segunda-feira, 30 de agosto de 2021

Histórias Semelhantes 9: Bidu fazendo adestramento


Compartilho 2 histórias semelhantes com Bidu sendo adestrado pelo Franjinha, mas as coisas não saíram muito bem como o Franjinha esperava. A primeira versão publicada em 'Cascão Nº 21' (Ed. Globo, 1987) e a segunda versão, em 'Cascão Nº 74' (Ed. Globo, 1989).

Capas: 'Cascão Nº 21' (Ed. Globo, 1987) e 'Cascão Nº 74' (Ed. Globo, 1989)

Na versão de outubro de 1987, com 4 páginas, Franjinha manda Bidu fazer truques de adestramento. Manda deitar, ficar de pé, pular arco, andar junto com ele e a cada atividade realizada, o Bidu ganhava um biscoito como recompensa. Depois do cãozinho adestrado, Franjinha chama o Cascão ver os truques que ensinou. 

Trecho da HQ "Adestramento" ('Cascão Nº 21' - Ed. Globo,1987)

Na frente do Cascão, Bidu não faz os truques ensinados, ficando só parado, fazendo Franjinha passar vergonha. Cascão vai embora e Franjinha chama o Bidu de burro e ele pensa que já estava de barriga cheia, ou seja, só fazia porque ia receber os biscoitos de recompensa, como estava satisfeito, não precisava fazer.

Trecho da HQ "Adestramento" ('Cascão Nº 21' - Ed. Globo,1987)

Já na versão de novembro de 1989, com 2 páginas, Jeremias pergunta ao Franjinha o que está fazendo e ele diz que está ensinando truques para o Bidu, que pega graveto, rasteja, pula arco, sempre recebendo recompensa de um osso a cada atividade feita. Jeremias chama a turma para ver os truques do Bidu, mas na frente deles Bidu faz nada, ficando só parado, sendo motivo de chacota deles, achando ridículo e que sabe fazer nada. Franjinha pergunta por que o Bidu o deixou na mão e Bidu pensa que se comesse outro osso, ia estourar.

HQ "Adestramento" ('Cascão Nº 74' - Ed. Globo,1989)

Comparando as duas histórias, tiveram mesmo título, só mudando créditos com nome do Franjinha incluso na de 1989 e tiveram o mesmo roteiro com ideia do Franjinha ensinar truques de adestramento para o Bidu em troca de recompensa, mas na hora de demonstrar para os amigos, o Bidu não fazia porque não aguentava mais comer nada. 

Comparação de trechos das histórias de 1987 e de 1989

Não mudou ideia central nem final, foram apenas alguns detalhes diferentes no desenrolar delas como na história de 1987 ninguém ver o Franjinha treinando o Bidu enquanto recebia recompensas, ele receber biscoito como recompensa e só o Cascão viu a demonstração do Bidu enquanto que na de 1989, o Jeremias acompanhou o adestramento do Bidu e foi quem chamou a turma para ver depois, ele recebeu osso como recompensa e mais gente viu o Bidu deixar o Franjinha na mão. 

Alguns truques não apareceram mostrando de uma história para outra, mas que não diferencia a ideia principal. O número de páginas foram 4 em 1987 e 2 páginas em 1989. No caso, eles procuraram colocar na história de 1989 noção do Bidu parado no mesmo quadrinho que o Franjinha dava várias ordens dos truques a fazer  para agilizar. 

Comparação de trechos das histórias de 1987 e de 1989

Não tenho ideia do motivo de terem criado mesma história em pouco tempo,  em só 2 anos e 1 mês entre elas. Ou são do mesmo roteirista e uma ficou arquivada e depois esqueceram que já havia sido publicada ou colocaram por falta de uma história para fechar o gibi do 'Cascão N° 74' ou então podem ser feitas por roteiristas diferentes e não sabia que já tinha uma igual. Gostei mais primeira por ter sido mais desenvolvida e os desenhos ficaram melhores também na primeira. Cada um vai ter sua versão favorita. Em breve posto mais histórias semelhantes aqui no Blog.

quarta-feira, 25 de agosto de 2021

Top 5 Melhores Capas dos Gibizinhos

Em agosto de 1991 foram lançados os Gibizinhos. Em homenagem aos 30 anos, criei um "Top 5" com as melhores capas publicadas desse título marcante, na minha opinião.

Gibizinho foi o novo título da Editora Globo com histórias inéditas, só que em um formato de bolso, tamanho 13,5 X 9,5 cm, ficando em circulação nas bancas entre 1991 a 1998. Entre agosto de 1991 a dezembro de 1992, até os de "Nº 26", a cada número vinham 4 exemplares diferentes, um para cada personagem, inclusive secundários, sendo pelo menos um deles era de algum dos 5 personagens principais, com capa e miolo todos em papel couché com cores bem vivas e sem propagandas no miolo, apenas nas página 2 e 32 da contracapa. A partir da "Nº 27", de fevereiro de 1993, até a última edição "Nº 86" de janeiro de 1998, passaram a ser apenas "Gibizinho da Mônica" com 132 páginas, capa couché bem grossa com lombada e miolo em papel jornal tradicional de gibis e sem propagandas internas. Ou seja, em vez de criarem exemplares individuais, juntaram tudo em apenas um exemplar.

Não foi bem título da MSP ,e, sim, da Editora Globo, pois entre os de "Nº 6" a "Nº 22", tiveram Gibizinhos de outras revistas em quadrinhos da Editora Globo até então, como Xuxa, Chaves, Turma do Arrepio, etc, seguindo a mesma numeração corrente, com números ímpares reservados para a Turma da Mônica e números pares para as outras revistas da Globo. Foram criados esses também por causa da crise dos quadrinhos que estava começando na época devido a alta inflação e dar um fôlego aos outros títulos da Globo fora os da Turma da Mônica. Como era título da Globo, se a MSP quisesse retornar com o título hoje, eles teriam que ser renomeados, salvo se tivesse acordo com a Editora Globo.

