quinta-feira, 27 de junho de 2019

Cebolinha: HQ "O dia em que a Terra se partiu"

Compartilho uma história em que a Mônica conseguiu rachar a terra ao tentar bater no Cebolinha. Com 11 páginas, foi publicada em 'Cebolinha Nº 164' (Ed. Abril, 1986).

Capa de 'Cebolinha Nº 164' (Ed. Abril, 1986)

Nela, Mônica está prestes a bater no Cebolinha depois de ele ter aprontado mais uma, quando ela acerta o Sansão no chão formando uma rachadura de tão forte que foi a coelhada. Antes nem é mostrada uma rachadura, apenas a Mônica caindo e só depois que veem que era uma rachadura.


Cascão e Xaveco veem  a cena e tem uma ideia de um plano infalível. Enquanto Cebolinha comenta que foi o Sansão que causou a rachadura e Mônica discorda, surge o Cascão desesperado, gritando que todos estão perdidos. Mônica comenta que a casa dele é logo ali perto e Cascão diz que não por muito tempo porque o noticiário falou que a Terra está se partindo ao meio.


Mônica acha que é uma piada e dá gargalhada , mas ao ver o Cascão sério ela passa a acreditar. Ele dá um rádio para a Mônica ouvir a notícia e como não fala nada, ele taca uma pedra na cabeça do Xaveco para ele acordar atrás da moita e começar a falar. Xaveco anuncia que o mundo está se partindo ao meio e que os cientistas não sabem como isso começou e acabam de ver que está localizada em uma cidade do interior do Brasil, mas precisamente em um campinho entre uma menina dentuça e um menino de cabelo espetado. Mônica estranha e pergunta para o rádio como um computador vai saber esses detalhes e Xaveco responde que tem um satélite bem em cima deles e complementa que a rachadura foi feita por um coelho de pelúcia.


Cascão reclama que a culpa foi da Mônica, que se defende que foi o Cebolinha que desviou e ele, por sua vez, diz que não desviasse iria virar pó de cebola. Cascão pergunta o que vai ser da terra e pior que a casa dele está no outro lado da rachadura. Mônica também lembra que o Reinaldinho, o garoto mais fofo do bairro, também mora do outro lado da rachadura. Mônica fica apavorada em ficar longe do Reinaldinho e pergunta para o Cebolinha e Cascão que eles tem que fazer alguma coisa, que se ficar sem ver Reinaldinho, logo emenda sem visitar os meninos, não iria conseguir viver.


Cascão fala que eles não podem fazer nada e logo olham para ela, dando a entender que só ela pode salvar a Terra. Mônica pergunta por que não chamam o "Super-Homão" ou "Ri-Man". Cebolinha responde que porque eles são de outro gibi e que foi que ela que rachou a Terra. Os meninos levam a Mônica até a rachadura faz com que ela fique segurando e fazendo força para que a cratera volte à posição normal. E aproveitam para tirar o "coelho encardido" dela, alegando que é para ela ter mais movimento e estar atrapalhando. 


Mônica sai da posição querendo saber aonde os meninos vão com o Sansão. O rádio começa a falar que a Terra está se partindo de novo e a Mônica tem que voltar  ase deitar  naquela posição e não sair de lá para não destruir o mundo e para esquecer o coelho e pergunta se é mais importante o mundo ou o coelho. Mônica comenta que por uns segundos não ia fazer diferença e o rádio pergunta se ela está duvidando do que está falando, enquanto Cebolinha e Cascão estão dando socos e pontapés no Sansão.


Mônica diz que duvida sim e nem sabe com quem está falando e não pode confiar em um estranho. Xaveco sai atrás da moita com raiva e e fala que desde quando ele é estranho para ela, é o Xaveco e avisa que vai voltar atrás do mato para continuar a enganando. Ele acha uma ousadia duvidar dele e, já atrás da moita, ele continua avisando para ela continuar lá senão o mundo vai acabar e vai ficar com peso na consciência, quando a Mônica puxa o fio do rádio. Ela bate neles e faz com que eles tapem a rachadura formada e Xaveco fala que pelo menos não é cabeça deles que estão rachadas, enquanto Cebolinha fala para ficar quieto e continuarem tampando, terminando assim.


