terça-feira, 30 de junho de 2015

Capas Semelhantes (Parte 10)

Nessa postagem de capas semelhantes, mostro 5 capas, sendo 2 delas do Chico Bento, 1 do Cascão e 2 da Magali. Todas da Editora Globo, com a exceção da primeira do Chico Bento em que a original envolve a época da Editora Abril. 

Chico Bento Nº 16 X Chico Bento Nº 111

Chico caça rã na calada da noite e para sua surpresa encontra uma rã exibida. Visualmente são bem parecidas, mudando o estilo dos seus respectivos traços do Chico bem característicos dos anos 80 e 90 e o tipo de exibição da rã. 

Na versão original, de 'Chico Bento Nº 16', de 1983, a rã estava de óculos escuros e se bronzeando como se estivesse em uma praia, enquanto que na versão nova publicada em 'Chico Bento Nº 111', de 1991, a rã era uma artista, fazendo um show de sapateado. Curioso também comparando as 2 capas, a posição da Lua e da mão que o Chico segura a lanterna e a lança estão em posições invertidas.



Chico Bento Nº 42 X Chico Bento Nº 181

Chico fazendo uma plantação no meio da cidade grande. Foi publicada primeiro em 'Chico Bento Nº 42', de 1988, com o Chico plantando no asfalto da rua, aparece regando a muda e está de sapato. Já na nova versão de 'Chico Bento Nº 181', de 1993, ele plantou na calçada e aparece ajoelhado descalço.



Cascão Nº 95 X Cascão Nº 152

Enquanto Cebolinha dá um nó no Sansão, o Cascão dá um nó na torneira para não sair mais água. Saiu primeiro em 'Cascão Nº 95', de 1990 e teve outra versão publicada em 'Cascão Nº 152', de 1992.

A diferença entre elas é que na 1ª versão, os meninos fizeram a arte e estão saindo de fininho, antes que alguém veja o que eles fizeram, enquanto que na 2ª versão, eles estão praticando a arte e a Mônica viu o Cebolinha dando o nó e está prestes a dar uma surra nele. De curiosidade, a capa de 'Cascão Nº 152', foi criada pela Marina, filha do Mauricio quando ainda era criança, como mostrou a seção "Notícias do Parque", de 'Parque da Mônica Nº 21', de 1994.



Magali Nº 26 X Magali Nº 365

Magali e sua sanfona feita de um supersanduíche. Na versão original, de 'Magali Nº 26', de 1990, a Magali estava em uma festa junina e depois fizeram uma nova versão em 'Magali Nº 365', de 2003, sendo dessa vez tirando a temática de festa junina, colocando a Magali ajudando o Mingau em uma serenata em cima de um muro. Já a semelhança entre elas é que nas duas se passa à noite e a Magali de língua de fora.



Magali Nº 64 X Magali Nº 204

Magali encarnando uma índia americana, com um penacho de bananas. Na versão original, de 'Magali Nº 64', de 1991, a Magali só está com um penacho e umas pinturas no rosto e aparece um índio americano surpreso com ela. Já na 2ª versão, de 'Magali Nº 204', de 1997, além do penacho de bananas e da pintura do rosto, ela aparece de roupa específica de índia americana e acrescentaram outros detalhes, como melancias na faixa do penacho, pirulitos na orelha, além de ela segurar uma lança com coxa de frango, linguiças e cebola. 



Dessas da postagem, na primeira comparação do Chico Bento, gostei mais da versão da 'Nº 111' e as demais capas gostei das primeiras versões de cada. E para constar, as capas de 'Chico Bento Nº 16' da Editora Abril e de 'Magali Nº 365' da Editora Globo foram tiradas da internet porque eu não tenho. Em breve, posto mais capas semelhantes aqui no Blog.

domingo, 28 de junho de 2015

Capa da Semana: Chico Bento Nº 252

Uma capa com referência ao inverno e ecológica com o Chico Bento queimando as gaiolas dos passarinhos e estilingues para fazer uma fogueira para aquecer do frio e ao mesmo tempo deixando os passarinhos contentes porque ele deixou livres.

A capa dessa semana é de 'Chico Bento N º 252' (Ed. Globo, Setembro/ 1996).


sexta-feira, 26 de junho de 2015

Livro L&PM: As Melhores Histórias do Cascão


Nessa postagem mostro como foi o livro "As Melhores Histórias do Cascão", da coleção da editora L&PM lançado em 1991.

Esse livro tem formato de 21 X 28 cm, 52 páginas e papel de miolo off-set, tanto na versão capa cartonada quanto capa dura. Na capa, sempre com o personagem segurando um objeto que tem a ver com sua personalidade, o Cascão está segurando uma lata de lixo que ganhou de presente. Ficou muito caprichada.

O frontispício com o título "Água só para beber", mostra as principais características do Cascão e de como ele é querido pelos leitores, mesmo com a sua mania de sujeira. Na página de evolução do personagem mostra 3 imagens do Cascão: uma dos anos 60, outra dos anos 70 e outra atual (anos 80).

Evolução do Cascão

Em seguida, as histórias republicadas. Foram 6 histórias no total entre 1974 a 1984, que não seguem ordem cronológica e seguindo tudo exatamente como foram publicadas nas originais, preservando, inclusive os códigos, quando tinham.

