quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Os 25 anos do gibi da Magali


Há 25 anos era lançado nas bancas o gibi da Magali. Para comemorar a data, nessa postagem mostro algumas curiosidades sobre a revista em si e como foi a 'Magali Nº 1' de 1989.

O gibi da Magali surgiu a partir da campanha de protesto da personagem, com uma série de histórias, para que o Maurício lançasse uma revista só dela porque estava inconformada que todos os seus amigos tinham, menos ela. Com essa campanha de protesto, Magali finalmente conseguiu a sua tão sonhada revista. Já falei dessa campanha em 2 postagens, que podem ser conferidas aqui e aqui.

Então, no dia de 22 de fevereiro de 1989, finalmente chegava nas bancas a edição Nº 1 da Magali. Essa data foi oficializada, com fonte da história "É um espanto!" (MG # 44, de 1991), que comemorava os 2 anos da sua revista e, nela, o Cascão fala que dia 22 de fevereiro era o aniversário da revistinha dela. Realmente, deve ter sido essa data, porque lembro que quando comprei a minha foi junta com a 'Mônica 26' e as revistas da Mônica sempre eram a última a chegar nas bancas, no final do mês.


Antes de ter sua revista, Magali tinha histórias solo que saia nos gibis da Mônica, e, algumas vezes, nos gibis do Cebolinha, principalmente nos anos 80. Com  o lançamento do seu gibi, o público passou a acompanhar  e conhecer melhor suas características. Passamos, então, acompanhar histórias da personagem com a sua fome incontrolável, chegando ao absurdo. Ela sempre dava um jeito para comer e era capaz de tudo para conseguir comida, mesmo que para isso fosse necessário trapacear e enganar seus amigos. 

Também passamos a acompanhar muitas histórias de fábulas adaptadas para o universo da Magali, como Branca de Neve, O Pé de Feijão, Cinderela, Rapunzel, etc. Sempre com muita criatividade. Outra característica marcante dela é ser conselheira, disposta sempre a ajudar os amigos, principalmente a Mônica. E histórias envolvendo brincadeiras, super-heróis eram presentes também, como de qualquer personagem.

Com o gibi, foram criados novos personagens para interagir com ela, também com características bem especiais. Dudu (um menino que não gostava de comer, a antítese da Magali), Mingau (gato de estimação da Magali), Tia Nena (sua tia e a maior doceira do bairro), o Tio Pepo (seu tio e marceneiro e consertador de brinquedos), Quinzinho (filho do padeiro que trabalha na padaria do pai e namorado da Magali). Dudu e Mingau estrearam em 'Magali # 1' mesmo, mas os outros foram em Magali # 3, na história "Alimentando uma paixão".

Os personagens novos, tirada da HQ "Eu quero a minha revista" (1988)

Falando sobre 'Magali Nº 1' teve 36 páginas e apesar do mesmo número de páginas do Cascão e Chico Bento que erma quinzenais, a revista dela era mensal quando começou. Como justificativa deve ser para ter mais tempo de produzir mais histórias e poder verificar o que estava dando certo ou não para poder corrigir. A partir da Nº 11, em novembro de 1989 passou a ser quinzenal com as mesmas 36 páginas, seguindo assim até em 2003, quando a partir da Nº 358 voltou a ser mensal, porém com 68 páginas, continuando assim até hoje.

A grande surpresa é que a revista Nº 1 veio dentro de uma caixinha. Tratava-se de uma caixa de papelão para conservar melhor o gibi. Hoje essa caixinha é item raro de colecionador e a revista vendida em sebos e na internet com a caixinha tem preço nas alturas. Abaixo,uma propaganda da revista, anunciando que vinha na caixinha.

Propaganda tirada de 'Cebolinha nº 26' (Ed. Globo, 1989)

Esse gibi abre com um frontispício com a Magali como mestre-cuca anunciando o gibi e agradecendo aos leitores que pediram o gibi para o Maurício. Tem um detalhe no rodapé de um anúncio do achocolatado Chocomix falando que é para ler o gibi de trás para frente, que nem no Japão. É que na contracapa tinha uma propaganda do achocolatado, que, sinceramente, era ruim pra caramba. 

Frontispício da edição Nº 1

A seguir, vem as histórias. Foram 6 no total, incluindo a tirinha final. A história de abertura foi "Vizinhos Opostos" em que é apresentada a família Moreno, os novos vizinhos da Magali. O filho deles, o Dudu, tinha sérios problemas para comer. Então, os pais dele chama a Magali pra jantar na casa deles pra ver se convence o Dudu a comer. 

Trecho da HQ "Vizinhos Opostos"

Os pais deixam eles jantarem sozinhos e até parecia que o plano ia dar certo, mas a Magali acabou comendo tudo, deixando o Dudu feliz por ter não comido nada. Após o jantar, Magali vai embora e a mãe leva Dudu para dormir, só que aí a barriga dele ronca e ele vai até a casa da Magali para ver se ela tinha uma bolachinha para dar pra ele, começando, assim a amizade entre eles.

Essa história de estreia do Dudu e de seus pais, teve traços excelentes, principalmente do Dudu (adorava os traços deles assim), e aconteceu erro de colorização com o Dudu aparecendo de camisa verde em algumas páginas. Gostava quando tinham erros assim nas histórias.

Trecho da HQ "Vizinhos Opostos"

A seguir, vem a história "Minha Dona", em que o gato da Magali conta como era a sua vida na rua e como se tornou o gato de estimação dela. Ele conta que passou vários sufocos, como levar vassourada ao tentar roubar um bife, ter que revirar lata de lixo para encontrar comida e disputar com gatos maiores, vivia dormindo com fome em cima de árvore, entre outros. 

