segunda-feira, 31 de dezembro de 2018

Cascão: HQ "É hoje!"

Compartilho uma história de quando o Cascão apostou que ia tomar banho no último dia do ano. Com 8 páginas no total foi história de abertura publicada em 'Cascão Nº 36' (Ed. Abril, 1983)

Capa de 'Cascão Nº 36' (Ed. Abril, 1983)
Começa a turma toda acordando empolgada por ser o último dia do ano. E ao mesmo tempo, Cascão fica desesperado por ser o último dia do ano. A mãe do Cascão, Dona Lurdinha, ouve uns gritos no quarto dele e quando entra lá vê o filho debaixo da coberta, tremendo na cama e temperatura quente e resolve chamar um médico.


Cascão sai da coberta comentando pra si mesmo que ele não pode ficar na cama, se os amigos encontrarem lá está perdido e precisa cair fora. Ele tenta fugir pela janela, mas todos eles já estavam do lado de fora esperando sair. Cascão resolve então fugir pela porta e Cebolinha já estava lá com um papel assinado pelo Cascão.


Cascão pergunta se Cebolinha vai levar a sério o que uma criança escreveu no papel e que escreveu em uma hora de desespero há 3 meses. Cebolinha lembra que o Cascão perdeu todas as figurinhas naquele dia e, como uma última chance, Cascão assina um papel que ia tomar banho no último dia do ano se perdesse as figurinhas em mais uma jogada. Acaba Cascão perdendo de novo quando o Cebolinha bate todas as figurinhas de uma só vez e passados os 3 meses a turma vai cobrar a aposta do banho no último dia do ano.


Todos carregam o Cascão e desejam jogá-lo no rio. Cascão interrompe e avisa que pode tomar banho no rio sozinho sem precisar da ajuda deles. Então, Cascão mergulha em direção ao rio. nessa hora, tem o suspense se o Cascão ira tomar banho, se aguentará o impacto da água e qual o futuro dele e a resposta seria no próximo quadrinho.


Há um barulho de que caiu na água e Cascão vai falando que a água está uma delícia, não sabia que era tão bom e faz umas onomatopeias de que estava nadando. A turma estranha, Mônica arranca o arbusto que estava na frente do rio e encontra o Cascão na beira  do rio com uma megafone falando aquilo tudo.  

A turma fala que agora o Cascão vai cair no rio mesmo na marra. Todos seguram à força quando ele tenta fugir e a turma acaba jogando o Cascão para o alto para ele cair depois na água. Quando cai, todos fotografam, cada um com suas câmeras, e ficam muito felizes, que vão guardar as fotos para sempre e que nunca teve um final de ano tão maravilhoso enquanto Cascão fica se afogando no rio.


No final, depois de todos irem embora, é revelado que não era o Cascão que caiu no rio, e, sim, o seu anjo da guarda, que trocou de lugar na hora que subiu ao ser levantado pela turma. Cascão em cima de uma nuvem agradece e fala pra ele que foi um verdadeiro anjo enquanto que o anjo fala pra não prometer mais uma coisa dessas.


História muito legal e engraçada, com Cascão tentando driblar a turma para não tomar banho no último dia do ano depois de uma infeliz aposta de figurinhas. Gostava de histórias assim, de ver as artimanhas que o Cascão fazia para escapar, muitas vezes precisando apelar para os absurdos para não tomar banho. Dessa vez foi o seu próprio anjo da guarda que o ajudou. Muito bom.


O início da história muito engraçado, primeiro com o mistério no ar por que a turma estava empolgada e por que o Cascão desesperado por ser último dia do ano e as tentativas do Cascão para fugir e depois tudo é desvendado, bem explicado. Sensacional a parte do narrador dando um suspense antes do Cascão mergulhar. Normalmente aconteceria em uma segunda parte da história, mas como era curta e não tinha, aí colocaram sequência já no quadrinho seguinte.

Os traços muito bons, eles já estavam com o estilo que ficou consagrado nos anos 80. Engraçadas as caras deles, tanto da turma aprontando com o Cascão, quanto ele desesperado com a situação que ele mesmo criou. Eles faziam bastante histórias de Ano Novo com o Cascão, até por conta dessa brincadeira de resolução para tomar banho que se encaixava bem com ele. Hoje em dia, não tem mais histórias de Ano Novo com nenhum personagem. 