As capas dos Gibizinhos em qualquer fase tinham diferencial em relação aos gibis convencionais de a maioria serem com referência a história de abertura enquanto que nos convencionais  prevaleciam capas com piadinhas com os personagens. Foram poucos Gibizinhos com capas exclusivas com piadinhas. Nessas capas de histórias de abertura e estilos comuns que faziam nos gibis das Editoras Abril e Globo quando tinham capas assim, tinham as que mostravam um ar de mistério, as que.mostravam cena do que aconteceria na história e para saber por que aconteceu aquilo, tinha que ler, mas também tinham as capas que faziam piadinhas com o tema da história de abertura, ou seja, não aconteceu a cena na história, mas tinham criatividade para fazer as piadas, ou simplesmente criavam um desenho bonito de acordo com o tema da história de abertura. 

Revi todas as capas dos Gibizinhos, foi difícil escolher dentre tantas capas excelentes e a seguir mostro o ranking das 5 mais Top na minha opinião e comentando sobre cada capa escolhida:

5º LUGAR: Gibizinho da Mônica Nº 28

Lançado em março de 1993, todos ficam dando gargalhada da cara da Mônica, inclusive o homem do programa da televisão, deixando a Mônica com raiva.

Foi em referência à história de abertura "Eu sou uma graça" em que a Mônica viu no programa de televisão Doutor Perri Dículo que todos deviam aprender a rir de si memsos e não ser ranzinza e estressado e Mônica procurou ajuda dos meninos a passar a rir de si mesma e ainda obrigou Cebolinha e Cascão a rirem também de suas próprias caras. No final, eles vão ao consultório do Doutor Perri Dículo, não para aprenderem a rir de si mesmos, mas a pararem de dar gargalhadas deles próprios, depois de se olharem no espelho. 

A cena  da capa não aconteceu na história por completo, os meninos até riram da cara dela, mas não o Doutor que apareceu na televisão e esse absurdo de televisão interagir com eles é que a deixou melhor ainda. Ficou uma capa bem engraçada e contagiante, representa a melhor capa da fase dos Gibizinhos com lombada. Infelizmente, as capas de setembro de 1993 em diante tinham códigos de barras muito grandes que cortavam os desenhos e atrapalhavam o visual das capas em si, mas mesmo assim foram boas também e em alto nível. 


4º LUGAR: Gibizinho do Penadinho Nº 11

Lançado em março de 1992, Penadinho tenta ajudar a limpar o Cranicola, porém de forma torta com os esparadrapos do Muminho para lustrar, deixando o Muminho irado com ele.

Foi em referência à história de abertura "Boas ações" em que o Penadinho, cansado de ficar no Purgatório e com desejo de ser um anjo no Céu, resolve fazer boas ações ajudando os seus amigos no cemitério para antecipar a sua ida ao Céu, mas ao invés de ajudar, acaba é atrapalhando ainda mais os seus amigos. No final, Penadinho continua no cemitério, seus amigos ficam fulos da vida e o Diabo fala que se continuar com aquelas "boas ações", vai direto para o Inferno.

Foi uma capa com piada em cima do tema história de abertura, pois a cena não aconteceu. Com criatividade, eles colocaram uma piada sobre ser solidário de uma forma torta, ajudar de um lado, mas atrapalhar no outro. Ficou engraçada a cara de raiva do Muminho reclamando do Penadinho usando suas ataduras para limpar o Cranicola, que por sua vez também não estava gostando nada de ser limpo com as ataduras do Muminho e com a força do Penadinho limpando. Muito boa.


3º LUGAR: Gibizinho do Piteco Nº 13

Lançado em abril de 1992, capa mostra uma analogia da ideia do homem das cavernas puxar a mulher pelo cabelo após se casarem, sendo que foi um inverso e a mulher é que puxa o cabelo dele depois de se casarem. 

Foi em referência à história de abertura "Quando pinta o amor" em que o Piteco ajuda a mulher Chana a pegar frutas na árvore e levar até a caverna dela e se apaixona pela Chana e tenta o tempo todo tirar a tentação de se casamento que ele tanto abomina. O Juiz de Paz dá conselhos ao Piteco e no final ele vai até a caverna da Chama pedi-la em casamento, mas desiste aí ver um homem lá, pensando que era marido dela, mas na verdade era só um irmão dela.

A cena da capa não aconteceu na história, apenas a forma tradicional do homem puxar cabelo da mulher no início da história, portanto, uma piada bem criativa de como seria se fosse situação inversa. Chega a ser impublicável hoje em dia essa história por ser contra movimentos femininos, mesmo que mostrando uma realidade nos tempos da Pré-História e a capa, mesmo sendo a favor da mulher, iriam implicar que não seria certo fazer isso com o Piteco. 


2º LUGAR: Gibizinho da Pipa Nº 24

Lançado em outubro de 1992, capa com ideia do noivo carregar a noiva no colo na noite de núpcias, só que Zecão carrega a Pipa em um carrinho porque não ia aguentar carregá-la no colo por ser gorda demais. Pesado! Que maldade!

Foi em referência à história de abertura "Casamento em breve" em que a Pipa viu com uma vidente que ia se casar e ela fazia tudo para não se casar e a situação piorou quando o Zecão estava falando com o pai dela sobre casamento e a Pipa pensava que estava pedindo a mão dela para o pai. No final, o casamento era da prima Ruth do Zecão e eles seriam padrinhos e durante a cerimônia a Pipa fica com vontade de se casar e com inveja, achando que podia ser ela no lugar da Ruth.

Ou seja, na capa não teve a cena na história, eles nem se casaram na história, foi claramente uma piada em cima do tema casamento, que era tema da história de abertura. Impublicável atualmente por ser piada contra gordos, desrespeitando os gordos na vida real, iam implicar demais e até motivo de processo. 