A relação de histórias republicadas (todas da Editora Abril), com número da edição e ano foram essas:

  1. Cascão e o Gato Borralheiro (CB # 43, de 1976)
  2. Muito precavido (MN # 49, de 1974)
  3. Borboleta cascuda (CC # 38, de 1984)
  4. A travessia (CC # 31, de 1983)
  5. Uma questão de ponto de vista (CC # 39, de 1984)
  6. A paquera (CC # 48, de 1984)

"Cascão e o gato borralheiro", "Borboleta cascuda" e "Uma questão de ponto de vista" foram histórias de abertura originais, as outras foram de miolo. Como de costume nessa coleção, as histórias dos anos 80 nesse livro não foram republicadas nos almanaques da Globo. Era a época das histórias do Cascão que estavam sendo republicadas em 1991, mas preferiram deixar exclusivas nesse livro. De curiosidade, hoje as histórias já saíram na Coleção Histórica. Na época eram raras, hoje em dia quem tem a CHTM conhece.

"Cascão e o gato borralheiro" mostra a turma em uma peça de teatro, com uma paródia do conto da gata borralheira (Cinderela), com o Cascão como gato borralheiro. Foi  a primeira história da turma parodiando contos de fadas, mesmo que seja eles interpretando a história, e, não passada completamente na fábula do início ao fim. Essa história é dá época em que o Cascão não tinha revista e tinha histórias nos gibis do Cebolinha.

Trecho da HQ "Cascão e o gato borralheiro"

"Muito precavido" é uma história muda de 3 páginas, mostrando o Cascão se prevenindo da chuva com guarda-chuvas quando ele nota presença de nuvens. Não gosto de histórias mudas em livros especiais como esse, mas essa vale a pena, mostra a verdadeira característica do Cascão e o seu medo de se molhar, fora que é curta sem enrolação. Essa, por ser a mais velha, por volta de 1974, devia abrir o livro, mas preferiram colocar a do gato borralheiro, que é mais longa, como abertura. De qualquer forma, ambas são dos anos 70.

Trecho da HQ "Muito precavido"

Em seguida vem "Borboleta cascuda" em que o Cascão tropeça em uma pedra ao empinar uma pipa, se enrosca na linha da pipa e bate a cabeça em uma árvore. Uma borboleta o vê desacordado e pensa que é uma lagartona com dificuldade de sair no casulo e, com isso, para ajudá-lo, transforma o Cascão em borboleta.

No código, apesar de fazer referência a 1983, ela é uma história publicada em 1984, já que nos gibis de janeiro a março colocavam o ano anterior nesses códigos. Essa história não tem a ver com a sua característica de medo de água, banho, sujeira, representa histórias do personagem sem essa temática. Ela é muito engraçada, legal ver o sufoco do Cascão por causa da asa da borboleta nas suas costas. A cena que ele olha em uma vitrine gritando desesperado "Oh, não!" que está se transformando em uma borboleta é hilária, de rachar de rir.

Trecho da HQ "Borboleta cascuda"

Em "A travessia", Chovinista é impedido de atravessar uma ponte por um porco gigante e chama o Cascão para dar um jeito no porco, mas que também fica com medo quando vê que o dono era um homem valentão, e, com isso, o Chovinista fica magoado com o Cascão. Os traços e a arte-final são fantásticos, tudo leva a crer que foram feitos pelo Alvin Lacerda. Representa então, história com esse estilo de traços e com presença do Chovinista. Pela cronologia, por ser de 1983, ela devia estar antes de "Borboleta cascuda", que é de 1984.

Já em "Uma questão de ponto de vista", o pai do Cascão, seu Antenor, consegue dois ingressos para a decisão do campeonato de futebol, mas impõe a condição do Cascão ir só se tomar banho. Então, o Jeremias e o Cebolinha resolvem "ajudar", fazendo vários planos para ele tomar banho.

Representa história com o Cascão contracenando com seus pais, embora aparecem pouco, e também histórias que a turma arma planos infalíveis para dar banho no Cascão. No código aparece 1983. mas é uma história de 1984, que dá para provar no rodapé que mostra "1984 Mauricio de Sousa Produções", exatamente como saiu no gibi original.

Trecho da HQ "Uma questão de ponto de vista"

A última história foi "A paquera", uma curta de 2 páginas, em que uma menina fica observando o Cascão sentado em uma pedra e ele pensa que está paquerando. Essa menina não é a Cascuda e sim uma secundária, já que naquela época a Cascuda não era namorada oficial do Cascão, só aparecia de vez em quando.

Como pode ver é um livro muito bom, pena que não teve história com o Capitão Feio e pelo menos um outro vilão como o Doutor Olimpo ou as irmãs Cremilda e Clotilde. Como são poucas páginas, não deu espaço pra colocar. Mesmo assim vale muito a pena ter na coleção.

quarta-feira, 24 de junho de 2015

Bidu e Bugu: HQ "Imitações Juninas"

Mostro uma história simples com o Bidu sendo perturbado pelo Bugu quando ele quis fazer suas famosas imitações em homenagem às festas juninas. Ela tem 4 páginas e foi publicada em 'Cascão Nº 64' (Ed. Globo, 1989).

Capa de 'Cascão Nº 64' (Ed. Globo, 1989)

Bugu aparece de repente, vestido de caipira, enquanto o Bidu estava conversando com a Dona Pedra. Bugu, com sotaque caipira, fala que estava ali perto e veio para "tirar um dedo de prosa" com o Bidu, que não quer prosear. Então, Bugu diz que preparou umas imitações em homenagem às festas juninas e Bidu o expulsa, falando que é para mostrar as imitações par ao Chico Bento que quem sabe ele arrume um espaço ao Bugu na história dele.