Até que um dia a Magali o viu passando pela rua e deu um pedaço do sanduíche dela e resolveu levá-lo para casa tornando-se o gato de estimação dela, sendo bem tratado e passou a ficar gordinho. Mas continuou com hábitos de roubar comida da casa, que nem a dona.

Trecho da HQ "Minha dona"

Essa história acho muito linda e foi a estreia do Mingau, que ainda estava sem nome, e  teria um concurso para os leitores escolherem um nome para ele a partir da edição Nº 2, com história especial. Adoro também os traços dele de quando começou, com pelos arrepiados.

A seguir, vem uma história muda de uma página em que uma astróloga avisa que tem uma fumaça negra na vida da Magali. Ela vai a rua e várias situações de fumaças, e quando chega em casa vê as panelas pegando fogo, para seu desespero. O logotipo ficou igual ao que saiu no pocket "As Grandes piadas da Magali # 5", de 1987, e muitos pensavam que o logotipo seria assim.


Em "A imperdoável", Magali come os lanches dos seus amigos e fica impaciente quando não vê mais ninguém comendo na rua. Tem uma metalinguagem com a Magali perguntando ao leitor o que está comendo. 

Trecho da HQ "A imperdoável"

Interessante que tem momento que ela fala "Droga!" na história, coisa inadmissível nas histórias atuais. Sempre que os personagens falavam "Droga!" nas histórias antigas, nos almanaques atuais alteram para "Puxa!", tirando o sentido da frase. Quando fala "Droga!" dá sentido de raiva, e quando fala "Puxa!" dá um tom de lamentação. 

Trecho da HQ "A imperdoável"

O gibi fecha com a história "A menina e a Lua", em que a Magali conta a história da Lua do tempo que era só Cheia e como passou a mudar de fases. Uma menina que morava na aldeia Mussa Rella, onde se produzia muito leite e queijos de todos os tipos, adorava os queijos de lá, mas era proibida de comer porque dava prejuízo demais. Um dia, ela presenciou um assalto. Ela tenta impedir, e os assaltantes tacam um queijo na cabeça dela. O povo pensa que foi ela que comeu tudo e a expulsa da aldeia.

Trecho da HQ "A menina e a Lua"

Sem para onde ir, ela deseja ir até a Lua e acaba sendo atendida por estrelas. Chegando lá confirma que a Lua era feita de queijo e passou a comê-la. Na Terra, o pessoal via que a Lua ficava cada vez menor até sumir de vez. Então, Deus fez uma nova Lua, ressurgindo de forma crescente. E o ciclo foi repetindo até hoje.

E a primeira tirinha dos gibis dela foi essa. Mais uma vez o logotipo igual ao do pocket "As Grandes piadas da Magali # 5".

Tirinha da edição Nº 1

Esse gibi Nº 1 foi relançado em 2007 na Coleção Histórica. Nessa reedição, assim como outros volumes da coleção, as propagandas foram omitidas, inclusive do achocolatado Chocomix, colocando comentários do Paulo Back no lugar e os tons de cores foram recoloridos totalmente diferentes da original, com os erros de cores corrigidos sem ser mencionado nos comentários, como a camisa do Dudu que foi alterado para azul nas páginas que apareciam verde.

Um fato curioso que dá pra notar já nessa nº 1 é que diferente dos outros gibis (e durante toda a sua fase quinzenal), não tinham histórias de secundários, como Bidu, Astronauta, Turma da Mata, etc. Eram apenas histórias da Magali, além do Mingau e do Dudu, que eram da sua turma. Só que isso mudou quando a revista se tornou mensal, passando a incluir histórias da Tina e do Penadinho em seus gibis, e depois na Panini, histórias de qualquer turma de secundários, além de continuar com histórias solo do Dudu e do Mingau, diminuindo assim histórias da própria Magali nos gibis dela.

Em 1989, contando com esse, tiveram 14 gibis no total. Um melhor que o outro, e que passou a explorar melhor histórias com as características da Magali e dos personagens novos. Duas dessas de 1989 considero muito clássicas, como as histórias "O Rolo do Bolo" (MG # 8) e "Põe-te mesa" (MG # 9). Abaixo, capas da Magali do nº 1 ao nº 14 de 1989.  Abaixo, as capas dos gibis da Magali e 1989:

Capas dos gibis da Magali do nº 1 ao nº 14 (1989)

Como podem ver, Magali chegou com tudo com a sua revista. Era um novidade que todos queriam (a Nº 4, inclusive, foi a revista mais vendida em maio/89, passando até a da Mônica, que foi mostrado isso na capa da Magali Nº 6). Para mim, os 200 primeiros números foram ótimos, mas com o passar do tempo foram ficando mais fracas por causa do politicamente correto, assim como as dos outros personagens. 

Atualmente, Magali não tem tem aquela forma absurda, nem come tantas guloseimas e as histórias nem são focadas tanto em comida, tirando o brilho da personagem. Apesar de não ter a magia como era, ela é uma ótima personagem e não dá pra passar em branco o aniversário da sua revista de 25 anos e valeu a pena lembrar esa edição de estreia.

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Capa da Semana: Cascão Nº 106

Uma capa bem pra cima mostrando o bloco de Carnaval do Cascão, com presença do Cebolinha, Jeremias e Cascuda, sendo que a piada fica por conta do tambor do Cascão ser uma lata de lixo, bem a cara dele.

A capa dessa semana é de 'Cascão Nº 106' (Ed. Globo, Fevereiro/ 1991).


sábado, 22 de fevereiro de 2014

Pipa e Zecão: HQ "Baile de Máscaras"

A história que eu mostro é sobre Carnaval com a Pipa e o Zecão. Ela tem 6 páginas e foi publicada originalmente por volta de 1985 e que eu li pela primeira vez quando foi republicada no 'Almanaque do Cebolinha nº 16' (Ed. Globo, 1992).

