quinta-feira, 31 de dezembro de 2020

Cascão: HQ "Ano-Novo?! Bahh!"


Mostro uma história em que o Capitão Feio tentou estragar a festa do Ano-Novo fazendo pessoas jogarem papeis picados na rua. Com 20 páginas, foi publicada em 'Cascão Nº 285' (Ed. Globo, 1997).

Capa de 'Cascão Nº 285' (Ed. Globo, 1997)

Escrita por Emerson Abreu, começa com o Capitão Feio reclamando que odeia o Ano-Novo porque todo mundo fica alegre e um festival de otimismo e pieguice que não acaba mais e as pessoas ficam arrumando a casa como se na virada do ano tudo estiver bonito e perfeito vai ficar assim o ano todo. Um monstrinho de lama comenta que é pior quando as pessoas comemoram jogando monte de papel picado pela janela emporcalhando a cidade. Capitão Feio gostou de saber dessa vantagem do Ano-Novo e bola um plano para tirar proveito da bobagem de Réveillon.


Enquanto isso, Mônica está contente com a véspera de Ano-Novo, tudo fica tão bonito, as pessoas mais alegres, como se uma atmosfera tomasse conta da cidade e o ar cheira à novidade e à renovação, e complementa ao depósito de lixo quando chega o Cascão. Ele deseja Feliz Ano-Novo e Mônica diz que ele acabou com a inspiração dela. Cascão fala que ela não vai ficar de mau humor logo hoje.


Mônica deseja dar um abraço no Cascão e ele não aceita porque ano passado ela quase o quebrou no meio com abraço forte dela. Mônica promete abraçá-lo com carinho e ele saca um papel com Termo de Responsabilidade para ela assinar e comprovar que ela não abraçá-lo forte. Mônica diz que não vai assinar nada e ele pergunta se é assim que ela trata as promessas e ainda comenta que Cebolinha prometeu pagar todas as figurinhas que está devendo.

Mônica também deseja fazer uma promessa de Ano-Novo e enquanto pensa, Cebolinha aparece com as figurinhas. Cascão comenta que com promessas eles ficam ainda mais amigos, só que Cebolinha passa, mandando ele sair da frente, falando certo, deixando o Cascão no vácuo. Cascão acha que Cebolinha foi despeitado e vai atrás para tirar satisfações. Cebolinha vai em uma janela de um prédio e joga as figurinhas em cima do Cascão e da Mônica. 

Cascão pergunta porque jogou fora as figurinhas dele e Cebolinha diz porque é Ano-Novo, todo mundo joga papel na ruas, é tradição. Mônica acha uma porqueira e Cebolinha diz que é divertido olhar para a rua e ver monte de papel picado caindo, quando do nada cai um monte de papel em cima dele. Mônica e Cascão perguntam a ele se é realmente divertido, só se for para o papel e Cebolinha pergunta porque eles querem ser diferentes de todo mundo, é Ano-Novo, vida nova, tempo de confraternização, festa e tem que comemorar a nova era, enquanto todas as pessoas estão jogando papeis picados pelas janelas.

Mônica percebe Cebolinha falando "nova era" sem trocar as letras e enquanto ele fica falando que na nova era tudo vai ser permitido, vão espalhar papeis na rua e revirar latas de lixo, Mônica pega uma mangueira e joga em cima dando banho nele. Ela comenta com Cascão que Cebolinha nunca diria "nova era" e descobre que era um monstrinho de lama do Capitão Feio. Ele conta que Capitão Feio raptou algumas pessoas colocando monstrinhos de lama no lugar para jogar papeis picados nas ruas e convencer todo mundo fazer o mesmo.