Muito engraçada essa história com a Mônica pensando que realmente a Terra se partiu ao dar uma coelhada no chão. Já foi absurdo ter um rachamento com uma simples coelhada, mas não seria a ponto do mundo se partir por causa disso. A maioria dos planos eram planejados pelos meninos, mas às vezes os planos surgiam de repente ao verem uma situação e que podiam se aproveitar da situação para derrotar a Mônica. Nas histórias antigas de plano infalíveis a Mônica acreditava em tudo que os meninos falavam, adorava a Mônica se passando por boba até descobrir o plano deles. 


Interessante que nem foi o Cebolinha que bolou o plano infalível dessa vez, a ideia não foi dele, mas seguiu adiante quando o Cascão deu toque que era um plano. Outra coisa diferente foi que quem estragou o plano foi o Xaveco e não o Cascão como de costume, dando um destaque, então, para o Xaveco na história. Ele era um personagem exclusivamente secundário, só fazia pontas nas histórias, só a parir dos anos 2000 que o personagem já teve uma outra visão pela MSP e passou a ter mais participação e até histórias solo e até brincadeiras que ele era um personagem secundário.


Engraçado a Mônica falar com o rádio e ele responder normalmente. Se fosse uma transmissão real não teria como ter essa interação. Legal também o Xaveco levando uma pedrada do Cascão e a Mônica preocupada que não veria o Reinaldinho, o garoto fofo da rua. Era só eles irem para o lado que eles queriam antes de aumentar rachadura. Aliás, Reinaldinho era referência ao roteirista Reinaldo Waismann. Na Editora Abril ele era praticamente o oficial dos garotos fofos que as meninas admiravam. Na Editora Globo, com a sua saída da MSP, passou a ter outros meninos, como Fabinho, Ronaldinho,Robertinho, etc, mas ainda assim de vez em quando ainda tinham referência a Reinaldinho de garoto mais fofo.


Muito legal a a referência ao He-Man, ele estava muito em alta na época e até chegou a ter histórias com ele ou participando junto com outros super-heróis famosos, chegando, assim, no mesmo nível a super-heróis da Marvel e DC. Os traços excelentes da fase de ouro dos personagens. E mais uma vez teve propagandas inseridas em finais de páginas, coisa muito comum na época. Assim, a história era para ter 10 páginas, mas somando os quadros de cada propaganda, ocupou mais 1 página no gibi. Dessa vez os anúncios foram do chocolate Lolo e dos gibis do Mickey, Luluzinha e Bolinha, todos da Editora Abril, fora o anúncio do lápis Labra na lateral direita na primeira página que não influenciou nos quadros das histórias.


Foi republicada depois no 'Almanaque do Cebolinha Nº 33' (Ed. Globo, 1996), naturalmente sem as propagandas inseridas e ocupando as 10 páginas normais. Abaixo, deixo a capa desse almanaque.

Capa de 'Almanaque do Cebolinha Nº 33' (Ed. Globo, 1996)

segunda-feira, 24 de junho de 2019

Chico Bento: HQ "Rosinha da perna grossa"

No Dia de São João, mostro uma história em que o Chico Bento fez a Rosinha usar uma calçola na festa junina da Vila Abobrinha para não ela não ficar de pernas de fora atraindo atenção dos meninos da vila. Com 10 páginas, foi história de abertura de 'Chico Bento Nº 130' (Ed. Globo, 1992).

Capa de 'Chico Bento Nº 130' (Ed. Globo, 1992)

Nela, Chico Bento e Rosinha estão namorando quando Chico vê o Zé da Roça e Zé Lelé de olhares para a Rosinha enquanto passavam. Chico fica enciumado e reclama que os gaviões estavam olhando para ela. Rosinha achou bonitinho o ciúme do Chico e diz que foi só impressão e aí vai embora, prometendo se encontrarem na quermesse de noite.


Em seguida, Chico vê o Zé Lelé comentando sobre perna grossa com Zé Lelé e aí Chico vai tomar satisfação. Zé da Roça faça que é nada de mais e desvia o assinto perguntando se o Chico vai à quermesse de noite. Chico responde que pode apostar que vai e deixando bem claro que bem juntinho com a Rosinha. Chico fica com raiva dos dois comentando da perna grossa da Rosinha e faz um plano para eles não ficarem secando as pernas da sua namorada.


