terça-feira, 30 de julho de 2013

Mônica 30 Anos


Em 1993, foi lançada a edição especial "Mônica 30 Anos", em homenagem aos 30 anos de criação da personagem. Nessa postagem faço uma resenha sobre essa edição espetacular muito lembrada pelos fãs.

"Mônica 30 Anos" tem 260 páginas no total, formato 19 X 27,5 cm, capa cartonada, papel de miolo offset (com isso, um pouco mais luxuoso que "Maurício 30 Anos", lançada em 1990). O que marca essa edição é que tem várias páginas destinadas à apresentação e seções de curiosidades, além de tirinhas dos anos 60, páginas semanais, histórias republicadas e uma inédita, tudo intercalado com algumas propagandas, se tornando uma obra bem completa que é como que tem que ser as edições comemorativas desse porte.

Em relação às curiosidades, primeiro mostra o Maurício contando como criou a Mônica e a evolução dos traços da mônica. A seguir tem a seção "Álbum de fotografias" que mostram fotos das filhas do Maurício, Mônica, Magali e Mariângela (que inspirou a Maria Cebolinha), quando crianças.


Depois vem a seção "Tudo começou assim..." que mostra a 1ª tira da Mônica e a evolução da MSP, através de texto e ilustrações, e a capa de Mônica # 1 (Ed. Abril, 1970) e em seguida mostra as 30 capas das revistas da Mônica mais legais escolhidas pela MSP, agrupadas por décadas. Todas que escolheram foram bem clássicas e muito boas.

Mostram, ainda, seções com imagens da Mônica no cinema, no teatro, na TV e no mundo que mostram imagens dos filmes, peças de teatro, propagandas que passaram na televisão e capas de revistas do exterior, respectivamente. Legal ver, por exemplo, a imagem da propaganda de 1993 que passou na televisão do chocolate Nestlé. Há também "Mônica no Parque" com imagens do Parque da Mônica e entrevistas com a Mônica-personagem e a Mônica verdadeira.

Uma das páginas da entrevista com a Mônica, filha do Maurício.

Além disso, tem a seção "Como eles veem a Mônica", em que os personagens de vários núcleos falam o que acham dela, como o Cebolinha, a Tina, Papa-Capim, Bidu, dentre outros e, para finalizar, a seção mais importante e muito comentada até hoje que foi "Como eu vejo a Mônica", com 18 ilustrações da Mônica elaboradas por artistas nacionais e internacionais fazem ilustrações, cada um com seu estilo. Tem ilustrações de artistas, como Will Eisner, Andre Le Blanc, Joe Kubert, Ziraldo, Miguel Paiva, Jim Davis e vários outros. Tudo em alto nível e uma melhor que a outra. Com certeza, essa seção foi o grande destaque dessa edição e que, anos mais tarde, serviu de inspiração para a criação da trilogia "MSP50", de "Ouro da Casa" e do recente "Graphic MSP".

Páginas da seção "Como eu vejo a Mônica", com desenhos de Miguel Paiva e  Milo Manara

Depois das curiosidades, mostram 40 tirinhas clássicas dos anos 60 publicadas no jornal "Folha de São Paulo". Foram dedicadas 10 páginas, com 4 tirinhas por página e em cada uma das páginas comentários sobre elas.

Uma das página com tirinhas dos anos 60

Em seguida, colocaram 10 páginas semanais (tabloides) do Cebolinha dos anos 70 que tinham a presença da Mônica, que também saíram no jornal Folha de São Paulo e todas com seus devidos comentários.

Página semanal dos anos 70

Depois disso, vêm as histórias. A relação das histórias, com o número da edição e ano de cada uma, foram essas:

  1. Mônica é daltônica? (MN # 1 - Ed. Abril, 1970)
  2. Um elefante incomoda muita gente (MN # 2 - Ed. Abril, 1970)
  3. A dona da rua (MN # 2 - Ed. Abril, 1970)
  4. Cascão não quer sabão (MN # 1 - Ed. Abril, 1970)
  5. Os perigos da noite (MN # 4 - Ed. Abril, 1970)
  6. A invasão dos discos (MN # 3 - Ed. Abril, 1970)
  7. Quem tem medo da mini-mônica? (MN # 3 - Ed. Abril, 1970)
  8. A vingadora (MN # 82 - Ed. Abril, 1977)
  9. A unhuda (MN # 81 - Ed. Abril, 1977)
  10. Sansão! É o nome do meu coelhinho! (MN # 161 - Ed. Abril, 1983)
  11. A força da Mônica (MN # 6 - Ed. Globo, 1987)
  12. E o mar levou... (MN # 13 - Ed. Globo, 1988)
  13. Confusões mecânicas (MN # 15 - Ed. Globo, 1988)
  14. Como adultos (MN # 4 - Ed. Globo, 1987)
  15. Dodói por causa do Sansão (MN # 18 - Ed. Globo, 1988)
  16. Abraço da amiga ursa (MN # 8 - Ed. Globo, 1987)
  17. Pra ser ideal (MN # 15 - Ed. Globo, 1988)
  18. O duelo das bruxas (MN # 17 - Ed. Globo, 1988)
  19. Por dentro da moda (MN # 14 - Ed. Globo, 1988)
  20. Mônica 30 Anos (inédita)


