou muito sorvete de manhã e, assim, Magali vai na janela da casa dele para fazer o mesmo como vingança.

Percebemos que o Cebolinha era bem perverso nos seus planos, aproveitou a Magali doente para ela passar vontade com ele chupando sorvete na frente dela. Mas, como castigo, acabou ficando gripado e Magali se vingou. Hoje em dia não tem histórias assim com personagens querendo se aproveitar das doenças dos outros.

Trecho da HQ "Doente por sorvete"

Termina com a história "Lar doce lar", de 9 páginas, em que extraterrestres em formato de doce invadem a Terra e transformam tudo em comida para que se adaptado a eles e os humanos acharem insuportável e irem embora. Começam transformando pedra em sorvete, árvore em algodão doce, rio em suco de laranja. Um militar tenta impedir, mas eles transformam o cassetete dele em pirulito.

Trecho da HQ "Lar doce lar"

O noticiário da TV avisa sobre a invasão dos alienígenas, contando que o Pão de Açúcar foi transformado em gelatina, a Amazônia, uma floresta de pirulitos e o Oceano Atlântico virou um mar de suco de tomate. Os ETs comemoram e vão à nave deles para avisar o povo deles sobre a invasão. Chegando lá, veem que a nave deles sumiu e se desesperam. Logo eles veem a Magali comendo o algodão de doce e pirulitão de árvores que eles transformaram e eles acham um perigo e vão tomar satisfação com ela.

Magali acha que eles são bonequinhos de chocolate branco falantes  e corre atrás deles para comê-los. Eles se escondem em cima de um algodão doce de árvore e explicam que eles são do planeta Doce, onde tudo é feito de guloseimas doces, mas por causa da alta população, resolvem invadir a Terra e precisam transformar as coisas em doces para o povo deles se adaptarem ao planeta, e a Magali comendo tudo está acabando com o plano deles. Magali gostaria que eles ficassem lá, a Terra ficou mais bonita sem poluição, arranha-céus, fábricas, só tem doces e mais doces e ia adorar os outros bonequinhos brancos estivessem lá para devorar todos.

Trecho da HQ "Lar doce lar"

Os alienígenas fazem tudo voltar ao normal na Terra para derrotar a Magali e depois aparece o chefe deles reclamando que a missão não foi cumprida. Eles avisam que  a Terra não é lugar seguro para o povo deles, os habitantes são nativos canibais e eles vão embora na nave à procura de outro planeta. No final, o noticiário da TV mostra que a os extraterrestres foram embora e a Terra está salva da invasão e Magali fica com raiva , falando que quando a história começa a ficar boa, acaba.

Deu para ver que sem querer a Magali salvou a Terra de mais uma invasão alienígena. A intenção dela era comer os doces criados, além dos próprios ETs e como eles não queriam ser devorados acabaram desistindo da missão deles na Terra. Boa sacada de ETs feitos de doces,tudo a ver com a Magali e segue estilo de histórias de duplas de alienígenas invadindo a Terra, muito comum na época. Mereceria até ser história de abertura por ser a mais longa do gibi.

Trecho da HQ "Lar doce lar"

Na tirinha final, Magali está em um dentista, que manda a Magali abrir a boca ela diz que depende do que ele vai vai dar para comer. Abaixo, a tirinha completa.

Tirinha da edição

Então, esse gibi é muito bom, mostra a característica real da Magali de só pensar em comida, em todas as histórias envolveram comida, pena que não teve Dudu e Mingau, as novidades da época, mesmo assim não tirou a magia do gibi. Traços excelentes em todas as histórias, dava gosto de ver desenhos assim. Marcado por desbancar o gibi da 'Mônica Nº 29', embora foi muito bom também, mais gente teve essa 'Magali Nº 4' do que da Mônica, na minha parte foi comprado os 2 gibis e nem sei qual foi o melhor deles. Enfim, um gibi que vale a pena ter na coleção e muito bom relembrar há exatos 30 anos.

segunda-feira, 20 de maio de 2019

Histórias Semelhantes 6: Cascão apaixonado pela Mônica quando cai na lama

Mostro 2 histórias semelhantes com o Cascão apaixonado quando a Mônica caiu na lama. A versão original foi publicada em 'Mônica Nº 17' (Ed. Globo, 1988) e a segunda versão saiu em'Cascão Nº 62' (Ed. Globo, 1989).