De noite, prestes ir a festa, Chico passa na casa da Rosinha para buscá-la e lhe dá um presente. Rosinha se admira, pois não era aniversário dela, e, quando vai ver, era uma calçola verde de bolinhas brancas, que o Chico queria que ela usasse na quermesse. Rosinha não gosta, acha feia e não combina com o vestido rosa dela, mas acaba colocando. Depois de ter colocado, Rosinha diz que ficou comprida e ele achou que ficou uma belezura, assim que ele gosta, ficou uma perfeita caipirinha e livre dos olhares indiscretos, enquanto ela diz que ficou uma perfeita jeca e o qe não faz para agradar o namorado.


Na quermesse, todos estranham a Rosinha de calçola. Sua amiga Sofia comenta que era para ela disfarçar que veio com a calça do pijama por baixo do vestido e Rosinha diz que foi o Chico que deu, torrou a paciência para usar e desse eito ninguém vai querer olha para ela naquela noite enquanto Sofia emenda que se olharem, vão dar risada.

Nisso, Chico comemora que nenhum gavião vai espiar as pernas da Rosinha e nem chegar perto dela enquanto pega uma bebida e quando vai entregar o copo para a Rosinha, flagra Zé da Roça dando em cima da Rosinha, convidando para dançar com ela, que aceita e Zé da Roça ainda pergunta para o Chico se  não se importa e ele diz que não, mas reprovando. Logo depois, Zé da Roça, Hiro e outros meninos também dançam com a Rosinha e Chico comenta que todos os meninos estão rodeando a Rosinha.


Nessa hora, ele ouve dois meninos falando que era uma graça a menina de calçola, quanto mais coberta estão as pernas, mais aumenta o mistério. Chico vê que foi um tonto, corre para interromper a Rosinha dançando e ordena que ela tire a calçola. Rosinha fala que foi ele mesmo que pediu para colocar e Chico diz que foi porque achava que ia esconder as pernas grossas dos gaviões, mas acabou atraindo mais, pois deixaram as pernas misteriosas, revelando, assim, o seu plano infalível.


Chico vai tomar satisfação com Zé da Roça e Zé Lelé, falando que eles estavam imaginando como eram as pernas da Rosinha. Zé da Roça pergunta como foi que pode dizer isso e Chico diz que não é para fazer de santo, que ouviu ele falar da perna grossa da Rosinha. Zé da Roça fala que naquela hora estava falando das pernas da sua galinha campeã Esmeralda e Zé Lelé emenda que está cada vez mais bonita e qualquer dia ganha um prêmio. Eles falam que nunca olharam para pernas da Rosinha e nem sabe se são grossas ou secas.


Chico pede desculpas pelo mal jeito, estava cismado a toa e agora tá tudo bem, quando Rosinha taca a calçola na cabeça do Chico. Ela diz que tirou a calçola ridícula, que só colocou de tonta para agradá-lo e chama de falso e mentiroso, que ela não é uma "coisa" para ele controlar e que grosso é ele  e não as pernas dela e termina o namoro com ele. Chico vai atrás, se ajoelha, fala que é um egoísta, um bocó, mas fez aquilo porque gosta muito dela e acaba fazendo burrada  e pede desculpas e não faz mais isso.


Rosinha perdoa na condição de dançarem juntos a noite inteira e eles dançam ao som de "Entre tapas e beijos", que era a músicas deles, e, assim, voltando às boas. No final, Zé da Roça comenta com Zé Lelé que eles formam um belo casal e que Chico nem desconfia que eles estavam falando mesmo das pernas da Rosinha e inventaram a história da galinha da coxa grossa. Zé da Roça ainda comenta que o que é bonito é para ser mostrado, enquanto olham o casal dançando.


Essa história é muito legal, mostra o Chico bem ciumento com a Rosinha na festa junina , preocupado nos outros meninos olharem para a sua perna. Tem o plano de esconder dando uma calçola ridícula, mas acabou o plano infalível não dando certo, aumentando os olhares dos meninos com o mistério de imaginar como seria as pernas da Rosinha. Histórias de planos infalíveis com outros personagens sem ser do Cebolinha sempre eram divertidas.


