quinta-feira, 25 de fevereiro de 2021

Capa da Semana: Chico Bento Nº 173

Uma capa muito criativa permitindo os leitores procurarem o Chico Bento no meio da multidão e com clara referência a "Onde está Wally?". Teve alusão à divertida história de abertura "Perdido na cidade", em que o Chico se perde do primo Zeca na cidade arrumando várias confusões onde passa. Dá até para encontrar também o primo Zeca, apesar de desenhado com nariz pequeno, e também o Mauricio de Sousa  comentando sobre algum trabalho da MSP no meio da rua junto da sua esposa Alice e da colabora Fátima. "Onde está Wally?" estava em alta na mídia na época, ainda mais com o desenho animado que passava na televisão, e aí com a sinopse da história deve ter permitido o roteirista ter inspiração para fazer essa homenagem. 

Pena o código de barras ter atrapalhado a ilustração, foi a segunda revista do Chico Bento que passou a ter código de barras nas capas, começando na edição "Nº 172" e ainda teve um espaço em branco no canto esquerdo do topo da revista, que foi reservado a exemplares de assinantes, que também passou a ter isso nas capas quando passaram a colocar código de barras em setembro de 1993. Na época, era raro ter capas com alusão à história de abertura, só pra ter uma ideia, essa foi a quinta capa do Chico Bento da Editora Globo com referência à história desde 1987 até aquele momento de 1993.

A capa dessa semana é de 'Chico Bento Nº 173' (Ed. Globo, Setembro/ 1993).

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2021

Magali: HQ "É um espanto!"

Em fevereiro de 1991, há exatos 30 anos, a revista da Magali estava completando 2 anos. Em comemoração, foi feita uma história especial do aniversário da revista, que mostro nessa postagem. Com 9 páginas, foi história de abertura de 'Magali Nº 44' (Ed. Globo, 1991).

Capa de 'Magali Nº 44' (Ed. Globo, 1991)

Escrita e desenhada por Rosana Munhoz, Magali vê o Cebolinha correndo segurando uma caixa. Ela pergunta o que ele está levando na caixa e pelo cheiro percebe que é comida. Cebolinha diz que é para o Floquinho e vai embora. Magali o chama de regulado porque sabe que o Floquinho só come ração.

Em seguida, vê o Cascão saindo de uma doceria e lhe pede um docinho. Cascão diz que está segurando sua coleção de besouros e vai embora. Depois, Magali vê Jeremias carregando carrinho de guaraná e ela lhe pede um e ele diz que não pode porque está fazendo entrega para o Seu Arlindo da venda, mas Magali, escondida, vê que o Jeremias estava entregando na casa dele.

Magali fica triste que seus amigos a evitam só porque é comilona e vai até a casa da Mônica desabafar. Ela conta tudo e Mônica acha bobagem, todos a adoram. Magali resolve ir à cozinha fazer um lanchinho e Mônica impede, dando desculpa que a cozinha está em reforma. Magali fala que não precisa explicar e vai embora chorando. O telefone da Mônica toca, era o Cebolinha, e Mônica conta que a a Magali esteve lá e quase descobriu o bolo na cozinha e que ela não podia descobrir sobre a festinha, comilona do jeito que é, não ia sobrar nada.

Magali fica mal, faz drama que a dor a sufoca e a machuca, os amigos a ignoram e não tem amigos. Aumenta a fome, come 2 cachorros-quentes e fala que não vai mais falar com eles. Logo, ela vê a turma indo escondida até o laboratório do Franjinha carregando coisas e lamenta que não foi convidada para a festa. Quando vão embora, ela vai lá dar uma espiadinha e vê tudo arrumado bonito, cheio de doces e guloseimas. Magali resolve experimentar um de cada, mas vai experimentando mais que devia e acaba exagerando. Ela sai e diz que foi bem feito, quem mandou a esnobarem. 

No outro dia, a turma acorda a Magali em casa e mandam ir com eles, fazendo mistério. Magali diz que não devia ir, eles não merecem e Mônica pede desculpa do jeito com que a trataram ontem e Magali interrompe que eles não queriam que ela comesse os quitutes deles. Cascão pergunta qual dia era hoje e ele logo responde que é dia 22 de fevereiro, aniversário da revistinha da Magali.