Capas: 'Mônica Nº 17 (Ed. Globo, 1988) e 'Cascão Nº62' (Ed. Globo, 1989)

Na versão de 1988, com o título "Bela Mônica", de 5 páginas, ela está caminhando e tropeça numa pedra e acaba caindo em uma lama, ficando toda imunda. Cascão  encontra a Mônica suja e fica admirado, perguntando se é ela mesma, que está uma gracinha, um charme, beija a mão dela e pergunta se quer ser sua namorada.

Trecho da HQ "Bela Mônica" ('Mônica Nº 17' - Ed. Globo, 1988)

Mônica diz que ele está doido e maluco e Cascão responde que está maluquinho por ela, principalmente por ter aderido à sujeira e ela diz que é por pouco tempo. Ela encontra um suposto rio e tenta mergulhar, mas estava seco e só consegue ficar mais empoeirada, fazendo o Cascão ficar mais admirado ainda e deseja um abraço dela, mas ela recusa.

Trecho da HQ "Bela Mônica" ('Mônica Nº 17' - Ed. Globo, 1988)

Depois, Mônica encontra uma torneira, mas estava seca e vai correndo para casa. Lá, toma banho na banheira e fica toda limpa e faz questão de voltar para rua para o Cascão vê-la linda e ele se decepciona. No final, Magali tropeça na mesma pedra e cai na lama e Cascão se apaixona por ela, começando tudo de novo.

Trecho da HQ "Bela Mônica" ('Mônica Nº 17' - Ed. Globo, 1988)

Na segunda versão de 1989, com o título "Divina e maravilhosa", de 3 páginas, começa com mesmo estilo da outra, com Mônica caminhando e tropeçando em uma pedra e caindo na lama. Cascão vê e fica admirado. Mônica diz que vai dar cascudo se ele rir, e ele diz que não faria isso e ajoelha, beijando a mão  e falando que ela está linda, divina e maravilhosa.

Trecho da HQ "Divina e maravilhosa" ('Cascão Nº 62' - Ed. Globo, 1989)

Mônica pensa que Cascão está tirando onda com a cara dela, mas logo vê que não quando ele a convida para tomar sorvete. Ela dispensa e fala que vai para casa tomar banho. Cascão diz para não fazer isso porque toda a beleza dela vai para o ralo e eles farão um casal perfeito. Mônica responde que nem morta e vai para casa. Assim, Cascão joga uma pedra  no chão e mais água na lama e surge a Magali prestes a cair na lama e a gente descobre, então, que foi um plano para deixar as meninas sujas e ver se namora alguém.

Trecho da HQ "Divina e maravilhosa" ('Cascão Nº 62' - Ed. Globo, 1989)

Comparando as 2 versões, a ideia original do roteiro é igual da Mônica cair na lama e o Cascão se apaixonar por ela, que foge dele por não quer namorá-lo. Nas 2 versões aparecem só 3 personagens: Mônica, Cascão e Magali.  A grande diferença foi o final, já que na primeira versão, tanto Mônica e Magali caem acidentalmente, de forma natural e o Cascão encontra as meninas por acaso também enquanto que na segunda versão, o motivo delas caírem foi por plano do Cascão para namorar uma menina suja. Diferencia também que a versão de 1988 tiveram mais situações da Mônica fugindo do Cascão enquanto que em 1989 foi criada de forma mais objetiva, ela já deu fora nele logo.

