sábado, 27 de abril de 2019

Astronauta: HQ "Solidão"


Em abril de 1989 foi lançada a história "Solidão" do Astronauta, em que ele sentiu solidão e um imenso vazio durante suas viagens espaciais. Com 6 páginas, foi pulicada em 'Cebolinha Nº 28' (Ed. Globo, 1989).

Capa de 'Cebolinha Nº 28' (Ed. Globo, 1989)

Começa com o Astronauta em mais uma das suas viagens espaciais, quando de repente ele para a nave, se queixando que não aguenta mais essas aventuras, que deve voltar para casa, rever a família e amigos e acabar com a solidão, já que ele está se sentindo um nada na imensidão do universo e em casa ele é querido por todos e realmente importante.


Astronauta chega no seu sítio na Terra e já vai procurando a sua mãe. Só que para sua surpresa ela não fica entusiasmada com sua presença, não fez festa com a sua chegada, apenas diz que não é para fazer barulho, pois o pai dele está dormindo e que depois conversam porque está atrasada com o almoço.

Com isso, Astronauta vai visitar seu amigo Ditão e o convida para jogar futebol quando ele acabar de tirar o leite da vaca. Ditão diz que não dá porque depois vai dar comida aos porcos e capinar o quintal. Assim, Astronauta vai à procura da sua namorada Ritinha, imaginando que com ela vai ser diferente, mas se decepciona também ao ser atropelado por ela, que estava correndo por estar atrasada para a aula da faculdade e também não podia dar atenção.


Em seguida, Astronauta encontra o seu cachorro Rex, que estranha o seu dono e avança nele, precisando o Astronauta subir em árvore para não ser mordido. Astronauta lamenta que todos estão ocupados e não dão a mínima atenção a ele e se sentiu sozinho em sua própria casa e resolve voltar para o espaço sideral; Já na nave, ele deixa em modo automático e resolve dormir,

Enquanto dorme, ele tem pesadelo de estar sozinho em um vazio e tenta fugir para todos os lados e só aumenta o vazio. Ele acorda desesperado, quebrando o vidro da cápsula da sua cama espacial, lamentando que a solidão vai acabar com ele e voltar a dirigir a nave, bem triste e deprimido.


Nessa hora, surge o roteirista da história, Robson Lacerda, conversando com o Astronauta que não era para se aborrecer, que a solidão era dele. Todos do estúdio já haviam ido embora e ele ficou para fechar a produção do mês e acabou se sentindo sozinho e passou isso para a história. Astronauta sai da história e convida o Robson pra jogar dominó e assim os dois se divertem, acabando com a solidão de um do outro.


Essa história é muito boa, fala sobre solidão e depressão, como a solidão pode se transformar em depressão e situações que ainda podem fazer piorar a situação, sem deixar piegas. No caso, até tinham histórias do Astronauta se sentir sozinho no espaço, sem ninguém para conversar, sendo que nessa história a solidão foi extrema e na esperança de ter um apoio na companhia de seus familiares e amigos e se sentir querido, teve a grande decepção de ninguém se importar com a presença dele depois de muito tempo, que as coisas que estavam fazendo eram mais importantes que a sua presença lá, nem a própria mãe deu confiança, o que deixou o Astronauta arrasado e sentindo mais solitário e deprimido do que estava no espaço sideral.


O final foi bem interessante do roteirista Robson Lacerda que transformou a sua própria solidão no estúdio para os sentimentos do Astronauta. Era comum histórias dos roteiristas e Mauricio  de Sousa contracenando com os personagens, em 1989 estava bem frequente isso nos gibis, todos os núcleos de personagens tiveram histórias assim e não só os da Turma da Mônica. Uns não gostam de roteiristas interagindo com os personagens, com eles sabendo que são personagens em quadrinhos, já outros adoram, aí vai de gosto de cada um. Atualmente, não fazem mais histórias assim de encontros dos personagens com roteiristas.