Foram 19 republicações e uma inédita. Sobre as republicações são todas muito boas e tem vários clássicos dos primeiros números da revista da Mônica da Editora Abril, inclusive tem a primeira história dela nos gibis, "Mônica é daltônica?". A maioria são originais de miolo.

Propaganda e HQ "Mônica é daltônica?"

Mesmo todas agradando, acho que eles ficaram muito restritos a histórias dos primeiros números da Editora Abril e os primeiros da Editora Globo. Prevalecem histórias de 1970 e de 1988, e, com isso, ficaram sem mostrar todos os traços, incluindo os superfofinhos do final dos anos 70. Pelo que deu para entender, a intenção era mostrar as clássicas dos primeiros números aliadas às características da Mônica. 

Histórias dos anos 80 da Editora Abril, só teve "Sansão! É o nome do meu coelhinho!". As de 1988 que colocaram são ótimas, mas podiam variar, até porque estavam bem recentes para aquela época, embora já era permitido republicar histórias de 1988 em 1993, afinal, eram republicadas nos almanaques convencionais da época. Mesmo assim, tiveram preocupação de colocar vários traços diferentes que saíam nos gibis de 1988. É que naquela época cada história tinha traços diferente, de acordo com o roteirista. Preocuparam-se também colocar histórias que mostram todas as características da Mônica, principalmente a sua superforça e seus absurdos, mesmo sendo praticamente do mesmo ano.

Trecho da HQ "Abraço da amiga ursa" (1987)

Não teve nenhuma alteração em relação às histórias originais. Nem na história "O duelo das bruxas" que mantiveram "1988" exatamente como na revista da Mônica # 17 original, como tem que ser. Na época, eles não mudavam mesmo o conteúdo delas e não seria nessa edição especial que fariam isso. 

Trecho da HQ "O duelo das bruxas" (1988)

A edição termina com uma história inédita entitulada de "Mônica 30 Anos". A trama se passa em 2023, já com os personagens adultos, e mostra o Cebolinha casado coma Mônica e com 4 filhos (dois casais) em um ambiente futurista (tipo "Os Jetsons"). Cebolinha cansado da vida de casado com a Mônica e ainda levando coelhadas dela, pede ao Franjinha uma máquina do tempo para voltar a 1993, ou seja, 30 anos atrás, para fazer com que ele na época de criança não se apaixone pela Mônica. 

Trecho da HQ "Mônica 30 Anos"

Tem 28 páginas e é divida em 3 partes. Muito legal essa história. Curiosamente, ela teve uma leve alteração nos traços a partir da 22ª página (página 251 do livro). Começa com um tipo de traços e termina com outra. Mesmo assim, não perde o encanto da história. É sensacional.

As propagandas que aparecem nessa edição, a maioria fazem referência e homenagem aos 30 anos da Mônica. E ainda tem 4 páginas com uma seção "Quem esteve com a gente... nesses anos dourados", antes da história "Mônica 30 Anos", mostrando várias marcas que anunciaram nos gibis ao longo dos anos.

Duas páginas de "Quem esteve com a gente... nesses anos dourados" - 4 páginas no total

Em 2004, "Mônica 30 Anos" foi reimpressa em uma nova versão como formato livro mais luxuoso e sem as propagandas. Foi lançada junto com as versões também de luxo de "Maurício 30 Anos", "Mônica 35 Anos" e "Mônica 40 Anos" (originais de 1990, 1998 e 2004, respectivamente). Essa versão eu não tenho. 