Gostei mais da primeira, até por ser mais elaborada e achei a melhor espontaneidade da Mônica e Magali caírem na lama. Não gostei muito também do Cascão segurar balde d'água, mesmo que a intenção era para formar a lama para Magali cair. Quem sabe a intenção do roteirista seria lama no balde e pintaram de azul sem querer, mas fica a impressão de como saiu no gibi.

Comparação das primeiras páginas entre as histórias de 1988 e 1989

Motivo de criarem histórias semelhantes em tão pouco tempo (exatos 1 ano de uma para outra, pois as duas são do mês de maio)  não dá para saber, pode simplesmente esquecerem que já havia sido publicada ou então quiseram dar um novo final para a primeira história.  Aliás, essa foi uma piada muito comum nos gibis, além dessas histórias tiveram até outras envolvendo outras meninas fora das principais e tiveram tirinhas e até capas semelhantes envolvendo isso.

Capas semelhantes: 'Cascão Nº 55' (Ed. Globo, 1989) / 'Cascão Nº 183 (Ed. Globo, 1994)

De curiosidade, a primeira história era para ter 4 páginas se não tivesse propagandas inseridas, tão comuns na época. Cada propaganda ocupou 1 ou 2 quadrinhos cada páginas e somadas incluiu 1 página a mais na história. Em republicações, não colocavam propagandas nessas partes, ficando o número real de páginas nos almanaques. Interessante a propagando das crianças pedirem pipa do Atchin & Espirro por correspondência, chato é que teria que cortar o gibi para enviar esse cupom para poder comprar a pipa. Em breve posto mais histórias semelhantes aqui no Blog.

quinta-feira, 16 de maio de 2019

Capa da Semana: Cebolinha Nº 101

Uma capa bem divertida com a Mônica brincando de jogar argolas no cabelo do Cebolinha, que não gosta nenhum pouco disso e nem pode recusar senão apanha.

A capa dessa semana é de 'Cebolinha Nº 101' (Ed. Globo, Maio/ 1995).


domingo, 12 de maio de 2019

Rolo: HQ "Pais e filhos"


No Dia das Mães, mostro uma história em que a mãe do Rolo implicou com a namorada dele. Com 6 páginas, foi publicada em 'Mônica Nº 74' (Ed. Globo, 1993).

Capa de 'Mônica Nº 74' (Ed. Globo, 1993)

Nela, o Rolo chega em casa e apresenta  para a mãe a sua nova namorada. Suzi tenta dar um aperto de mão, mas a mãe ignora, deixando no vácuo e convida para sentar. Rolo, sem graça, diz pra Suzi que a mãe é meio desligada e deixa elas conversando sozinhas enquanto vai arrumar o quarto dele.


Suzi comenta que a mãe do Rolo é mais nova que pensava e mãe, por sua vez, diz que parece um pouco velha para o filho dela. Suzi diz que só tem 17 anos e a mãe diz que pensou que fosse 30. Suzi diz que a casa é bonita e a mãe responde que viu só a sala.


A mãe pergunta o signo da Suzi, que diz que é de Touro e a mãe diz que não dá certo com o signo do filho, que é de Áries. Suzi fala que ela é do mesmo signo Touro e o pai é de Áries e a mãe do Rolo diz que é ascendente em Leão. Em seguida, a mãe pergunta se Suzi quer chá, ela aceita e a mãe diz que só tem cafezinho. Ela traz um café sem açúcar, dizendo que foi distração, e depois traz de novo com açúcar e aí Suzi acha uma delícia e a mãe agradece sem entusiasmo.


Rolo volta e chama a Suzi de benzinho, falando que eles podem ir sair. A mãe pensa que estava falando com ela e comenta que ele nunca a chamou de benzinho e pergunta pra onde vão. Rolo diz que estava falando com a Suzi e a mãe diz que estava brincando. Quando estão prestes a ir embora. a mãe pergunta se o Rolo não vai dar um beijo, reclama que não se importa mais com ela. Rolo dá o beijo e eles vão embora.