Bidu tenta voltar a conversar com a Dona Pedra, quando o Bugu aparece de novo com sua imitação de sanfoneiro e surge uma quadrilha para dançar. Bidu grita que não quer quadrilha na história dele e expulsa todo mundo. Logo em seguida, Bugu aparece pedindo desculpas, oferecendo um quentão ao Bugu para não ficar brabo com ele. Bidu aceita porque gosta de quentão, mas quando toma solta fogo da boca dele. É que o Bugu havia colocado muita pimenta no quentão. Bidu fica furioso e expulsa o Bugu de novo, xingando muito e falando que não se coloca pimenta no quentão.


Bugu aparece de novo,querendo mostrar a sua imitação de balão. Mas a tocha cai e o fogo acaba queimando a história toda. No final, com eles queimados pelo incêndio, Bidu corre atrás do Bugu para dar uma surra nele, falando muito palavrão e que ele arruinou a história dele, e o Bugu dando desculpa que não dá ter uma festa de São João sem uma fogueirinha.


É uma história padrão, própria de miolo, mostrando um típico cotidiano do Bugu atentando o Bidu para conseguir um espaço na sua história, sendo com um pano de fundo festa junina. Como é história de miolo e em um gibi quinzenal, tinha que ser tudo bem objetivo, direto ao ponto. E essas que são as melhores. Dessa vez o Bugu não foi chutado no final, com o Bidu querendo dar uma surra nele pelo estrago que fez na história dele.

Engraçado ver o Bidu falando que era o Bugu procurar o Chico Bento, que lá teria mais chance de arrumar um espaço. E os palavrões sempre dão uma graça a mais. Na postagem a coloquei completa. Eu gosto de histórias do Bugu perturbando o Bidu para conseguir um espaço na história dele. O Bidu tem essa implicância com medo do público gostar mais do Bugu do que dele e tomar o seu lugar nas histórias.


Os traços muito bons, como sempre na época. Achei o  máximo a última página com o fogo ao fundo, representando o papel da página incendiando.  É impublicável atualmente por mostrar quentão, que é bebida alcoólica, e, principalmente o balão que é proibido hoje e ainda mais que incendiou a história do Bidu, deixando os 2 queimados. Uma pena porque dá para tirar lição vendo que o balão queimou tudo, mostra o quanto é perigoso e não se deve soltar.

domingo, 21 de junho de 2015

Capa da Semana: Cebolinha Nº 42

Nessa capa, Cebolinha solta um rojão em uma festa junina, mas alguma coisa dá errado e acaba  se dá mal, voando junto com o rojão, precisando o Anjinho ir atrás para salvá-lo. Foi uma forma divertida para alertar que é perigoso soltar rojão.

A capa dessa semana é de 'Cebolinha Nº 42' (Ed. Globo, Junho/ 1990).


quinta-feira, 18 de junho de 2015

Coleção Histórica Nº 47


Já nas bancas a 'Coleção Histórica Nº 47', formada pelas 5 revistas números 47: Mônica (1974), Cebolinha (1976), Chico Bento e Cascão (1984), e Magali (1991).

Na capa do box é o Nhô Lau. Dessa vez não gostei da capa, já que alteraram o desenho dele, tirando o trabuco da sua mão. Ficou esquisito assim ele com uma mão fechada e outra apontando para alguma coisa por causa dessa alteração. Como atualmente os personagens não podem aparecer com armas de fogo, eles mudaram o desenho do Nhô Lau, assim como fazem nas republicações dos almanaques atuais.

As imagens dos personagens que aparecem nos boxes são das primeiras apariçôes na Coleção Histórica. Eu encontrei a imagem original do Nhô Lau, que foi tirada da história "Delícia de goiaba", de 'Chico Bento Nº 15', de 1983. Essa foi a primeira aparição dele em um gibi do Chico Bento, apesar de ele já existir desde os anos 70, em histórias do Chico publicadas nos gibis da Mônica e do Cebolinha. Como podem ver, além de tirarem o trabuco, mudaram também a expressão, onde ele estava sério na história de 1983 e agora colocaram ele sorrindo. Ou seja, avacalharam com o desenho. De fato, era difícil ter história do Nhô Lau sem trabuco, mas pesquisando bem, dava para encontrar uma imagem sem precisar alterar.

Trecho da HQ "Delícia de goiaba" (CHB # 15, de 1983)

Esse box marca negativamente por alterações nas tirinhas no final do expediente, tirando o logotipo do alto, como eram nas originais, e com desenhos ampliados, ocupando mais da metade da pagina. Desde que os gibis reiniciaram as numerações, em maio de 2015, eles passaram a colocar as tirinhas assim, sem os tradicionais logotipos no alto e os desenhos ampliados, ocupando toda a altura da página. No lado direito, o logotipo do personagem ficou maior, como se estivesse sido deslocado para direita. O pior que se não bastassem nas mensais, resolveram fazer alterações nos almanaques convencionais e agora a Coleção Histórica infelizmente também entrou nessa onda. 

Nas mensais já achei feio assim, ficam como uma espécie de história sem título, mas por ser material novo dá para aceitar. Agora, na CHTM mudar isso só pra ficar igual aos gibis atuais acho inadmissível. Nos gibis originais não eram assim. Ficou horroroso. A gente quer os gibis mais semelhantes possíveis aos originais e não parecidos com os atuais. Até porque nos gibis da Editora Abril e os da Magali da Editora Globo, eles colocavam o nome do personagem no alto com outra fonte, e não com o logotipo oficial e agora com essa mudança não vai dar pra saber como foi na original. Durante a postagem sobre cada gibi individual, comento mais sobre isso. 