Capa do 'Almanaque do Cebolinha nº 16' (Ed. Globo, 1992)

A história começa com o Zecão telefonando para Pipa que não vai poder sair com ela porque estaria trabalhando até tarde e a Pipa, por sua vez, fala que não tem problema porque está com enxaqueca e vai ficar de cama.


Na verdade, foi apenas desculpa dos dois. Assim que desligam os telefones, eles vão ao quarto, vestem suas fantasias e vão cair na gandaia em um baile de Carnaval da cidade. A intenção era passar o Carnaval um longe do outro, afinal não dava pra levar namorado a tiracolo em um baile. Então, Zecão vai vestido de pierrô e Pipa, de colombina.


Eles chegam ao baile e acabam se esbarrando sem querer, mas não se reconhecem por causa da máscara. Começam a paquerar, e o Zecão ainda fala que ela lembra alguém que gosta muito. Aí, a Pipa fala que deixa essa alguém porque é Carnaval e começam a curtir juntos o baile ao som das marchinhas.

Depois de tanto dançar, eles ficam cansados. Até que o apresentador do baile fala que era a hora de apagar as luzes para todos tirarem as máscaras. Era finalmente a hora de conhecer os rostos. Quando a luz acende, Pipa e Zecão descobrem que era o outro o tempo todo, aí começa a briga.


Um toma satisfação do outro, querendo saber porque mentiram dizendo que estava trabalhando e de cama e ainda paqueraram o primeiro par que encontrou pela frente. Eis que surgem Tina e Rolo, que veem os 2 juntos. Tina pergunta a Pipa que o Zecão havia dito que estava trabalhando e a Pipa diz que foi o que ele disse.

Tina fala que eles sempre dão um jeito de ficarem juntos e vai embora junto com o Rolo, deixando a sós. Então, eles perceberam que estavam brigando à toa e fazem as pazes. Dançam juntos apaixonadamente, que até esquecem que o baile havia acabado e os serventes ficam com pena de desgrudar um casal tão apaixonado, terminando assim a história. 


Uma história muito legal e incorreta, mostrando a Pipa e o Zecão querendo se livrar do outro no Carnaval para curtir a folia numa boa e poder pular a cerca e até com uma boa mensagem no final. Engraçado o Zecão falar que levar namorada para um baile de Carnaval é como levar marmita em um restaurante. 

Seguindo essa ideia, o casal dá desculpa ao seu par para ir a farra sozinhos em pleno Carnaval. Na vida real, há casais, inclusive, que brigam às vésperas do Carnaval só para curtir a folia e poder pegar geral e depois da festa voltam depois com o namoro. O roteirista deve ter se inspirado nisso pra criar a história, que foge dos padrões corretos e não seria republicada. Na postagem, ela está completa.


Ela tem os seus absurdos de como eles não se reconheceram mesmo com as máscaras. Só pela voz dava para saber que eram eles, a não ser que estavam disfarçando as vozes. E são esses absurdos que fazem a diferença e se torna tão legal. Interessante também resgatar os bailes antigos de máscaras com marchinhas de Carnaval e tudo.

Os traços são maravilhosos, da fase consagrada da Turma da Tina, com direito a Pipa com roupa colegial no início da história. Traços que jamais deviam ter mudados, principalmente para uma forma tão radical e lamentável que se encontra hoje. Um fato curioso é o título não aparecer na abertura da história, mostrando primeiro eles em casa, telefonando um para o outro e só quando estavam prestes a chegar ao baile que vem o título. Coisa normal nas histórias daquela época de qualquer personagem. Às vezes, o título vinha até no final. 


A curiosidade na capa desse Almanaque do Cebolinha, que foi o primeiro a não ter faixa com brinquedos na lateral, como era até no final de 1991. Colocaram a partir de então, apenas uma faixa colorida, que ficou assim até em setembro/ 1993, quando o layout dos almanaques foi mudado com moldura que continua assim até hoje.

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Coleção Histórica Nº 39


Já nas bancas a Coleção Histórica # 39. Esta coleção é formada pelas 5 revistas números 39: Mônica (1973), Cebolinha (1976), Chico Bento e Cascão (1984), e Magali (1990).

Na capa  dessa vez é a Lucinda, com imagem tirada dos primeiros números da Mônica. A seguir, comento cada revista separada desse box, destacando o título e sinopse das histórias de abertura de cada uma e o que for relevante em cada revista.



Histórias de abertura e comentários gerais:

Mônica - "E novamente... Capitão Feio" - Capitão Feio volta a atacar e sequestra o Cebolinha para que a turma não interfira nos planos. Então, Mônica e Anjinho têm que salvá-lo, só que o Cascão atrapalha mais ainda o resgate, já que bajula o tempo todo o Capitão Feio, que era o seu ídolo.

Foi a segunda aparição do Capitão Feio nos gibis (sua estreia foi em 'Mônica nº 31', de 1972) e dessa vez, diferente da primeira história, ele já não é mais tratado como tio do Cascão, apenas ídolo dele.

Destaque para a história "Emoção! ternura! Mistério! É o que vocês encontrarão nessa aventura envolvente e empolgante com a Mônica". com um título gigantesco e a história sendo narrada como se fosse uma novela, em que um quadrinho representa um capítulo e no quadrinho seguinte, há uma narração de suspense com o que acontecerá no próximo quadrinho, uma espécie de "cenas do próximo capítulo". Muito interessante.

Trecho da HQ "Emoção! Ternura! Mistério! (...)"

Legal também ver um título da história como "Uma fita azarada", já que a palavra "azar" também não é mais usada na MSP. Falando nisso, fita cassete também está extinta atualmente e é bom ver roteiro datado assim. Nessa história, infelizmente, não mostra nenhum crédito, nem de quem escreveu. A maioria das histórias desse gibi, aliás, foram escritas pelo Maurício, mas nem todas mostram se foi ele quem desenhou.

