quinta-feira, 28 de março de 2024

Os 30 anos do Monicão

O Monicão comemora 30 anos de criação agora em 2024 e em homenagem conto tudo sobre o cachorro da Mônica e mostro algumas histórias dele ao longo dos anos.

Monicão foi criado em março de 1994 para ser o cachorro oficial da Mônica. Antes, todos os personagens principais tinham um bichinho de estimação, menos ela. Apesar do Sansão ter essa função, mas é apenas um coelhinho de pelúcia e ela não tinha um bicho de verdade como o Cebolinha, Cascão e Magali e muitos perguntavam por que só a Mônica não tinha um bichinho de estimação, como aconteceu na história de 'Mônica Nº 190' (Ed. Abril, 1986). 

A Mônica até já chegou a ter um cachorro, o Napoleão, publicada em 'Mônica Nº 49' (Ed. Abril, 1974), só que não vingou e sumiram com ele, e também chegou adotar cachorros de rua, como o Dick na história "Filosofia canina" ('Mônica Nº 13' - Ed. Globo, 1988) e um de rua sem nome da história "Perseguição implacável" ('Mônica Nº 49' - Ed. Globo, 1991), mas faltava  ter um cachorro fixo só dela. Até que foi resolvido em março de 1994 quando ela ganhou o Monicão do Cebolinha e do Cascão como presente de aniversário para ela. 

O Monicão é um cachorro com a cara da Mônica, dentuço, gordinho e cabelo de banana como ela, por isso seu nome com junção de "Mônica" e "cão". Inicialmente, seus traços tinham orelhas de abano voltadas para baixo e uma personalidade como a da dona de um cachorro brabo, atacava as pessoas que estavam incomodando a Mônica ou os meninos que se aproximavam dela para namorar ou quem xingava ou maltratava o próprio Monicão. Nessa fase, tinham balões de pensamentos e ele falava quando conversava com outros bichos. Tinham vezes que ele só participava como um cãozinho da Mônica, fazendo figuração dentro de casa, por exemplo, sem ter importância nas tramas.

Monicão nos anos 1990

A partir dos anos 2000, mudaram a personalidade do Monicão, deixou de ser um cachorro brabo e passou a ser mansinho, bagunceiro, eufórico, hiperativo e atacar apenas objetos, não mais meninos, pessoas em geral ou outros bichos e a Mônica irritada e sem paciência com ele. Se Monicão visse um objeto no chão, como bola, boneca, chinelo, lençol, etc, queria morder para brincar, sem intenção maldosa. Algumas vezes, Mônica tentava o cãozinho a comer ração devagar e não comer tudo de uma vez como fazia. Ele não mais pensa ou fala com outros bichos, só late ou faz grunidos. E atualmente os latidos não aparecem mais dentro de balões, são dispostos como onomatopeias coloridas e soltas de tão alto que ele late.

Pelo visto, não acharam certo ser um cachorro brabo atacando os outros e estimulando violência, e ainda não ter o agrado e simpatia das crianças e influenciavam a elas terem medo de cachorros na vida real, acharam melhor um cachorro amigável, então. Além da personalidade diferente, também mudaram os traços dele, colocando orelhas voltadas para cima com uma leva curva pra baixo nas pontas e não teve mais orelhas de abano,  cabelo de banana menor e menos gordinho, um pouco mais caricato para se adequar à sua nova personalidade.

Monicão a partir dos anos 2000

Sua estreia foi na história "Presente de aniversário atrasado" (Parque da Mônica Nº 15 - Ed. Globo, 1994), tipo uma história interligada à história "Palhaço de festa" (Mônica Nº 87 - Ed. Globo, 1994). Cebolinha e Cascão se dão conta que foram à festa de aniversário da Mônica sem terem levado presente para ela e resolvem dar um presente atrasado. Veem um cachorro na loja e compram, deixando no Parque da Mônica jogando pistas pelo Parque para ela e Magali procurarem pelos brinquedos de lá. Encontram na atração "Casa da Mônica" e Mônica descobre que era um cãozinho com a cara dela que os meninos chamaram de Monicão, que corre atrás deles pelo Parque no final por terem o chamado de dentuço. Realmente os meninos não deram presente para ela em "Palhaço de festa" por estarem preocupados em atazaná-la sendo palhaço e serviu de gancho para depois darem um presente atrasado nessa história do Parque.