Engraçado ver o Chico agindo como ciumento, as partes de ele chamar os meninos "gaviões", a calçola verde que não combina nada com o vestido da Rosinha e a vergonha que ela passou por causa disso só para agradá-lo, mas que acabou que era só de interesse para controlá-la e eles dançarem a música Entre tapas e beijos de Leandro e Leonardo, que bombavam na época. Vemos na história um Chico ciumento ao extremo, controlador, autoritário de dar ordens na Rosinha como se fosse uma propriedade dele, fora sensualidade e crianças a noite toda na quermesse. Tudo isso não é aceito nos gibis atuais, ainda mais vindo de uma criança, e, com isso, essa história não seria publicada atualmente.


Os traços excelentes da fase consagrada dos personagens, com direito a Rosinha com chapéu, que deixava bem bonita. Teve um descuido do Chico falando de boca fechada na 5ª página da história (página 7 do gibi), mas pra mim até gostava quando acontecia isso. Costumam alterar isso nas republicações dos almanaques atuais quando o personagem falava de boca fechada nas originais. A menina Sofia só apareceu  só nessa história mesmo. E curiosidade de que esse gibi foi de janeiro de 1992 e, assim, teve festa junina fora do mês de junho, mas era comum histórias do Chico fora da época normal, só que colocando o nome da festa como quermesse, como foi nessa história. Assim, podia ter festa junina o ano todo lá. 

sexta-feira, 21 de junho de 2019

Um tabloide com Penadinho e Frank

Mostro uma história de 1 página com o Penadinho e Frank jogando boliche. Foi publicada em 'Cascão Nº 204' (Ed. Globo, 1994).

Nela, Frank convida o Penadinho para jogarem boliche, só que ao lançar a bola, Frank se atrapalha e acaba se arremessando junto com a bola e se desmontando todo com a queda, tendo um auto-strike no boliche. 

No caso, o Frank  foi criado por um cientista e ele tem suas partes do corpo montadas como um quebra-cabeça e, então, ao sofrer queda forte, ele é desmontado todo, como foi o que aconteceu quando se arremessou no boliche aí no tabloide. Traços muito bons. Legal o Penadinho lembrar da época de quando era vivo ao falar que era campeão de boliche. A seguir a história completa.


segunda-feira, 17 de junho de 2019

A saga de histórias do Astronauta sem Ritinha


Em junho de 1989 começava a saga do Astronauta de ter a surpresa que sua namorada Ritinha se casou com outro enquanto esteve fora em suas intermináveis viagens espaciais, caindo em profunda depressão. Em homenagem aos 30 anos, nessa postagem mostro essa série de histórias desde que ele teve a notícia do casamento da sua namorada e as formas que ele fez para superar essa perda.

Astronauta é integrante da BRASA (Brasileiros Astronautas) e recebe várias missões espaciais a procura de novas civilizações fora da Terra, além de ajudar habitantes extraterrestres a se livrarem de algum perigo espacial ou vilão que está querendo tomar posse do planeta dos ETs. Volta e meia ele retorna à Terra para matar saudades, mas a maior parte parte do tempo fica no espaço, muitas vezes meses sem voltar para Terra. Com isso, ele fica muito tempo longe da sua família e amigos que vivem em uma fazenda no interior do Brasil.

Ele tinha uma namorada, chamada Ritinha, que sempre a via quando estava a Terra. Ela aparecia pouco nos gibis, só de vez em quando, e chegou a aparecer última vez antes da saga, participando da história "Solidão" de 'Cebolinha 28', de 1989. Um dia, Astronauta volta para visitar sua família e tem a notícia que a Ritinha se cansou de esperar o Astronauta voltar de suas longas viagens espaciais e se casou com o Bonifácio. Isso foi um baque para ele, e, assim, fica deprimido e passa a ter uma série de histórias com ele com dor-de-cotovelo e à procura de outras namoradas para poder tentar esquecer a Ritinha.


A saga teve 7 histórias no total, que saíram entre junho de 1989 e julho de 1990, a maioria em gibis da Mônica, sendo as 2 últimas saindo em gibis do Cebolinha. Não foram todos os meses seguidos, eram intercaladas com histórias normais das suas missões no espaço no período, por isso a saga durou mais de 1 ano no total. A seguir mostro como foi cada uma dessas histórias.