Infelizmente histórias assim não tem mais hoje em dia. Na época era só uma coisa engraçada com a característica do Cascão, hoje interpretam como bullying por parte da turma de forçar o Cascão a tomar banho sem querer e aí evitam isso hoje. Outra parte incorreta seria a palavra "Droga!", que hoje mudariam para "Bolas!" ou outra coisa qualquer. Interessante como eles falavam bastante "Droga!" nos gibis antigos quando estavam com raiva.

Muito bom relembrar essa história, que completa exatos 35 anos. Foi republicada depois em 'Almanaque do Cascão Nº 16' (Ed. Globo, 1991) e também em vários almanaques de Natal. Deixo aqui a capa desse almanaque de 1991, que foi onde eu tirei as imagens da postagem.

FELIZ ANO NOVO!!!

Capa de 'Almanaque do Cascão Nº 16' (Ed. Globo, 1991)

sábado, 29 de dezembro de 2018

Turma da Mônica e Liga da Justica: Resenha dos gibis


Nas bancas as edições "Nº 44" da Turma da Mônica, além de 'Turma da Mônica Jovem Nº 25' e 'Nº 26' da Editora Panini, com o grande encontro da Turma da Mônica e Liga da Justiça. Eu havia feito uma postagem falando uma visão geral dos gibis de dezembro de 2018 com essa parceria da MSP com a DC e agora nessa postagem faço uma resenha mais detalhada de cada gibi individualmente que eu comprei.

Era até pra eu já ter postado antes, mas a distribuição da Panini é horrorosa e como sempre custou a chegar os gibis por aqui. As revistas dos 5 principais só chegaram no dia 17 de dezembro e a "Turma da Mônica" só dia 21 de dezembro. Tem os que reclamam que até assinatura custam a chegar, imagine os gibis de bancas. Quem foi na Comic Con Experience 2018 (CCXP) teve os gibis de forma exclusiva no evento, antes de todo mundo.

Não chegaram os gibis com as capas variantes do Cascão com Aquaman do filme nem as de formato  americano. Pelo visto foram edições exclusivas para a CCXP e tenha em algumas livrarias. É possível comprar essas edições individualmente ou o box de 120 reais, reunindo os 19 gibis, incluindo suas capas variantes, no site oficial da Editora Panini.


Todos os gibis principais seguem o estilo padrão que vem sendo, com os mesmos preços e número de páginas dos gibis atuais (R$ 5,00 os de formato canoa com 68 páginas e R$ 6,00 os de lombada com 84 páginas) e conteúdo com os péssimos traços e letras de PC . Cada capa teve um cabeçalho amarelo padronizado frisando esse encontro e pra ter destaque que são revistas especiais e o personagem ao lado do logotipo fantasiado de algum super-herói da Liga da Justiça. As capas no geral ficaram bonitas, principalmente a do Cebolinha, só não gostei a do Cascão, ficou como uma montagem com o Cascão e Aquaman em planos diferentes, como se tivesse inserido uma imagem já pronta do Cascão nela. A capa variante ainda ficou melhor, mas ainda assim menos legal de todas.

Só as histórias de abertura que são relacionadas ao encontro da Turma da Mônica com os super-heróis da Liga da Justiça, variando entre 28 a 34 páginas cada história, dependendo do gibi, e as suas capas com alusão a essas histórias de aberturas. Foram histórias só com os heróis da Liga da Justiça, assim tiveram histórias com o Superman, Mulher Maravilha, Batman, Lanterna Verde, Aquaman e Flash. A proposta foi mostrar os heróis da Liga da Justiça em forma oficial se unindo a Turma da Mônica contra o mal ou o mesmo objetivo, desenhados da forma oficial e sem nomes parodiados.


Já as de miolo segue o estilo padrão atual. Chama a atenção dos gibis com muitas histórias de 1 ou 2 páginas, uma atrás da outra, só para comportar uma média de 10 histórias por gibi. Fica estranho assim, uma história de abertura longa e outras bem curtas só para preencher o gibi e não ficar praticamente história única nos gibis. Uma ou outra de 1 página é legal, agora gibi quase todo é ruim.

As histórias de Natal ficaram no miolo ou no encerramento de cada gibi, tendo 1 ou 2 histórias natalinas dependendo do gibi. Isso para não passar em branco o Natal nos gibis, pois eles fazem questão de todo ano ter Natal nos gibis. E os passatempos também tiveram temas natalinos. Mais uma vez não teve histórias de Ano Novo.