Nessa fase dos anos 1990 como um cachorro brabo, Monicão teve histórias legais. Em "Brinca comigo" ('Gibizinho da Mônica Nº 48' - Ed. Globo, 1994), Monicão fica com ciúmes da Mônica só dar atenção ao Sansão e faz de tudo para atacar o coelhinho de pelúcia, só que sempre tinha alguma coisa que impedia o seu plano. No final, Mônica percebe que não estava dando atenção ao Monicão e resolve brincar com ele e fica feliz, jogando o Sansão para longe.


Em "O preço da preferência" ('Gibizinho da Mônica Nº 57' - Ed. Globo, 1995), Monicão ficou triste que a Mônica só saía na rua com o Sansão e não com ele. Mônica percebe e resolve levá-lo para rua dentro de carrinho de boneca. Cebolinha e Cascão pensam que era o Sansão, o roubam e dão nós na orelha do Monicão, que fica brabo e corre atrás deles.


Mônica esquece que não estava com o Sansão e arremessa o Monicão nos meninos como faz com o coelhinho. Monicão providencia de voltar para casa, pega o Sansão, colocando no carrinho e ainda acena com lenço para a Mônica para irem com Deus, reconhecendo que é mais seguro ficar em casa do que sair com a Mônica.


Em "Nossos bichinhos não se dão!" ('Magali Nº 181' - Ed. Globo, 1996), Mônica e Magali fazem com que seus bichinhos, Monicão e Mingau fiquem amigos bem porque viviam brigando quando se viam, já que são cão e gato e naturalmente eles não se dão bem. Só que Mônica e Magali acabam brigando por causa deles e os bichos fazem plano de fingirem que ficaram amigos para suas donas voltarem a se falar. Nessa, o Monicão falou enquanto conversava com o Mingau, entre bichos ele falava.


Em "Alvo errado" ('Mônica Nº 131' - Ed. Globo, 1997), Monicão ataca todos os meninos que estavam xingando a Mônica, que pensa que seu cãozinho queria protegê-la, mas ele corria atrás dos meninos porque pensava que eles estavam o xingando.


Em "Dia de cão" ('Mônica Nº 152' - Ed. Globo, 1999), Monicão ataca os meninos que estavam paquerando a Mônica, era só eles se aproximarem que ele atacava, menos o Cebolinha, porque o Monicão só perseguia os gatos e o Cebolinha não era gato. Um trocadilho de que cachorro não gosta dos bichos gatos com gato de meninos bonitos e o Cebolinha não era bonito.


Já na fase dos anos 2000, Monicão já mudou completamente, deixando bem repetitivas e bobinhas as histórias com sempre com ele bagunceiro, hiperativo e atacando só objetos em vez de pessoas ou bichos e traços diferentes, como já dito. Maioria das histórias a partir de então foram escritas pelo Paulo Back, notando também o Mônicão e outros personagens com olhos redondos arregalados e fazendo biquinhos, características do estilo de histórias dele. 

A estreia dessa nova fase foi em "Cachorro doidinho" ('Mônica Nº 212' - Ed. Globo, 2004). Nela, Magali visita a Mônica na casa dela e Mônicao avança na Magali por gostar dela e também na boneca, no carteiro por gostar dele e no chinelo da Dona Luísa. Mônica e Magali resolvem brincar com ele pra ver se para de ficar agitado e conseguem.  No final, as meninas resolveacordar o Monicão por terem gostado de brincar com ele. Essa história marca os novos traços do Monicão com orelhas para cima, mas ainda com traços bonitos comparados como era na época.


Em "Não morda tudo que voa" ('Mônica Nº 10' - Ed. Panini, 2007), Mônicão avança em tudo que ele vê voando, causando confusão e prejuízos para Mônica. Avança em bolinhas de sabão,  aviãozinho, balões,  etc. No final, em casa, Mônica tenta ensinar que não é pra morder tudo,  mas ele morde os coraçõezinhos de amor que saem da cabeça dela e vê que o cachorro  aprendeu nada.