Cebolinha - "O nariz da verdade" - Baseada na história do Pinóquio, uma joaninha com poderes mágicos, depois de levar um piparote (peteleco) do Cebolinha, faz com que o nariz do Cebolinha cresça toda vez que ele conta uma verdade.

Nessa edição, são 14 histórias no total, incluindo a tirinha final, e dentre 11 histórias comentadas, 4 infelizmente não foram mostradas informações de créditos de roteiristas, desenhistas e arte-final. Aliás, só as histórias de abertura e de encerramento tiveram todas essas informações completas. Na história "Atrás da Porta", por exemplo, só informa nome do desenhista Sidnei Lozano (Sidão).

Curioso que a história "Uma rápida solução" é do Cascão e foi creditada ao Cebolinha. Nessa história, nos comentários, só informam nome do roteirista nela. Pena não ter mostrado quem desenhou porque os traços tem referências aos que ficaram nos anos 80.

De destaque, a história "A importância do som" da Tina muito legal, com o Rolo com uma tuba assustando a Tina e um gato que ela viu na rua, que acaba subindo em um poste por causa do susto. Ela tem que resgatar o gato de lá, mas o Rolo continua atrapalhando. Uma típica história pastelão da dupla Tina-Rolo hippies, muito comum nessa fase.

Trecho da HQ "A importância do som"

Sobre alteração em relação ao gibi original, aconteceu na história de encerramento "O soro do mal", em que colocaram o Cebolinha falando certo no pensamento. Na revista original, ele pensa "Que besteila!" e agora alteraram para "Que besteira!". Uma grande besteira foi essa mudança, acho que tinham que ser tudo igual como saiu na original e não mudar assim do nada. Abaixo, uma comparação da original de 1976 e como saiu na Coleção Histórica. Como não tenho o gibi original, o André Felipe me enviou a imagem.

Comparação da HQ "O soro do mal": alteraram a palavra "besteira"

Chico Bento - "Um monstro de espantalho" - Um cientista cria um Frankstein e é expulso pelos moradores da cidade, cansados de suas experiências. Quando o cientista procura outro lugar pra morar, o Franksteim cai do carro e toma o lugar de espantalho do Chico Bento por engano e acaba criando vida ao ser atingido por um raio.

Sobre os créditos das histórias, na 1ª história do Papa-Capim de 1 página, não informam nos comentários os créditos de nome do roteirista que a escreveu.

Os textos do caipirês praticamente seguem como nas originais, inclusive os gerúndios "-ano". Porém, na história só com o título "Chico Bento", alteraram o Chico falando "vredura" em vez de "verdura". No caipirês da época, palavras como "verdura" e "verdade" eram escritas normalmente e não eram adaptadas para o caipirês. Ainda vou procurar  no Almanaque da Globo, para confirmar isso, mas está parecendo que mudou. As letras estão muito afastadas, dando impressão que mudou algo ali.

Trecho da HQ "Chico Bento"

 Cascão - "Uma questão de ponto de vista" - O pai do Cascão, seu Antenor, consegue dois ingressos para a decisão do campeonato de futebol, mas impõe a condição do Cascão ir só se tomar banho. Então, o Jeremias e o Cebolinha resolvem "ajudar", fazendo vários planos para ele tomar banho.

 Destaque para a história "O grande Final", em que o Cascão está prestes a ler o final da história do livro e de repente a acaba a luz na casa e ele encontra formas para poder ler o final do livro. Muito hilária essa história e ri alto com o final dela. Com direito ao cascão mexer com fósforo e falar palavrão, tudo inadmissível atualmente. Eu já a conhecia, e sempre bom reler e gargalhar novamente. Uma pena é não terem informado o nome do roteirista dela nos comentários.

Aliás, de 6 histórias comentadas, 3 infelizmente não foram mostradas informações de créditos dos nomes dos roteiristas que as escreveram, apenas informaram os desenhistas e arte-final. E as propagandas que colocam nos comentários cada vez mais minúsculas. Foram 5 no total e nem com lupa dar para ler o que está escrito nelas.

Magali - "O caso do presente muito esperado" - Magali não recebe o presente de Natal do Papai Noel e, com isso, o Anjinho a leva até o Polo Norte para falar com o Papai Noel para saber porque não recebeu seu presente.

O gibi é todo com histórias de Natal. Uma melhor que a outra, tem até história do Mingau sobre a data, que descobri agora que foi escrita brilhantemente pela Rosana Munhoz. Aliás, esse gibi da Magali foi o único com todas as informações de créditos em todas as histórias, incluindo, ainda, nomes de letristas em todas e colorista na de abertura.

Na história "Quem espera sempre alcança", o título não ficou colorido, como era na original. E ficou feio o título todo branco daquele jeito. Abaixo, mostro uma comparação das páginas da revista original de 1990 e a da Coleção Histórica, que até serve como comparação sobre tons de cores de cada uma. As cores da Globo, eram muito melhores.

Comparação da HQ "Quem espera sempre alcança": título sem cor na CHTM

A capa mostra referência à história de abertura. Para ter noção como era raro, essa foi a 2ª vez que a revista da Magali teve alusão à história de abertura. A primeira foi a nº 30 com a excelente história "Magalice no país das melancias".

O que chama a atenção também nessa capa da Coleção Histórica é que, diferente da original, eles colocaram o logotipo tradicional em vez do "achatado". Essa revista originalmente foi a primeira com o logotipo diferenciado, mais achatado na altura, mais distância entre as letras, deixando todo desproporcional. Antes, o logotipo só saía assim nos almanaques dela, e nos gibis convencionais foi uma novidade. Colocavam o logotipo assim quando o desenho ultrapassavam o espaço do logotipo. 