Cebolinha conta que fizeram o mistério porque queriam fazer uma festa. Ao entrarem, quando falam surpresa para ela, eles se espantam de ver tudo comido e revirado. A solução no final foi todos irem a lanchonete comer cachorro-quente, com eles falando que mo aniversário da revistinha da Magali, a festa é sua, mas são eles que têm a surpresa.

Muito legal essa história. A turminha estava querendo fazer festa surpresa em comemoração aos 2 anos da revista da Magali e tinham que esconder as comidas para ela não comer antes da hora, mas ela acabou descobrindo o esconderijo e comeu tudo até por vingança por acharem que eles estavam regulando comida, não convidarem para a festa e não gostarem dela e eles tiveram a surpresa no final. 

Como era bom ver a Magali assim comendo tudo que via pela frente sem controle e ainda comer a comida dos outros, sendo egoísta e achar ruim quando regulavam comida já que sabiam da sua fama comilona. Incrível Magali comer e beber tudo da festa sozinha, esses absurdos eram excelentes. Essa Magali não existe mais, inclusive é raro vê-la comendo nas revistas atuais, por isso essa história não seria aceita nos dias de hoje. A palavra "azar" também seria proibida, substituída no contexto por "problema deles" ou "má sorte", por exemplo.

Foi uma grande sacada da Rosana criar história comemorativa aos 2 anos da revista da Magali. Dava perfeitamente para ser história de aniversário da própria Magali, mas ela queria prestar essa homenagem ao aniversário da revista. Legal que ainda teve uma data oficial de lançamento, dia 22 de fevereiro, que realmente foi essa data, visto que  os primeiros números enquanto era mensal até a "Nº 9" chegava sempre mais para o final de cada mês. Gostava quando tinham homenagens às revistas dos personagens, além da Magali, o Cebolinha também teve história especial de aniversário de revista em 'Cebolinha Nº 120' da Editora Abril de 1982, em homenagem aos 10 anos da revista até então (que deveria ser a edição Nº 121" de janeiro de 1983). 

A revista da Magali foi lançada em 22 de fevereiro de 1989, idealizada pela Rosana e com grande sucesso e histórias muito boas só dela e da sua turma como Dudu, Mingau, Quinzinho, Tia Nena e Tio Pepo. Infelizmente com o tempo foi se perdendo por causa do politicamente correto adotado nas revistas da MSP. Para evitar de ter histórias de Magali comilona, teve a fase em que as revistas dela eram repletas com histórias com o Mingau, só dava ele bem exaustivamente, e hoje, simplesmente, colocam mais histórias de secundários diversos e nas histórias da Magali sem nada a ver com comida e sua gula.

Os traços nessa história ficaram bem encantadores, gostava quando a Magali e a Mônica ficavam com franjinhas mais destacadas assim, como Rosana desenhava bem. Esse papel oleoso também era ótimo, deixava a core muito boas. A capa da edição até foi em referência à história de abertura, apesar de não mostrar o que aconteceu na história, apenas mostrando o tema da história e destacar que era uma edição comemorativa. 

Foi a terceira edição da Magali até aquele momento que teve capa com alusão à história de abertura, depois das "Nº 30" e "Nº 39", ambas de 1990. E foi a primeira edição da Magali que teve "1991 Mauricio de Sousa Produções" no rodapé da primeira página, as Nº 41, 42 e 43 colocavam "1990..." no lugar. Sem dúvida "É um espanto" é um clássico e muito bom relembrar há exatos 30 anos. E vivam os 32 anos da revista da Magali!

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2021

Papa-Capim: HQ "Meu nome..."

Mostro uma história em que o Papa-Capim tenta descobrir porque se chama assim. Com 4 páginas, foi publicada em 'Chico Bento Nº 47' (Ed. Globo, 1988).

Capa de 'Chico Bento Nº 47' (Ed. Globo, 1988)

Papa-Capim está reunido com seus amigos e cada um conta sobre o significado de seus nomes. Pequeno Trovão diz que seus pais o chamaram assim porque no dia que nasceu chovia e trovejava muito. A Jaci se chama assim porque a Lua brilhava cheia e redonda no céu e Jaci significa Lua. Já Cafuné conta que tem esse nome porque ele gostava muito de cafunezinho da mãe quando era pequeno.