Sem dúvida, "Mônica 30 Anos" é uma edição excelente que vale a pena ter. Uma edição que marcou os fãs, nem tanto pelas histórias, e sim, pelo conteúdo completo das curiosidades, assim como as principais tirinhas, tabloides e também pelas ilustrações feitas pelos artistas convidados da MSP. Para quem for procurar na internet e em sebos, recomendo a versão original de 1993 que é melhor. Tanto pelo fato de ser a original e também porque tem as propagandas originais. 

sábado, 27 de julho de 2013

Cascão: HQ "A fome"

A história que eu compartilho nessa postagem mostra o sufoco que o Cascão passou para poder almoçar porque não quis lavar as mãos. Ela tem 7 páginas e foi a história de abertura de 'Cascão Nº 70' (Ed. Globo, 1989).

Capa de Cascão nº 70 (Ed. Globo, 1989)
Começa o Cascão chegando em casa depois do futebol morto de fome e quando vai servir a comida, a mãe avisa que ele só vai comer se lavar as mãos. Com isso, ele se recusa a lavar as mãos e vai procurar outra casa para almoçar.


Primeiro, ele vai na casa do Cebolinha, que nega um prato de comida alegando que todos vão perder o apetite por causa do cheiro horroroso dele. Depois, encontra a Mônica na rua com um saco de compras e ela não dá nada pra ele. Acaba caindo uma bisnaga no chão e a Mônica não deixa o Cascão pegar. Ele espera a Mônica se afastar para pegar a bisnaga do chão para comer, mas não contava que um cachorro já estava comendo.


Já passando mal, Cascão encontra a Magali comendo sanduíche e ela aceita dar o que sobrar do sanduíche. Só que ela come tudo e ele continua sem comer nada. Ele vai na casa da Cascuda e ela fica com pena e aceita. Porém, quando finalmente ele tinha conseguido, ela oferece sopa e Cascão foge correndo, pensando que a Cascuda estava querendo dar banho nele.


De tão desesperado, vê o Chovinista e já pensa em linguiça, bacon e pernil e manda embora para não comê-lo. Aí Cascão não aguenta mais de tão fraco e desmaia de fome. No final, a mãe aparece e ver o filho desmaiado e o deixa almoçar, já que sabe que ele não consegue lavar as mãos. Então, como estava faminto, Cascão come tudo e resolve dormir na cama. Só que quando ele vai deitar, a mãe aparece dizendo que ele só deita se tomar banho.


É uma história bem legal que mostra que o Cascão resiste a tudo para não mexer com água. Mesmo simples, não deixa de ser boa. Acho engraçado o Cascão respondendo a mãe no início. Quando ela pergunta se ele lavou as mãos, ele responde: "Ora, claro que não, mãe! Isso é pergunta que se faça para um filho?"


Dá até um pouco de pena o pessoal negando comida para o Cascão e ele passando fome. Será que agiram certo mesmo em deixá-lo com fome só porque ele não quer lavar as mãos? Aliás, tem vários fatos incorretos nessa história, a começar pelo tema de comer sem lavar as mãos, além do Cascão enfrentar a mãe e a intenção de pegar a bisnaga do chão para comer. Ou seja, infelizmente nunca seria aceita para os padrões da MSP atual e por isso é tão boa.


Os traços excelentes, os personagens ficaram bem fofinhos. Tudo indica que seja roteiro e desenho da Rosana Munhoz, ela adorava histórias envolvendo comida e os desenhos de quando ela desenhava, seguiam um estilo assim. Na época, ela já estava mais só como desenhista, mas às vezes fazia os desenhos das suas próprias histórias.


quarta-feira, 24 de julho de 2013

Propagandas anunciando gibis (Parte 2)

Continuando a série sobre as propagandas anunciando os gibis da Turma da Mônica, nessa postagem eu mostro as propagandas fixas dos gibis individuais lançadas entre 1987 e 1990.

Normalmente, consistiam de uma frase e uma imagem representando os personagens. Como não podia deixar de ser, uma mais criativa que a outra. As propagandas saíam na revista do outro personagem. Por exemplo, na revista do Cebolinha saía propagandas das revistas dos outros personagens, mas nunca saía a propaganda da revista dele na sua própria.

Nessa propaganda da revista da Mônica, lançada em 1987, mostra o Cebolinha tentando beijar a Mônica. Muito antes deles namorarem na Turma da Mônica Jovem, eles já ensaiavam o beijo aí. Muito legal.

Propaganda tirada de 'Cebolinha nº 10' (Ed. Globo, 1987)

Ainda em 1987, mais 3 propagandas se juntarem a essa, anunciando as revistas do Cascão, do Cebolinha e do Chico Bento. Assim como a propaganda da Mônica e as que anunciavam as revistas em uma só que eu postei na primeira parte, todas têm o slogan "Emoções em quadrinhos".