A seguir mostro cada gibi individualmente:


Mônica - "O plano infalível e a lanterna verde" - Escrita por Paulo Back e com 32 páginas no total, Cebolinha consegue a lanterna do Lanterna Verde ao bolar um plano infalível e ainda faz com que o super-herói pense que a Mônica é uma vilã.

Um bom roteiro, foi divida em 3 partes e teve uma boa interação dos universos da MSP com a DC, teve até presença do Capitão Feio na terceira parte da história. Deu conta do recado. Os traços dos super-heróis apareceram tipo inseridos em outro plano, parecendo carimbo, como se tivesse desenhado os heróis separadamente e depois copiou e colou na cena. Ficaram muitos distantes dos personagens da Turma da Mônica durante a história. E teve umas caretas dos personagens que ficam a desejar.

Trecho da HQ "O plano infalível e a lanterna verde" 

Esse gibi teve 11 histórias no total, incluindo tirinha, com histórias com secundários do Jeremias, Penadinho e Do Contra. Jeremias, inclusive, com história solo depois de muito tempo em  "O boné voador" em que o boné dele voa com uma ventania e ele passa sufoco pra pegar de volta. O cabelo dele ficou estranho com esses traços de PC.

De destaque, teve a história "Insubstituível" com a Turma do Penadinho, a história do Museu Nacional do Rio de Janeiro que foi incendiado em 7 de setembro de 2018. Escrita pelo Flavio Teixeira, foi uma homenagem ao Museu de 200 anos. Teve uma divulgação na internet nas redes sociais assim que o Museu foi incendiado, mas só saiu agora porque os gibis tem uma antecedência para serem feitos.

A história é legal, com 6 páginas, mostrando algumas obras históricas que foram parar no cemitério do Penadinho depois do incêndio. Teve um erro de encadernação da editora com a segunda e terceira páginas (páginas 50 e 51 do gibi) ficarem invertidas e, com isso, tem que ler a página 51 antes da 50 para ter uma compreensão melhor.

Trecho da HQ "Insubstituível"

A história de Natal ficou no encerramento. Em "O acidente de Natal", de 10 páginas, Mônica ajuda o Papai Noel a levantar o trenó após ter caído ao lançar o Sansão no alto. O roteiro foi bom. Desenhos horrorosos e decadentes, tudo digital e sem vida que desanima a leitura.

Trecho da HQ "O acidente de Natal"

Cebolinha - "Eu trabalho sozinho" - Escrita por Carlos Estefan e com 28 páginas no total, Bruce Wayner vai prestigiar o lançamento do novo ginásio do bairro do Limoeiro. Arlequina sequestra a Marina e Batman quer salvá-la sozinho, mas não conta que Cebolinha, Cascão e Mônica quererem ajudá-lo na missão.

Muito boa essa história, os personagens contrariando o Batman e querer ajudar na missão e ainda disputando quem dos três vai ser o melhor ajudante foi uma boa sacada. Os traços foram bem desenhados também.

Trecho da HQ "Eu trabalho sozinho"

O gibi teve 10 histórias, sendo que com secundários com Rolo, Dona Morte, Maria Cebolinha, Bidu e Penadinho. Com isso, poucas histórias solo do Cebolinha dessa vez. 

Teve 2 histórias de Natal, ambas com Cebolinha. Uma no miolo, "Um Natal muito Louco", de 6 páginas, com o Louco aprontando com ele no Natal, deixando passar várias datas festivas do ano como Páscoa, Dia das Mães, etc. A outra foi no encerramento de 8 páginas, com título "Não lembraram de mim", uma referencia ao filme "Esqueceram de Mim", com Cebolinha e Dudu e ensinando como arrumar quarto de uma forma divertida.

Trecho da HQ "Um Natal muito louco"

Chico Bento - "Esperança" - Escrita por Carlos Estefan e 28 páginas no total, Superman e Mulher-Maravilha resolvem tirar férias em Vila Abobrinha, sendo que o Chico Bento está passando problemas sérios no sítio.

Essa história ficou bacana, mostrando o Superman e Mulher-Maravilha em busca de um lugar pacífico  para fugir do egoísmo e do ódio na Terra. Legal ver o contraste os super-heróis voltados com a simplicidade do Chico Bento e as coisas da roça e ainda foi bem emocionante  a mensagem que ela transmite em si.

O que estragou foram os traços, que ficaram péssimos, feios demais, parecendo um carimbo, com desenhos prontos e inseridos na cena, onde encaixa melhor nas cenas, um copiar/colar o tempo todo. Constrangedor.