Jaci pergunta ao Papa-Capim porque tem esse nome e ele não sabe. Pequeno Trovão diz que é porque ele comia capim quando criança ou a mãe chamava: "Vem papar capim!". Brabo, Papa-Capim fala que não é nada disso e Pequeno Trovão diz que vai ver que os pais adivinharam que ele não seria um grande guerreiro senão teriam dado um nome mais valoroso. Papa-Capim fala que deviam chamar Pequeno Trovão de Piolho-Chato e vai embora para não ouvir mais desaforos.

Cafuné vai atrás e diz que Pequeno Trovão é um grande falador e não ligar pra ele. Papa-Capim diz que ele tem razão, os pais colocaram um nome bobo e sem graça e não gostam dele e pergunta por que não o chamaram de "Onça Esperta", "Flecha veloz" ou "Mandioca Cozida" e com tanto nome bonito, colocaram esse para todo mundo rir dele e começa a chorar. Cafuné fala que um nome bonito não quer dizer nada, pode provar que é valoroso e tem ideia do Papa-Capim perguntar aos pais o significado do nome dele.

Papa-Capim pergunta para a mãe porque ele tem esse nome sem significar alguma coisa como os outros indiozinhos. A mãe explica que quando nasceu, o pai dele viu vários passarinhos no campo, os "Papa-Capim". Então, ele tem nome de pássaro e que significa liberdade. Papa-Capim fica feliz em saber que não tem nada a ver em comer capim. Ele conta a novidade para os seus amigos, deixando Pequeno Trovão com raiva. Jaci acha lindo e Cafuné queria saber por que esses pássaros se chamam Papa-Capim. No final, mostra os pássaros comendo capim e conversando que está gostoso e o outro comenta que falta sal. Ou seja, os pássaros se chamam assim porque realmente comem capim.

História legal com o Papa-Capim sendo zoado por ter esse nome e pensar que é porque come capim até descobrir o real significado que era liberdade, mas os pássaros realmente tinham esse nome por comerem capim. Cada nome tem um significado importante, mas para os índios eles se preocupam em criar nomes pensando em um significado e criaram essa história baseada na cultura indígena e foi bom ver os significados dos nomes dos personagens.

O Cafuné a gente já imaginava de se chamar assim por gostar de cafuné na cabeça. Jaci é nome de Lua na cultura indígena, fica bonito em nome de índia. Já tiveram outras historias com indiazinha Jaci só que desenhada diferente a cada história e dessa vez como namorada do Papa-Capim. A Jurema é considerada atualmente como namorada oficial do Papa-Capim, mas no início ela ainda não era oficial e era comum ele aparecer namorando outras indiazinhas. O Papa-Capim foi criando e 1963, mas ele só teve histórias mais desenvolvidas nas revistas do Chico Bento a partir de 1982 e, então, em 1988 ainda era pouco tempo e ainda faziam experiências com o estilo de suas histórias.

O pai do Papa-Capim não apareceu nessa história, era raro aparecer na fase clássica, atualmente colocaram que é o pai dele é o Cacique da aldeia. Foi bom ver o Pequeno Trovão zoando o Papa-Capim. Ele só apareceu nessa história, mas podiam ter continuado como um antagonista fixo ao Papa-Capim, teria potencial. 

Os traços ficaram muito bonitos, principalmente os desenhos da selva, como sempre caprichavam bem nisso. Deu para notar que no primeiro quadrinho tinha uma indiazinha na roda de amigos, mas que nem deu seu depoimento de nome e ainda sumiu no resto da história. Era normal acontecer de personagens aparecerem no início e sumirem no decorrer da  história, uma que exemplificou bem foi a "Vai provar ou não?" (MN # 168 - Ed. Abril, 1984) em que a Magali e alguns meninos sumiram durante a história. Quem sabe era falta de atenção do roteirista já que o personagem não tinha importância na trama, mas nada que isso  tirasse o mérito das histórias, eram boas assim mesmo.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2021

Capa da Semana: Cebolinha Nº 73


Nessa capa Cebolinha está jogando beisebol, todo empolgado para arremessar a bola com a cara da Mônica. Só assim para ele conseguir derrotar a Mônica. Muito legal.