Propaganda tirada de 'Chico Bento nº 46' (Ed. Globo, 1988)

Propaganda tirada de 'Mônica nº 45' (Ed. Globo, 1990)

Propaganda tirada de 'Magali nº 41' (Ed. Globo, 1991)

Como o Cebolinha sofre com a Mônica. E essa do Chico é sensacional. Mostra o lado preguiçoso dele e não tem como não bocejar vendo essa propaganda. Muito bom.

Algo que só reparei agora quando fui escanear as imagens, é que nas propagandas do Chico Bento e do Cascão, tem no canto esquerdo o crédito de Cláudio Carvalho bem pequeno nelas. Provavelmente, foi quem teve a ideia delas ou fez as ilustrações.

Em 1990, depois de um ano da revista da Magali ter sido lançada e já consolidada, criaram uma propaganda desse estilo para ela. Bem legal também, retratando a gula dela e sua paixão por melancias, como não podia deixar de ser:

Propaganda tirada de 'Chico Bento nº 83' (Ed. Globo, 1990)

Com essa propaganda da Magali, aproveitaram para substituir, também em 1990, as propagandas da Mônica e do Cascão por essas:

Propaganda tirada de 'Chico Bento nº 94' (Ed. Globo, 1990)

Propaganda tirada de 'Chico Bento nº106' (Ed. Globo, 1991)

Por curiosidade, a imagem da propaganda nova do Cascão foi aproveitada da capa do Almanaque do Cascão nº 7 (Ed. Globo, 1989). Ficou melhor que a propaganda "Pintou sujeira", que na minha opinião era a mais simples de todas. A da Mônica nem precisava ser substituída, mas essa nova também ficou bem legal e gosto muito.

Já as do Cebolinha e do Chico Bento, como eram muito boas, foram mantidas. Então, essas 5 (Cebolinha e do Chico Bento antigas e as novas da Magali, Mônica e cascão) ficaram circulando até o início de 1991.

Na próxima postagem da série, mostrarei as propagandas dos gibis que circularam a partir de 1991.

domingo, 21 de julho de 2013

Graphic MSP: Turma da Mônica - Laços


Depois de "Astronauta Magnetar" de Danilo Beyruth, foi lançado recentemente "Laços", dos irmãos Vitor e Lu Caffaggi, o segundo volume da coleção "Graphic MSP". Nessa postagem eu falo e dou minha opinião sobre a coleção e  sobre "Laços".  

"Graphic MSP" surgiu da ideia do projeto "MSP50", em que 50 artistas convidados pelo estúdio faziam a sua releitura para os personagens da MSP como forma de homenagem aos 50 anos de carreira do Maurício. À princípio seria um só volume, mas com o sucesso de vendas e críticas, o projeto ampliou e fizeram mais dois volumes do "MSP50", além de ter uma versão similar com a publicação "Ouro da Casa" em que os artistas da própria MSP faziam suas versões aos personagens. Com tanto sucesso foi criada a "Graphic MSP" que segue a mesma proposta. 

Em cada volume de "Graphic MSP", um artista convidado monta uma história mais desenvolvida com seu estilo. Tem formato 19 x 27,5 cm, 84 páginas, com versões de capas dura e brochura, ficando a escolha do leitor o que agrada mais e que atenda melhor o seu orçamento, e miolo papel couché bem grosso de alta qualidade.

Contracapa 

Em qualquer uma das versões eu acho o preço caro. A capa brochura (cartonada) custa R$ 19,90 e capa dura, R$ 29,90. Um absurdo, visto que serão edições regulares. E para piorar, a capa cartonada ficou disponível para as bancas, enquanto que a versão capa dura foi para as livrarias e internet. Então, se resolver comprar na internet, só vai encontrar a de capa dura (com desconto ou não) e infelizmente não será possível encontrar a versão cartonada com desconto.

Para uma obra como essa, a minha procura é pela capa cartonada. Acho mais interessante e é minha primeira opção. Claro que a capa dura é mais resistente e durabilidade maior, só que não vejo necessidade de tanto luxo para essa coleção. Ainda sobre preço, mesmo com o papel de miolo de alta qualidade, não justifica esse preço alto. Ou então, podia ser papel de qualidade inferior e baratear mais.