Já em relação à distribuição até que dessa vez chegou mais cedo aqui, no dia 2 de junho. Mesmo sendo de maio, até que foi mais rápido, considerando meses anteriores. Ainda assim a distribuição ainda está precária, já que essa Coleção era para chegar em todos os cantos do país e muita gente, principalmente do interior, reclama que nunca chega ou senão muito tarde. E pior que agora não tem mais assinatura da CHTM no pacote da Turma da Mônica Jovem, então a forma de conseguir só nas bancas ou livrarias físicas  ou da internet.



Histórias de abertura e comentários gerais:

Mônica - "A melancia" - Uma nave extraterrestre em formato de melancia invade a Terra e a Mônica e a Magali têm que evitar a invasão.

Essa história foi republicada recentemente no livro "Magali 50 Anos". Para quem não tem, a oportunidade para conhecer. Nessa edição, de 9 histórias comentadas, apenas a do Horácio e "Cascão a serviço do mal" com créditos completos de roteirista, desenhista e arte-final. O Mauricio de Sousa escreveu todas as histórias desse gibi e desenhou quase todas, mas como não é informado o arte-finalista, não pode confirmar se realmente foi ele que arte-finalizava também, visto que nessas histórias foram por pessoas diferentes.

Dessa vez teve uma história da Tina em um gibi da Mônica, coisa não muito comum. Desde que lançaram gibis do Cebolinha, as histórias da Tina e sua turma ficaram nos gibis dele. Nessa história de 2 páginas, Tina pede ao Rolo para fotografá-la para ser manequim. 

Trecho da HQ da Tina

Como história de destaque, gostei de "Cascão a serviço do mal", em que o Casão é sequestrado por um cientista louco, que hipnotiza o Cascão, entregando um anel para que a Mônica o cumprimente e transfira toda a sua força para o anel. Essa história teve um erro de cor na original em que a Mônica devia estar de vestido amarelo (que era a Magali disfarçada) e colocaram vermelho na original e agora corrigiram. Pelo menos foi avisado nos comentários, mas preferia que mantivessem o erro durante a história.

Em relação à tirinha no final do expediente, foi a única que não foi alterada, em relação ao nome da Mônica no alto. Só que a proporção do desenho foi mudado, deixando ampliado. Devem ter mantido o nome da Mônica nessa porque está inserido no quadrinho da tirinha e não no lado de fora, como nos outros gibis e aí não fez diferença para ampliar os desenhos. Com isso, dá para notar que o nome tinha uma arte e não era o logotipo oficial, como nos gibis atuais.Era bem melhor uma arte diferente, do que simplesmente colocar o logotipo oficial, inclusive.

Cebolinha - "O único" - Um milionário descobre que o Cebolinha tem um cachorro igual ao seu, e, com isso, tenta dar sumiço ao Floquinho para que só ele tenha um cachorro diferente.

Todas as histórias foram comentadas, inclusive as de 1 página, menos a tirinha, como de costume. De 13 histórias, 5 não tiveram créditos nenhum de roteirista, desenhista e arte-final e créditos completos só na última, "A caçada", do Bidu, em que 2 laçadores de cachorros disputam quem vai pegar o Bidu. Dessa vez foi uma história do Bidu que finalizou o gibi.

Na história do Chico Bento de 1 página dessa vez ele está falando certo, como era comum na época. É que na edição do Cebolinha anterior, o Chico apareceu falando errado em alguns quadrinhos. Pelo jeito foi como experiência e pode acontecer algumas vezes, mas ele falar caipirês de forma oficial só a partir dos gibis de 1980.

Em "Mônica X TMCM", em que a Mônica se disfarça de Cebolinha para ver o que os meninos falam no clubinho, engraçado e curioso ver o Anjinho participar do clube dos meninos para participar de plano infalível contra a Mônica. Naquela época não era difícil encontrar o Anjinho participando de planos. Já na história "Bidu e veterinário", eles mantiveram um erro de cor no jaleco do veterinário, deixando azul em vez de branco em um quadrinho e sem avisar nada. Tinha que ser assim sempre.

Trecho da HQ "Bidu e o veterinário": erro de cor no jaleco sem alteração

Agora, no comentário de "A namorada do Cascão" (em que o Cascão arruma uma namorada resfriada), teve erro de impressão pela Panini e ficou omitido umas 2 linhas do comentário do Paulo Back. O comentário termina ele falando que "Sorte da Cascuda que, tempos depois, provaria o seu amor verdadeiro, ao não precisar de" e termina assim. Com isso, a gente nunca vai saber o que o Paulo Back quis falar da Cascuda.

Lembrando que nessa história, a namorada do Cascão era outra e a Cascuda nem apareceu, já que ela ainda não era a sua namorada oficial. Aliás, raramente tinha histórias dos 2 namorando.

"Arquivos do Mauricio" com comentário omitido

A tirinha foi alterada, sem o nome no alto e com desenhos ampliados. Ficou péssimo assim sem mostrar como era a arte que fizeram com o nome do Cebolinha. Não dá para entender o motivo dessa mudança tão radical sem necessidade, ficando completamente da original.