Os traços muito bons e com uma ótima arte-final, excelente o desenho do universo na primeira página. A mãe do Astronauta parece muito com a Tia Nena da Magali, pelo visto não repararam esse detalhe quando criaram a Tia Nena. Essa foi a última história com a Ritinha como namorada oficial do Astronauta, antes de ela se casar com outro homem após cansada das longas viagens espaciais do Astronauta. Dessa vez teve um título, coisa rara na época nas histórias do Astronauta. Muito bom relembrar essa história, que completa exatos 30 anos.

quarta-feira, 24 de abril de 2019

Capa da Semana: Cascão Nº 46

Uma capa com o Cascão se preparando para pular de trampolim, só que ao invés de ser uma piscina de água, o salto é na lama do chiqueiro dos porcos. Ou seja, a lama é a piscina do Cascão, bem a cara dele. Muito boa.

A capa dessa semana é de 'Cascão Nº 46' (Ed. Globo, Outubro/ 1988).


domingo, 21 de abril de 2019

Magali: HQ "Cenouras pro Coelhinho da Páscoa"

Dia da Páscoa, mostro, então, uma história em que a Magali comprou várias cenouras com intenção de ganhar muitos ovos do Coelhinho da Páscoa. Com 5 páginas, foi publicada em 'Magali Nº 46' (Ed. Globo, 1991).

Capa de 'Magali Nº 46' (Ed. Globo, 1991)

Escrita pelo roteirista Rubão (Rubens Kyiomura), começa com Mônica indo para a quitanda comprar uma cenoura e comenta com a Magali que é para o Coelhinho da Páscoa, que leva a cenoura e deixa um ovo de Páscoa. Magali corre para a venda e compra uma sacola grande cenouras para o Coelhinho dar um monte de ovos.


Magali vai para casa e de noite ela deixa a sacola de cenouras no seu quarto perto da janela e vai dormir. Na cama, ela sente fome e pega uma cenoura dizendo que o Coelhinho não vai se importar em comer só uma. Ela come e vai pra cama e logo depois pega outra. Assim, ela come uma a uma e quando vai ver já havia comido todas as cenouras e fica desesperada.


Ela sai  e vai até a casa da Mônica pedir ajuda, se lamenta que é uma fominha gulosa, por ter comido todas as cenouras e tem medo de ficar sem ovos, já que a quitanda está fechada. Mônica tem ideia de dar capim para o Coelhinho, já que ele gosta também.

Magali volta para casa e vai dormir. No dia seguinte, o Coelhinho havia deixado um ovo gigante e ela fica feliz e pergunta se como ele está. No final, aparece o Coelhinho comentando que fez um péssimo negócio porque prefere cenouras.


Uma história de Páscoa legal, é bem simples e típica de miolo e bem divertida. Tudo a ver Magali com Páscoa e ovo de chocolate. Compara o Coelhinho da Páscoa como o Papai Noel. Enquanto no Natal, as crianças deixam  sapato na janela ou meia pendurada na parede em troca do presente do Papai Noel, nessa história as crianças dão cenoura para  o Coelhinho da Páscoa em troca de um Ovo de Páscoa. A fome exagerada e compulsiva da Magali quase estraga tudo, mas o capim serviu para o Coelhinho dar o ovo para ela, mesmo a contragosto.


Eram boas histórias assim da Magali de comer compulsivamente, vai comendo sem se dar conta e quando vai ver já comeu tudo sem perceber causando confusão para ela. Sempre rendiam histórias legais assim. As partes incorretas seriam isso da Magali comer compulsivamente, além de sair de casa sozinha de noite sem a companhia de adulto, podiam implicar com isso hoje.

Os traços muito bons da fase consagrada dos personagens, Magali ficou bonita com a camisola rosa. O quitandeiro Takeda só apareceu nessa história mesmo, não tinham vendedores fixos nas histórias da Magali, em cada uma tinha um vendedor, pipoqueiro, quitandeiro, etc, diferente, com exceção do padeiro Seu Quinzão, pai do Quinzinho, e que mesmo assim de vez em quando ainda apareciam outros padeiros na região.