Eu não curto muito essa publicação porque não são feitos por artistas do estúdio, apenas usam os personagens do Maurício. Para uma só edição especial comemorativa do "MSP50" acho válido, mas tanto os os outros dois volumes de "MSP50", quanto "Ouro da Casa" e agora a "Graphic MSP" acho que só servem mesmo para a MSP ganhar dinheiro à custa dos artistas. Como já tenho a trilogia "MSP50" e a "Ouro da casa", que já acho que deram conta do recado, não vejo necessidade de acompanhar "Graphics MSP". Comprei mesmo essa edição para ter um na coleção e para saber como é.


Falando agora especificamente sobre "Laços", a arte é espetacular, tudo rico em detalhes, mas o conteúdo nem tanto. O álbum começa com 3 páginas antes da história do desaparecimento do Floquinho, com uma mini-história mostrando como o Cebolinha, ainda bebê, ganhou o Floquinho e depois do final da história mais 3 páginas mostrando como o Cebolinha conheceu a turminha.

Sobre a história de "Laços", não gostei muito, achei muita enrolação. A sinopse gira em torno do Floquinho que desapareceu e, com isso, o Cebolinha e a turma vão procurá-lo. Ela vai da página 10 a 71. Mesmo começando a história na página 10, a trama do desaparecimento do Floquinho só começa a se desenvolver no final da página 18. É que nas 9 páginas iniciais, os autores resolveram colocar o Cebolinha e o Cascão correndo da Mônica pelo bairro todo, depois de um plano infalível. 


Foi um critério utilizado pelos autores Vitor e Lu Caffaggi para mostrar os outros personagens da turma, como o Titi, Denise, Xaveco, etc, só que foge do contexto da história e muitas páginas dedicadas a isso. Acho que podiam ser mais objetivos e começar direto com a trama do Floquinho e como eles queriam que aparecessem os outros personagens, que colocassem na trama ajudando a procurar em algum momento. Tem outros pontos que também fogem do contexto da história, reforçando a enrolação. Mas, como são 60 páginas de histórias para desenvolver, é natural que encham linguiça mesmo para ocupar o número de páginas.

Já vi muitos comentários na internet que acharam o final da história emocionante. Eu achei normal. Não que seja ruim, mas não vi nada de emocionante. Deixando claro que me refiro ao final da história que está na página 71; e não a mini-história que vem depois contando como o Cebolinha conheceu a turminha, que também não é. Aliás, não tem quase nada de emocionante no livro. Algo mais assim foi na parte em que o Cebolinha descobre que o Floquinho sumiu e fica triste e deprimido no quarto no dia seguinte. De resto, é só aventura e humor. Outro ponto que não gostei que há muitas páginas inteiras mudas, como nas páginas 43, 44 e 68, para citar alguns. Acho que podiam colocar texto pelo menos na metade dessas páginas. 

Uma das páginas totalmente sem texto

O ponto alto são as referências a momentos nostálgicos que a turminha passou nos gibis. Algumas são lembranças dos autores e outras pesquisaram. Na página 45, o Cascão cita as balas Bilula da história "O Concurso das Balas Bilula" (CB #29, Ed. Globo, 1989). Na página 46, quando estão reunidos contando histórias cada um conta momentos que passaram, e interessante que um termina de contar, o outro começa a falar aproveitando o gancho. Nessa hora, o Cebolinha lembra do Garotão, a Mônica do que passou na história "Como atravessar a sala?" (MN #186 - Ed. Abril, 1985), dentre outros.

Tem outras referências a momentos históricos da turma, como a Magali vestida de verde no final que era a cor do seu vestido das suas primeiras tiras, conforme foi mostrado no álbum de figurinhas "A história da Turma da Mônica" da Editora Rio Gráfica (atual Editora Globo), de 1986, além de referências a filmes doa anos 80, como "Conte Comigo". "Goonies", "E.T. o Extraterrestre", etc.


A partir da página 75, tem páginas de "Extras". São 4 páginas mostrando os bastidores de como foi feito essa edição "Laços" e os esboços das artes. A seguir, 2 páginas contando a história da Turma da Mônica e falando dos personagens Cebolinha, Floquinho, Mônica, Cascão e Magali, apresentando também a primeira tira que esses personagens apareceram. 

Nessa parte, eles erraram dizendo que o Cascão foi criado em 1963 e depois da Mônica, quando na verdade foi criado em 1961, ou seja, antes da Mônica, que foi criada em 1963 (inclusive, foi falado isso em "Cascão 50 Anos"). E erraram ainda que a Magali foi criada em 1964, quando na verdade foi em 1963. Talvez colocaram até de propósito, por causa dos livros "50 Anos" que foram lançados atrasados ("Cascão 50 Anos" só foi lançado agora em 2013, depois de 2 anos de atraso). Se for levado em consideração a isso, fica a deixa que em 2014 teremos "Magali 50 Anos". 