1-  HQ "Quem espera sempre alcança (ou se cansa)"

Publicada em 'Mônica Nº 30' (junho/ 89), foi a primeira história da saga. Com 5 páginas, começa o Astronauta voltando à Terra pra visitar a sua família e Ditão começa a engasgar e tossir e dá desculpa que é um início de resfriado quando Astronauta pergunta quais as novidades para o amigo. Quando Astronauta se encontra com os pais e pergunta pela Ritinha, eles também se engasgam e tentam contar a novidade, quando ela chega.


Ritinha conta que casou com o Bonifácio há 6 meses. Astronauta fala que não contou nada para ele e ela diz que não tinha como, ele estava no meio de suas intermináveis viagens espaciais, que não podia continuar apaixonada por uma lenda, um mito, que um dia vai encontrar outra garota, mas não era para deixá-la esperando e dá um beijo nele.

O casal vai embora e Astronauta vai arás, não vai entregar a Ritinha sem luta. Chegando lá, ele vê o casal feliz cozinhando, lavando louça, lendo livro juntos, jogando, e, assim, Astronauta toca a campainha falando que foi desejar felicidades a eles e fala ao Bonifácio cuidar do amor da sua vida. Depois, Astronauta decide voltar para o espaço, preferindo enfrentar mil monstros a outra história como essa e termina mostrando a sua nave no universo com Astronauta com coração partido.



2 - HQ "Mudando de profissão"

Publicada em 'Mônica Nº 31' (julho/ 89) e com 6 páginas no total, mostra o desejo do Astronauta mudar de profissão, pois, para ele, perdeu a Ritinha por ser astronauta. Nela, ele está em um médico, se queixando de dor-de-cotovelo e sendo infachado o braço por causa disso. Astronauta comenta que quer outra profissão para esquecer a Ritinha. O General propõe uma nova missão e Astronauta recusa, mesmo o espaço estando no sangue dele.



Astronauta se despede da nave e do Centro Espacial e vai à rua como uma pessoa comum. Na rua, encontra um casal fantasiados de extraterrestres e ele ataca o casal , pensando que era invasão de guerreiros plutônicos. Depois, um menino está fantasiado e Astronauta pensa que é um guerreiro do planeta Nanico. O menino atira água no Astronauta e ele vê que era apenas um menino normal. E paga mico ao pensar que um cachorro é um espião do planeta Peludus,

Astronauta volta par ao Centro Espacial, admitindo que nasceu para ser Astronauta e pergunta ao General qual era missão. General diz que é para o Astronauta acompanhar da sua nave a sobrinha Aline em sua primeira pilotagem de um caça. No final, Astronauta observa Aline pilotando o caça, prometendo um clima de romance entre eles. Interessante o Astronauta com faixa no cotovelo, o que ficou marcado nessa série de histórias, como se dor-de-cotovelo fosse muscular, mas na verdade era para simbolizar depressão.



3- HQ "Aline"

Publicada em 'Mônica Nº 32' (agosto/ 89) e com 6 páginas no total, mostra o  Astronauta com esperança de ter um relacionamento com a Aline, sobrinha do General. Começa com eles em um missão na nave dela, quando são atacados por 3 caças do planeta Guerreiro. Eles lutam com os caças dentro da nave mesmo e depois eles vão para o centro espacial.


Astronauta elogia a performance da Aline e ele a convida para almoçar. Lá, ele fala do fim do seu relacionamento com Ritinha, que podia ter largado de ser astronauta para ficar com ela. Aline comenta que ela podia ter acompanhado, mas ele diz Ritinha tinha medo de altura, tinha vertigens. Depois, Astronauta e Aline vão ao parque, se divertem em carrossel, montanha russa e túnel do amor.

No final, eles voltam para casa dela e Astronauta tem a surpresa do noivo da Aline estar lá. Eles se cumprimentam, o noivo fala que Aline fala muito do Astronauta e quem sabe seja o padrinho do casamento deles. Astronauta vai embora e vai curtir uma nova dor-de-cotovelo, agora tanto pela desilusão da Ritinha, quanto da Aline.