1º LUGAR: Gibizinho do Anjinho Nº 5

Lançado em dezembro de 1991, uma capa de Natal que mostra um desenho bonito com Anjinho abrindo uma caixa expondo a Estrela de Belém no nascimento de Menino Jesus.

É em referência á história "Aconteceu no Natal" que mostra que o Anjinho morreu ao cair em um precipício e foi parar no Céu perto do nascimento do Menino Jesus e que ainda ajudou a celebrar a vinda do Menino Jesus dando um presente singelo de uma caixa com uma rosa que guardou com ele quando caiu no precipício ao morrer e que essa caixinha com a rosa se transformou na Estrela de Belém. 

Foi uma linda história do título "Gibizinho" e a mais conhecida e lembrada pelos leitores deste título e a capa fez jus à história como a capa mais linda e a melhor dos Gibizinhos e até uma das mais bonitas da MSP de todos os tempos. Capas de Natal sempre foram muito boas e essa capa eles capricharam demais. A cena exata na capa não aconteceu porque foi Deus quem transformou a caixa na Estrela de Belém, mas teve a ideia de o Anjinho ser o responsável pelo presente para o Menino Jesus.


Como pode ver, as melhores capas pra mim são as voltadas com piadas a maioria, mesmo fazendo referências a histórias de abertura, considero bem inteligente montar piadas com o tema da história mesmo não acontecendo o fato nas histórias. Também tiveram outras excelentes capas nos gibizinhos que ficaram de fora, inclusive as mostrando suspense ou com fatos que realmente aconteceram nas histórias, mas essas aí achei as Top. Em breve posto outros " Top 5" aqui no Blog. E valeu relembrar essas capas e a homenagem aos 30 anos dos Gibizinhos.

domingo, 22 de agosto de 2021

Cebolinha e Cascão: HQ "Os bebezões"


Em agosto de 1991, há exatos 30 anos, era lançada a história "Os bebezões" em que Cebolinha e Cascão se vestem de bebês para pegar o coelhinho da Mônica. Com 8 páginas, foi história de abertura de 'Cebolinha Nº 56' (Ed. Globo, 1991).

Capa de 'Cebolinha Nº 56' (Ed. Globo, 1991)

Começa com Cebolinha falando para o Cascão esquecer os 200 mangos que ele lhe deve e também os gibis do Super-Hiper que havia emprestado. Cascão adora, fala que Cebolinha está legal que até dá para desconfiar. Logo se toca, que a bondade é interesse para tentar o Cascão a participar de um plano infalível contra a Mônica e ele não aceita.


Cebolinha não insiste dessa vez, vai embora falando que Cascão sempre atrapalha. Cascão fica curioso e vai atrás dar uma espiadinha no plano. Atrás da moita em frente à casa da Mônica, vê Cebolinha chegando vestido de bebê. Cebolinha toca a campainha, entra no berço, que era uma caixa de papelão, e Mônica pensa que era um bebê abandonado morto de fome e leva para sua casa. Cascão deduz que o plano era se vestir de bebê e enquanto a Mônica prepara mamadeira e sopinha, ele pega o Sansão. Cascão corre, falando que não pode perder essa. 


Na casa da Mônica, ela avisa que é para Cebolinha ficar quietinho enquanto prepara uma sopinha, imaginando que o bebê a lembra alguém. Cebolinha se levanta para pegar o Sansão e fugir, mas a campainha toca e ele precisa voltar para o berço. Quando ela vê, era o Cascão vestido de bebê abandonado. Mônica vai preparar a sopinha e deixa os dois juntos.


Cebolinha reclama que Cascão roubou a ideia dele e Cascão se levanta para pegar o Sansão. Eles brigam, mas Mônica aparece logo e eles voltam ao berço antes de ela ver os dois brigando. Cascão reclama que Cebolinha atrapalhou tudo enquanto ele reclama que o Cascão roubou a ideia dele. Cascão tenta roubar o Sansão de novo, eles brigam e ficam correndo pela casa. Mônica vê e ouve Cascão chamando Cebolinha, descobre que era plano e resolve entrar na brincadeira também.


Mônica prepara uma sopa de jiló com passas e pasta de amendoim, eles comem achando muito ruim e logo em seguida Mônica diz que preparou um delicioso banho na banheira para eles. Cascão dá um sonoro grito de "Não" desesperado, fala que neném não quer. Mônica o puxa pelo babador e fala que precisa de banho e ficar limpinho e ao mostrar a banheira cheia de água no colo, Cascão entrega que era tudo um plano para pegar o Sansão. No final, Mônica bate nos meninos e como eles ficam chorando na rua, a mulher que viu reclama que dois marmanjos como eles ficam chorando como bebês.


História bem legal com Cebolinha e Cascão se fantasiando de bebês para pegar o coelhinho da Mônica. Se fosse só o Cebolinha, o plano infalível daria certo, mas Cascão se intrometeu depois de ter se arrependido de participar e aí com a disputa dos dois de ver quem ficaria com o Sansão acabaram se dando mal de novo. Com Mônica forçando a tomar banho, não restou outra alternativa par ao Cascão entregar o plano.


Era engraçado nessas histórias de plano a Mônica ser boba e custar a perceber as coisas. Ela já podia ter desconfiado de um bebê tão grande como o Cebolinha e depois de ter aparecido outro bebê abandonado quase na mesma hora. Não precisaria ela ter visto os dois brigando para tirar a conclusão. Se ela fosse mais esperta, já seria surra no Cebolinha antes de entrar na casa dela. Divertido também o Cebolinha se passar de bonzinho esquecendo os empréstimos financeiro e de gibi por puro interesse para ver se Cascão participava do plano, eles vestidos de bebê com chupeta e tudo, as brigas e Cascão com medo de tomar banho.