Trecho da HQ "Esperança"

O gibi teve 10 histórias, com uma curiosidade de que teve 3 histórias com a Turma da Mata. Histórias de secundários foram apenas com esse núcleo. Aí uma protagonizada pelo Coelho Caolho com um crossover do Chico Bento no final e as outras 2 foram com a dupla Rita Najura e Jotalhão cada uma. As 2 primeiras, uma atrás da outra. E ainda teve uma presença da Turma da Mata em 1 quadrinho na história do Chico "Cortando caminho" de 2 páginas, mostrando também presença do Papa-Capim e Piteco, únicas aparições deles nesse gibi.

O gibi termina com a história de Natal "O presente de presente", com 9 páginas, com o primo Zeca recebendo uma lição do tempo passar depressa ao reclamar que só vai receber o seu presente de Natal em casa na noite de Natal, com uma bonita mensagem no final.

Trecho da HQ "O presente de presente"

Cascão - "O mestre dos mares" - Escrita por Edson Itaborahy e 28 páginas no total, o Aquaman teve seu tridente que dá poderes roubado pelo vilão Cúmulus e Cascão resolve ajudar o super-herói a recuperar seu tridente.

A história no geral foi boa, um encontro inusitado do Cascão logo com o Aquaman, podia ter uma dedicação maior mais para o final, dava para desenvolver mais. Não gostei da parte do Cascão enchendo e carregando baldes d'água, não tinha necessidade nenhuma. Fora que o Aquaman nem usou a água dos baldes depois, só encheção de linguiça e para colocarem o Cascão com contato direto com água, apesar de não ter se molhado. Os desenhos até que não ficaram ruins nessa.

Trecho da HQ "O mestre dos mares"

O gibi teve 6 histórias no total, com secundários só com Turma do Penadinho, 2 história com eles. Até que nesse gibi foram poucas histórias curtas de 1 a 3 páginas, diferente dos outros gibis do mês, resultando assim menos histórias no gibi

Foram 2 histórias de Natal, uma com a Turma do Penadinho com o título "Natal assombrado", com 11 páginas, em que o Frank se passa pelo Papai Noel já que ele nunca vai ao cemitério no Natal, e só dá "presentes de grego" para os seus amigos do cemitério. Até que gostei que finalmente teve história de Natal com secundários, já que nos últimos anos basicamente são histórias natalinas só coma  Turma da Mônica na abertura.

A outra de Natal foi a de encerramento com o Cascão, de 10 páginas. Em "De volta para o Natal", Cascão pede para o Franjinha para viajar no passado, precisamente no dia anterior, durante a noite de Natal para consertar um erro que fez com os pais durante o Natal. Uma boa mensagem no final, como de costume nos gibis atuais.

Trecho da HQ "De volta para o Natal"

Magali  - "Muita fome para muita velocidade" - Escrita por Paulo Back e com 34 páginas no total, Mingau e os gatos do bairro do Limoeiro somem misteriosamente e o Flash ajuda a Magali a recuperar seu gatinho, além dos outros gatos da região.

A história foi divida em 2 partes, sendo que a primeira foi mais simples e a segunda parte teve fôlego melhor e mais atrativa com a Mulher-Gato, Coringa e Batman. Os traços é que ficaram a desejar muito, muitas caretas que não contradiz com história e deixando a Magali irreconhecível, parecendo um monstro em certos momentos.

Trecho da HQ "Muita fome para muita velocidade"

O gibi teve 10 histórias no total, com secundários com Dudu, Turma do Penadinho (2) e Astronauta. Várias histórias de 1 ou 2 páginas, uma atrás da outra,  mais que o normal, ficando estranho assim. É bom um equilíbrio de histórias mais longas de 4 em diante com essas mais curtas, estilo como foi no gibi do Cascão. Pelo menos as curtas da Magali envolveram comida, já que ultimamente nem assim ela fala mais de comida.

De destaque, teve a história "Nomes", de 4 páginas, marcando a a estreia do personagem Binho, um menino negro na faixa etária de 5 anos de idade, a mesma do Dudu. Nela, Binho ajuda o Dudu a dar nomes nos bonecos deles. A MSP está criando um núcleo de uma família de personagens negros e esse garoto foi um deles. Provavelmente, receberam reclamações que a Turma da Mônica não tem personagens negros atuais, com exceção do Jeremias, então resolveram criar essa família de personagens negros.