Sobre a capa da edição muito legal também, curioso ser uma das raras capas da Magali sem ser piada sobre comida, dessa vez piada com o Mingau comparando o banho da Magali no chuveiro com o banho de língua de gato. E atualmente seria impublicável aparecer Magali pelada em uma capa de revista.

quinta-feira, 18 de abril de 2019

Magali Nº 48 - Panini - 2019


Nas bancas a revista 'Magali Nº 48', da Editora Panini. Comprei essa edição e nessa postagem mostro uma resenha dela.

Lançada em abril de 2019, custando R$ 6,00, com formato canoa e 68 páginas e com 7 histórias no total, incluindo a tirinha final. A distribuição dos gibis até que está sendo mais rápida, desde março chegando na primeira semana do mês, os gibis mensais  desse mês chegaram no dia 3 de abril de 2019.

Esse gibi da Magali começa com a história "Os tios doidinhos da Magali", com 23 páginas no total, em que Magali e Cascão viajam para o litoral com os pais dela para visitar uns tios distantes da Magali, sendo que ao distanciar dos pais, Magali e Cascão se encontram com os tios sozinhos e percebem que eles não são normais e os tios chegam a confundir o Cascão como o escolhido da Cabra Suprema.

Trecho da HQ "Os tios doidinhos da Magali"

Achei uma história normal e como um todo não foi ruim. Podia ter um gás a mais, mas está valendo. Parece que agora eles vão investir em histórias da Magali junto com o Cascão, com eles viajando em algum lugar diferente e o Cascão se dando mal. Um novo estilo de histórias para os gibis da Magali, já que haviam feito uma assim em 'Magali Nº 40' de agosto de 2018.

A revista apresenta um grande erro na capa, onde o tio da Magali foi desenhado igual ao Piteco. Ao abrir a revista, ele é desenhado completamente diferente com cabelo e barba grandes e castanhos. Uma grande falta de atenção deles, a gente até pensa que o tio seria o Piteco ou algum descendente dele e quando ver a história não tem nada a ver. E para piorar que, nesse mesmo mês de abril, o gibi do Chico Bento também teve erro de capa colocando o primo Zeca na capa e ao folhear o gibi é o Zé da Roça que parece na história, e não o Zeca. Ou seja, 2 erros no mesmo mês que chamam bastante atenção. Abaixo, como aparece os tios da Magali durante a história:

Trecho da HQ "Os tios doidinhos da Magali"

Já o resto do gibi segue o estilo padrão dos gibis, traços e letras de PC. Histórias de secundários foram com Anjinho, Mingau e Pipa com Tina. Dessa vez não tiveram histórias de 1 ou 2 páginas, a menor foi com 3 páginas. De destaques, a história "Os mistérios dos ovos",com 6 páginas, em que a Magali compra ingredientes para fazer um bolo e os ovos se chocam e saem pintinhos sem a Magali ver e ela pensa que foi o Mingau que comeu os ovos. 

Trecho da HQ "O mistério dos ovos"

Tem também  a história "Textão", com 4 páginas, em que a Pipa escreve um texto enorme no "Feice" (Facebook) e demora pra responder os comentários, atrasando a Tina em seus compromissos. História voltada aos dias atuais envolvendo o cotidiano das redes sociais. Dá pra notar que os traços andam cada vez mais digitais, como pode ver principalmente no cabelo da Tina.

Trecho da HQ "Textão"

Termina com a história "Gato barulhento em noite tranquila" com 7 páginas , em que o Mingau atrapalha o sono da Magali. Toda vez que ela encosta o travesseiro ele apronta alguma coisa, impedindo Magali dormir. Típico de histórias atuais com Mingau junto com Magali, os traços no geral aceitáveis, porém tem momentos cm caretas exageradas sem necessidade, como vem saindo atualmente.