A capa dessa semana é de 'Cebolinha Nº 73' (Ed. Globo, Janeiro/ 1993).

sábado, 13 de fevereiro de 2021

Cascão : HQ "Águas passadas não lavam porquinhos"

Em fevereiro de 1991, há exatos 30 anos, foi lançada a história "Águas passadas não lavam porquinhos" em que o Chovinista teve que impedir o Cebolinha, junto com a Mônica, dar banho no Cascão em mais um plano infalível contra o Cascão. Com 12 páginas, foi publicada em 'Cascão Nº 106' (Ed. Globo, 1991).

Capa de 'Cascão Nº 106' (Ed. Globo, 1991)

Começa com o narrador-observador  apresentando o Chovinista, o porquinho do Cascão, tão sujinho malcheiroso como o dono, é cara de um, focinho do outro, e que ele tem o dom de farejar água e, com isso, se torna uma espécie de anjo da guarda do Cascão.

Chovinista fareja e detecta água que o Cebolinha ia molhar o Cascão e dá o aviso. Cebolinha reclama que errou de novo e Cascão fala que vai errar sempre porque tem um alarme contra água, que era o Chovinista. Cebolinha fica com raiva e reclama com a Mônica que o Chovinista fica protegendo o Cascão e nunca vai conseguir dar banho no Cascão. Mônica fala para desistir e ele diz que nunca, pois seria o mesmo que desistir de fazer planos infalíveis contra ela.

Cebolinha lamenta que se Cascão tomasse banho, ia ver como era gostoso e saudável e Mônica diz que o Cascão está todo confiante com o Chovinista, todo tranquilo e distraído e pode o Chovinista um dia falhar. Cebolinha chama a Mônica de gênio e tem ideia de trocar o Chovinista por um porquinho chamado Gordurinha, que era do sítio do pai do Paulinho. Só que ao invés de farejar água, ele fareja espiga de milho. Então, Cebolinha se prepara para o maior banho da paróquia.

Cascão resolve cochilar um pouco e Chovinista fica de olho se vai chover. De repente, ele ouve pingos de água caindo e vai verificar. Quando chega atrás da moita, era a Mônica pingando água no chão de um conta gotas e Cebolinha pega o Chovinista e deixa  preso em uma rede em uma árvore e coloca o porco Gordurinha ao lado do Cascão.

Cebolinha pergunta para a Mônica se está tudo certo na parte B do plano e ela explica que ali perto tem um super chuveiro armado com lança-xampus e perfumes e só o Cascão pisar no botão que vai que ter mudar seu nome para "Limpão". Cebolinha diz que para garantir que ele vai passar naquele local, deixou umas espigas de milho para o Gordurinha farejar. Chovinista ouve tudo e tenta arrumar um jeito de sair da rede roendo as cordas.

Cascão acorda e pensa que Gordurinha é o Chovinista e acha que está menos sujo do que antes da soneca. Gordurinha fareja espigas de milho e corre em disparada e Cascão pensa que era uma ameaça grande atrás deles para correr daquele jeito. Nisso, Chovinista consegue escapar da rede, Mônica não consegue pegá-lo porque estava escorregadio de lama e Cebolinha é atropelado com a velocidade dele correndo. Gordurinha continua correndo e para quando encontra as espigas de milho, fazendo Cascão cair longe. 

Enquanto isso, Chovinista corre para salvar o Cascão e Cebolinha e Mônica tentam alcançá-lo. Enquanto come, Cascão reclama que Chovinista parou para comer e que nunca ligou para milho. Cascão está prestes a pisar no botão. Chovinista empurra o Cascão e consegue salvá-lo de pisar no botão. No susto, Cascão pensa que é outro porco, empurra o Chovinista e ele cai em cima do botão acionando a invenção do super chuveiro fazendo molhar o porquinho.

Mônica e Cebolinha chegam e pensam que Cascão tomou banho. Quando veem, a principio pensam que o Cascão era um porco por baixo da sujeira, mas logo veem que era o Chovinista e perguntam pelo Cascão. Ele fala que está ali, sequinho e charmoso, chamam os amigos de traidores com plano diabólico de trocar o Chovinista por um porco comedor de espigas e que não deu certo. Cebolinha lamenta porque Cascão ia gostar do banho se experimentasse.

