domingo, 30 de setembro de 2018

Turma do Papa-Capim: HQ "O Candidato"


Eleições se aproximando e deixo uma história em que índios fizeram campanha para ver quem seria o novo cacique da aldeia do Papa-Capim. Com 4 páginas no total ,foi publicada em 'Chico Bento Nº 196' (Ed. Globo, 1994).

Capa de 'Chico Bento Nº 196' (Ed. Globo, 1994).

Nela, os índios estão em campanha eleitoral de novo cacique, cada um mostrando os seus planos para governar a aldeia. Primeiro é o índio Moacir se apresentando falando que representa a nova geração da aldeia, que vai trabalhar para a aldeia crescer, construirá ocas de dois andares e tabas maiores com vista para o rio.

Em seguida  o índio Jurandir interrompe o Moacir e se apresenta, falando que ele representa a ala tradicionalista da aldeia, que não quer ver índios vestidos com roupas, tênis e coisas de homens brancos e afirma que os índios representam a Terra. 


Logo depois aparece a índia Janaína, falando que as índias é que devem governar, pois elas são guerreiras, corajosas, carregam um bebê na barriga durante 9 meses, dão à luz, cuidam do marido e que chegou a hora de eles reconhecerem a superioridade feminina, a força da mulher. 

Aparecem outros índios como o Tupinambá da Aldeia Liberalista e o Raonito, além do homem branco Estingue. Então, eles brigam, cada um se achando o melhor que os outros para poder governar a aldeia. Até que aparece Papa-Capim falando que é o melhor. Todos dão gargalhada uma criança querer ser cacique da aldeia. Então, Papa-Capim explica que vai demorar muito para o Cacique ser substituído, afinal ele era novo e corpo atlético e com saúde, e até lá os outros candidatos estariam muito velhos, tirando assim a possibilidade de todos serem caciques e tirando o prazer deles, terminando assim.


Uma história bem bolada e inteligente comparando a eleição de cacique com os nossos governantes. Cada candidato teve a sua proposta de governo seguindo as suas filosofias. Teve destaque as propostas de um governo moderno, um tradicional, um feminista, um liberal e uma de homem branco no lugar de ser índio. Eles estavam fazendo planos de cacique sem se tocar que o Cacique atual estava a todo vapor e precisou Papa-Capim estragar com os planos deles. 

Caso fosse pra valer, o leitor ainda podia refletir depois de ler e julgar qual deles teria a melhor proposta e em qual votaria na vida real. Pena que não mostraram as propostas dos 3 últimos, já que o gibi era quinzenal e as histórias de secundários eram mais curtas, mesmo assim foi bacana a ideia do roteiro. Aldeia Liberalista do índio Tupinambá ficou representando um partido, sendo que foi uma referência mesmo a uma tribo que existiu na época do Descobrimento do Brasil.  


Papa-Capim só fez uma participação no final, mas ainda sendo decisivo para a história. Era comum histórias protagonizadas por secundários e os personagens principais aparecerem só no final ou nem aparecerem. Eu gostava quando isso acontecia. Esses índios só apareceram nessa história, como era de costume.

Curiosamente, o índio Raonito e o homem músico Estingue que apareceram como candidatos foram o índio cacique Raoni e o cantor Sting da banda "The Police", como uma referência ao engajamento que o cantor Sting fez em defesa de luta pela demarcação das terras indígenas no Xingu dos índios da tribo Caiapós do cacique Raoni em 1989 na vida real e então o roteirista inseriu essa homenagem na história. A matéria da época que teve essa causa do Sting pode ser conferida clicando neste LINK.


Os traços muito bons, típicos dos anos 90. Chama a atenção das índias aparecerem com seios de fora o tempo todo, com a intenção de mostrar a realidade dos índios tradicionais. Se republicassem, alterariam colocando algum top nos seios das índias. Incorreta por conta disso das índios de seios de fora além de um tema mais adulto não muito bem vindo hoje em um gibi infantil. 

quarta-feira, 26 de setembro de 2018

Turma do Penadinho: HQ "Faraó por um dia"


Mostro uma história em que o Muminho se passou por um grande faraó por um dia para impressionar o seu sobrinho que foi visitá-lo. Com 5 páginas no total, foi publicada em 'Cascão Nº 81' (Ed. Abril, 1985)

Capa de 'Cascão Nº 81' (Ed. Abril, 1985)

Nela, Penadinho e Frank encontram Muminho chorando no cemitério e Penadinho pergunta o que havia acontecido. Muminho diz que recebeu um telegrama do seu sobrinho Tuti dizendo que ele chega hoje para visitá-lo.