Trecho da HQ "Gato barulhento em noite tranquila"

Como podem ver, um gibi normal para a atualidade. Não foi ruim, mas também não tem aquele atrativo de antigamente. Segue o normal dos gibis da Magali, com poucas histórias envolvendo comida, são mais um plano de fundo para começar a desenrolar as histórias ou só comer rapidamente em algum momento sem aqueles absurdos das histórias antigas. Percebemos que teve 3 histórias do Mingau nesse gibi, que poderiam ter colocado alguma história da Magali exclusiva de comida em algumas dessas.  Os outros gibis do mês não vi nada de mais e não comprei nenhum, só esse mesmo. Aí fica dica de compra.

segunda-feira, 15 de abril de 2019

Capa da Semana: Parque da Mônica Nº 6

Nessa capa, Cebolinha e Cascão se escondem no alto do "Carrossel do Horácio"depois de aprontarem com a Mônica. Apesar de fazer alusão à história de abertura, como era de costume nas revistas "Parque da Mônica", até que fizeram uma piadinha em relação à história. 

A capa dessa semana é de "Parque da Mônica Nº 6' (Ed. Globo, Junho/ 1993).


quinta-feira, 11 de abril de 2019

Cascão: HQ "Por que chove?"

Mostro uma história em que o Cascão conseguiu parar de chover na Terra escrevendo uma carta para São Pedro. Com 8 páginas, foi história de abertura de 'Cascão Nº 9' (Ed. Globo, 1987).

Capa de 'Cascão Nº 9' (Ed. Globo, 1987)

Nela, Cascão e Cebolinha estão brincando de bolinha de gude, quando ouvem um trovão e Cascão corre em disparada para casa e se esconde debaixo da cama. A mãe do Cascão estranha a rapidez do filho chegar em casa e pergunta o que ele faz debaixo da cama. Ele diz que foi por causa do trovão e Dona Lurdinha fala para não ter medo, que é só o São Pedro arrastando os móveis da casa dele, fazendo esse barulhão ao trocar os móveis de lugar, e a chuva é porque lava o assoalho.


Cascão acha um exagero e resolve escrever uma carta para o São Pedro contando que os móveis estão bem colocados e não precisa mudar de lugar e que é o assoalho já está superlimpo e dá opção de parar de lavar ou forrar as nuvens porque está vazando água lá embaixo. A chuva passa e Cascão coloca a carta no depósito dos correios. Franjinha passa na hora, estranhando que Cascão saiu de casa logo após a chuva e ele explica  a situação.


Depois de contado, Franjinha ri e diz que a mãe dele estava brincando e não é São Pedro que faz chover. Conta que barulho do trovão é quando duas nuvens cúmulos carregadas de água se trombam, sai uma faísca, que é o relâmpago,  e o barulho vem depois. Cascão acha o cúmulo, que tinham que colocar placas de sinalização no céu e Franjinha diz que não adianta porque as nuvens são inanimadas. Já a chuva é porque as nuvens carregadas não aguentam mais o peso e deixam cair a água. Cascão diz que gostou mais da história da mãe e que a carta vai dar resultado.


Assim, os dias passam e nada de chuva, no início o pessoal gostou, mas depois de 2 meses passou o nível da represa abaixar, ter racionamento de água, plantações secando, animais definhando e calor aumentando. Cascão está adorando, pois não precisa mais se preocupar com chuva. Enquanto isso, os pais olham o noticiário da TV falando da seca e que os cientistas estavam tentando descobrir a causa e a solução para a seca, como um cientista falar que deve fazer um furo na atmosfera porque é a poluição densa que está impedindo a passagem de chuva, enquanto que outro fala que são partículas cósmicas que estão impedindo e devem mandar um foguete e assim os dois brigam ao vivo.