Cascão diz que mesmo que tente mil vezes nunca vão conseguir nada com esses planos porque tem o Chovinista para se defender. Cascão lamenta o estado limpo do seu porquinho e que quando chegar em casa vai ter que tomar banho de lama. Ao se aproximar do Chovinista, para a surpresa do Cascão, ele se desvia. No final, o narrador-observador fala que os meninos tinham razão de quem toma banho pela primeira vez não esquece porque o Chovinista continua farejando água para o Cascão, só que adora quando a encontra, mostrando tomando banho na torneira, ou seja, passou a gostar de limpeza.

História muito legal e envolvente com o plano do Cebolinha de trocar os porquinhos para fazer o Cascão tomar banho. Não conseguiu dar banho no Cascão, mas conseguiu o Chovinista gostar de limpeza. Mostra um marco do Chovinista gostando de banho e limpeza, apesar de que durante os anos 1990, o Chovinista continuava sujo, porém, a partir dos anos 2000, mudaram completamente o porquinho, está descaracterizado cuidando de limpeza de onde passa, jogando flores e perfumes em todo lugar todo saltitante. Pelo menos aí, ele só tomava banho, mas agora não suporta sujeira.

Eu gostava dos planos infalíveis do Cebolinha contra o Cascão, eram bem criativos tanto quanto os que ele fazia contra a Mônica. Planos contra a Magali também eram legais. Inclusive, dessa vez a Mônica  ficou no lugar de assistente que seria do Cascão se o plano fosse contra ela. Dava tranquilamente também para ser plano dos vilões Cremilda e Clotilde ou Doutor Olimpo e seu assistente Sapóleo no lugar das crianças, não ficaria ruim.

Cebolinha foi até inteligente em criar uma invenção de super chuveiro, estilo invenção de Franjinha ou do Doutor Olimpo. Era engraçada a cara maquiavélica que o Cebolinha fazia em seus planos. O Gordurinha só apareceu nessa história e seu dono Paulinho do sítio e seu pai foram apenas secundários citados e fica só na imaginação dos leitores de como eram. Incorreta hoje por conta de Mônica e Cebolinha agindo como vilões em dar banho contra a vontade do Cascão a ponto de sequestrar o Chovinista para conseguirem o que queriam, foram bem perversos. As palavras "diabólico"  e "Droga!" também são proibidas nas revistas atuais e seriam mudadas.

Os traços excelentes que davam gosto de ver, com direito a só curva nos olhos quando estavam bem brabos ou bem tristes, adorava quando tinha isso. Até o título foi criativo com trocadilho do ditado "águas passadas não movem moinho".  Gostava também das revistas com esse papel oleoso, deixava as cores bem bonitas, lembrava até papel de revistas da Editora Abril, mas logo mudaram, pois viviam mudando papeis e cores na Editora Globo. Ainda continuavam o rodapé "1990 Mauricio de Sousa Produções" ao invés de "1991...", nas revistas de janeiro e primeira metade de fevereiro de 1991 faziam isso, depois normalizou,  já nos créditos finais com a tirinha informavam normal como janeiro/ 91 ou fevereiro/ 91. Muito bom relembrar essa história há exatos 30 anos

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2021

Uma história do Chico Bento reproduzindo uma foto

Mostro uma história em que o Chico Bento quis reproduzir uma foto que viu em um livro. Com 2 páginas, foi publicada originalmente em 'Mônica Nº 98' (Ed. Abril, 1978) e republicada em 'Almanaque da Mônica Nº 7' (Ed. Globo, 1988). 

Capa de 'Almanaque da Mônica Nº 7' (Ed. Globo, 1988)

Chico Bento vê foto de um Shogun Oriental em um livro e tem ideia de fazer uma igual. Como não tinha os bichos, trono e foice originais, resolve improvisar com o que ele tinha na roça. Ele pega uma cadeira de balanço, um tridente de roçado e bichos de outra pessoas que encontra na roça:  2 cachorros simples, um gato e uma galinha no lugar de 2 cães-de-guarda, uma onça e uma águia, respectivamente.

Hiro é encarregado de tirar a foto e pergunta se Chico não quer tirar uma foto mais natural. Ele manda Hiro tirar foto logo e não encher e pensa que se aqueles caras podem tirar foto assim, porque ele não pode tirar. De repente, surgem os donos dos bichos bem brabos por Chico ter roubado os bichos deles. No final, eles colocam o Chico no colo para darem surra na bunda dele de galho de árvore, guarda-chuvada e paulada e aí sim Hiro gosta e resolve tirar a foto por estar bem natural.