Penadinho não entende o motivo da tristeza e Muminho diz que o sobrinho pensa que ele é um faraó e fica imaginando a decepção que vai ser quando descobrir que ele é apenas uma reles múmia de esparadrapo. Então, Penadinho tem a ideia de inventar para o sobrinho que o Muminho é um faraó, Penadinho conselheiro e Frank seu servo com as fantasias que eles tinham do Carnaval passado.

Mais tarde, já com a turma caracterizada, o sobrinho Tuti chega ao cemitério e pergunta ao Penadinho onde pode encontrar o faraó Mumi I. Penadinho leva Tuti até lá e quando estava prestes a abraçar o tio, Penadinho impede, falando que ninguém pode tocar no Faraó e é para chamá-lo de majestade. Tuti cumprimenta, então, o tio com auxílio de uma corda pra não pegar na mão do Muminho e o chama de majestade.


Muminho fala que mandou preparar um banquete para o Tuti e então Penadinho adverte o Tuti que não pode  andar ao lado do Faraó, tem que ficar a três passos atrás de distância. Na hora do almoço, Tuti fica em uma extremidade da mesa gigante e Muminho na outra, tão longe que Tuti não conseguia nem enxergar o tio do outro lado da mesa.

Quando Muminho estava prestes a comer, Penadinho impede, falando que a comida pode estar envenenada e tem que o servo provar antes. Muminho diz que não precisa nem comer, quanto mais provar. Penadinho diz que não podem perder os velhos hábitos e faz o Servo Frank provar a comida e ele acaba comendo tudo, inclusive prato e colher, falando que faltou um pouco de molho na colher.


Logo depois, Zé Vampir aparece cheio de intimidade e dá um tapa nas costas do Muminho, falando que ele resolveu pegar o despacho de sexta-feira. Penadinho fala que isso não é jeito de tratar um faraó. Zé Vampir estranha e Penadinho diz que é o Mumi I. Zé Vampir acha graça e diz que é uma piada. Tuti ouve o papo e pergunta se o tio não é um faraó. Zé Vampir responde  que Muminho não é, nunca foi e nunca será um faraó, que é apenas uma múmia de ataduras e esparadrapos, estragando o plano deles assim. 

No final, Muminho fica cabisbaixo, prestes a ir embora pensando na decepção do sobrinho que ia ter e logo tem a surpresa do Tuti ter ficado muito feliz com a notícia e os dois se abraçam, com  Tuti falando que prefere um tio que possa abraçar ao invés de um faraó que não pode tocar.


Uma história muito legal mostrando um plano infalível do Penadinho para que o sobrinho do Muminho acredite que ele era de fato um grande Faraó. Na certa, Muminho sempre falava com o Tuti que era um faraó nas suas correspondências e nunca contava que o sobrinho iria visitá-lo pessoalmente, descobrindo a farsa assim. Apesar da boa intenção do Penadinho, acabou se empolgando demais com a encenação de querer distanciar o Muminho do Tuti para ficar o mais real possível da vida dos faraós. 

Deu pena de ver o Tuti doido para abraçar o tio e não poder, ficando sempre afastado dele. O final foi bem bonito, com mensagem bem positiva, mostrando que o que vale é o afeto e a simplicidade do que uma vida rica cheia de aparências. Gostava de histórias com planos infalíveis de outros personagens, sem serem bolados pelo Cebolinha. Sempre o plano dá errado, independente do quem faça, só não tem surra no final como com o Cebolinha.


Os traços muito bons, bem típicos dos anos 80. O Tuti ficou bem fofo desenhado assim e o Frank sempre era desenhado de uma forma diferente a cada história, só teve uma padronização de traços nos anos 90. Interessante mostrar os personagens desenhados como um sombra preta, acontecia isso nos anos 70 e 80. Dessa vez deu impressão que foi para mostrar que Penadinho estaria explicando melhor o plano. Interessante ver parentes dos personagens, sempre rendem boas histórias. Normalmente, só apareciam em uma só história e depois não eram mais vistos. O Tuti só apareceu nessa mesmo. Curiosamente, outro personagem criança na Turma do Penadinho é o Pixuquinha.

Essa história foi republicada depois em 'Almanaque da Mônica Nº 42' (Ed. Globo, 1994), de onde foi que eu tirei as imagens da postagem. Abaixo, a capa desse almanaque.

Capa de 'Almanaque da Mônica Nº 42' (Ed. Globo, 1994)

quinta-feira, 20 de setembro de 2018

Capa da Semana: Cascão Nº 4

Eram comuns capas dos personagens adaptando objetos de acordo com a sua personalidade, sempre sendo muito criativas assim. Nessa capa, Cascão está voando em uma asa-delta formada pelo próprio guarda-chuva. Muito boa.