4 - HQ "Eleonor, a mulher perfeita"

Publicada em 'Mônica Nº 35' (novembro/ 89) e com 8 páginas no total, Astronauta está se recuperando da dor de cotovelo, quando é chamado ao gabinete do General para mais uma missão espacial. Teria que acompanhar o Doutor Fritz e sua filha Eleonor ao planeta Orion, que é ideal para colonização e eles vão para lá estudá-lo.


No trajeto, Eleonor pilota a nave, faz comida para eles, dispensando Astronauta a tomar pílulas de alimentação, joga xadrez muito bem e ainda cuida do braço do Astronauta com dor-de-cotovelo, com massagem e carinho.Eles chegam ao planeta Orion, veem que a atmosfera é idêntica a da Terra, água potável, frutas saborosas e solo é fértil e acampam no laboratório instantâneo com uma pílula jogada no solo.


Astronauta e Eleonor exploram o planeta Orion entrando na cachoeira e brincando de balanço na árvore, passeiam pelo planeta de mãos dadas. Astronauta se declara, falando que a Eleonor é a garota mais linda, sensível e simpática que ele conheceu, quando habitantes nativos sequestram o Doutor Fritz. Astronauta e Eleonor tentam impedir e ela recebe uma paulada na cabeça.

Quando se livram dos invasores, Doutor Fritz  vê que a pancada avariou alguns circuitos e ele precisa trocar umas peças da Eleonor. Depois de consertada, ela fica sem memória e Doutor Fritz precisa reprogramá-la, e, com isso, Astronauta descobre que ela era um robô, causando mais uma decepção para ele e sem condições de trabalhar, volta para a Terra. Na nave, Astronauta comenta que a mulher perfeita que ele se apaixonou era apenas um robô e não sabe o que dói mais se é a cabeça ou o cotovelo.



5- HQ "Coração Solitário"

Publicada em 'Mônica Nº 38' (fevereiro/ 90) e com 6 páginas no total, Astronauta está muito deprimido, ouvindo música de fossa e olhando foto da Ritinha, quando não aguenta mais a situação e quebra o disco e comenta com a foto que precisa esquecer a Ritinha, mas não sabe como. Ele liga a televisão e vê um anúncio para o viajante solitário ir para o Planeta dos Solteirões, onde vai encontrar muita diversão e alegria e o lema era "Venha só e saia acompanhado".


Astronauta vai até lá e é recepcionado pelo dono do planeta, prometendo que vai encontrar a garota dos sonhos lá. Astronauta vê garotas de vários planetas, de diferentes espécies. Primeiro uma gigante gorda que se encantou pelo Astronauta e queria que a levasse para nave, mas ele diz que a nave é pequena, e se ela entrar, ele que tem que sair. Depois encontra garota de 2 cabeças que uma discorda da outra sobre o Astronauta e ele acaba fugindo. Em seguida, tenta se aproximar de uma garota que estava de costas e quando vê que ela tem dois olhos e dois narizes, ele desmaia, enquanto ela sai achando que ele era feio com um só nariz.

Na sequência, Astronauta vê um concurso de beleza com as garotas mais bonitas do universo e por serem todas exóticas, ele não se interessa por nenhuma. O dono do planeta fala que ninguém sai sozinho do planeta deles, e, com isso, o Astronauta ganha um cachorro espacial bem dócil para fazer companhia, terminando assim. Essa até que teve um final feliz, mesmo o Astronauta não ter arranjado outra namorada e esse cachorrinho não apareceu de novo em outras histórias depois.



6 - HQ "Astronauta"

Publicada em 'Cebolinha Nº 39' (Março/ 90) e 6 páginas no total, começa o Astronauta emparelhando cartas como uma importante pesquisa quando ouve um barulho de algo que chocou na nave. Ele vai conferir, pensando que era um meteoro e era um extraterrestre surfista. Ele tira a prancha da nave e se apresenta como Surfista Esverdeado, mas que podeira ser Surfista Azarado.


Ele conta que no planeta Ava-i ele criou o surfe aéreo e todos se divertiam no planeta, até que apareceu o governante tirano Malactus e proibiu o surf no planeta e ele foi expulso por ter se revoltado com a medida. O pior foi ter perdido a sua amada Karamélia quando foi expulso, ela não gostava de surf e o trocou por um "goiabão" e desde então ele tem vagado pelo espaço sem destino pegando altas caudas de cometas, furando névoas cósmicas para tentar esquecer a sua amada Karamélia.