História engraçada, bem curtinha essa e divertida. Chico roubou os bichos do povo da roça e resolveram dar surra nele e Hiro, que queria tirar foto mais natural, adorou tirar foto do Chico prestes a apanhar. Hiro sacana. Chico estava com pressa de tirar foto antes dos donos verem que ele roubou os bichos, se tirasse mais rápido dava tempo e ele não precisava apanhar.

Legal ver uma câmera lambe-lambe, hoje remetendo a algo antigo, mas que era possível ver nos anos 1970 com frequência. Gosto de histórias com o Hiro e bom também os donos dos bichos serem só figurantes. O tridente do Chico ficou parecendo uma foice de Diabo, de vez em quando aparecia ele capinando na roça com tridente assim. Impublicável porque aparece ideia do Chico apanhar na bunda, levar guarda-chuvada e paulada, hoje crianças não podem levar surra na bunda de chinelo nem dos pais e não pode ter agressões físicas nas histórias. Fora que ele roubou o bichos dos outros sem permissão e ter tridente lembrando Diabo também não seria aceito. Os traços ficaram bons, típicos dos anos 1970, ainda com vestígios de bochechas pontiagudas, que estavam adaptando aos poucos. 

Nos anos 1970, a personalidade do Chico era diferente, era mais irritado, impaciente e mais lerdo e histórias com mais foco em absurdos e muitas vezes bem curtas. Não tinha nada definido, faziam experiências, melhorou a personalidade quando ganhou revista própria em 1982, mas definida mesmo só a partir dos anos 1990.

Chico Bento também não falava caipirês nos anos 1970, o Mauricio de Sousa até tinha desejo, mas a censura na época não deixava. Então para contornar isso, eram comuns histórias do Chico mudas ou então com poucas páginas e com textos curtos. Eram grandes números de histórias mudas, principalmente, como solução brilhante do Mauricio para isso. Chico só passou a falar caipirês no gibis a partir de 1980.

As imagens eu tirei do 'Almanaque da Mônica Nº 7' de 1988 e teve alterações colocando um caipirês nas falas do Chico, já nas falas dos secundários mantiveram todos falando certo. Eles alteravam as falas das histórias do Chico dos anos 1970 nos almanaques de 1980 em diante para padronizar com o estilo atual. Foi o primeiro caso de alterações em almanaques da MSP, inclusive na Editora Abril, essas alterações eram tão mal feitas que era nítido perceber que teve alterações lá, depois foram se aperfeiçoando e dava para perceber menos. E no início, eles alteravam, inclusive, as falas do Zé da Roça e do Hiro porque a princípio tinham intenção de eles falarem caipira também, chegaram a ter histórias com eles falando caipira nas revistas de 1980, mas mudaram depois por verem que se encaixariam mais falando certo por serem os mais inteligentes da Turma do Chico Bento. 

A seguir, deixo aqui a história completa:


sábado, 6 de fevereiro de 2021

Mônica: HQ "Vai provar ou não?"

Compartilho uma história em que a Mônica obrigou um bandido a provar o bolo que fez enquanto ele estava assaltando a casa dela. Com 6 páginas, foi história de abertura de 'Mônica Nº 168' (Ed. Abril, 1984).

Capa de 'Mônica Nº 168' (Ed. Abril, 1984)

Nela, Mônica mostra para Magali o bolo que elas fizeram, mas nenhuma das duas não tinham coragem para prová-lo. Mônica tem ideia dos pais experimentarem e quando chega na sala, vê os pais no sofá com braços amarrados reféns de um bandido. Seu Sousa o avisa que é a filha dele e é para falar que é uma visita e logo vai embora e depois pode assaltar e levar o que quiser. 

Mônica pergunta quem é e o Seu Sousa diz que é um amigo e ela pergunta por que está usando máscara e o pai diz que porque ele tem problema na vista e o médico recomendou usar a máscara. O bandido manda Mônica brincar lá fora com a Magali para tratar de negócios com os velhos dela. Mônica diz que os pais não são velhos e deseja que ele prove o bolo que ela fez. O bandido  fala que não vai provar nenhuma gororoba. 