Capa dessa semana é de 'Cascão Nº 4' (Ed. Globo, Março/ 1987).

sábado, 15 de setembro de 2018

Tirinha Nº 59: Chico Bento

Uma tirinha muito engraçada com  Chico Bento contando para o Zé da Roça que tirou nota Dez na escola. A princípio Zé da Roça pensa que foi em 6 matérias, mas Chico conta que foram notas entre Zero a Três em cada matéria, que somadas dão nota Dez. Do tempo em que o Chico era burro na escola, pelo menos o Chico sabia fazer contas simples de somar.

Tirinha tirada de 'Chico Bento Nº 216' (Ed. Globo, 1995).


segunda-feira, 10 de setembro de 2018

HQ "Mônica no caixão"


Mostro uma história muda clássica em que a Mônica ficou dentro de um caixão após um susto que o Cebolinha deu nela. Com 4 páginas no total, foi publicada em 'Mônica Nº 105' (Ed. Abril, 1979).

Capa de 'Mônica Nº 105' (Ed. Abril, 1979)

Começa com a Mônica tropeçando em algo e xinga com palavrões  por ter caído. Quando ela vai ver, era um caixão e de repente sai uma mão monstruosa, que era o Cebolinha querendo dar um susto nela.


Mônica fica apavorada, pensando que era alguém morta saindo do caixão e acaba paralisada de tanto medo e Cebolinha pensa que ela havia morrido. Quando vê Cascão e Xaveco se aproximando e com medo de que eles vejam que matou a Mônica, Cebolinha esconde a Mônica dentro do caixão antes que eles vejam e sai correndo dando um sorriso para eles como se nada tivesse acontecido.

Cascão e Xaveco estranham e logo depois Cascão senta no caixão. De repente, Mônica dá um grito dentro dele e os meninos estranham, mas deixa para lá. Eles conversam um pouco até que Mônica põe a mão para fora para abrir o caixão e sair de lá. Eles se assustam e pensam que era um Diabo saindo do caixão. O Cascão tenta impedir que a Mônica saia de lá, segurando e dando sacudidas no caixão e Xaveco traz um monte de crucifixos e joga lá dentro para ver se acaba com o Diabo que pensam que está no caixão.


Os meninos se cumprimentam como uma missão cumprida de terem derrotado o Diabo. Cebolinha aparece e eles contam que conseguiram derrotar um Diabo no caixão com surra e crucifixos jogados, mas notam que o Cebolinha está triste, já que, segundo ele, a Mônica havia morrido. No final, Mônica consegue sair do caixão toda surrada e prestes a bater nos meninos. Cascão e Xaveco saem correndo com medo de apanhar e Cebolinha vai correndo em direção à Mônica feliz por ela não ter morrido.


Uma história muito boa, como um susto que o Cebolinha deu na Mônica pôde ter causando tanta confusão. Cebolinha acabou pensando que a Mônica morreu e a coloca no caixão para esconder que foi culpado de matá-la dando várias situações engraçadas e bom ver que se arrependeu da brincadeira que fez com ela. Legal também ver as situações do Cascão e Xaveco pensando que era um diabo no mo caixão.

Não sou chegado a histórias mudas, prefiro com diálogos dos personagens, mas essa até que foi bem criativa e bem ou mal até teve alguns textos como gritos e onomatopeias. Histórias mudas de até 4 páginas dá para aceitar, mas que isso considero  enrolação e  enchechão de linguiça. Nos anos 2000 inteiro era repleto de histórias mudas e longas, às vezes com mais de 10 páginas, ficando um verdadeiro desperdício de papel, às vezes até nas de abertura tinham e praticamente os últimos gibis quinzenais eram quase todos com histórias mudas. Até que atualmente isso mudou e tem saído poucas mudas longas do que era.


É completamente impublicável nos dias de hoje, por mostrar Mônica e até mesmo o Cebolinha no início dentro de um caixão e a patrulha do politicamente correto pensa que é uma brincadeira de mau gosto, fora palavrões e diabos não sendo bem vindos atualmente. Os traços muito bons, do auge da fase superfofinha do final dos anos 70, cheia de movimentos e com direito aos quadrinhos com várias formas sem o tradicional retângulo, coisas que erma bem características desses traços.

Foi republicada depois em 'Almanaque da Mônica Nº 35' (Ed. Globo, 1993), que foi d eonde eu tirei as imagens da postagem. Abaixo, a capa desse almanaque:

Capa de 'Almanaque da Mônica Nº 35' (Ed. Globo, 1993)

segunda-feira, 3 de setembro de 2018

Capa da Semana: Cebolinha Nº 52

Uma capa mostrando apenas um desenho bonito com o Cebolinha jogando golfe. Chama a atenção de aparecer 3 Cebolinhas nela, mas a intenção foi dar uma noção de movimento na tacada que ele deu no jogo. Ficou muito bonita com essas cores assim.

Capa dessa semana é de 'Cebolinha Nº 52' (Ed. Globo, Abril/ 1991).