Astronauta fica chateado, conta a sua história com a Ritinha que se casou com outro homem, mas estava quase esquecendo até ouvir a história parecida dele e agora ficou mal. Surfista Esverdeado oferece um trago da sua bebida de suco de frutas com guaraná em pó que dá mais disposição e energia. Assim, eles bebem lembrando das suas amadas afundando suas mágoas, quando surge uma nave com uma dupla de alienígenas e eles se interessam e vão fazer tentativas para uma segunda chance de um novo amor, terminando assim. No caso, foi só uma tentativa amorosa por parte deles, que não foi pra frente, já que não foi abordado Astronauta ter ficado com a alienígena em outras histórias. Mostra que em depressão amorosa pode chorar mágoas e tentar esquecer relacionamento através de bebida. Não foi alcoólica por ser gibi infantil, foi só pra demonstrar o que acontece na vida real.



7 - HQ "Conclusão"

Publicada em 'Cebolinha Nº 43' (Julho/ 90) e com 4 páginas no total, mostra no início uma retrospectiva que aconteceu na saga, começando com momento que a Ritinha estava casada com Bonifácio depois de voltar de suas intermináveis viagens espaciais e passou a ter terrível doença de dor-de-cotovelo. Aí passou a conhecer outras garotas, algumas bem exóticas, enfrentou monstros e vilões espaciais e viajou por vários planetas, até que retornou a Terra para visitar sua família.


Quando chega, vê um menino pequeno andando no sítio e logo descobre que era o filho que a Ritinha teve com Bonifácio que teve no período que ele estava fora desde que que descobriu o casamento da Ritinha. Astronauta cumprimenta o casal e diz que vai explorar um pouco o planeta dele e, assim vai curtir mais uma dor-de-cotovelo, agora com um filho da Ritinha, que poderia ser dele. Sempre que ele retornava para a Terra era uma surpresa ruim e decepção e agora com filho da Ritinha confirmou que perdeu a sua amada pra sempre.


Como podem ver foi uma saga marcante do Astronauta, tipo uma novela, de como ele perdeu sua namorada Ritinha por ter ficado muito tempo fora da Terra e a sua luta para tentar esquecê-la e arrumar um novo amor. Essa série deixou o personagem mais popular, muitos pulam suas histórias, e mostrou alternativas de como superar o fim do relacionamento, seja conhecendo novas garotas, refúgio no trabalho ou até na bebida e transmitiu a mensagem para refletir se vale investir no trabalho ou no amor, se o leitor deixaria seu grande amor por causa do trabalho ou não. Acabaram tendo final bem triste e deprimido com casamento e filho da Ritinha, deixando ele mais para baixo ainda quando começou a saga. Muito boa a sacada de dor-de-cotovelo simbolizado como se fosse dor muscular com braço quebrado, mas na verdade era depressão amorosa.

Após essa série, Astronauta continuou com suas viagens e missões espaciais e não esqueceu completamente a Ritinha, ficou sempre no seu coração. Com o sucesso, acabaram tendo outras histórias com Ritinha, seguindo esse estilo do Astronauta à procura de um novo amor, ou então imaginando como seria a sua vida se tivesse casado com a Ritinha, foi uma forma de ela aparecer de vez em quando nos gibis. Uma delas eu postei AQUI. Enfim, uma saga bem marcante, uma história melhor que a outra, e que foi muito relembrar há exatos 30 anos.

Termino mostrando as capas das revistas que saíram as histórias dessa saga.

Capas: Mônica Nº 30, 31, 32, 35, 38; Cebolinha Nº 39, 43

quarta-feira, 12 de junho de 2019

Capa da Semana: Magali Nº 47

No Dia dos Namorados, uma capa com a Magali com Quinzinho em que ela pinta a Lua Minguante como uma banana enquanto namoravam para ficar do jeito que gosta. Só Magali para conseguir absurdos assim tão legais.