Em "Muita confusão para só um Monicão" ('Mônica Nº 37' - Ed. Panini, 2010) , Mônica quer pendurar roupa no varal e Monicão não deixava por avançar nas roupas, principalmente quando caía no chão. Cebolinha ainda tenta ajudar a Mônica com o cachorro em vão, acabam deixando a casa alagada com a máquina de lavar e no final Dona Luísa manda os dois limparem a casa e o quintal. 

Em "Bons modos, Monicão" ('Mônica Nº 80' - Ed. Panini, 2013), Mônica quer educar o Monicão a comer devagar, uma ração por vez, mas não consegue porque ele só comia de forma expansiva. Magali tenta ajudar em vão e no final a Magali lembra que faltava sobremesa, fazendo Monicão ficar agitado de novo querendo sobremesa.

Em "Meu estilista pessoal" ('Mônica Nº 18' - Ed. Panini, 2016), Mônica quer mostrar para a Dorinha que o Monicão é quem escolhe a roupa dela, mas acaba o cachorro mordendo e estragando todas as roupas da Mônica. Depois, uma fada dá roupa nova pra todos irem a uma festa, estilo Cinderela. Nessa, o Monicão teve medo do Radar, cachorro da Dorinha, apesar de ele ser mansinho tamb, se fosse nas antigas, Monicão ia encará-lo, no mínimo rosnar.


Na história "Um dia de Monicão", ('Mônica Nº 19' - Ed. Panini, 2016), Mônica leva o Monicão pra passear na coleira e o cachorro avança e destrói os brinquedos que os amigos da Mônica estavam brincando, e eles cobram a Mônica do prejuízo.  No final. Mônica reconhece que tem que ficar em casa e avisa à mãe que não pode falar palavra coleira para não dar vontade do Monicão ir pra rua.

Monicão ainda entrou na Liga dos Pets a partir da história homônima de 'Turma da Mônica Nº 40' (Ed. Panini, 2018). Os bichinhos da turma, Bidu, Mingau, Floquinho, Chovinista e Ximbuca, formaram uma liga de heróis e se reuniam para salvarem seus donos em perigo. Nessa liga, pelo menos deu uma diferenciada no estilo de histórias com o Monicão, embora ele não aparece muito, os destaques maiores ficam com Bidu e Mingau. Bom que teve nteração do Monicão com outros bichos e não só com a Mônica.

Um fato curioso, é que recentemente repetiram a história "Cachorro doidinho" no gibi 'Mônica Nº 32' - Ed. Panini, 2023. Trata-se da mesma história, mesmos diálogos, mudando uma ou outra coisa nos textos com sinônimos e redesenharam com os traços atuais. Tudo indica que estavam com falta de roteiros pra fechar a edição recente, pelo certo teria que republicar e não redesenhar em um gibi novo. Comparando as imagens, dá pra ver a nítida diferença na decadência dos traços atuais e reforça de que os latidos do Monicão agora tratam como onomatopeias.

Comparação da história "Cachorro doidinho" (2004/ 2023)

Como pode ver, não foi ruim a ideia de ter um cachorro fixo, problema foi mudar a personalidade e traços do Monicão, deixando de ser cachorro brabo igual à dona e ser só um cachorro  bagunceiro e eufórico destruindo coisas e co tracenando só com a Mônica. Ficou tudo muito repetitivo, como cachorro brabo o era bem melhor. Em todas as fases, também acho que faltou Monicão contracenar com outros bichos, ter a sua própria turma, iria diferenciar suas histórias e não ficar na mesmice. Personagem merecia ser mais aproveitado. 


domingo, 24 de março de 2024

Astronauta: HQ "Povo sem memória também tem história"


Mostro uma história em que o Astronauta teve que lidar com um falso Rei que tirou toda a memória da população de um planeta para que se tornem escravos dele. Com 10 páginas, foi publicada em 'Cebolinha Nº 29' (Ed. Globo, 1989).