Uma das páginas de "Extras"

Então, eu achei simplesmente uma edição normal, nada que chame grande atenção e que seja muito emocionante, como muitos falam. Esperava algo bem mais grandioso. Para mim, valeu apenas para ter uma edição da "Graphic MSP" na coleção e até para saber como é. Sinceramente, não me atraiu e não pretendo comprar nem "Astronauta Magnetar" que não tenho e nem acompanhar os outros que virão. Fora que o preço também é muito caro que não justifica para uma obra como essa. 

Para finalizar, informo que o próximo "Graphic MSP" a ser lançado será "Chico Bento por Gustavo Duarte" com lançamento na Bienal do Livro do Rio de Janeiro.

quinta-feira, 18 de julho de 2013

Piteco: HQ "O Rapto da Thuga"

A história que compartilho é um aventura que o Piteco viveu para resgatar a Thuga de terríveis bandidos no qual o líder deles queria casar com ela. Com 10 páginas no total, foi publicada em Cebolinha nº 31 - Ed. Globo, 1989.

Capa de Cebolinha nº 31 (Ed. Globo, 1989)

Começa o Piteco vindo de uma caçada e avistando o povo de Lem correndo de bandidos que atacaram a aldeia. Piteco vai conferir e encontra Lem toda destruída e o Bolota com uma pancada na cabeça. 


Ele avisa ao Piteco que a Thuga foi raptada pelos bandidos. Na mesma hora, Piteco vai atrás deles para salvar a Thuga.


Nisso, mostra a Thuga desesperada ao saber que o líder dos bandidos quer casar com ela, e fala que só se casa com o Piteco. Ele encontra os bandidos e, com isso, se livra dos bandidos um a um do seu modo. Então, chega ao líder do bando e começa uma briga forte entre eles e Piteco acaba sendo o vencedor.


No final, ele consegue soltar a Thuga, mas quando ela vai dar um beijo nele, acaba desabando, e ela que tem que carregá-lo até a Lem e termina ela falando ao Maurício que na próxima vez que o Piteco for salvá-la para deixá-lo mais inteiro no final.


História bem legal, em que fica a dúvida se no final ele desmaiou de verdade após a luta ou foi pretexto para a Thuga não beijá-lo, já que para quem conhece o Piteco sabe que ele tem pavor de casamento e quer ficar solteirão para sempre. Na verdade, no fundo ele gosta da Thuga, sim, mas resiste porque quer ficar solteiro.


Chama a atenção a presença de metalinguagem, quando ele fala ao dragão que a pancada vai doer menos que a coelhada da Mõnica, quando fala sobre os super-heróis e, ainda, a Thuga se dirigindo ao Maurício. Coisas que nem existiam na pré-história. Gosto muito de histórias com metalinguagem, desde que seja feito na medida certa. Nessa postagem coloquei a história completa.


terça-feira, 16 de julho de 2013

Tirinha nº 4: Cebolinha

A dislalia do Cebolinha sempre renderam ótimas histórias. Quando ele fala simplesmente a palavra "calo", fica confuso se ele tá querendo dizer se é carro, calo ou caro. Esses trocadilhos sempre faz a diferença e dá uma graça toda especial.

Existem várias tiras do Cebolinha envolvendo a dislalia dele e esses trocadilhos e uma dessas compartilho aqui. Nessa tira, como o oculista não conhece o Cebolinha, ele é taxado como burro.

Tirinha foi publicada originalmente em Cebolinha nº 54 (Ed. Globo, 1991).

domingo, 14 de julho de 2013

Chico Bento Moço em Chico Bento nº 79


Nessa postagem eu comento sobre Chico Bento nº 79 de julho que está à venda nas bancas. 

Essa edição tem 11 histórias, incluindo a tirinha final, e abre com a história "As idades do Chico". Como não podia deixar de ser em uma revista de julho do Chico Bento , a história é sobre o aniversário dele. Na trama, no dia do seu aniversário, Chico e Zé Lelé roubam goiabas do Nhô Lau e ao avistá-lo, eles saem correndo e nessa hora o Chico cai em uma fonte da juventude e vira bebê.

Uma história normal, nada demais, mas pelo menos os traços não estão ruins. O que chama atenção mesmo, e o motivo que me levou a comprar esse gibi, é a presença do Chico Bento Moço na história em 2 páginas. Tem uma hora que a bruxa, responsável pela fonte da juventude, o transforma em Chico Moço. Não é exatamente uma estreia oficial, já que apareceu na história em mangá de "Chico Bento 50 Anos" em 3 quadrinhos, mas é a primeira vez em um gibi convencional e em versão colorida.