Podia ser publicada em qualquer uma das revistas dos três personagens, se encaixava até melhor em revista do Cascão pelo número de páginas da sua revista quinzenal e por ele ter se intrometido no plano que ele próprio havia se recusado a participar e ter estragado tudo para não tomar banho. Hoje evitam histórias de planos infalíveis e quando tem eles não apanham, no máximo a Mônica corre atrás dos meninos no final. Também a briga violenta entre eles durante a história seria proibida, além das palavras "Droga!" e "roubar", também proibidas atualmente. O Cebolinha pensando errado também mudariam já que hoje eles colocam o personagem sem trocar as letras nos pensamentos para ficar de acordo com quem tem dislalia na vida real.

O super-herói "Super-Hiper", provavelmente, mudariam hoje em dia para Capitão Pitoco, que é o super-herói fictício oficial da turminha. E boa alternativa de colocarem 200 mangos para retratar a moeda Cruzeiro. Dessa forma não seria alterada em republicações, porém o valor 200 mudariam, pois seria um valor alto para empréstimo entre crianças.

Traços muito bem caprichados, era ótimo ver desenhos assim. Esqueceram de colocar sujeirinhas no Cascão no penúltimo quadrinho da segunda página (página 4 do gibi). Só não gostei das cores, que ficaram bem escuras, dando pra perceber pelas tons de pele dos personagens e tom de vermelho, como vestido da Mônica, mais escuros do que antes, até então, porém ainda voltados aos tons pasteis. Já estavam começando a transformação de cores e que ainda ficariam piores e mais escuras em 1992. Muito bom relembrar essa história há exatos 30 anos.

quinta-feira, 19 de agosto de 2021

Penadinho: HQ "Esse primo é um osso duro de roer!"


Compartilho uma história em que o Cranicola recebeu visita do seu primo no cemitério, causando muita confusão para o Penadinho. Com 5 páginas foi publicada originalmente em 'Cascão Nº 12' (Ed. Abril, 1983) e republicada no 'Almanaque do Cascão Nº 7' (Ed. Globo, 1989).

Capa de 'Almanaque do Cascão Nº 7' (Ed. Globo, 1989)

Começa com o carteiro no cemitério entregando um telegrama para o Cranicola. Penadinho segura o papel para o Cranicola ler, afinal ele não tem mãos, e descobre que era da sua tia Cravicola e que vai receber a visita do seu primo Manicola no cemitério. Penadinho pergunta quando ele chega e Cranicola responde que já deve estar chegando.


Em seguida, chega o Manicola e vemos que ele era só uma mão com osso. O primo se apresenta ao Penadinho e cumprimentando dando toque na mão do Penadinho. Cranicola pergunta ao primo se não está cansado da viagem e Manicola diz que não porque veio de carona e queria que alguém o guiasse para conhecer o cemitério.

Penadinho o leva, mas de repente ele some do seu lado. Quando vê, a Alminha estava apavorada, com medo achando que o Manicola era uma aranha esquisita e fica braba ao sabee que o Penadinho conhecia e não sabe como ele anda com um treco esquisito por aí. Manicola diz que não fez nada de errado, só foi se apresentar a ela. Depois, Zé Vampir pede ajuda ao Penadinho na mudança do seu túmulo. Penadinho diz que estava com amigo e não podia. Manicola some, Zé Vampir acha que Penadinho não queria ajudá-lo, avisa que queria só uma mãozinha e Manicola aparece se serve a dele. Zé Vampir fica brabo, não acha graça, pensando que era brincadeira deles.

Penadinho fica brabo por Cranicola arrumar cada uma para ele e volta com o Manicola para ficar com o Cranicola, que não entende nada no que deu nele e manicola diz que acha que Penadinho é meio "gira", fazendo movimento giratório como se ele fosse louco. Penadinho comenta que se o primo é assim, imagine como era o resto da família, fica aliviado que agora o problema é do Cranicola, mas no final é surpreendido que surge a família toda do Cranicola pedindo para Penadinhos levá-los até a ele, para seu desespero. Aparecem o Pedicola, Bracicola, Ossicolas e Clavicola.

História bem divertida com Penadinho precisando apresentar o cemitério ao primo do Cranicola, mas ele saía de perto do Penadinho e arrumava confusão por conta dos outros não conhecê-lo. Até que tinha boas intenções, mas os outros ficavam com medo. Penadinho não gostou do Manicola e situação piorou para ele quando conheceu a família toda do Cranicola.

Foi legal saber que a família do Cranicola é toda composta por partes de ossos do corpo humano, como mão, braço, clavícula, etc, se juntasse todos em um formava um esqueleto. Foi bem criativo isso. Pena não informarem o grau de parentesco deles com o Cranicola, quem era tio, tia, primos, pai, mãe, mas a Clavicola, a gente soube que era tia do Cranicola e mãe do Manicola. Dava até para ser mais longa um pouco para mostrar reação de outros personagens da Turma do Penadinho, mas como era um gibi quinzenal, eles tinham que colocar histórias mais curtas e objetivas.

Todos os parentes do Cranicola tem terminação "cola". Leitura é sem acento no "I", semelhante a "CranicÓla" inclusive a "CravicÓla". Sempre é bom ver parentes dos personagens nas histórias, dava para ter Almanaque Temático só com parentes ou  pelo menos só com primos dos personagens. Divertido também ter um carteiro no cemitério, eles receberem correspondências como os seres humanos, além do carteiro ser fantasma também.