Trecho da HQ "Nomes"

A protagonista desse núcleo será a menina Milena, que vem aparecendo em algumas capas e propagandas da turma, mas história até agora foi só uma de 1 página em 'Mônica Nº 42' , de 2018, bem apagada e sem alarde nenhum, e que vai ter uma história oficial e digna de estreia e apresentação de personagens em 'Turma da Mônica Nº 45', em janeiro de 2019.

Propaganda com a Milena, tirada de 'Magali Nº 44'

A história de Natal dessa 'Magali Nº 44', foi a de encerramento. Com o título "Uma ceia surpresa para a mamãe", com 10 páginas, Magali, seu pai Carlito e Dudu resolvem fazer uma surpresa para a Dona Lili, mãe da Magali, preparando uma ceia de Natal sozinhos, mas acaba dando muita confusão.

Trecho da HQ "Uma ceia surpresa para a mamãe"

Turma da Mônica - "O Niver" - Escrita por Flavio Teixeira e 32 páginas no total, o Superman está fazendo aniversário e a convida a turma para comemorar na sua casa na Fortaleza da Solidão, mas não contavam com o ataque do Mongul, um dos arqui-inimigos do Superman.

Uma história bem interessante essa, mostra vários momentos clássicos da trajetória o Superman com os heróis da Liga da Justiça. Tem um estilo de roteiro de "Clássicos do Cinema", incluindo os personagens vestidos de super-heróis, só que com a diferença que tem a presença dos heróis contracenando com eles e não apenas os personagens interpretando os heróis como em "Clássicos". Traços bacanas nessa história e bem detalhados.

Trecho da HQ "O Niver"

O gibi tem 8 histórias no total, sendo que secundários com Tina, Astronauta, Anjinho e Penadinho. Nesse título, nem considero eles como secundários, já que dá ideia de que a turma toda seja protagonista, ter um mix de histórias de qualquer núcleo. Bastante histórias de 1 ou 2 páginas pra encher linguiça.

A história de natal foi a de encerramento "O nascimento de Jesus", de 10 páginas, com a turma encenado uma peça de teatro com o nascimento de Jesus e apresentada pela Marina. Lembra bastante a história "Natal rural", de 'Chico Bento Nº 180' (Ed. Globo, 1993), aí foi como uma história semelhante, só que protagonizada pela Turma da Mônica.

Trecho da HQ "O nascimento de Jesus"

Não comprei Turma da Mônica Jovem, então não tem resenha dessa. As de inglês e espanhol, "Monica and Friends" e "Mónica y sus amigos", respectivamente, são o mesmo conteúdo de 'Turma da Mônica Nº 44' e logicamente não comprei . E as de formato americano são mesmo conteúdo das mensais, só que com capa e tamanhos diferentes das formatinhos, logo não comprei também.

No geral, as histórias de abertura foram boas, atingiram o objetivo de homenagear e promover bem a DC e os heróis da Liga da Justiça. Cada um com suas particularidades citadas na postagem. Os traços é que andam ruim, principalmente em histórias de miolo, alguns chegam a ser deprimentes. Na minha opinião, as melhores histórias de abertura, na ordem de preferência, foram: Cebolinha, Turma da Mônica, Chico Bento, Mônica, Cascão e Magali. Assim fica as dicas de compras de gibis nas bancas.

terça-feira, 25 de dezembro de 2018

Mônica: HQ "O gorro rasgado"

Mostro uma história em que a Mônica ajudou um Duende do Papai Noel a tentar consertar o gorro do Papai Noel que rasgou a tempo das entregas dos presentes de Natal. Com 9 páginas, foi história de encerramento publicada em 'Almanaque da Mônica Nº 20' (Ed. Abril, 1983).

Capa de 'Almanaque da Mônica Nº 20' (Ed. Abril, 1983)

Nela, um Duende do Papai Noel está apressado para chegar ao Polo Norte, pois havia mandado lavar a roupa do Papai Noel em uma lavanderia e acabou demorando demais. Ele tem medo de não chegar a tempo e Papai Noel precisar entregar os presentes pelado.


Nessa hora, Cascão está em cima de uma árvore fugindo da Mônica depois de ter aprontado com ela. Cascão mostra a língua e Mônica arremessa o Sansão, só que ela erra a mira e acaba atingindo o gorro do Papai Noel que estava com o Duende. Sansão com o gorro acaba voando longe e vai parar em um tanque onde uma mulher estava lavando roupa.

O Duende pede para a mulher devolver o gorro com o coelhinho e ela joga em cima dele com raiva. Ele tenta tirar o gorro da cabeça do Sansão, mas fica grudado porque encolheu ao ser molhado e lembra que só podia ser molhado com gotas de orvalho da manhã e chama o Sansão de porcaria de coelho.