Capa de 'Cebolinha Nº 29' (Ed. Globo, 1989)

Escrita por Rubens Kiyomura (Rubão), Astronauta se dirige ao planeta "Semlembrança", sabe que existe vida no local, mas estranha que tem milhões ou bilhões de pontos de interrogação lá e vai investigar. Astronauta encontra um habitante capinando, se apresenta que veio do Planeta Terra e que quer informações. O ET diz que vai ser impossível, ele não se lembra de nada, queria saber seu nome, ninguém do planeta sabe o nome dele e só sabe que tem que trabalhar com aquela enxada.

Depois, Astronauta encontra uma habitante procurando pelo pai do menino. Astronauta pergunta se lembra como ele é, a habitante responde que é pergunta difícil, que claro que não. Astronauta pergunta se ela é a mãe do menino e ela responde que pode ser que sim ou que não, só sabe que acompanha desde o dia terrível, que a partir daí não lembra de mais nada.

Astronauta vê que o povo todo era desmemoriado e vai ver o que está acontecendo. O Rei do planeta vê o Astronauta como alienígena intruso e chama os seus guardas, também desmemoriados, para capturá-los por ser uma ameaça, podendo levar ao caos, à desordem e à catástrofe. Ao chegarem, Astronauta luta com os guardas e os prendem. Astronauta quer saber quem manda e o que acontece lá e os guardas contam que recebem ordem do Grande Não-Sei-O-Quê e quanto ao resto, não sabem mais de nada.

O Rei vê pelo monitor, acha o Astronauta um perigo e vai cuidar do assunto pessoalmente. Usa seu novo desmemorizador para torná-lo mais um de seus escravos. Não consegue acertá-lo com os raios porque o Astronauta se movimenta pelo céu e em frente ao reino o tempo todo e no descuido consegue dar um tapa no Rei, indo parar longe.

Astronauta exige explicações. O Rei conta que foi primeiro-ministro do planeta, que sempre foi ambicioso, mas tinha o Rei Máximo no seu caminho que era muito adorado pelo povo. Ficava com raiva com todo aquele carinho e resolveu contratar cientistas com o dinheiro que roubou do Tesouro Real e eles criaram o raio desmemorizador, tirando a memória do Rei e de todo o povo, já que um povo sem memória é mais fácil governar, e inventa que eles devem obedecê-lo e respeitá-lo.

Os outros guardas tentam capturar o Astronauta, que chega na máquina e inverte a polarização, fazendo os guardas voltarem a ter memória. Lembram que ele era o primeiro-ministro e perguntam o que está fazendo com a coroa do Rei Máximo. Assim, prendem o vilão, recupera a memória do Rei Máximo e de todo o povo e volta a paz no planeta. No final, Astronauta sai de lá, de volta para casa e se pergunta que tem impressão de ter esquecido algo e o roteirista Rubão, fora da história, diz que ele esqueceu da piada final.

Uma aventura legal em que o Astronauta procura descobrir porque o povo do planeta Semlembrança não tinha memória. Descobre que foi o primeiro-ministro tirou a memória deles com uma invenção para se tornar rei e fazer o povo de escravo dele para ganhar muito dinheiro à custa deles. Felizmente, Astronauta consegue salvá-los e volta a ficar tudo bem no planeta, se não fosse Astronauta visitar o planeta, estariam sem memória até hoje.

Mostra um político corrupto, com inveja com o rei que era aclamado pelo povo e que era capaz de tudo para se dar bem, praticamente fez uma lavagem cerebral na população para que eles acreditem no que ele fala e se tornarem escravos, trabalhando para ele o tempo todo, se população não têm memória, não iam descobrir o golpe que ele fez. Nem o próprio nome revelou para eles, por isso chamavam de Grande "Não-Sei-O-Quê". Interessante que eram só os homens que trabalhavam pesados, mas que já conseguia um bom dinheiro assim. 

Foi engraçado ver o planeta sendo representado por interrogações, os diálogos do Astronauta com os ETs desmemoriados, Astronauta com super força ao enfrentar o Rei golpista, e o Rei dizer que "pegou emprestado" o Tesouro Real, o mesmo que  roubar só que de forma carinhosa e no final absurdo do roteirista conversar com o Astronauta que esqueceu da piada final só que era ele próprio que estava escrevendo a história, coisas da metalinguagem dos quadrinhos que deixavam absurdos legais assim.