No final, Suzi comenta que a mãe do Rolo tem muito ciúme dele e Rolo diz que é porque é filho único. Logo depois, o pai da Suzi esbarra com a filha com o Rolo na rua e pressiona o Rolo querendo saber as intenções com a filhinha dele.


Muito legal essa história, mostra o ciúme da mãe diante da namorada do Rolo. Situação que ocorre muito na vida real, onde as mães tem ciúme das namoradas dos filhos, principalmente dos filhos únicos, têm medo de perdê-lo para as namoradas, não ter mais atenção deles, se sentir excluída da vida do filho e ficar sozinha e acabam descontando o desprezo com as namoradas. Algumas têm até ciúme doentio, capaz até de torcer que o filho termine o namoro, e, assim, tem que ter ajuda psicológica para tratar isso.


A história retrata isso com bom humor, não chega a ser ciúme doentio, até por ser gibi infantil, apenas pra mostrar o que acontece na vida real. Legal o diálogo da mãe do Rolo com a Suzi, principalmente sobre a idade delas e os signos. A gente até viu que o Rolo é de Áries, pelo menos nessa história, já que na MSP não tem uma cronologia. Interessante o Rolo namorar uma menor de idade, sendo que nos anos 90 ele tinha por volta de 19 anos, cursando primeiros anos da faculdade, então, seria a faixa etária dele, 2 anos a menos não faria diferença. 


Os traços muito bons, típico dos anos 90, interessante a mãe do Rolo parecer com a mãe do Titi, desenharam elas bem parecidas, assim como fizeram com a mãe do Astronauta e a Tia Nena da Magali. O nome da mãe nunca foi revelado nas histórias dele. Como em cada história, o Rolo aparecia com uma namorada diferente, então a Suzi só apareceu nessa história. Essa característica da mãe do Rolo protetora e com ciúme das namoradas também ficou só nessa história, não foi seguido adiante. 

sexta-feira, 10 de maio de 2019

Capa da Semana: Magali Nº 258

Dia 10 de maio é aniversário da Magali. Em homenagem, mostro uma capa de exatos 20 anos com a Magali escalando o bolo gigante da sua festa de aniversário como se fosse uma montanha para poder comer o bolo todo sozinha. 

Na Editora Globo nem sempre  as capas de aniversário eram em referência ao que acontecia na história de abertura, faziam capas com piadas de aniversário, mas a gente sabia que tinha história desse tema no gibi.

A capa dessa semana é de 'Magali Nº 258' (Ed. Globo, Maio/ 1999).


domingo, 5 de maio de 2019

Turma do Penadinho: HQ "As faces da morte"


Compartilho uma história em que a Dona Morte permitiu que um motoqueiro escolhesse de qual forma ele queria morrer. Com 6 páginas no total, foi publicada em 'Cascão Nº 102' (Ed. Abril, 1986).

Capa de 'Cascão N º 102' (Ed. Abril, 1986)

Começa o motoqueiro Alberico em alta velocidade na sua moto cantando "Vital e sua moto" dos Paralamas do Sucesso, quando surge a Dona Morte do nada como se estivesse em uma moto e Alberico estranha a façanha dela e acha legal a roupa dela, bem punk e chocante.


Dona Morte diz que ele vai se chocar correndo na moto naquela velocidade. Alberico pergunta se é guarda de trânsito e ela responde que é a Morte. Primeiro Alberico fica aliviado porque não vai ter outra multa, mas logo se toca que se tratava que ia morrer. Rle fica desesperado perguntando como, onde e por que vai morrer e Dona Morte diz que correndo feito o Airton Penna (Ayrton Senna) e sem capacete, vai sofrer um acidente na próxima esquina e virar paçoca.