Mônica vai passando, ouve tudo e dá um soco no Duende, falando que ninguém fala mal do Sansão na frente dela e pensa que o Duende é um moleque disfarçado fora da época de Carnaval. Mônica faz força para tirar o gorro do Sansão e acaba o gorro rasgando. O Duende se desespera, falando que o Papai Noel não vai perdoá-lo, não imagina o Papai Noel entregando os presentes sem gorro, que tem risco de pegar uma friagem na carequinha e a sua imagem vai ficar abalada. 


Mônica aperta as orelhas do Duende e vê que é de verdade. Ele a chama de maluca e graças a ela o Papai Noel não vai poder entregar os presentes. Então, Mônica leva o Duende para casa e sua mãe, Dona Luísa, pensa que era um novo bicho que a filha estava levando e põe o Duende para fora e fecha a porta. Dona Luísa abre a porta de novo se dando conta que era um Duende e acaba desmaiando. Com isso, como ela não podia costurar o gorro, aí Mônica resolve costurar.


O Duende diz que o gorro só pode ser costurado com um material especial: fios de cabelo de um menino que só tem 5 fios de cabelo na cabeça e que troque o "R" pelo "L". Mônica corre segurando o Duende e encontra o Cebolinha escondido em um banheiro de rua, desesperado que não vai aceitar porque cortou cabelo semana passada e nem ouse entrar lá porque é banheiro masculino e ele está pelado. 


Mônica segura a casinha do banheiro e joga longe e Cebolinha fica com  medo e corre, mas Mônica joga a porta em cima dele e consegue cortar todo o seu cabelo, contra a sua vontade, falando que é pelo Natal. O Duende diz que seria só 1 fio e Mônica diz que foi por causa se caso faltar e Cebolinha a xinga com palavrões.


Mônica costura o gorro, mas o Duende a apressa porque tem pouco tempo para entregar a roupa do Papai Noel. Quando ela acaba de costurar, o vestido da Mônica fica agarrado costurado no gorro por causa da pressa. O Duende fala que se tirar o gorro pode rasgar de novo e eles não tem outro fio de cabelo e não vai dar tempo de costurar. Assim, no final, Duende entrega a roupa do papai Noel com o vestido agarrado no gorro mesmo e os pedidos de presente da Mônica e Cebolinha. Era um vestido e uma peruca de 5 fios de cabelo, com eles escondidos atrás de uma moita esperando Papai Noel entregar os presentes deles.


Uma história bem bolada e criativa com tudo acontecendo com o gorro do Papai Noel e Mônica ajudando o Duende a recuperar o gorro, que acabou sendo rasgado na confusão. Mexe com a fantasia e imaginação dos leitores, se tornando melhor ainda. Engraçado ver as trapalhadas e os absurdos durante a história, pelo menos no final o Papai Noel conseguiu entregar os presentes da criançada, mas Mônica e Cebolinha se deram mal.


É cheia de movimentos, parecendo desenho animado, típicas de histórias da Editora Abril da época. Os absurdos eram grandes, principalmente a Mônica segurar e jogar longe uma casinha de banheiro sozinha só com a sua força exagerada. Muito bom. Palavrões e falar a palavra "Droga!" são as coisas incorretas que não são publicados atualmente nos gibis. Os absurdos também não são bem vindos hoje.


Os traços muitos bons dos anos 80, dava gosto de ver desenhos assim. Na postagem a coloquei completa. Nunca foi republicada até hoje, assim como as demais histórias desse 'Almanaque da Mônica Nº 20' , que eram inéditas até então, e só quem tem esse almanaque que conhece. Muito bom relembrar essa história, que completa exatos 35 anos.

UM FELIZ NATAL A TODOS!!!

domingo, 23 de dezembro de 2018

Capa da Semana: Magali Nº 326

Eram muito comuns capas com os personagens caracterizados como Papai Noel em um trenó adaptado para a sua característica. Assim, nessa capa, Magali está no seu trenó formado por uma cesta de frutas e ao invés de distribuir brinquedos, ela distribui frutas para a criançada. Muito criativa e bem caprichada.

A capa dessa semana é de 'Magali Nº 326' (Ed. Globo, Dezembro/ 2001).



quinta-feira, 20 de dezembro de 2018

Cebolinha: HQ "Louco Noel"

Mostro uma história como Louco vestido de Papai Noel perturbando o Cebolinha no Natal. Com 5 páginas, foi publicada em 'Cebolinha Nº 48' (Ed. Globo, 1990).