Traços excelentes, principalmente da visão do cemitério cheia de detalhes. Tiveram ligeira diferença na Alminha e Zé Vampir como vemos hoje, principalmente a Alminha com lábios, porque na época os personagens ainda não tinha traços definitivos. Eram as primeiras histórias da Turma do Penadinho, de fato, que saíam nas revistas do Cascão. Apesar de  antes de 1982 ter uma ou outra história desse núcleo nas revistas da Mônica e Cebolinha, mas era bem raro, e só passou a ter algo fixo nas revistas do Cascão. E ainda não tinham personalidade definida também, foram ajustando aos poucos ao longo dos anos, até acharem um estilo fixo para cada personagem.

quarta-feira, 18 de agosto de 2021

Cebolinha Nº 6 - Panini - 2021

Nas bancas a revista 'Cebolinha Nº 6' da terceira série da Editora Panini lançada em agosto de 2021. Comprei essa edição e faço uma resenha como foi e o que achei dela.


Não é uma revista especial ou comemorativa, comprei essa por indicação dos comentaristas do Blog Ricardo e Miguel e aí resolvi dar uma chance. Tem 84 páginas, formato canoa, com 1 página de seção de correspondências e 3 páginas de passatempos, custando R$ 7,90. Não tem  as seções "Turma do Mauricio" (mostrando fichas dos personagens) e tiras clássicas a partir dos anos 1960 presentes nas revistas do Cascão, Chico Bento, Magali e Turma da Mônica para seguir o estilo de como eram as revistas do Cebolinha antes de reiniciarem numeração em março de 2021. Ou seja, tem mais páginas com histórias inéditas em relação as outras, assim como a da Mônica.

Na distribuição chegou aqui dia 2 de agosto, até que estão chegando cedo ultimamente as revistas nas bancas que estão vendendo. A capa com logotipo em HD e com alusão à história de abertura com extensão na contracapa para justificar preço, código de barras, QR Code e selos não aparecerem na capa principal.

Capa com desenho se estendendo na contracapa

Essa edição tem 10 histórias, incluindo a tirinha final, e a história de abertura é "Trinta dias", com 15 páginas. Escrita por Alexandre Lourenço, Cebolinha combina com a Mônica em ficar 30 dias sem aprontar com ela e se ele conseguir, fica sendo o novo dono da rua por 30 dias. Ele até consegue, mas foi apenas o início para se envolver em muita confusão.


É considerada história de plano infalível no decorrer da história, só que sem ser bolado pelo Cebolinha e sem surra. São tipos de alternativas que encontram para ter histórias de planos sem ter meninos apanhando da Mônica porque a ordem não é mostrar violência, aí eles não apanham e não são surrados violentamente. Essa até que o roteiro não foi ruim no geral, até legal ver o Cebolinha sofrendo em não poder aprontar com a Mônica, foi a melhor da revista, chato é ver muros e árvores colados com cartazes por causa do politicamente correto em vez de rabiscarem direto como era antigamente, nunca consigo me acostumar vendo muros com cartazes nas revistas. Os traços bons comparado ao estilo atual, apesar de PC, mas pelo menos com contornos grossos e sem caretas exageradas.


Em seguida vem a história "Seu Cebola e o Louco", com 8 páginas, mostrando o encontro do pai do Cebolinha com o Louco, surgindo dentro da gaveta, causando muitas loucuras e irritando o Seu Cebola, principalmente na insistência do Louco achar que ele é o "Cenourinha", como o Louco chama agora o Cebolinha.

Não gostei dessa, ainda mais da ideia do Seu Cebola ver o Louco. Acho crianças vendo até acho válido, mas adultos fica estranho. Tipo se fosse a Mônica, Magali ou outra criança seria melhor, se quisessem variar sem ser o Cebolinha. Histórias do Louco hoje são fracas e com Seu Cebola piorou e para completar Cebolinha quando o viu estava até calmo, achando tudo normal, ou seja, bem descaracterizado. Fora o final que nem entendi. Já chegou a ter histórias do Seu Cebola vendo o Louco na fase clássica como nas histórias de 'Almanaque da Mônica Nº 20' (Ed. Abril, 1983), 'Cebolinha Nº 72', (Ed, Globo, 1992) e 'Cebolinha Nº 127', de 1997 (as 2 primeiras coincidentemente histórias de Natal), mas todas achei poucas atrativas, mesmo sendo da fase clássica.

Os traços nessa história também horríveis e decadentes, com arte-finais bem finais e claramente visto traços de PC com expressões parecendo carimbos e sem vida. Nariz do Seu Cebola bem pequeno, como vem sendo nas revistas atuais, já que não podem mais mostrar personagens narigudos para atender o politicamente correto de não ficar parecendo ser bullying com narigudos na vida real.


Em "Pé de Sansão", com 8 páginas, Cebolinha e Cascão tem plano de plantar uma árvore de Sansão para eles terem seus próprios coelhinhos de pelúcia e, assim, poder dar nós a vontade sem ser no Sansão original da Mônica. Foi mediana essa, perde a graça de não mostrar Mônica batendo nos meninos, só correndo atrás deles, só pra não mostrar violência e os meninos surrados depois de apanhar. Bem raramente até aparecem que apanharam (não nessa revista), mas não surrados violentamente e com olho roxo, no máximo uma estrelinha saindo. E mereciam ter caprichado mais nos traços dessa história, bem feios assim.


Em seguida vem "Rotina", com 5 páginas, em que mostra a rotina do Cebolinha e Cascão como xingar a Mônica, ela correr atrás deles, jogarem futebol, andar de bicicleta, etc. Bem simples, como eles estão em atividades o tempo todo dá sensação de movimento. Os traços também podiam ser melhores e mais uma vez não mostram meninos apanhando e surrados, só Mônica correndo atrás deles. 

Depois vem "Cenas Extras", com Seu Juca e Anjinho, com 8 páginas, em que mostra o após de Seu Juca ter se dado mal com a turminha quando ele era piloto de caça. Como ele estava de para-quedas, o Anjinho tenta ajudá-lo a não cair bruscamente, mas Seu Juca fica com pé atrás da ajuda já que o Anjinho conhecia a turminha.