Está previsto que a revista "Chico Bento Moço" será lançada em agosto, na Bienal do Rio de Janeiro e, com isso, encaixaram-no na história até como uma forma de divulgação. Para eu ter pelo menos um material de Chico Bento Moço resolvi comprar esse gibi do Chico, já que se eu comprar "Chico Bento Moço" quando for lançada, será apenas o nº 1, por ser a primeira edição. Não gosto dessas versões adolescentes da Turma da Mônica e acho totalmente uma versão desse tipo com o Chico Bento.

Trecho da HQ "As idades do Chico" com aparição de Chico Bento Moço

Destaco a história "Que brincadeira" do Papa-Capim. Nela, ele e a Jurema jogam peteca. Depois de muito tempo, leio uma história inédita do Papa-Capim e dá pra perceber que está muito mudado. Tem hora que ele Vê a Jurema com penas na mão e pergunta se ela tava caçando passarinhos, como se fosse coisa anormal. Nas histórias antigas era o contrário, eles caçavam sem esse pensamento, afinal, é cultura do índio caçar. E de estranhar de índios como eles saberem o que é peteca, coisa que não é da cultura deles. Enfim, um roteiro bobo e sem contar que os traços não me agrada, apesar de não ser digitalizado.

Tem também a história "É assim..." do Chico Bento que aparece o Dudu. Nela, Chico mostra como o processo de como a comida sai da roça até chegar à cidade, para tentar incentivar o Dudu a comer. O gibi tem também histórias com o Piteco (muda) e com a Turma da Mata, protagonizada pelo Rei Leonino e pelo primeiro-ministro Luis Caxeiro.

Encerra com a história "Tanto faz como tanto fez", em que o Zé da Roça conta uma história da menina que, diante duas opções, só falava "tanto faz". Histórias desse tipo não curto muito, embora seria mais correto ser a Vó Dita contando e não o Zé da Roça. É de estranhar também ver o Zé da Roça pescando nela, já que nas histórias atuais não pescam mais, embora só aparece com a vara na mão no riacho e a isca é uma bola e não um anzol, como eram nas histórias antigas.

Sobre as outras histórias de "Chico Bento nº 79", todas normais, seguindo a linha atual dos gibis da MSP, incluindo aqueles péssimos traços e letras de PC. Nota-se uma grande presença do Zé Lelé no gibi. Um grande número de histórias mudas também (4 no total). O bom é que os traços digitalizados ficaram mais concentrados nessas histórias mudas. Por isso, só os traços ficam digitalizados, e não as letras, já que se tivessem textos, seriam daqueles tipos feitos de computador. Porém, uma história teve essas letras horrorosas de PC que eu tanto falo, para quem ainda não viu, mostro um trecho dela. Dá pra notar que até o título foram computadorizados e nada foi feito à mão como eram.

Trecho da HQ "Namoro ou Diversão" com traços e letras digitalizados

No geral, "Chico Bento nº 79" é uma revista normal para os padrões atuais da MSP, e pelo menos os traços digitalizados ficam disfarçados. Para quem quiser conferir o Chico Bento Moço e ter ao menos um material dele vale a pena apenas por isso. Já as outras mensais de julho não comprei, já que pelo que folheei achei uma pior que a outra, cada vez mais com traços e letras digitalizados até nas histórias de abertura. 

Antes de finalizar, aproveito para destacar duas correções na propaganda "Arquivo Mônica 50 Anos": a revista da Mônica nº 120 da Editora Abril o certo é de 1980 e não de 1979; e a Mônica nº 200 da Editora Globo é de 2003, e não de 2002 como aparecem no texto. Falando nisso, senti falta de colocarem imagens das capas de Mônica nº 1 (Ed. Globo, 1987) e Mônica nº 100 (Ed. Globo, 1995) que também são históricas e ficaram de fora.

quinta-feira, 11 de julho de 2013

Propagandas anunciando gibis (Parte 1)

A MSP sempre foi muito criativa até os anos 90 em anunciar os seus gibis. Sejam propagandas fixas anunciando todos os gibis, ou propagandas anunciando os gibis de cada personagem individualmente, a MSP dava um show. 

Eu adoro ler as propagandas dos gibis antigos. Sempre que pego algum para reler, faço questão de ver cada propaganda, assim como as seções de cartas. Em relação às cartas, gosto de fazer as contas de quantos anos a criança que escreveu tem hoje. Infelizmente a "Coleção Histórica" não mostra essas cartas e nem as propagandas em tamanho real (quando colocam, já que muitas são omitidas).