Nos primeiros números era raro o logotipo desproporcional assim , ficando mais frequente a partir de 1995 e essa versão se tornou definitivo  a partir de 'Magali nº 206', de 1997, até mesmo quando passaram a colocar o rosto da Magali ao lado do logotipo a partir de 2003. E quando os gibis foram para a Panini, voltaram com o logotipo tradicional, inclusive nos almanaques.

Sinceramente, eu odiava quando o logotipo era desproporcional. Achava feio e prefiro mil vezes o tradicional. Então, mesmo com o selo da CHTM e o do Maurício de Sousa Editora ao lado, achei que ficou melhor o logotipo tradicional em vez do outro. Por outro lado, acho que devia manter como na original, mesmo sendo feio. Talvez foi uma forma para encontrar o espaço que faltava pra colocarem os selos da CHTM. Abaixo, comparação das capas original e a da Coleção Histórica para acompanhar a diferença no logotipo:

Comparação entre as capas: logotipo diferente na CHTM

Dá pra notar também que a proporção do desenho foi diminuída para adequar as informações que não podem ser vendida separadamente. Após essa 'Magali nº 39', só em 'Magali nº 60', de 1991, que voltou a ter logotipo assim. Ainda bem.

O bom que as capas da CHTM pararam de colocar o selo ao lado do logotipo como acontecia muito nos primeiros números, muitas vezes até sem necessidade, pois tinha espaço pra colocar os selos. E ainda bem que depois pararam com isso e passaram a colocá-los ocupando toda a largura do gibi, só nessa da Magali que retornou ao que faziam antes.

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Tirinha nº 11: Magali

Uma tirinha da Magali pedindo ao pai, seu Carlito, todas as guloseimas que encontra na rua. Para sustentar uma filha comilona como a Magali só mesmo com muito dinheiro na conta bancária. Muito boa.

Tirinha foi publicada originalmente em ' Magali nº 111' (Ed. Globo, 1993).


domingo, 16 de fevereiro de 2014

Capa da Semana: Parque da Mônica Nº 14

Carnaval se aproximando e coloco uma capa em homenagem à data com os personagens fantasiados, cada um com seu estilo, que faz alusão à história de abertura "Cebolobisomem" da revista. 

Na verdade, olhando assim nem parece que é uma revista do Parque da Mônica, porque não foi mostrado um cenário do Parque. É que na história se trata de um baile de Carnaval que ia acontecer no Parque e os personagens estão fantasiados como estão na história. Ficou com um desenho bonito.

Só de curiosidade, a 'Revista Parque da Mônica' era o único título da Globo, que todas as capas faziam referência às histórias de aberturas, mas algumas vezes faziam piadas em cima da história. 

A capa da semana é de 'Revista Parque da Mônica Nº 14' (Ed. Globo, Fevereiro/ 1994).


sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Cebolinha # 500: Edição comemorativa


Depois do Cascão, Chico Bento e Mônica, agora é a vez da revista do Cebolinha também chegar à marca histórica do número 500. Nessa postagem, vou falar sobre essa revista especial.

O Cascão e o Chico Bento foram os primeiros a conseguirem chegar juntos ao "Nº 500", em 2001, ainda na Editora Globo, nas suas edições # 386. Na ocasião, a data passou em branco e as edições dos dois foram normais, já que na Globo eles não tinham essa preocupação de contagem com as 2 editoras. Já a Mônica, a marca saiu na Panini, na edição de # 54, em 2011, e fizeram uma edição comemorativa superespecial com 2 histórias no total e relacionadas ao tema, cheias de referências a histórias antigas e até os passatempos foram sobre isso. Agora que o Cebolinha chegou ao "Nº 500" fizeram também uma edição especial como a da Mônica.

A contagem do Cebolinha # 500 considera as edições das 3 editoras: 168 edições na Editora Abril, 246 na Editora Globo e 86 na Editora Panini. Levaram-se 41 anos para ele alcançar essa marca, já que o gibi dele foi lançado em 1973. Esse gibi do Cebolinha # 86 tem as tradicionais 68 páginas com 6 histórias interligadas relacionadas às 500 edições do Cebolinha e mais uma tirinha também comemorativa. A capa baseada na "Nº 1" (Ed. Abril), sendo que fazendo alusão à história de abertura, como de costume.

O gibi começa com um prólogo anunciando que a revista é especial e com algumas capas. O que eu reparo que quando eles mostram capas antigas, quase não colocam capas da Editora Globo. Nessa cena, colocaram apenas 2 da Globo, sendo uma a de "Nº 1", de 1987, e a outra a "Nº 71", de 1992, praticamente escondida, uma das poucas que fizeram referência à história de abertura. Até as capas da Panini colocaram 3. E não dá pra entender porque colocaram nessa imagem, a "Nº 1" de 1973 tirada da Coleção Histórica, em vez da Editora Abril.

Prólogo da edição: poucas capas da Ed. Globo

A história de abertura é dividida em 4 partes, com 37 páginas no total. Escrita pelo Paulo Back, o Capitão Feio, inconformado que não teve uma história com ele na revista do Cebolinha "Nº 1" da Editora Abril, deseja reverter isso, voltando no tempo através do lápis mágico da Marina, que o Cebolinha havia roubado dela para fazer um plano infalível. Com o lápis mágico na mão, eles entram nos gibis antigos do Cebolinha e reencontram vários personagens antigos de todas as épocas. A maioria vilões, que o Capitão Feio os chamam de "vilões-secundários" na história.