A capa dessa semana é de 'Magali nº 47' (Ed. Globo, Abril/ 1991).


domingo, 9 de junho de 2019

Chico Bento: HQ "Flor da discórdia"


Mostro uma história em que a Rosinha terminou o namoro com o Chico Bento quando lhe deu uma flor para ela e, assim, o Chico precisou fazer de tudo para reconquistá-la. Com 6 páginas, foi história de encerramento de 'Chico Bento Nº 26' (Ed. Globo, 1988).

Capa de 'Chico Bento Nº  26' (Ed. Globo, 1988)
Nela, Chico Bento entrega uma flor para a Rosinha. Ela acha atitude romântica e quando vai da rum cheiro na flor, é picada por uma abelha no nariz. Rosinha dá um soco no Chico e fala que está tudo terminado entre eles.


Chico ainda tenta explicar que não sabia que tinha uma abelha na flor, mas Rosinha não quer saber de conversa e no caminho encontra o Toninho que convida a Rosinha para alguma coisa e antes de ele terminar, ela já aceita, só para dar ciúme no Chico e confirmar que terminaram o namoro e ainda mostra língua para o Chico, que chupa o dedo.

Ele encontra o Zé da Roça e diz que estava triste porque era o fim. Zé da Roça diz que eles ainda estavam na segunda página e Chico fala que a Rosinha deu o fora nele. Zé da Roça até fica animado pela Rosinha estar livre para ver se ele namore com ela e Chico diz que assim o Zé da Roça não sendo amigo dele e que precisa reconquistara Rosinha. Zé da Roça dá ideia do Chico agir como machão e explica o plano.


Depois, Chico vai até onde estava a Rosinha, fala com o Toninho que a Rosinha é namorada dele e  bate no Toninho. Rosinha não gosta e dá um soco na cabeça do Chico e sai de mãos dadas com o Toninho. Em seguida, Chico se faz de coitado e resolve pular no rio com uma pedra grande no pescoço. Rosinha vê e tenta impedir, mas quando ela vê que a pedra era de isopor, bate d enovo no Chico e vai embora com o Toninho.


Com isso, Zé da Roça fala para o Chico que o jeito era desistir e arrumar outra namorada. Chico encontra Mariazinha e começa a desenrolar conversa com ela. Rosinha vê, fica com ciúme e diz que resolveu perdoá-lo, que ele não fez de propósito e, assim saem abraçados apaixonados de novo, enquanto o Toninho se aproxima da Mariazinha. No final, Rosinha vê uma flor no chão e pergunta para o Chico se ele não vai pegar. Chico diz que não para não arranjar mais confusão e Rosinha diz que não tem mais cavalheiro romântico como antigamente.


Uma história muito legal, com o término do namoro do Chico Bento com Rosinha por não ter visto que tinha uma abelha escondida na flor. Muito boa as ideias do Chico agir como machão e o suicídio para ver se volta com a Rosinha, mas o que deu certo foi quando resolveu arrumar outra namorada. Na verdade, isso era sem intenção de plano, a ideia era que já que as outras tentativas não deram certo, que parta para outra, mas acabou Rosinha tendo ciúme e com medo de perder o Chico acabou voltando para ele. Afinal, a Rosinha estava mais querendo dar uma lição no Chico ficando com o Toninho, só que quando ele agiu na mesma forma, Rosinha voltou atrás, pois ela gosta mesmo do Chico.


Interessante o Chico levar muita surra da Rosinha, ficou engraçado. A picada da abelha foi o absurdo da história, do Chico não ver que tinha uma abelha lá enquanto carregava a flor, fora quando a Rosinha foi picada, o nariz inchou só em 2 quadrinhos e depois voltou ao normal. Com o perigo de uma picada de abelha na vida real, não fariam isso atualmente. Tem as partes incorretas como Rosinha ser picada por abelha, Chico agindo como machão e simular suicídio, as surras, tudo isso não são aceitos nas histórias hoje, nem como brincadeira e aí não seria aprovada hoje em dia. Sem contar que histórias de namoro com crianças são evitadas ao máximo hoje.


Legal também a parte de metalinguagem com Zé da Roça falando que não era o fim, pois estavam na segunda página, dando a entender que eles sabiam que estavam em gibis e eram personagens em quadrinhos. Os traços muito bons, típicos de histórias de miolo dos anos 80. Os personagens Toninho e Mariazinha são só figurantes e não apareceram em outras histórias depois, como de costume.