Pensando nessas propagandas, resolvi fazer uma série de postagens sobre a evolução delas a partir dos anos 80 anunciando as revistas da MSP da Editora Abril e da Editora Globo. Serão divididas em partes e sendo feitas aos poucos (não em sequência). Não pretendo mostrar propagandas anunciando produtos da Turma da Mônica nem propagandas de marcas diversas, pelo menos por enquanto. Nessa postagem mostro as propagandas fixas anunciando os gibis em circulação da MSP da Editora Abril nos anos 80 e da Editora Globo em 1987.  

A partir de 1982, saía essa propaganda fixa divulgando todas as revistas da MSP no momento. Pelezinho já havia sido cancelado e foram lançadas as revistas do Chico Bento e do Cascão. De curiosidade, essa imagem foi aproveitada da capa do Almanaque da Mônica nº 13 (Ed. Abril, 1982), mudando só os personagens nos balões para os que tinham revista na época:

Propaganda tirada de 'Almanaque da Mônica nº 15' (Ed. Abril, 1982)

Ainda em 1982, tem essa raríssima e bem engraçada que circulava nos gibis do segundo semestre de 1982, anunciando os gibis do Cascão e do Chico Bento. Cada um inconformado que tinham lançado revista do outro:

Propaganda tirada de 'Mônica nº 148' (Ed. Abril, 1982)

Tinham também essas propagandas fixas anunciando as revistas do Cebolinha e da Mônica, sendo que essas eram colocadas na última página no lugar da tirinha final. A imagem da propaganda da revista da Mônica foi aproveitada da capa de "Mônica nº 144" (Ed. Abril, 1982)

 
Propaganda tirada de 'Mônica nº 172' (Ed. Abril, 1984)
Propaganda tirada de 'Cebolinha nº 155' (Ed. Abril, 1985)
Costumavam também colocar na última página, no lugar da tirinha final, propaganda sobre a história que iria acontecer na próxima edição. Uma delas, dentre várias, destaco essa de 1983 que saiu em Cebolinha nº 121 que anunciou a história de abertura "Justo no Carnaval" de Cebolinha nº 122:

Propaganda tirada de 'Cebolinha nº  121' (Ed. Abril, 1983)

 Até que não era má ideia de divulgar o que aconteceria na próxima edição, mas acho que devia ter também as tradicionais tirinhas nos gibis. Podiam tê-las colocado na penúltima página. Muitas vezes também anunciavam na última página revistas dos concorrentes. 

Em 1986, colocaram uma propaganda também sensacional. Cada personagem anunciando e falando bem a revista do outro. Legal ver o Chico Bento se referindo a Mônica como "aquela minina dentuça qui tá trepada lá im cima!". A curiosidade é que a revista do Pelezinho tinha voltado a circular às bancas com histórias inéditas a partir da Copa do Mundo do México-86 e duraram 3 edições. Por causa disso, ele aparece nessa propaganda falando sobre a sua revista:

Propaganda tirada de 'As Melhores Piadas do Cebolinha nº 15' (Ed. Abril, 1986)

A imagem está em preto e branco porque eu tirei do pocket "As Melhores Piadas do Cebolinha nº 15" (Ed. Abril, 1986) e as propagandas internas das páginas 2 e 83 não eram coloridas, assim como as tirinhas desse título. Tem versão colorida dessa propaganda, mas não encontrei.

Quando foram para a Globo, a criatividade foi cada vez melhor e que renderam as melhores propagandas da MSP anunciando seus gibis. 

Em 1987, tiveram 3 propagandas fixas mostrando os personagens que tinham revista. Essas 2 que mostro são mais raras e eram menos frequentes. Bem nostálgicas, têm o detalhe do slogan "Emoção em quadrinhos". Ficaram circulando até em 1988:

Propaganda tirada de 'Cascão nº 19' (Ed. Globo, 1987)

Propaganda tirada de 'Cascão nº 20' (Ed. Globo, 1987)

Já essa, também lançada em 1987, da Mônica está correndo atrás do Cebolinha saiu com mais frequência e ficou circulando até em 1990:

Propaganda tirada de 'Almanaque do Chico Bento nº 8' (Ed. Globo, 1989)

Muita qualidade, sem dúvidas. Na próxima postagem sobre as propagandas, mostrarei as propagandas anunciando os gibis individuais entre 1987 a 1990.