Capa de 'Cebolinha Nº 48' (Ed. Globo, 1990)

Nela, Cebolinha encontra uma caixa de presente na sua historinha e quando vai abrir, sai o Louco vestido de Papai Noel, desejando um feliz Natal a todos. Cebolinha se assusta e vê que era o Louco, que pergunta se ele foi um bom menino durante o ano.


Cebolinha diz que tirando os planos contra a Mônica, foi sim. Então, Louco dá um presente para ele por ter merecido, e quando o Cebolinha abre, era um outro Louco também vestido de Papai Noel. Esse novo Louco diz que um bom menino não faz xixi na cama, nem desobedece à mãe e nem mata passarinhos e como o Cebolinha não fez nada disso, ele ganha outro presente.

Ao abrir a caixa, um novo Louco Papai Noel surge dentro da caixa. Ele tenta dar outro presente, mas Cebolinha acaba correndo porque não quer mais Loucos de presentes de Natal. Louco pergunta o que ele quer e cebolinha diz que quer um "calinho". Então, Louco dá um saco de bolinhas de gude, cobrando cem mil cruzeiros. Cebolinha fala que é carinho demais e não aceita.


Os três Loucos dão carinho no rosto do cebolinha e ele diz que não é isso que quer. Com isso, Louco dá uma pisada no pé do Cebolinha que grita de dor por ter pisado bem no calo do pé dele. então, os 3 Loucos dão uma caixa de presente já sabendo o que ele quer e vão embora.

No final, Cebolinha joga a caixa fora no lixo pensando que ia sair um outro Louco dentro dela. cascão estava dentro da lata de lixo e acaba abrindo o presente e era um carrinho, que tanto o cebolinha queria e acabou o Cascão ficando com o presente.


História simples e bem legal com o Louco aprontando com o Cebolinha no Natal em dose tripla e uma brincadeira com a dislalia do Cebolinha com a palavra "carrinho". O "calinho" que ele queria de presente de Natal era carrinho, mas que podia ser carinho (agrado), produto com preço caro ou calo de pé com uma má interpretação. Sempre engraçado esses trocadilhos por ele trocar o "R" pelo "L"


Infelizmente histórias assim não são feitas hoje justamente por causa dessas várias interpretações e como as histórias são exportadas para outros países não iam fazer sentido com as trocas de letras. Acho bobagem, o que podiam é só não exportar as tais histórias assim, mas deixar aqui no Brasil do jeito que era. Fora que também o bullying sofrido pelo cebolinha por causa da dislalia e todo o constrangimento por causa disso não é bem visto pela patrulha do politicamente correto.

O final com o Cascão na lata de lixo é inadmissível e mais um motivo que não seria publicada hoje. Provavelmente fariam uma adaptação no final para o Cascão não precisar estar dentro da lata de lixo. Também alterariam os "cem mil cruzeiros"para "Reais" pra ficar com a moeda atualizada do Brasil.


Os traços ficaram excelentes e bem caprichados, como sempre na época. Na época, procuravam colocar só o Cebolinha vendo o Louco e as vezes até pareciam outros personagens, mas era mais no final após o Louco sumir, dando mais ideia se era tudo imaginação e esquizofrenia  do Cebolinha ou não. Assim era mais engraçado.

segunda-feira, 17 de dezembro de 2018

Livro "O Natal de todos Nós"


Em 1984 foi lançado o livro "O Natal de todos nós" com os personagens contando sobre o Natal na visão de cada um. Nessa postagem faço uma resenha de como foi esse livro.

Lançado pela Editora Nova Fronteira, ele tem formato de 16 X 21,5 cm, 28 páginas e capa cartonada e papel de miolo off-set. Trata-se de uma reedição da seção que saiu em 'Almanaque da Mônica Nº 7' (Ed. Abril, 1980) onde os personagens falavam sobre o Natal e, por acharem muito bom, resolveram lançar em 1984 um livro especial com essa seção. É o mesmo conteúdo e ilustrações, diferença que no almanaque de 1980 disponibilizavam 1 página para cada personagem com letras bem pequenas e nesse livro foram 2 páginas com letras maiores.

Capa de 'Almanaque da Mônica Nº 7 - Natal' (Ed. Abril, 1980)

Na capa do livro, um desenho muito bonito com a turminha brincando com os presentes que ganharam na noite de Natal Abre com um frontispício com imagens de crianças de vários países formando uma moldura e um texto sobre o Natal e falando que o livro vai mostrar o que os personagens acham do Natal.