Abaixo, olhando a comparação entre a original e a CHTM, dá para notar várias diferenças com essa mudança ridícula. Mesmo a revista original com 2 cm maior na altura, como eram nos anos 70, dá para notar que na CHTM a tirinha ocupou mais da metade da página, os desenhos ficaram muito ampliados, os quadrinhos na original eram retangulares maiores na vertical e agora na CHTM ficaram nas horizontais.

Além disso, os desenhos foram ajustados também de modo que a distância do Cascão com a árvore no primeiro quadrinho e a do Cascão com o Cebolinha no último quadrinho, por exemplo, ficaram mais distantes na CHTM em relação à original, assim como os balões do Cascão no primeiro quadrinho ainda ficaram em posições diferentes. Ou seja, uma avacalhação total. Não dá para entender o motivo dessa mudança tão radical sem necessidade, ficando completamente da original. Para constar, a imagem do gibi original foi enviada por André Felipe.

Comparação das tirinhas de 1976 e da CHTM # 47

Chico Bento - "Larga de ser burro" - Uma fada transforma o Chico Bento em um burro para ele aprender a não matar aula. 

De 7 histórias, a "Socorro", do Papa-Capim (em que um índio fica na cola do Papa-Capim depois de ele ter salvo em um barranco), não teve créditos nos comentários e créditos completos só em 2 histórias: a de abertura e "O livro" (em que o Chico não gosta de ganhar um livro do pai).

Nesse gibi, uma coisa curiosa que quase todas são incorretas, e não seriam publicadas hoje. Tem Chico matando aula, mexendo com arma, segurando galinha pelo pescoço, etc. Como história de destaque, "A vara de pescar" em que o Chico quebra a vara de pescar que roubou do pai e faz de tudo para arrumar outra sem que o pai perceba.

Dessa vez aparentemente não teve alteração no caipirês dos personagens em relação ao gibi original. Não só gerúndios que seguiram como era na época, como "mintino" e "doeno", como também palavras que tiveram mudanças no caipirês o longo dos anos, também deixaram iguais, como "pescadô", "podi" e "mió", que não mudaram para "pescador", "pode" e "mior", como já fizeram em edições anteriores. Tomara que continuem assim, sem alterar nada.

Trecho da HQ "Larga de ser burro"

De alteração mesmo só a tirinha final, que ficou sem o nome no alto e com desenhos ampliados, ficando completamente diferente da original. O nome do Chico Bento das tirinhas era com uma fonte bem diferente nos gibis dele da Editora Abril, e com essa mudança ridícula não permitiu que a gente visse isso. 

Cascão - "O terrível Capitão Bebê Feio" - Capitão Feio tem impressão que está envelhecendo e manda os seres do esgoto prepararem uma fórmula para ele rejuvenescer, só que ao tomá-la, acaba se transformando em um bebê.

Na história "A volta de quem já foi", em que o Penadinho tenta voltar a conviver com a sua esposa de quando era vivo, revela uma versão passado do Penadinho, de quando ele era vivo, mas que é mudado de acordo com o roteirista. Nunca teve uma versão oficial de como era a sua vida antes de morrer e como ele morreu.

De 5 histórias, só as 2 primeiras com créditos completos. Nas outras sempre faltaram alguma informação. Mauricio fez a história "A decisão", em que o Cascão fica indeciso se deixa uma gota na folha de uma árvore cair sobre sua cabeça. Nos anos 80, ele fazia poucas histórias, mas ainda fazia. Só não desenhava também como era nos anos 70.

Nessa história apesar dos desenhos do Cascão e das folhas parecidos, não foi usada o recurso "copiar/ colar" (técnica "paste-up" como o Paulo Back descreveu nos comentários). O desenhista Beto fez cada desenho do Cascão e das folhas um a um. Isso fazia grande diferença nos gibis antigos, e não, esse "copiar/ colar" feito descaradamente hoje. Se essa história fosse desenhada atualmente ia perder a graça com desenhos tudo iguais com suas proporções e expressões idênticas.

Trecho da HQ "A decisão"

Esse gibi não teve tirinha, já que na edição original a última página foi destinada a uma propaganda de algum gibi fora da MSP, muito comum nos gibis da Editora Abril dos anos 80. Quando isso acontecia, para suprir o espaço na CHTM, eles colocam uma ilustração do personagem, falando que não pode perder a Coleção Histórica. Então, como não teve tirinha, não teve alteração, porque senão infelizmente teria. 

Magali - "Pouco sal... mas muito açúcar" - Magali ouve escondida o Ronaldinho, o garoto mais fofo da rua, falar que ela é sem sal e resolve mudar o seu comportamento e modo de vestir radicalmente para ver se agrada.

Essa foi uma história escrita pela Rosana. Bem curioso que desde a edição "Nº 42" até agora, ela é quem está escrevendo as histórias de abertura da Magali em sequência. Os desenhos muito bons também, com direito a Magali só com um curva sobre os olhos representando que estava com muita raiva. Adorava esses traços e bom saber pelos comentários que eram feitos pelo desenhista Sidão (Sidnei Salustre). Pena que na colorização aparece uns pontos brancos nos olhos, que normalmente não tinha quando era assim. Lembrando que não foi alteração na CHTM, pois na original de 1991 foi colorido assim.

Trecho da HQ "Pouco sal... mas muito açúcar"

De 4 histórias comentadas, apenas "Regula a gula" sem créditos completos. Nas outras praticamente colocaram só roteirista e desenhista. Na história "Peixinho apetitoso" (em que o Mingau tenta pegar um peixe no aquário que a Magali comprou) é falado do desenho do  Mingau que ficou bem realista, de fato, mas infelizmente não diz quem foi que desenhou e arte-finalizou.