O público, então, relembra vários personagens que marcaram época, como o Capitão Chiclete (CB # 44 - Ed. Abril, 1976), o João Transformão (CB # 154 - Ed. Abril, 1985), o Homem-Borracha (CB # 13 - Ed. Globo, 1988), o Ladrão de Fumacinhas (CB # 161 - Ed. Globo, 2000), entre outros. E alguns objetos marcantes como o produto que o Cebolinha tomou que faz virar realidade tudo que ele fala direto da história "O poder das palavras" (CB # 26 - Ed. Globo, 1989) e o carrinho que serviu como máquina do tempo da história "De volta para a historinha" (CB # 60 - Ed. Globo, 1991). 

Diferente das capas do prólogo, pelo menos na história tem bastante referências às da Globo. Tem também na página 36, uma cena com vários personagens reunidos em um só quadrinho, como o bicho-papão da história "O papãozinho" (CB # 16 - Ed. Abril, 1974), o robô da história "O robô invencível" (CB # 113 - Ed. Abril, 1982), o relógio da história "O país dos relógios" (CB # 22 - Ed. Globo, 1988), a bruxa de "Os cinco fios mágicos" (CB # 76 - Ed. Globo, 1993), entre outros. E, com isso, não deixaram de ser lembrados de alguma forma.

Trecho da HQ de abertura "Cebolinha Nº 500"

Os personagens antigos são desenhados como atualmente e em cada aparição do personagem antigo ou nome da história, tem no rodapé o número do gibi e editora que apareceram. Achei bom, que fica uma forma de ajudar para quem quiser procurar nos sebos os gibis para ler as histórias originais.

Só para constar, o boneco que apareceu na edição # 122 se refere à edição da Globo (página 15), o bandido com roupa listrada na capa não aparece na história, mas se trata do ajudante do Homem-Borracha, que vira borracha ao tomar uma fórmula (CB # 13 - Ed. Globo, 1988) e teve um erro no gibi sobre o personagem Etê que lança fogo: ele apareceu na 'Cebolinha # 49' da Ed. Abril, e não da Globo.

Erraram feio também quando a Mônica disse que o Cebolinha era o 2º a chegar no número 500 e a Magali comentando com o Cascão se referindo ao gibi #500, dizendo "Imagina quando chegar a nossa vez". O Cascão  e o Chico Bento já chegaram ao 500 e as edições deles de fevereiro/ 2014 são a # 667. Então, o Cebolinha é o 4º personagem a chegar ao "Nº 500" e pelo certo a Mônica devia falar que ela chegou ao 500 antes do Cebolinha, e a Magali podia ter falado "Imagina quando chegar a minha vez". Apesar desses erros, até dou desconto porque a história ficou boa.

Como falei anteriormente, todas as histórias do gibi são interligadas entre si com o lápis mágico da Marina, como pano de fundo. Na 2ª história, tem a volta do Mister B, que apareceu muito nos gibis de 1999 e depois voltou apareer nos primeiros números da Panini, sumindo novamente. Nela, Mister B, explica como funciona o lápis mágico da Marina, revelando todos os segredos da sua magia. Já na 3ª história, do Penadinho, ele mostra que os fantasmas passam através de qualquer lugar, até conhecer o lápis mágico. Uma história de 2 páginas, serviu mesmo para ocupar o gibi, porém melhor que propagandas no lugar.

Trecho da HQ "Mister B"

Na 4ª história, com o lápis mágico, Cebolinha entra sem querer em uma história do Louco, sendo enlouquecido por ele. E na 5ª história, é a vez do seu Juca ser enlouquecido pelo Cebolinha e outros personagens, inclusive de outros gibis e desenhos animados fmaosos, fora da MSP. Louco e seu Juca não podiam faltar em uma edição comemorativa como essa.

Já na última história, Cebolinha põe em prática o seu plano infalível que ele estava desejando lá na primeira história, quando ele pegou o lápis mágico da Marina e o Capitão Feio interrompeu. Ele desejava entrar na primeira tirinha de jornal que a Mônica apareceu, publicada de 1963, para ele não apanhar da Mônica e, com isso, ele se tornar o personagem principal. Afinal, naquela época, as tiras de jornais tinham nome do Cebolinha.

Então, o que dá para notar é que as grandes referências do gibi inteiro foram o lápis mágico da Marina e as histórias "Infinitos Gibis". A Marina, quando foi criada, era a filha do Mauricio que foi parar nos quadrinhos através do lápis do Mauricio. Tratava-se de um lápis normal só que no mundo dos quadrinhos ele se tornava mágico. Através dele, quando desenha uma porta, os personagens abriam dimensões e atravessava portais, que foi forma de inspiração das histórias "Fuga pelos Infinitos Gibis" e "A volta aos Infinitos Gibis", publicadas em 'Cebolinha # 28' (de 2009) e 'Cascão # 37' (de 2010), respectivamente. Enquanto naquelas histórias, os personagens se transformavam em personagens de outros gibis famosos, agora em Cebolinha # 500, eles só voltaram aos gibis antigos do Cebolinha, como se fosse uma máquina do tempo.

Capas de 'Cebolinha Nº 28' (2009) e "Cascão Nº 37' (2010)

Assim como a 'Mônica # 500', os passatempos dessa edição do 'Cebolinha # 500' também fazem referência a data. Um ponto ruim do gibi são as letras digitalizadas. O gibi inteiro com letras de PC, sem as tradicionais feitas a mão. Os traços até estão bons (pelo menos nesse gibi), mas essas letras não dá pra aceitar. Até nos títulos. Em um gibi especial como esse, as letras podiam ser feitas a mão. Tudo serve para diminuir trabalho dos letristas. É o que dá para parecer.

Além dessa, foi lançada também uma edição especial com capa metalizada e papel couché no miolo, como foi com a Mônica, só que com uma tiragem limitada e não são todas as bancas que vendem. Tem formato canoa, igual ao original (bem que podia ser com lombada essa versão especial) e custa R$4,90,  mais cara que a versão original. Uma pequena diferença entre lelas que trocaram "Comemoração infalível" da original para "Celebração histórica".