Atualmente estão procurando colocar Seu Juca contracenando com outros personagens, sem ser Mônica, Cebolinha, Cascão e Magali. Na Editora Abril, inclusive, era até raro a Magali aparecer nas histórias do Seu Juca, era mais o trio, depois passaram inseri-la também. Dessa vez foi o Anjinho para diferenciar mais, apesar de mostrar trecho do Seu Juca com a turminha enquanto contava ao Anjinho lembrando o que aconteceu antes de estar no para-quedas, então não é toda sem a turminha. Ponto positivo do Seu Juca se dar mal no final por ultimamente não ser com frequência. Traços bem feios, mostrando claramente que é de PC, davam para ser melhores.


Teve história "Senha" de 1 página com Cascão vendo senha para entrar no clubinho. A única de 1 página na edição e em seguida vem "Um herói dentro de casa", de 4 páginas, em que aparece um super-herói em frente a casa do Cebolinha, ficando bem animado. Traços também digitais nessa, que ficam feios.

Em "O disfarce do Rei", com Rei Leonino e com 10 páginas, em que o Rei Leonino se disfarça para ver se o povo precisa de alguma ajuda. Foi boa essa, desenhos do Ministro Luís Caxeiro é que ficaram bem estranhos. Curiosamente foi a única história com secundários nessa revista, as outras foram só com Cebolinha. Apesar da do Seu Juca com Anjinho, a maior parte ser com eles, mas teve presença do Cebolinha e da turminha nessa.


Termina com a história "O Ciclo", com 10 páginas, em que o Floquinho fica doente e o Cebolinha e o seu pai precisam levá-lo à veterinária Sílvia e conhecem um menino que está com o seu cachorro bem doente e em estado bem crítico. 

Estilo de história emocionante e com lição de moral no final como eles gostam atualmente, não podia faltar. A veterinária Sílvia é a mãe da Milena e está como fixa a veterinária oficial do bairro do Limoeiro. Em vez de criarem um veterinário diferente a cada história, agora é só a Sílvia. Traços medianos nessa, bom que o Floquinho apareceu de boca só em alguns quadrinhos, atualmente gostam de coçar boca nele para demonstrar onde está a frente dele.


Percebe-se que nessa edição procuraram colocar histórias de miolo mais desenvolvidas. É que atualmente costumam colocar histórias longas na abertura e encher com várias outras curtinhas de 1 a 3 páginas para ter mesmo número de histórias por revista. E curioso que foram 3 histórias do roteirista Alexandre Lourenço: "Trinta dias", "Pé de Sansão" e "Rotina".  Não é muito normal mesmo roteirista ter várias histórias na mesma revista atualmente, no máximo 2.

Então, achei uma revista normal e mediana, nada de mais. Tem pontos positivos de aparecer meninos provocando a Mônica e ter alguma coisa de planos infalíveis em mais se uma história na mesma revista, mas não adianta nada se não mostram a Mônica batendo nos meninos e eles não aparecerem surrados, a graça era se darem mal apanhando. História do Louco com Seu Cebola foi a pior  e os traços feios de PC decadentes, estilo copiar/ colar e sem vida em quase todas as histórias desanimam bastante. Tem revistas atuais com maior número de histórias com traços melhores do que nessa. Comprei só essa edição neste mês e aí não tem resenha das outras. Fica a dica. 

domingo, 15 de agosto de 2021

A Turma da Mônica: HQ "Nana, Tarcísio, Nana..."

No último dia 12 de agosto de 2021 morreu o grande ator Tarcísio Meira e em homenagem compartilho uma história em que a turminha faz de tudo para ele dormir tranquilo ao descobrir que ele as revistas deles. Com 5 páginas, foi história de encerramento de 'Mônica Nº 5' (Ed. Globo, 1987).

Capa de 'Mônica Nº 5' (Ed. Globo, 1987)

Nela, Magali chama a Mônica, empolgada com a novidade que viu na revista "Criativa" e pergunta quem lê sempre as revistas da Mônica. Ela diz que é a Dona Petronilha, mãe do Mauricio, e Magali responde que é o Tarcísio Meira. Mônica fica encantada em saber que o galã da novela das oito e que sempre que aparece na novela fica suspirando apaixonada e é muita emoção para uma garotinha só. Ela ainda acena para o Tarcísio leitor, perguntando se está a vendo. Magali diz que ele lê as revistas antes de dormir e Mônica tem ideia do Tarcísio ter um sono gostoso.

Mônica pega um violão e toca e canta "Nana, neném" (Nana, Tarcísio) e Cebolinha aparece perguntando que desafinação é aquela. As meninas dizem que é o Tarcísio Meira que está querendo dormir, Cebolinha diz que não está o vendo e ela diz que está ali lendo a historinha, apontando para o leitor. Cascão aparece e leve um monte de carneirinhos para o Tarcísio contar, só que eles não conseguem fazer os carneirinhos pularem a cerca, eram muito ariscos. Então, Cebolinha saca um relógio para tentar hipnotizar o Tarcísio. Mônica pergunta se deu certo e Cebolinha confere que tem muitas crianças bonitinhas lendo a revista e se espanta, tampando o olho com vergonha quando vê uma menininha trocando de roupa.

A turminha não sabe o que fazer para o Tarcísio dormir, já tentaram de tudo, quando o próprio Tarcísio aparece para dar sugestão. Eles adoram a visita, mas Cascão diz que prefere a Gloria Menezes. Assim, Tarcísio faz todos dormirem cantando canção de ninar e balançando as crianças no colo, manda o desenhista bolar um quarto e camas. Todos dormem e Tarcísio fala que sem essa turminha bagunçando, fica mais fácil dormir, terminando assim.