Cascão fala que está acontecendo porque ele mandou uma carta para o São Pedro pra parar de arrastar os móveis e os pais falam que estão falando coisa séria e para ele brincar lá fora. Ele vai no laboratório do Franjinha que não quer papo pois estava fazendo um preparado químico para poder chover. Cascão diz que o causador foi ele que escreveu carta para o São Pedro e Franjinha diz que é lenda e pra deixar ele trabalhar.


Cascão volta para casa, no caminho vê passarinhos com calor e sede e planta morrendo no vaso e percebe que não pode ser egoísta, viu que a situação estava piorando e ele já estava acostumado a fugir da chuva. Então, ele escreve outra carta par ao São Pedro para voltar a arrastar os móveis e lavar o assoalho, só não deixando cair água em cima dele e vai na caixinha dos correios depositar a carta.

Depois de 2 dias, volta a chover e todos comemoram. Os pais falam que os cientistas acertaram e Cascão diz que foi porque escreveu carta para o São Pedro. No final, é mostrado que São Pedro estava arrumando os móveis, perguntando para o Anjo Gabriel onde coloca a cadeira, enquanto o Anjo Gabriel está deixando cair água para fora da nuvem, confirmando que foram as cartas do Cascão que fez parar e voltar a chover.


Essa história é muito legal, mostra de uma forma divertida por que chove na Terra, além de mostrar a importância da chuva no meio ambiente, o impacto que causaria se não chovesse. Tudo de forma leve e com humor sem ficar piegas.  O Cascão ficou contente sem chover por 2 meses, mas vendo que estava sendo egoísta ao ver o sofrimento dos seus amigos e de todo o planeta, resolveu voltar atrás e pedir para São Pedro voltar a chover arrastando móveis e limpando assoalho. 

Cascão levou a sério o que sua mãe disse sobre a chuva por conta da sua inocência. Coincidiu a carta que enviou com a falta de chuva e ficava a dúvida se foi realmente por causa da carta ou não. Na verdade, o real motivo de chover e trovejar foi o que o Franjinha falou, mas para dar graça na história, acabou  roteirista prevalecendo a fantasia da história e colocar a versão do São Pedro como o motivo de chover. Hoje em dia, seria capaz mudarem o final para que não fique ensinando errado às crianças sobre o motivo da chuva ou colocariam um aviso contando a causa verdadeira.


Engraçado ver o Cascão correndo direto para casa no início da história, só ao ouvir o trovão. Quando ele tinha muito medo de se molhar e pra escapar do banho, era capaz de tudo, até ser mais veloz que o "The Flash". Legal também cascão falar que tinham que colocar sinalização no Céu, o trocadilho de cúmulo de nuvem com cúmulo de absurdo quando Cascão soube da versão do Franjinha e o absurdo uma carta chegar ao São Pedro no Céu, mas que também pode ser interpretado como uma oração enquanto ele escrevia a carta.

Os traços ficaram muito lindos assim, os personagens bem fofinhos. Chama a atenção os ângulos diferentes dos personagens, como aparecer de lado e de costas, por exemplo, colocaram um lenço no cabelo da Dona Lurdinha e interessante também que o pai do Cascão, Seu Antenor, apareceu com sujeirinhas no rosto, lembrando de quando ele foi criado, em que os pais do Cascão tinham sujeirinhas que nem o filho. Desde início de 1983 já haviam tirado as sujeirinhas do rosto deles e nessa história teve a volta com o pai do Cascão. Tudo indica que roteiro e desenhos seja da Rosana Munhoz, já que ela adorava histórias envolvendo fantasia e imaginação e os desenhos são bem parecidos como ela fazia.