Em "O chefe vem jantar" (em que o chefe do Seu Carlito, pai da Magali, vai jantar na casa dele e a Magali precisa controlar a sua gula para não dar vergonha), detalhe do Seu Carlito trabalhar com máquina de escrever. Hoje, cada escritório tem computador, cada funcionário tem o seu. Aliás, desenhos espetaculares dessa história.

Esse gibi também teve a tirinha alterada. A fonte do nome da Magali era diferente e com a mudança a gente não viu como foi na original e o desenho ficou ampliado, com a tirinha na CHTM já começando no canto da pagina e ocupando mais da metade da página. Abaixo a comparação da tirinha no gibi de 1991 e como ficou agora na CHTM. Como as dimensões dos gibis são iguais, dá para perceber melhor a diferença.

Comparação das tirinhas de 1991 e da CHTM # 47

Na capa, até que não teve grandes mudanças com a originais. A parte inferior da grama deu para perceber que ficou menor em relação à original de 1991, os tons das cores meio diferentes, que acontece em todos os gibis da CHTM porque nas originais eram coloridas tudo de forma artesanal, e agora como tudo é computadorizado, não encontram um tom parecido com a original. Além do logotipo, que insistem deixar menor e centralizado, em vez de ocupar a largura total do gibi como era na original. Abaixo a comparação das capas:

Comparação das capas de 1991 e da CHTM # 47

Então, esse Box foi muito bom, histórias ótimas, como sempre, o que estragou foram as mudanças nas radicais nas tirinhas para ficar igual aos gibis atuais. Acho que tem que ficar tudo igual como saiu na época. Espero que revejam isso e voltem a colocar as tirinhas exatamente iguais às originais o mais rápido possível.

segunda-feira, 15 de junho de 2015

Capa da Semana: Cascão Nº 116

Em uma festa junina, na hora da turma dançar quadrilha, quando o Cebolinha canta que está vindo chuva, o Cascão sai correndo desesperado pensando que é de verdade. Mais uma daquelas capas com balão de texto porque se não tivesse não ia dar para entender a piada e o motivo do Cascão estar correndo em disparada.

A capa dessa semana é de 'Cascão Nº 116' (Editora Globo, Junho/ 1991).


sexta-feira, 12 de junho de 2015

Chico Bento: HQ "Simpatias pra arrumar namorada"

Nessa postagem mostro uma história bem divertida de quando o Chico ajudou o Zé Lelé a arrumar namorada com simpatias em um arraial da vila. Foi publicada originalmente no 'Gibizinho do Chico Bento Nº 4' (Ed. Globo, 1991). 

Capa de 'Gibizinho do Chico Bento Nº 4' (Ed. Globo, 1991)

Nela, Chico Bento encontra o Zé Lelé suspirando na rua, sentado em uma pedra e Chico fala que tinha avisado que as goiabas que o Zé Lelé havia comido estavam verdes e por isso estava gemendo, achando que ele estava com dor no estômago. Zé Lelé diz que não é por causa das goiabas, e, sim, porque tem uma festa no arraial da vila e não tem ninguém para ir com ele e com a sua cara de "bocó", ele nunca vai conseguir uma namorada.

Chico diz que ele vai desencalhar no arraial mesmo, porque ele tem um livro de simpatias em casa e vai ajudá-lo a conseguir uma namorada. Zé Lelé pergunta se isso funciona mesmo, e o Chico responde que ele tem a Rosinha para provar.


Chega a hora do arraial e eles estão lá com o Chico com o livro de simpatias na mão e Zé Lelé comenta que todas as meninas da vila estão lá. A primeira simpatia era tirar um chocalho de uma cobra cascavel. Aí o Zé Lelé imediatamente encontra uma na moita, luta com ela e consegue pegar. Quando volta, Chico lê que era para amassar e colocar o pó no ouvido dolorido. Logo, se toca que era simpatia errada, contra dor no ouvido, e o Zé Lelé teve trabalho à toa de lutar com a cobra.


A outra simpatia, dessa vez realmente pra arrumar namorada, Zé Lelé teria que tomar banho com pétalas de rosa durante 3 domingos seguidos e depois colocar um vestido da mesma cor. Zé Lelé responde que ele é lelé, mas nem tanto, afinal ele não usaria vestido. 


Então, Chico parte para outra simpatia. Chico lê que tem que comprar um refrigerante. Depois de ter comprado, Zé Lelé, zangado por ter gastado dinheiro, pergunta se é simpatia para arrumar namorada ou matar a sede. Chico diz que está escrito no livro e continua, lendo que teria que jogar a metade do refrigerante no rio, enquanto diz: "Santo Antônio, te dou metade do meu refrigerante, se você me der uma boa namorada." 

Só que enquanto o Chico vai lendo, o Zé Lelé, lerdo que só ele, vai jogando o refrigerante todo no rio. Chico dá bronca, falando que era só a metade e Zé Lélé responde que talvez Santo Antônio não goste de guaraná, quem sabe se fosse cerveja ou vinho, ou que ele não esteja com sede.