O título teve uma paródia da frase popular que "um povo sem memória, é um povo sem história", no caso, história no título com referência a uma história em quadrinhos. Aliás, era raro ter título em histórias do Astronauta na época, nessa teve um. Achava bem criativo os nomes dos planetas que o Astronauta visitava. Era legal também os pensamentos e sonhos retratados com cores diferentes, voltados para o azul, ficavam bons os efeitos, hoje procuram deixar pensamentos coloridos, sem diferenciação das cores da história.

O final seguiu um estilo de metalinguagem muito usado na época de ser uma história normal e no encerramento ter o Mauricio ou um roteirista ou um letrista ou desenhista ou outro funcionário da MSP para formar a piada final. Rubão e Robson Lacerda adoravam roteirizar histórias assim e que foram bem frequentes na segunda metade dos anos 1980, quase todos os gibis daquela época tinham histórias com metalinguagem e podiam ser com qualquer núcleo de personagem. Geralmente, o roteirista que aparecia na história era quem escreveu, agora aparecendo vários ou o próprio Mauricio, por exemplo, mais difícil saber, sendo que normalmente histórias assim revezavam mesmo entre o Rubão e o Robson.

Os traços muito caprichados, típicos da segunda metade dos anos 1980. Incorreta atualmente por mostrar político corrupto, assunto inapropriado para crianças, povo como escravo trabalhando com enxada, briga do Astronauta com os guardas deixando surrados, fora a palavra "Droga!" proibida nos gibis atuais. 

quinta-feira, 21 de março de 2024

Mônica: HQ "Palhaço de festa"

Dia 21 de março é o aniversário da Mônica nos gibis e em homenagem posto a história "Palhaço de festa", lançada em março de 1994, há exatos 30 anos, em que os pais da Mônica tiveram dificuldade de contratar um palhaço para a festa da filha e Cebolinha e Cascão foram o palhaço para ridicularizar a Mônica. Com 20 páginas, foi publicada em 'Mônica Nº 87' (Ed. Globo, 1994).

Capa de 'Mônica Nº 87' (Ed. Globo, 1994)

Escrita por Rosana Munhoz, começa com a Dona Luísa conferindo com a Mônica a lista de coisas para a festa de aniversário da filha, que inclui que quer um palhaço, diz que agora se usa muito e festa sem palhaço não tem graça, nas festas dos amigos e teve e pergunta se pode ter um palhaço na festa e a mãe responde que vai ver.

Dona Luísa avisa ao Seu Sousa que a Mônica quer um palhaço na festa, ele pensa que é de brinquedo e que mais barato que boneca e Dona Luísa diz que é um de verdade para animar a festa e Seu Sousa faz uns telefonemas para ver quanto cobra um palhaço e ver se dá no orçamento deles, acha que não é muito, é só lambuzar a cara e contar piadas.

Seu Sousa se espanta, diz que vai largar o emprego para virar palhaço porque cobram um absurdo por hora de serviço e está fora de questão ter palhaço na festa. Mônica aparece, diz que todos os amigos vão para a festa e ela falou para todo mundo que vai ter palhaço. Dona Luísa desiste de contar para a filha, não podem dar esse furo e desapontá-la.

Seu Sousa tem solução de ele mesmo ser o palhaço, se fantasia e Dona Luísa se assusta e depois até aceita que ele usou chapéu de praia e pinturas dela para ficar ridículo, mas reclama que usou a gravata que ela deu no aniversário. Seu Sousa faz umas piadas sem graça e Dona Luísa chora, a filha vai ter uma festa horrível. Seu Sousa pergunta se foi mal e ela responde se fosse palhaço profissional, passariam fome.