Como o conteúdo é igual, se for para escolher uma versão, por mim comprava só a comemorativa. Mas como nem sabia q ia ter essa versão especial e também tinha medo de não chegar aqui por causa da distribuição setorizada, acabei ficando com as 2 versões. Abaixo, a capa dessa versão comemorativa:

Edição especial comemorativa

Gostei desse gibi do Cebolinha #500, tem muitas referências às histórias clássicas e fez um apanhado dos gibis do Cebolinha, como tem que ser. Bom que exploraram todas as épocas, não fica restrito só a Editora Abril, por exemplo, e todos podem ter os seus momentos de nostalgia. Muitas dessas histórias citadas tinham que estar no "Cebolinha 50 Anos" e não foi o que aconteceu, por isso melhor ainda. O que estragou foram as letras horrorosas, mas dá pra passar. Vale a pena ter na coleção, nem que seja pelo valor histórico, afinal não é sempre que os personagens chegam a marca de 500 edições.

E a próxima a atingir essa marca do "Nº 500" será a Magali, já em janeiro de 2015 na edição # 97. Já é contagem regressiva para Magali #500 e espero que tenha edição especial igual como foi essa do Cebolinha e a da Mônica. Magali não pode passar em branco essa marca histórica.

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Chico Bento: HQ "Doutor Chico"

A história que eu mostro é com o Chico Bento quando ele deu uma de médico para se livrar dos tiros de sal do Nhô Lau e ainda tirar sarro da cara dele. Foi uma história de abertura com 8 páginas no total, publicada em 'Chico Bento nº 54' (Ed. Globo, 1989).

Capa de 'Chico Bento nº 54' (Ed. Globo, 1989)

Nela, Chico está gripado e a sua mãe manda tomar injeção no consultório do Doutor Tonico. Como ele não estava com a mínima vontade de tomar injeção, ele caminha a passos mais lentos que de uma tartaruga, até que encontra a goiabeira do Nhô Lau. Ele sobe na árvore para comer as goiabas, até que chega o Nhô Lau, que passa a correr atrás do Chico pra dar tiros de sal. 


Chico corre até chegar ao consultório médico. Ele procura pelo Doutor Tonico, mas ele havia saído para almoçar. Com a aproximação do Nhô Lau até a clínica, Chico imediatamente se fantasia de enfermeiro, vestindo o uniforme do médico que estava encostado lá e um bigode postiço.

Nhô Lau chega e pergunta aonde está o Doutor Tonico. O Chico responde que ele é o enfermeiro que está no lugar do doutor enquanto ele foi almoçar. Nhô Lau fala que está procurando um moleque que tinha entrado lá, e o Chico fala que ele está branco e com olhos esbugalhados. Ele acredita, dizendo que o Chico o deixa doente. Chico Bento o examina e fala que ele está sem coração porque vive correndo atrás de menino bonzinho. 


Nhô Lau começa a ficar alterado, dizendo que o Chico é o moleque mais danado do mundo e aí, o Chico aproveita para jogar remédio na boca dele, dizendo que é remédio para garganta. Ele aproveitou para receitar e entregar remédios para raiva e brabeza e rabugice, e, para piorar, ordena que ele tome uma injeção na bunda com uma superseringa. O Nhô Lau fica desesperado por tomar injeção e o Chico fala que marmanjo não tem ter medo de injeção e como ele vive dando tiro de sal nos meninos, ia ser bom pra aprender. Na hora de dar injeção, porém, ele pega um prego e taca na bunda do Nhô Lau.


Enquanto isso, o pai do Chico, o seu Bento, encontra com o Doutor Tonico, que estava voltando para o consultório, e o pai do Chico resolve ir junto porque o Chico estava esperando lá para tomar a injeção. Antes de eles chegarem, Chico ainda dá 1 mês de repouso ao Nhô Lau para tirar a raiva e ter cuidado de não morder ninguém porque raiva pega. Ele ainda fala que não tem dinheiro para pagar os remédios e o Chico diz que depois ele vê isso. Nhô Lau vai embora com a pilha de remédios e o Chico dá gargalhada da cara dele, já que conseguiu enganá-lo direitinho.


Então, o Doutor Tonico e o seu pai chegam ao consultório e querem saber que bagunça é aquela lá. Chico fala que ele estava brincando de médico enquanto esperava. Quando o médico vai aplicar a injeção no Chico, chega o Nhô Lau com uma cesta de goiabas, dizendo que era o pagamento dos remédios que o ajudante receitou. Doutor Tonico fala que não tem ajudante nenhum, então o plano do Chico é descoberto. Ele tenta fugir, mas o pai o pega pela camisa para explicar o q estava acontecendo.

No final, Chico Bento chega em casa gritando, com a bunda doendo. A mãe pergunta q escândalo é aquele, que não era possível uma injeção doer tanto. Aí o pai interrompe dizendo que além da injeção, ele levou uma coça na bunda pra combater traquinagens.


Essa é uma história sensacional e muito divertida, mostrando o Chico Bento fazendo plano infalível contra o Nhô Lau. A sua ideia inicial era só se esconder do Nhô Lau e acabou surgindo o plano devido às circunstâncias. Só com 8 páginas, ela deu conta do recado sem enrolação e é muito engraçada. Roteiro, traços, cores, tudo excelente. Coloquei completa na postagem. Como foi um dos primeiros gibis do Chico na minha coleção, se torna mais especial ainda para mim.

O roteirista que a escreveu deve ter se baseado nos desenhos do Pernalonga, Patolino, Pica-Pau, etc, em que os personagens na hora do perigo se fantasiavam de alguma coisa pra enganar os inimigos. Ou seja, uma situação muito comum nos desenhos que ficam muito bem em histórias desse tipo.