Eles seguem com outra simpatia, que era para escrever no papel o nome da menina que ele gosta. Colocar em um copo d'água com bastante açúcar e deixar ferver. Só que o Zé Lelé, em mais de uma das suas lerdezas, toma a água com o papel em vez de ferver. A próxima era arrancar um pouco de pelo de um casal de gatos pretos. Zé Lelé tenta pegar, mas os gatos o arranham todo e não consegue pegar, falando que não quiseram cooperar.


Então, Chico mostra outra simpatia, falando que essa era infalível, que era só amarrar a imagem de Santo Antônio, o santo casamenteiro, de cabeça para baixo em uma árvore e só soltar quando conseguir uma namorada. Zé Lelé, já desiludido, fala que não vai certo, que o Santo Antonio vai ficar pendurado lá pelo resto da vida, até que é interrompido por uma menina, perguntando se ele é o Zé Lelé, que o nome dela é Zulmira e se quer dançar uma quadrilha com ela. Zé Lelé aceita e eles vão, com os dois tímidos, cheios de vergonha.


No final, Chico ficou contente e comemora se direcionando a santo Antonio que deu certo. Então, a imagem do Santo Antonio fala com ele, dizendo que claro que deu e manda o Chico tirá-lo de lá da árvore. E ainda tem um aviso do roteirista que escreveu a história, falando que todas as simpatias foram testadas pelo roteirista e como continuou sem namorada, não pode garantir que elas dão certo.


Muito legal essa história do Zé Lelé tentando arrumar namorada com simpatias. Tem umas tiradas muito engraçadas, já que tanto o Zé Lelé quanto o Chico são atrapalhados. Legal o Zé Lelé sendo chamado de bocó, no lugar de lerdo, representando a simplicidade da roça. Interessante também mostrar um texto no final que o roteirista fez as simpatias, mas continuava encalhado. Bem bolado pra informar aos leitores que simpatias não são garantia que vão funcionar.


Essa menina Zulmira só apareceu nessa história. Naquela época realmente o Zé Lelé não tinha namorada, e só anos depois a Maria Cafufa é que seria a sua namorada oficial. Mesmo simples, seria impublicável hoje em dia, já que além de mostrar crianças envolvidas com simpatias e tema religioso com Santo Antônio, coisas não muito bem vindas hoje, tem também o fato do Zé Lelé lutar com cobra cascavel, derramar refrigerante do rio, referência a bebidas alcoólicas, entre outros.


A história tem 14 páginas no total no formato gibizinho. Se fosse publicada em um gibi convencional, teria no máximo a metade de páginas. Na postagem a coloquei completa. Na mesma história, além de namoro, ainda tem a temática de festa junina em homenagem ao dia de Santo Antônio, comemorado no dia 13 de junho. Ou seja, tem várias comemorações de junho juntas em uma só. Curiosidade que ela não foi publicada em junho, e, sim em novembro, já que não existia ainda os gibizinhos em junho de 1991, sendo lançados em agosto de 1991.


Os traços maravilhosos, por sinal, muito bem caprichados. Ficou bacana ver os meninos de botina na festa junina. Teve ainda um erro na cor do chapéu do Chico no final da história que ficou com o mesmo fundo rosa e curioso que quando foi republicada no 'Almanaque do Gibizinho da Mônica Nº 1', de 1998, mantiveram esse erro. Afinal, nos almanaques da Globo não corrigiam erros de cores. A capa ficou bacana, apesar de fazer referência à história de abertura, como era de costume nos gibizinhos, fizeram uma piada em cima disso. Muito bom.


Para saber mais detalhes da série "Gibizinho", entre AQUI e AQUI

quarta-feira, 10 de junho de 2015

Tirinha Nº 27: Cascão

Nessa tirinha, Cascuda solta um beijo apaixonado ao se despedir do Cascão e quando ele faz o mesmo, cobre a cabeça dela de poeira, de tão sujo que é o seu corpo. Muito legal.

A tirinha foi publicada originalmente em 'Cascão Nº 301' (Ed. Globo, 1998).


segunda-feira, 8 de junho de 2015

Capa da Semana: Chico Bento Nº 88

Uma capa romântica, em clima de Dia dos Namorados. Dessa vez sem piada, apenas um desenho bonito, com o Chico Bento e Rosinha namorando em volta de um coração e flores ao redor, como se estivessem posando para uma fotografia e exposta em porta-retrato e representando o amor verdadeiro ente o casal. 

A capa dessa semana é de 'Chico Bento Nº 88' (Ed. Globo, Maio/ 1990).


sábado, 6 de junho de 2015

Mônica: HQ "Pixador apaixonado"

Nessa postagem eu compartilho uma história em que a Mônica tenta descobrir o seu admirador secreto que pichou uma frase de amor no muro em frente da sua casa. Ela tem 8 páginas no total e foi história de abertura publicada em 'Mônica Nº 42' (Ed, Globo, 1990).

Capa de 'Mônica Nº 42' (Ed. Globo, 1990)

Nela, Mônica acaba de acordar e quando abre a janela do seu quarto, tem uma grande surpresa de ver o muro em frente a sua casa pichado com a frase "Mônica eu te amo". Ela fica eufórica, achando que foi muito romântico, mas logo cai na realidade de que quem escreveu no muro e diz que precisa descobrir quem foi.


Quando toma café da manhã, Mônica, de tão distraída, deixa entornar café na mesa enquanto põe na xícara. Ela nem toma o café e vai atrás do seu apaixonado secreto, já sabendo que não será uma tarefa fácil porque ele deve ser muito tímido. Ela encontra o Cascão e tenta se aproximar para ver se ele pode ajudá-la na procura. Só que quando a Mônica se aproxima, percebe que ele está assustado, gaguejando e pensa que é o seu admirador.