Sobre a capa dessa edição, bem legal o logotipo da Globo virar bola de futebol do Cascão, saudando a ida à nova editora.  Mereceria ser capa "Nº 1", mas como os gibis tem antecedência para estarem prontos, as edições "Nº 1" de 1987 já estavam prontas em 1986. Se tivessem continuado na Editora Abril em 1987, as capas dos primeiros números seriam as mesmas. Pelo visto essa edição "Nº 9" foi a primeira que foi feita realmente em 1987 e, assim, essa homenagem à Editora Globo na capa só nesse número.

sábado, 6 de abril de 2019

Um tabloide com Bidu

Compartilho um tabloide em que o Bidu contratou um guarda-costas pra não ter risco de se machucar. Foi publicado em 'Mônica Nº 132' (Ed. Abril, 1981) e depois republicado em 'Coleção Um Tema Só Nº 3 - Cebolinha - Planos Infalíveis' (Ed. Globo, 1993).

Começa com o Duque cumprimentando o Bidu com um tapa nas costas, mas o Bidu estava à beira de um precipício e acaba rolando e se machucando todo ao cair do precipício. Depois, Bidu com corpo todo engessado e imóvel, contrata um guarda-costas para ficar sempre ao seu lado e deixar os seus amigos  longe de distância e não ter risco de se machucar. Porém, uma mosca posa no nariz do Bidu, aí o segurança dá um tapa forte nele para tirar a mosca e acaba o Bidu com a cabeça engessada, inclusive a boca, e o segurança se contentando que o emprego está garantido até o Bidu conseguir falar. 

Muito engraçado esse tabloide, o Bidu com medo de se machucar por causa dos seus amigos contrata um guarda-costas, mas não contava que o próprio guarda-costas iria ser atrapalhado e deixar ficar todo engessado. Os traços muito bons do início dos anos 80, bem parecidos com o que ficou consagrado ao longo da década. Bem interessante que o Bidu não falou nada nessa história e ainda ficou engraçado demais. Os grandes personagens conseguem fazer graça até sem falar nada. Geralmente histórias de 1 página do Bidu eram assim da sua versão agindo como um cachorro mesmo.

Os 2 primeiros quadrinhos achei hilário, já formaria uma tirinha boa isso do Bidu caindo e o Duque lerdo ainda chamá-lo de sem-educação por não ter respondido o cumprimento. E o resto do tabloide foi muito divertido também. Hoje em dia, histórias assim não são publicadas por conta de que não pode ter sofrimento dos personagens. A seguir mostro a história completa. 


segunda-feira, 1 de abril de 2019

Chico Bento: "História de 1º de Abril"

Compartilho uma história em que ninguém acreditou quando o Chico Bento contou que o planeta Terra estava sendo invadido por extraterrestres no dia Primeiro de Abril, Dia da Mentira. Com 8 páginas, foi história de abertura publicada em 'Chico Bento Nº 57' (Ed. Globo, 1989).

Capa de 'Chico Bento Nº 57' (Ed. Globo, 1989)

Começa com o Chico Bento vendo que era Primeiro de Abril na folhinha e já planeja qual será a mentira bem braba para contar para os seus amigos. Quando sai de casa, ele vê um homem disfarçado tirando água do poço e vai falar com o homem, que nunca tinha o visto lá antes, mas se surpreende que ele era verde e aí o homem sai correndo.


Chico vai atrás e vê que ele foi a um esconderijo e fala com seu parceiro que foi descoberto quando saiu para buscar água e é revelado que eles eram extraterrestres querendo invadir a Terra. O parceiro fala para tomar cuidado, estão próximos da invasão. que o planeta é fértil e um ótimo lugar para o povo viver e o que estraga são os homens que derrubam, destroem, desmatam, mas que passarão a a ser escravos quando tomarem conta do planeta.


O chapéu do Chico cai no esconderijo quando venta e os ETs veem que ele estava lá em cima e vão atrás dele.No caminho, Chico se esbarra com o Padre Lino. Ele tenta avisar sobre a invasão dos ETs, mas Padre Lino não acredita e ainda acha graça, afinal era Primeiro de Abril e pensava que era mentira. Chico, então, corre direto para delegacia e conta tudo para o delegado, que também acha que era uma mentira deslavada.