Pena que não fazem mais histórias como essa. Ela tem várias situações incorretas que jamais fariam atualmente, como o Chico Bento se passar por enfermeiro, fazer consulta, receitar e dar remédios sem ser médico, Nhô Lau com espingarda dando tiro de sal, mostrar bunda do Nhô Lau, Chico sendo chamado de moleque, além de apanhar de chicote do pai, entre outros. Tudo isso inadmissível nas histórias atuais.


Tem também os seus absurdos, como, por exemplo, como o Chico arrumou um bigode postiço no consultório tão rápido, e já que o Chico falou que era enfermeiro, como Nhô Lau permitiu que ele fizesse receitas médicas. Nem importa, porque eram esses absurdos e essas cenas incorretas que faziam toda a diferença e se tornavam as histórias tão especiais e tão divertidas, como essa. E de curiosidade, o médico tinha o mesmo nome do pai do Chico, que se chama Antonio Bento, conhecido também como Tonico.


A capa dessa edição é maravilhosa e também é absolutamente incorreta para os padrões atuais, com uma diabinha apaixonada pelo Chico. Também é uma capa que nunca seria aprovada atualmente. Tem também a terrível etiqueta na capa, que colocaram por causa da transição da troca da moeda de Cruzado para Cruzados Novos, que infelizmente é impossível de tirá-la sem estragar o gibi.

domingo, 9 de fevereiro de 2014

Capa da Semana: Mônica Nº 109

Nessa capa, Mônica obriga o Cebolinha carregue todas as suas compras sozinho. Mesmo com toda a sua força,  ela podia tranquilamente carregar tudo, uma dama não pode carregar compras sozinha.

Sobrou para o Cebolinha agir como um cavalheiro e, de quebra, também ter um castigo por tudo que ele apronta. Chama a atenção a quantidade de coisas que ela comprou. 

A capa da semana é de 'Mônica Nº 109' (Ed. Globo, Janeiro/ 1996).


sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Bidu: HQ "Cachorro de Aluguel"

Compartilho uma história do Bidu mostrando um pouco dos bastidores das histórias em quadrinhos. Ela tem 6 páginas e foi publicada em 'Cascão nº 111' (Ed. Globo, 1991).

Capa de 'Cascão nº 111' (Ed. Globo, 1991)

Nela, Bidu está prestes a começar mais uma de suas histórias com bate-papo com a Dona Pedra, quando, de repente, chega um casal de cachorros. Eles já chegam reclamando que o espaço é apertado, empoeirado e mal decorado.


Bidu fica sem entender nada e irritado com o casal por ter interrompido a sua história e pergunta a eles o que estão fazendo ali. Eles respondem que vieram ver o aluguel do imóvel, que no caso eram os quadrinhos da história do Bidu. Eles viram anúncio no jornal e foram conferir. Bidu fica uma fera e fala que não está alugando nada. 

Com isso, o casal mostra o anúncio a ele, inclusive falando que era pra tratar com o personagem principal. Bidu afirma, então, que foi erro do jornal e que ele não está alugando quadrinho nenhum. O casal vai embora, pensando em alugar quadrinho do Chico Bento por ter uma vista mais bonita.


Bidu tenta voltar a história, mas quando vira as costas ver outro cachorrão sentado em cima da Dona Pedra, com jornal debaixo do braço. Ele disse que veio por causa do anúncio do aluguel, e Bidu, já sem paciência e irritado, grita que não está alugando quadrinho nenhum. Quando ele vai embora, Dona Pedra avisa para ele dizer o mesmo para 3 cachorros que estavam a espera para alugar os quadrinhos. Mais uma vez Bidu expulsa os cachorros. E ainda mais um que veio depois.


Quando pensa que tudo se acalmou, eis que surge Bugu para atrapalhar mais a situação. Bidu fala para ele que se já não bastassem os loucos querendo alugar os quadrinhos, ainda tinha que aturá-lo. Bugu pergunta se ele alugou quadrinho para alguém, e aí Bidu descobre que foi o Bugu que colocou o anúncio do aluguel no jornal, sem autorização, só para ganhar um dinheiro à sua custa.  


Bidu pergunta ainda como os leitores iam ficar sem suas histórias e Bugu fala que seria do mesmo jeito, só que os inquilinos ficariam no canto dos quadrinhos e ele só faturando. Bugu lamenta por ter chegado atrasado, e Bidu comenta que errou no anúncio que era para falar com ele. Bugu fala que não, porque quando falou em personagem principal era ele, e não o Bidu. O Bidu podia ser o titular, mas o mais querido era o Bugu. 

Foi a gota d'água pra o Bidu chutar o Bugu, expulsando mais uma vez das suas histórias. E para sacanear mais ainda, no final, o Bidu ainda entrega ao Bugu uma conta de aluguéis atrasados. Afinal, o Bugu o aluga há anos e nunca pagou nada.


Acho uma história bem legal, mostrando a metalinguagem dos quadrinhos. Coloquei completa na postagem. Interessante a proposta dos quadrinhos serem alugados, como se fossem um apartamento ou uma casa. Acho engraçado o Bidu perdendo a paciência com o Bugu. No fundo, ele tem medo do Bugu tomar o seu lugar nas histórias. Gosto também quando o Bidu chutava o Bugu no final das histórias, coisa que infelizmente não tem mais atualmente. 


Os traços dessa história ficaram bem caprichados, são bem grossos e até mostra outros ângulos do Bidu e do Bugu, não muito comuns. Sem dúvida, o Bidu é o personagem mais odiado pelos leitores, junto com o Astronauta e o Horácio. Muitos pulam suas histórias. Eu gosto de todos os personagens. Com bom roteiro, qualquer personagem é bem vindo.