Surge o Cebolinha e acha interessante o homem se recusar a comer o bolo dela e falar que é gororoba. Mônica diz que é o contrário e pede para o bandido disfarçar para que o Cebolinha não espalhe para todo mundo que a comida dela é ruim. O bandido grita que não vai comer nenhuma porcaria e Cebolinha chama os outros meninos que estavam brincando de bolinha de gude lá em frente. Cascão, Franjinha, Jeremias e Humberto vão até lá e parabenizam o bandido que queria brigar com a Mônica, falam que é difícil encontrar alguém com aquela coragem e tentam abracá-lo e pegar autógrafo. Durante o abraço, Cebolinha pega o revólver do bandido sem querer. 

Seu Sousa avisa que ele é um ladrão e Mônica taca o bolo nele, que acaba caindo no chão e o bolo se quebra ao meio de tão duro que estava e com a força que ela taca. No final, o bandido é preso e a mãe, Dona Luísa, pergunta se a Mônica está bem. Ela diz que sim porque é a primeira vez que os meninos falam bem da comida dela enquanto que eles falam para outros meninos que o bolo era ótimo, o ladrão não teve chance e o bolo é até melhor que o coelhinho dela.

História bem legal com a Mônica querendo que o bandido experimentasse o bolo dela, sem saber que era ladrão, e os meninos achando engraçado quando ele disse que o bolo era uma gororoba. De fato, o bolo era muito duro, que pelo menos serviu para derrotar o bandido no lugar de uma coelhada com o Sansão. Se alguém comesse o bolo, quebraria todos os dentes, sem dúvida. 

Foi interessante que até Magali se recusou a provar, já sabendo da fama de péssima cozinheira e os meninos admirados com a coragem do bandido de enfrentar a Mônica e tratando como herói querendo até autógrafo dele, até descobrirem que era bandido. Legal também ver Mônica só tinha preocupação de não ser falada no bairro que não cozinhava bem.

Eles gostavam de fazer histórias com a Mônica cozinhando mal e obrigando até com ameaças os meninos comerem, eram sempre bem divertidas esses dotes culinários dela, mas dessa vez era um ladrão que tinha que experimentar. Típica história completamente incorreta, com personagens envolvidos com bandido, ele mantendo os pais da Mônica como reféns, Cebolinha segurar arma, os meninos tratá-lo como herói, fora Mônica e Magali cozinhando mexendo com fogão sozinhas. Nada disso tem nos gibis atuais, coisas do passado da MSP.

Os traços muito bons, típicos dos anos 1980, já perto dos traços da fase consagrada a partir de 1985. É até curta para uma história de abertura, mas na época era normal ter de aberturas assim com poucas páginas. Normalmente em republicações, curtas assim iam para o miolo dos almanaques e era comum ter umas 3 histórias de aberturas em um mesmo almanaque. Não a toa, foi republicada depois como história de miolo de 'Almanaque da Mônica Nº 21' (Ed. Globo, 1990). Termino mostrando a capa desse almanaque.

Capa de 'Almanaque da Mônica Nº 21' (Ed. Globo, 1990)

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2021

Tirinha Nº 79: Turma do Penadinho

Nessa tirinha, Cranicola fica preocupado que vai chover. Zé Vampir até arruma um guarda-chuva para ele, mas acaba esquecendo de abrir e o Cranicola se molha do mesmo jeito. Como ele só tem cabeça, não tinha condição de abrir um guarda-chuva.

Era engraçado quando o Cranicola era trolado por só ter cabeça, gostava quando acontecia. Essa tirinha até teve outra versão em jornais, só que com o Penadinho no lugar do Zé Vampir. Nas últimas revistas da Editora Abril costumavam ter também tirinhas de final de expediente de outros personagens sem ser titular da revista, assim era comum também ter tirinhas da Turma do Penadinho e do Bidu, além de ter também tirinhas da Magali ou até mesmo do Cascão em uma revista da Mônica ou Cebolinha, por exemplo. Nas revistas da Editora Globo de 2002 e 2003 voltaram a ter tirinhas do Penadinho e Bidu em algumas.

Tirinha publicada em 'Cascão Nº 105' (Ed. Abril, 1986).