Bem legal essa história de metalinguagem e com homenagem ao ator Tarcísio Meira. A turminha resolve fazer o Tarcísio pegar no sono ao descobrir que ele lia as revistas antes de dormir. Fazem várias tentativas, sabendo que ele estava ali lendo fora dos quadrinhos, mas foi preciso o próprio Tarcísio ir ao quadrinhos para a turma dormir e deixar de fazer bagunça e ele finalmente conseguir dormir tranquilo.

Foi divertido ver as formas que eles queriam que o Tarcísio dormisse como canção de ninar, contar carneirinhos e até hipnose, principalmente Cascão levar carneirinhos de verdade para pular a cerca para serem contados pelo Tarcísio. Serve também formas para os leitores que têm insônia. Engraçada também a parte do Cebolinha ficar com vergonha de ver garotinha trocando de roupa, Cascão preferir a Gloria Menezes ao Tarcísio, e meninas da idade delas lendo revista "Criativa", que era de comportamento feminino e fofocas. Hoje não fariam isso de ler revista assim e nem elas com interesse de ver novela e apaixonadas e suspirando por um ator por não ser coisa de criança.

Histórias com metalinguagem eram boas, gostava de quando sabiam que eram personagens em quadrinhos e até interagindo com leitores. Também era legal os personagens interagindo com artistas famosos, sempre quem estava em alta eles mostravam, nem que fossem só citados. Na época, o Tarcísio era galã e estava em alta por causa da novela "Roda de Fogo" (1986) e a MSP fez questão de fazer essa historinha em homenagem ao ator. Além dessa história, ele já apareceu em outras, nem que seja em um quadrinho ou pelo menos citado.

Dessa vez não teve paródia com o nome do Tarcísio Meira nem da Gloria Menezes, na época nem sempre parodiavam, mas capaz do próprio Tarcísio ter permitido que não parodiassem os nomes deles, quem sabe. O nome da Revista "Criativa" também não foi parodiado por ser da própria Editora Globo, e, ainda ficou sendo uma propaganda da revista feminina. Curioso também saber que o nome da mãe do Mauricio de Sousa se chamar Dona Petronilha. Os traços ficaram sensacionais, muito bonitos desenhos assim e o Tarcísio ficou perfeito, bem idêntico ao ator na vida real, as cores que ficaram meio desbotadas, típicas das revistas de 1987. 

Tarcísio Meira, infelizmente, morreu no último dia 12 de agosto de 2021, aos 85 anos, por complicação de COVID-19. Foi um grande ator de várias novelas, filmes e séries de sucesso que ficam lembrados na memória da televisão e cinema brasileiros e de todo o público. Essa história acabou sendo uma homenagem do Blog a esse grande ator. Descanse em paz, Tarcísio, e nossos sentimentos à família.

quinta-feira, 12 de agosto de 2021

Capa da Semana: Mônica Nº 65

Uma capa bem bacana com a turma como integrantes de uma banda musical e a Mônica consegue furar a bateria por causa da sua grande força, deixando todos frustrados com ela. Foi legal ver a cara do Jeremias e da Magali olhando para Mônica assim como a cara da Mônica sem graça depois da façanha dela de destruir a bateria.

A capa dessa semana é de 'Mônica Nº 65' (Ed. Globo, Maio/ 1992).

domingo, 8 de agosto de 2021

Cascão: HQ "Como nossos pais"

No Dia dos Pais, compartilho uma história em que o Cascão foge de casa após o pai obrigá-lo a tomar banho e viaja no tempo na época que seu pai era criança para ver como ele lidava com o banho na infância. Com 13 páginas, foi história de abertura  publicada em 'Cascão Nº 55' (Ed. Globo, 1989).

Capa de 'Cascão Nº 55' (Ed. Globo, 1989)

Começa com o pai do Cascão querendo conversar com o filho um assunto muito importante. Seu Antenor diz que já foi criança e Cascão se surpreende, falando que olhando todo grandão ninguém diz. Seu Antenor fala que foi há 20 a 30 anos e Cascão responde que viveu bastante. Seu Antenor diz que já foi criança igual ao Cascão, só que tomava banho. Cascão acha pobrezinho e Seu Antenor diz que higiene é importante e por isso está na hora de ele tomar banho. 

Cascão fica desesperado, diz que tudo menos banho e vai morrer e derreter enquanto o pai o leva à força para o banheiro. Seu Antenor mostra que está tudo preparado, a banheira, toalha felpuda, espuma, brinquedinhos. Cascão se desespera que tem água na banheira, tenta fugir, mas é barrado pela mãe e o leva de volta ao banheiro, com Cascão fazendo escândalo que até a própria mãe querendo dar banho nele é um complô. 

Os pais falam que é para a saúde dele, que vai gostar tanto que vai querer todo dia. Cascão diz que se não tem jeito, quer ficar sozinho para tomar banho e, assim, ele foge de casa para voltar nunca mais. Se esconde na floresta, só que começa a chover e se esconde em uma caverna. Acha confortável e diz que poderia morar lá, quando surge uma voz falando que poderia se não tivesse dono. Cascão acha que era só um velhinho, mas era o Mago da Floresta, que dá um jeito na coluna ao fazer esforço e pede ajuda ao Cascão pra sentar. 

Cascão fala que está lá porque fugiu de casa porque o pai quer que ele seja um garoto como ele foi. O Mago pergunta se o pai foi o que ele diz ter sido. Cascão acha que sim, mas nunca vai saber e então o Mago teletransporta o Cascão até o passado do seu pai, de quando era criança, através da bola de cristal.

No passado, Cascão não acha o ambiente muito diferente e encontra o Seu Cebola criança jogando futebol com os amigos. A princípio pensa que era o Cebolinha. Seu Cebola não gosta que o chame assim e Cascão percebe que era o pai do Cebolinha. Cebola parte para a briga. Antenor criança aparece querendo saber o motivo da briga, Cebola fala que o Cascão estava caçoando dele. Antenor pede para deixar para lá e eles continuam com o jogo. 