Mônica pergunta com jeito apaixonado apenas se foi ele. Cascão, nervoso, não sabe como ela descobriu, que fez para não perceber. Ela o beija e pergunta porque não falou antes. Cascão quer saber se não vai bater nele e Mônica responde que não, que foi a surpresa mais emocionante que teve. Então, Cascão fala que se soubesse pegava o coelhinho dela todo dia, sacando o Sansão do bolso. Mônica fica passada e bate nele, pegando o sansão de volta e vai embora, com o Cascão no chão  a chamando de mentirosa.


No caminho, ela comenta que foi melhor assim porque não saberia se ia querer namorar um sujinho feito o Cascão. Aí, ela flagra o Cebolinha rabiscando o muro. Ele, desesperado, trata de ficar na frente do muro para esconder o que escreveu. Mônica diz que a letra horrível pareceu familiar e pergunta se foi ele quem escreveu aquilo sobre ela. Cebolinha diz que foi, mas disfarça que foi sem querer.

Mônica se aproxima dele, falando que não precisa ser tímido, que adorou o que ele escreveu e que dá para perceber que os planos infalíveis eram só para disfarçar. Ela pede para que o Cebolinha saia da frente muro para ver as coisas lindas que escreveu daquela vez e vê que ele  a xingou de baixinha e dentuça. Mônica bate nele e ainda diz que isso foi só o começo porque quando encontrar o seu apaixonado secreto, vai contar tudo para ele.


Logo em seguida, Mônica encontra o Titi tentando fazer uma declaração a uma árvore e acha que é ele. Titi fica com raiva que não consegue fazer a declaração, e Mônica fala que ele pode fazer a declaração a ela. Titi não entende nada e pergunta do que ela está falando. Mônica  diz que é sobre uma certa frase que ele escreveu no muro em frente a casa dela, se encosta nele apaixonada, pedindo que diga mais coisas bonitas para ela. Até que Aninha chega, fala que ouviu tudo e dá um tapa no Titi. Aninha não se conforma do Titi dando em cima de garotinhas e ele tenta se explicar. 


Mônica se dá conta que deu um fora, e nota que o pichador não pode ser mais ninguém da turma, porque o Franjinha está com sarampo, o Jeremias e o Xaveco estão viajando e o Dudu não sabe escrever. Até que ela vê o Robertinho, o garoto mais fofo da rua. Ela fica toda boba, achando que não pode ser ele, que seria muita areia para o caminhãozinho dela. 

Mônica pergunta se foi ele quem fez aquilo no muro. Robertinho pergunta como é que ela sabe, se ela viu. Ela, toda encabulada, diz que viu pela manhã. Robertinho diz que só fez porque estava muito apertado e que ela não tinha que ficar olhando os outros mijando no muro. Ele vai embora com vergonha e deixa a Mônica passada, com mais vergonha ainda, vermelha que nem um tomate.


Ela sai correndo, tendo certeza que ela tem um apaixonado secreto porque alguém pichou o muro com o nome dela. Quando chega perto do tal muro, ela encontra um casal em frente, com o Antenor perguntando a sua namorada, Mônica, se quer sair com ele à noite. Mônica cai no choro na frente deles, falando que claro que tinha que ser outra Mônica. Ela se tranca em casa, fecha a janela do quarto, jurando que não quer mais olhar para aquele muro. No final, aparece um menino escondido atrás do muro, achando que a Mônica não gostou do ele escreveu e que um dia toma coragem e se declara para ela.


Muito engraçada essa história, legal ver a Mônica assanhada procurando pelo seu apaixonado secreto em busca de um namorado. De primeiro momento, até dava mesmo para imaginar que foi eles, mas logo a Mônica descobre que não da pior maneira possível. Se os meninos só querem saber de aprontar com ela, já tava na cara que não seria nenhum deles. Legal ver a Mônica falando sozinha, interagindo com os leitores na busca do seu admirador, coisa comum na época. Eu gosto de história dos personagens falando sozinho. Na postagem a  coloquei completa.

Eles estavam re-republicando histórias da Mônica de 1990 nos almanaques dela da Panini, mas essa não foi. É que apesar de simples têm várias situações incorretas. O muro pichado não é aceito hoje em dia e se resolvessem republicá-la iam alterar, colocando cartaz no muro, assim como na cena do Cebolinha rabiscando o muro. Além disso, tem uma citação que o Robertinho fez xixi no muro e isso também é inadmissível nos gibis atuais e também a história teve um final triste e atualmente as histórias não podem ter finais tristes para não traumatizar ninguém. Então, mais uma história impublicável.  


Agora não entendi por que escreveram "pichador" e "pichar" com "X", se o correto é com "CH". Se republicassem, alterariam isso também para ficar de acordo com a norma culta, e, com isso, tirando a linguística da época. E de curiosidade, os meninos fofos da rua, muitas vezes, eram baseados no pessoal do estúdio. Na Editora Abril, por exemplo, aparecia muitas vezes o Reinaldinho, que era a caricatura infantil do roteirista Reinaldo Waisman. Nessa história "Pixador apaixonado", capaz do Robertinho ter sido inspirado no Roberto Munhoz, irmão da roteirista Rosana, ou outro Roberto do estúdio. Aliás, os traços são excelentes, contorno bem grossos e muito caprichados. Enfim, história muito legal relembrar publicada há exatos 25 anos.