Seu Sousa grita onde vai achar um palhaço para a festinha da Mônica. Cebolinha ouve e diz que conhece um palhaço que cobra nada. Seu Sousa se anima e manda trazê-lo no dia da festa. Dona Luísa diz que o Cebolinha é só uma criança e Seu Sousa acha que nada melhor que uma criança para julgar um palhaço e é para confiar nele e Dona Luísa lembra que o marido falou a mesma coisa quando pegou a estrada errada para Pindamonhangaba e ficaram perdidos por 6 horas.

Depois, Cebolinha quer que Cascão participe do plano infalível de serem o palhaço da festa da Mônica para tirarem sarro dela, Cascão seria a parte de baixo. Cascão não aceita e diz que ele já é um palhaço completo. Cebolinha ameaça contar para todo mundo que Cascão não toma banho e como não deu certo, propõe dar a figurinha que falta no álbum do Cascão e ele topa.

Na manhã do dia da festa, Mônica está louca para ver o palhaço e a mãe diz que ainda está cedo. Na hora da festa, todos os convidados chegaram, menos Cebolinha e Cascão, e Suzaninha fala que não viu o palhaço e pergunta se ele vem e Mônica diz que vai ser mais engraçado que o da festa dela e acha a Suzaninha uma enxerida. Dona Luísa cobra do Seu Sousa que era 7 horas da noite e nada do palhaço, ele diz que o Cebolinha garantiu que virá e Dona Luísa lembra que ele é só um garotinho de 6 anos.

Em seguida, Cebolinha e Cascão chegam, Cascão reclama que é difícil segurar o peso do amigo e que isso vale mais que uma figurinha. Suzaninha cobra se o palhaço vem ou só ano que vem, toca a campainha e Cebolinha abre a porta se apresentando como palhaço Abobrinha, imprensando a Mônica na parede. Seu Sousa avisa a esposa que o palhaço chegou e ela não estava mais lá.

Cebolinha acha as crianças bonitas e pergunta pela aniversariante. Mônica aparece surrada pela porta e ele diz que sempre tem que ter uma criança feia e todos riem. Depois, faz piada do que a elefantona dentuça perguntou para o mosquito, mandando perguntar para a Mônica, que está ali em pessoa. Em seguida, chama o Xaveco, tira uma moeda da orelha dele, que diz que nunca mais vai lavar os ouvidos. Com a Mônica, ele diz que tem uma coisa na boca dela, que pensa que era moeda e ele diz que são os dentões enormes e Suzaninha fala que o palhaço Abobrinha é o mais engraçado que já viu.

Cebolinha manda todos cantarem parabéns com todo verso que ele cantar, todos respondem "Dentuça". Mônica sai da sala desanimada e pergunta para o pai onde arranjaram aquele palhaço. Seu Sousa diz que foi o Cebolinha que arrumou. Mônica lembra que ele não foi para a festa e que o palhaço fala errado. Mônica volta para desarrumar o palhaço e bate neles, confirmando que era Cebolinha e Cascão.

Os convidados acham engraçado, Suzaninha diz que sabia que a Mônica nunca poderia ter um palhaço, que isso só para quem pode e não para qualquer bobinha, deixando Mônica irritada. Até que surge o  palhaço Barriguinha, que faz brincadeiras, conta piadas e a criançada adora. No final da festa, os convidados elogiam, Suzaninha diz que não riu do palhaço, só estava com câimbra na boca.

Depois de todos terem ido embora, Seu Sousa se depara com o palhaço Barriguinha, acha que era para cobrar o pagamento e ele diz que faz de graça. Seu Sousa diz que é o melhor palhaço que já viu e ele lhe dá um beijo na bochecha e se revela que é a Dona Luísa. Diz que viu o outro palhaço seria um desastre e tratou de improvisar uma fantasia e surpreender todos. Então Seu Sousa tem ideia de, com o tino comercial dele e o talento dela, fazer com que a Dona Luísa seja palhaça de festas e ganharem grana extra, fazendo até placa para tratar com eles.

História engraçada cheia de reviravoltas em que a Mônica queria um palhaço na sua festa de aniversário e como os pais não arranjaram, Cebolinha e Cascão se fazem de palhaço como plano infalível para ridicularizar a Mônica em pleno aniversário. A farsa é descoberta, os meninos apanham e a mãe da Mônica se fantasia de palhaço para salvar a festa.