Cascão acha que o pai estava sujo e nem parecia que tomava banho e curte vê-lo jogando como um craque, fazendo gol e ovacionado pelos amigos. Depois do jogo, Cascão fala com o Antenor, dar parabéns que jogou muito bem e Antenor diz que gostou do Cascão, não sabe por quê, mas eles têm muito em comum. Em seguida, a mãe do Antenor chama para jantar e Cascão pensa que para tomar banho também. 

Antenor convida Cascão para ir lá, que gosta para saber como ele faz para tomar banho. Em casa, Cascão chama a mãe do Antenor de vovó e ela diz que não é tão velha assim e observa que ele é bem sujinho igual ao filho que não quer tomar banho. A mãe diz que já estão o chamando por aí de "Cascão" e Antenor diz que ainda não estava preparado para um banho. O pai dele aparece (avô do Cascão) e obriga o filho a tomar banho, na idade dele estava sempre limpo e perfumado e o carrega até o banheiro pelos braços, com Antenor fazendo escândalo que vai morrer e derreter.

O pai do Antenor tranca o filho no banheiro, e só sai depois de banho tomado. Cascão aparece do lado de fora dando ideia de fugir pela janela do banheiro. Antenor agradece, sabe que um dia vai tomar banho, mas é uma decisão que ele tem que tomar. Cascão fala que entende, o pai dele também quis dar banho à força nele, ele é legal, só quer o bem dele, mas esqueceu de coisas que ele fez quando ele era criança.

Antenor acha o seu pai legal e se convence que já está bem grandinho para ter medo de água e resolve tomar banho. Quando vai embora, Cascão dá boa sorte ao pai e de repente ele é teletransportado ao presente pelo Mago. Cascão achou a viagem proveitosa e ao dizer se o pai conseguiu fazer uma coisa, o mago mostra o Antenor tomando banho e bem sorridente, com Cascão fazendo cara de nojo.

No final, Cascão volta para casa, já de noite, os pais pedem desculpas, nunca mais vão forçar o filho a nada e um dia vai querer tomar banho. Seu Antenor confessa que os pais dele tiveram certa dificuldade de fazê-lo tomar banho quando criança e Cascão diz que sabia disso, ficou orgulhoso e que ele tomou a decisão certa. Seu Antenor fica pensativo e diz à Lurdinha que de repente o Cascão fez lembrar alguém que conheceu há muito tempo, mas não pode ser, seria bobagem, com Cascão piscando o olho para os leitores que sabem que era ele mesmo.


História muito legal com o Cascão fugindo de casa por estar sendo obrigado a tomar banho pelos seus pais e viajando no tempo até quando seu pai era criança e descobrir que ele não tomava banho que nem ele e no final o Seu Antenor ficar na dúvida se já falou com o filho antes. Sem querer ele foi o responsável a fazer o Antenor tomar banho. Descobrimos que o Cascão puxou o seu pai em não tomar banho e em algum momento da vida também vai tomar essa decisão sozinho. Quem sabe o seu avô também tinha problemas com banho quando criança e se todos da família terem essa herança.

Foi legal a conversa inicial de pai e filho, Cascão achando que o pai já nasceu adulto grandão sem ter sido criança e chamando de velho ao dizer que ele foi criança há 20 a 30 anos, também ver o Seu Antenor e Seu Cebola crianças, a mancada do Cascão chamar a sua futura avó e as cenas se repetirem com o Cascão e o Antenor criança como pai carregar o filho pelos braços, eles fazerem escândalo que vão morrer e derreter e fugindo pela janela do banheiro.

No caso, o Cascão viajou uns 20 anos atrás e curiosamente o bairro do Limoeiro era igual, já que Mauricio sempre quis retratar e sempre deixar permanecer o bairro como um local de espécie como quintal, de como era o local quando ele era criança. Nunca foi revelado idade dos pais dos personagens, mas eles teriam por volta de 30 anos de idade, sendo que pela estatura retratada aí, o Seu Antenor teria 9 a 10 anos de idade e o Seu Cebola uns 6 anos, então o Seu Antenor seria mais velho.

Histórias envolvendo viagem no tempo sempre foram envolventes, dessa vez diferenciou por não ser através de uma máquina do tempo do Franjinha ou de um cientista, e, sim, por causa do Mago que vivia em uma caverna da floresta. Foi a primeira vez que aparece nome do pai do Cascão como Antenor, pelo visto gostaram e deixaram fixo assim. Antes simplesmente não falavam nomes dos pais porque geralmente eram mais os filhos contracenando com eles e filho chama os pais de "pai" ou "mãe" ou quando mostravam o pai do Cascão tinha outro nome. Incorreta por mostrar pais querendo dar banho no Cascão à força, antes qualquer um queria dar banho nele, até seus pais e amigos, hoje, quando tem histórias assim, deixam só para vilões como Doutor Olimpo, Cremilda e Clotilde, etc, com esse desejo.

Os traços ficaram muito lindos, era muito bom ver desenhos assim. Gostava também de cores assim com tons voltados ao roxo onde normalmente seria o rosa, ficava melhor. Cores assim nas revistas ficaram no final de 1988 até março de 1989. Se bem que nessa eles não padronizaram na história toda como era nas outras, como pode comparar a cor do sofá na duas primeiras páginas e última página. 

O título foi uma referência à música "Como nossos pais" da Elis Regina e se encaixou bem, sem dúvida. Curiosamente, teve outra história em 'Cascão Nº 169', de 1993, com esse mesmo título e com essa temática da forma que o Seu Antenor tomou banho pela primeira vez, mas semelhança para por aí porque o desenrolar foi bem diferente, principalmente a forma que Seu Antenor tomou banho.

FELIZ DIA DOS PAIS!!!!