Depois, Chico vai à venda da Vila para telefonar para o general da Aeronáutica, mas também ri e não acredita, pois sabe que era Primeiro de Abril. O vendedor também ri achando que era tudo invenção. Quando sai, Chico é capturado pelo alienígena e levado ao esconderijo deles e chega bem na hora que estava preparando a invasão: era só apertar o botão azul, que era o sinal das naves que iam invadir a Terra, e, assim, os ETs iam tomar conta melhor das árvores, animais, rios, enquanto s humanos serão escravos deles.


Chico impede, partindo para a briga com o ET Gork e o outro entra junto para ajudar. Chico sai da briga e vai até a máquina e aperta o botão vermelho, que era o sinal para as naves invasores debandarem e irem à procura de outro planeta. A invasão é fracassada e os alienígenas ficam com pena porque eles cuidariam muito bem do planeta, que era tão bonito e gostoso, mas tão maltratado, e vão embora da Terra.

No final, Chico fica aliviado que tudo terminou bem e enquanto anda na rua, encontra o Zé Lelé aflito, dizendo que tem milhões de disco voadores invadindo a Terra. Chico fica desesperado, pensado que eles tinham voltado, e Zé Lelé avisa que era só Primeiro de Abril e, assim, Chico caindo na mentira dele.


História muito bacana e criativa do Chico precisando impedir a invasão de extraterrestres na Terra, mas deu confusão por ser bem no dia Primeiro de Abril e as autoridades pensavam que era mentira. Legal ver o seu desespero para avisar, mas não conseguir e precisar, com isso, enfrentar os ETs sozinho. E ainda teve seu lado ecológico quando eles revelam que motivo de invadir a Terra era para cuidar melhor do planeta.


Com um modo divertido, mostra para os leitores lição de que se conta muita mentira, depois ninguém acredita quando fala uma verdade. Outra lição foi refletir sobre a conscientização ecológica para os humanos cuidarem melhor do planeta Terra que é tão maltratado com desmatamento, poluição, etc. No caso, até que a intenção dos alienígenas era boa para ter um cuidado melhor com o planeta sob direção deles, mas o problema seria tornar os humanos escravos,e, assim, o Chico teve que impedir isso.


Em 1989, os gibis do Chico estavam com muitas histórias com ele enfrentando extraterrestres. Embora em 1988 já tiveram algumas, mas foi bem mais frequente nos gibis do Chico de 1989, foram 5 só com extraterrestres em um período curto de tempo daquele ano. Além disso, tiveram também mais histórias do Chico de conto de fadas, enfrentando bruxas, assombrações, levando a crer que estavam fazendo experiências se dava certo esse contraste do universo rural do Chico com extraterrestres e o sobrenatural. Uns acham esse contraste legal, uma novidade, outros não gostam. Seguiu assim até meados de 1990, depois seguiu o ritmo normal, sendo histórias assim do Chico só de vez em quando.


Os traços muito bons, da fase consagrada dos anos 80 e cores maravilhosas. O Chico que ficou com nariz em forma de círculo ao invés de formato "C" de costume quando ficava de frente. Aliás, eu adorava o Chico bem narigudo assim, hoje em dia ele tem nariz menor para não ter bullying com narigudos. Padre Lino desenhado diferente dessa vez, ainda não era definido seus traços, apesar de ele já ter aparecido com o visual que conhecemos em alguns histórias antes, só ficou com visual fixo só a partir dos anos 90. 


O caipirês até já estava definido, mas algumas palavras ainda foram mudadas como no caso de "mió" (melhor), que hoje em dia colocam "mior" e infelizmente mudam isso em republicações atuais. De incorreto, o tema principal de mentira, não muito bem visto pelo politicamente correto, além do general com charutos na boca, ET apontando arma para o Chico, e, com isso, não seria aprovada hoje. Muto bom relembrar essa história que completa exatos 30 anos.