O conteúdo são textos simples, acompanhado de uma ilustração muito bonita e bem desenhada de cada personagem em cada página. Para cada personagem, é feita uma pergunta e eles respondem o que foi perguntado, contando, assim, como vai ser o Natal dele ou contando algum Natal especial que já teve ou ainda o que eles acham do Natal ou qual a visão do Natal para eles. Os textos são em primeira pessoa, com os próprios personagens falando sobre o Natal de acordo com a sua personalidade. Assim, vemos um texto do Cebolinha com ele falando trocando as letras e o Chico Bento falando caipira como a gente vê nos gibis.

Páginas do Cebolinha no livro "O Natal de todos nós"

A ordem que disponibilizaram foi a mesma que apareceu em 'Almanaque da Mônica' de 1980. Os personagens que apareceram nesse livro, na ordem, foram: Anjinho, Cebolinha, Mônica, Cascão, Magali, Chico Bento, Jotalhão, Horácio, Bidu e Astronauta.

Vemos Mônica falando que o Natal é a data que Jesus nasceu e que já descobriu que o Papai Noel na verdade é o seu pai que traz os presentes escondido, Cascão contando que ganhou um caminhãozinho que passou a colocar todo o lixo que encontrava na rua dentro do caminhãozinho como cascas de banana, pontas de cigarro, palito de sorvete, etc, para ajudar a limpar a rua e ainda ficar feliz com o caminhão sujo (bem incorreto esse), Chico Bento contando o seu autêntico Natal da roça, incluindo a Missa do Galo, Bidu contando seu Natal na visão de um cachorro, entre outros contos.

Muitos textos foram emocionantes como do Cebolinha contando que passou uma vez o Natal só com a avó e que ganhou dela uma plantinha que ele tem até hoje, o do Horácio em que o narrador conta para ele como será o nascimento de Jesus e que a partir daí será celebrado o Natal e o Horácio fica triste porque terá que esperar muitos anos para conhecer os ensinamentos de Jesus e que mesmo havendo violência, sofrimento e desesperança, ainda poderão ser mais felizes os que puderem comemorar o Natal d.C, entre outros.

Páginas do Jotalhão no livro "O Natal de todos nós"

De curiosidade, a ilustração da Magali teve uma imagem do pai dela, coisa rara de acontecer na Editora Abril. Ele não aparecia nas histórias e em algumas vezes que aparecia era bem diferente do que vemos hoje, já chegou a aparecer até como um homem gordo vestindo camisa amarela e com um formato de cabelo parecido da Magali. Nesse livro, o pai dela apareceu até parecido como vemos hoje, mas com cabelo preto. Ele só teve traços definidos em 1986 na história "Baita Fome" de 'Mônica Nº 193' de 1986 e nome definido como Seu Carlito a partir dos anos 90. Abaixo, como foi a aparição do pai da Magali nesse livro.

Páginas da Magali no livro "O Natal de todos nós"

Depois o livro teve uma reimpressão em 1992, com o mesmo conteúdo, só informando na capa que é uma 2ª edição. O que eu comprei foi a versão de 1992. Junto com a reimpressão lançaram também  em fita de vídeo VHS  com o desenho animado "O Natal de Todos Nós", com o mesmo conteúdo do texto desse livro, sem tirar uma vírgula, só que como forma de desenho animado, o que ficou muito interessante. Na verdade, esses desenhos eram exibidos na televisão em 1987 e depois juntaram as 10 animações e lançaram o vídeo VHS mais  o relançamento do livro.

Nos gibis de 1993 saíam a propaganda dessa fita VHS, como mostro abaixo.

Propaganda tirada de 'Magali Nº 117' (Ed. Globo, 1993)

Como podem ver, um livro muito bom e bem raro de se encontrar. Comprei por R$ 6,00 achando por acaso em um sebo. O ponto alto são as ilustrações excelentes dos personagens, caprichadas demais. Apesar de mais voltado para o público infantil que está começando a ler, mas o que foi falado pelos personagens, muitas vezes vale como ensinamento e reflexão para qualquer idade. A fita VHS é bem legal também e mais conhecida pelo público, muitos nem sabem que existia esse livro. Bem que podiam relançar esse livro e um DVD com o desenho animado para as novas gerações conhecerem melhor. Quem tem é uma preciosidade e vale a pena ter na coleção.