Seu Sousa tinha que mandar o palhaço vir antes da festa para conhecê-lo, aí não aoconteceria isso. Mônica foi burra de não desconfiar do palhaço de cara ao vê-lo trocando as letras que nem o Cebolinha, era bem óbvio, só isso já dava para saber. Ela não queria bater no palhaço por ser adulto, mas acho que se continuasse, mesmo sem saber que era o Cebolinha, não ia aguentar e ia bater nele.

Dessa vez quem estragou o plano foi o Seu Sousa, Cascão até se comportou bem como parte de baixo, se fosse para estragar plano, poderia falar alguma coisa para azucrinar a Mônica. Dona Luísa se saiu uma excelente palhaça, sem querer mostrou um talento, tudo por causa da felicidade da filha. Ficou final aberto se ela ia aceitar a proposta do Seu Sousa de ela ser palhaça profissional para ajudar no orçamento da casa.

Foi engraçado Seu Sousa achar um palhaço caro e querer ser um contando piadas,  até que eu ri com as piadas do Seu Sousa quando tentou ser o palhaço, mas não eram piadas dignas para crianças, Cebolinha avacalhar a Mônica diante de todo mundo, Seu Sousa pensar que um homem o beijou. Parece que em São Paulo era comum ter animações em festas infantis como palhaços, mágicos, etc, tiveram várias histórias de aniversário mostrando isso. Os personagens tinham idade de 6 anos na época, depois mudaram para 7 anos para irem para escola. 

Destaque também para a Suzaninha que azucrinou a Mônica a festa inteira cobrando se teria palhaço na festa, ainda achou o Abobrinha engraçado só porque avacalhou com a Mônica, ainda chamou Mônica de bobinha e marcou a frase de que "não riu, só estava com câimbra na boca!", só para não admitir que o palhaço da Dona Luísa foi engraçado. Foi a segunda aparição da Suzaninha, havia aparecido antes na história "O Primo Edu" (Mônica nº 67, de 1992), também escrita pela Rosana, e teria sido legal ela ter virado uma personagem fixa como rival da Mônica. 

Foi a primeira história com datas fixas de aniversário dos personagens, os outros viriam depois pela primeira vez em seus respectivos meses e a partir daí passou a ser obrigatório histórias de aniversário todos os anos em seus respectivos meses, continuando assim até hoje, 30 anos depois. No caso da Mônica, foi uma volta à tradição já que entre 1983 a 1985, pela Editora Abril, ela teve histórias de aniversários nos gibis de março de cada ano, aí deram tempo com isso e voltaram na Editora Globo em 1994 e com a surpresa depois com os outros personagens principais passarem também a ter datas fixas, não só a Mônica. As datas escolhidas foram através da Numerologia de acordo com personalidade dos personagens e não com a data exata de quando foram criados com primeira tirinha de jornais publicada.

Os traços ficaram muito bonitos, que davam gosto de ver. É incorreta atualmente por Mônica ser ridicularizada na frente de todos, Mônica ter porta batida na cara, meninos aparecerem surrados e com olhos roxos, a palavra "louca" é proibida nos gibis atuais e curioso que com tantos convidados, só teve o Jeremias de criança negra na história e aparecendo em um quadrinho, na época esqueciam de desenhar negros com muitos personagens reunidos, hoje ficam mais atentos a isso.

Tiveram alguns erros como erro de olhos dos personagens com Mônica com fundo do olho da cor de pele em vez de branco na página 6 do gibi, Cebolinha e Cascão com fundo de olhos brancos quando estavam com olhos fechados ou com pálpebras a mostra na página 10 do gibi, Dona Luísa sem batom na página 8 do gibi. A capa do gibi seguiu com piadinha normal sem ter alusão à história de abertura, só colocando um aviso que teria Aniversário da Mônica na edição. Depois passaram mais a colocar piadas com temas de aniversário sem ligação com a história real até ficar em definitivo capas de aniversário com alusão à história de abertura.  Muito bom relembrar essa história há exatos 30 anos.

FELIZ ANIVERSÁRIO, MÔNICA!!!