Alberico para a moto imediatamente e diz que não vai morrer assim bestamente, é o melhor motoqueiro da cidade e os amigos iam zoar. Dona Morte fala que não adianta reclamar, a hora dele chegou e estão atrasados. Alberico diz se quiser levá-lo, que seja de outra forma porque de acidente de moto ele não morre

Dona Morte reclama que isso que dá ser simpática e avisar à vítima do que vai morrer e assim leva o Alberico até em frente a um precipício e o manda se jogar. Alberico diz que suicídio não faz parte dos princípios dele e quer morrer de uma forma emocionante como ser devorado por leões selvagens. Eles vão até onde tinhaum leão, quando Alberico ver o leão rugindo na sua frente, desiste e diz que é indigesto e o bichinho não ia gostar e resolve ser morto por um bandido e manda trazer um bandidão.


Depois de um tempo, Dona Morte volta com o bandido e ela manda assaltar e dar um tiro no Alberico. O bandido estranha que a vítima que que dê um tiro bem no coraçãozinho e sai correndo achando que os dois eram malucos. Então, Dona Morte sugere que ele morra de ataque cardíaco, que é rápido e eficaz.

Alberico fala que quer morrer como sempre sonhou pilotando uma nave espacial, quando é atacado por naves inimigas e após uma batalha entre as naves, um alienígena de 5 olhos e 20 bracos invade a sua nave e o atinge com uma arma de rais zeta e morre. Aí percebe que a Dona Morte tinha sumido e se pergunta se foi tudo um sonho e pra se precaver vai passar a usar capacete e correr menos com a moto daqui para frente.

No final, Dona Morte chega no cemitério com raiva e Penadinho estranha ela voltando com mãos vazias. Dona Morte responde que do jeito que as pessoas andam exigente, vai ter que arrumar mais verbas para fazer o serviço dela ou só chegar na hora "H" porque cliente morto não reclama.


Essa história é muito divertida, a Dona Morte querendo ser simpática de avisar do que o motoqueiro vai morrer e permitir ele escolher a forma que queria morrer e acabou nem conseguindo matá-lo com tantas exigências. Se ela não tivesse avisado e tivesse deixado ele continuar com a moto acelerada, Alberico conseguiria morrer de acidente de moto. Ela até faria a vontade dele de morrer por alienígenas se tivesse verba para isso.  Quem dera se na vida real a gente pudesse ser avisado que ia morrer ou pudesse escolher a forma de morrer e essa historia permitiu essa fantasia.


Eram muito boas as histórias da Dona Morte discutindo com as suas vítimas antes de morrerem, com elas tentando enrolar a Dona Morte, a maioria ela conseguia matar as suas vítimas, mas tinham vezes que não conseguia como nessa. Histórias assim não fazem mais hoje e nessa com presença de bandido aí que não fariam mesmo.

Os traços muito bons, uma arte-final bem caprichada. Legal a lembrança da música "Vital e sua moto" dos Paralamas do Sucesso, não teve letra parodiada, já o.Ayrton Senna teve seu nome parodiado. Na época ele já era um piloto de Fórmula 1 famoso, apesar de ainda não ter conseguido um título mundial, que aconteceria só em 1988. Uma boa coincidência ele ser citado na história e eu ter postado logo no mês que completa 25 anos da sua morte (1 de maio de 1994).


Foi republicada depois em 'Coleção um Tema Só Nº 11 - Cebolinha e o Louco' (Ed. Globo, 1995).  Os primeiros Temáticos da Globo tinham histórias de secundários sem nada a ver com o tema proposto. Alguns sem querer até se encaixava de uma certa forma com o tema, outros não. Nessa história da Dona Morte ainda pode dizer que teve a loucura do Alberico escolher a forma de morrer, ter um roteiro absurdo mesmo não aparecendo o Louco. Aliás, até que é uma boa sugestão de criarem um Temático com histórias envolvendo loucuras dos personagens sem serem feitas pelo Louco. Abaixo, a capa desse 'Coleção um Tema Só'.

Capa de 'Coleção Um Tema Só Nº 11 - Cebolinha e o Louco' (Ed. Globo, 1995)