O monstrinho chora, implora para Mônica não bater nele e foge. Mônica fica surpresa, achando que ia bater nele. Cascão fala que é a fama dela e Mônica se surpreende saber que as pessoas têm medo dela e, então, faz a promessa de que a partir de agora não vai mais bater em ninguém, vai ser uma pessoa diferente, vai colher flores e cantar com os passarinhos e pergunta se Cascão quer ir com ela saltitar na grama verde. Cascão faz cara de surpresa e mostra língua de fora, achando que ela estava falando bobeira. Cascão comenta que eles tem que resgatar o Cebolinha, derrotar o Capitão Feio e salvar o Ano-Novo e isso tudo em 10 páginas. Mônica colhe umas flores rapidamente, coloca laço na cabeça e eles entram no bueiro para salvar todos.

Na segunda parte da história, Capitão Feio comenta que adora o Ano-Novo. todos estão jogando quilos de papel na rua. Cebolinha fala que nunca vai dar certo, a pessoas não vão colaborar com porcaria e Capitão Feio mostra imagens das pessoas se divertindo sem perceber a imundície que estão fazendo e o que ele quer é reinar num mundo porco. 

Cascão, escondido com Mônica, fala que o plano é ela invadir lá, usar a forma dela e acabar com todos eles. Quando surgem, Cascão manda Mônica acabar com eles e em vez de bater no Capitão Feio, dá flores para ele e dizendo "faça amor, não faça guerra". Cascão chama atenção dela e Mônica diz que prometeu não bater mais em ninguém e, assim, foi fácil o Capitão Feio prendê-los, dizendo que agora ninguém vai mais o deter, as ruas vão estar tão cheias de papel picado que vai ser impossível passar por elas e vai ser o caos.

Um monstrinho alerta que espera não chover porque lixo e chuva não combinam, a água vai levar os papéis no bueiro e entupir os canos, causando enchente lá. Capitão Feio não quer governar uma cidade alagada, mas estar certo que não vai chover, quando do nada, troveja forte e a chuva inunda o esgoto. Cascão fica desesperado para sair de lá. Consegue se soltar e, junto com Mônica, salva as pessoas raptadas e fogem, enquanto Capitão Feio tenta com os monstrinhos controlar a saída do papel. A turminha sai de lá, a chuva limpa a cidade e os papeis vão entupindo o esgoto, dando mais trabalho para o Capitão Feio e monstrinhos desentupirem.

Começa a festa de Réveillon, a turma toda está reunida e Mônica comenta que depois disso  tudo ninguém mais vai querer jogar lixo nas ruas. Cascão diz que na hora do "vamos ver", ela quase estraga tudo. Mônica, então, promete que no ano que vem vai continuar a bater em todo mundo. Os meninos se queixam, que isso é coisa que se prometa e devia prometer ser mais legal com os amigos e nunca mais deixá-los na mão. Mônica promete isso e Cebolinha pergunta ao Cascão o que e ele prometeu e Cascão diz a mesma coisa que faz todos os anos de passar mais um ano sem tomar banho.

Começa os fogos de artifício e eles desejam um Feliz Ano-Novo para todo mundo e que todos os sonhos se realizem. Cascão cobra do Cebolinha as figurinhas e ele diz que o monstrinho de lama jogou tudo fora. Cascão diz que ou ele paga ou conta para a Mônica que ele está com o coelhinho dela no bolso. Mônica dá surra no Cebolinha e Cascão dá gargalhada vendo eles brigando e fala que vão ficar o ano inteiro brigando. Com a ideia de que o que eles fazem na virada do ano, vai acontecer em todo o resto do ano, Mônica e Cebolinha correm atrás do Cascão pela festa para darem banho nele com baldes d'água pra ver se ele toma banho o ano novo inteiro, terminando assim.

É uma boa história com o Capitão Feio com plano de todos jogarem papeis nas ruas no Ano-Novo para ficarem sujas e mais fácil de ele dominar o mundo. Mônica quase pôs tudo a perder com a sua promessa de não bater mai em ninguém e ficar extremamente boazinha, mas graças a chuva que fez inundar o esgoto, eles conseguiram se salvar. E ainda personagens envolvidos com promessas de Ano-Novo e uma festa de Réveillon com turma reunida e diálogo com os personagens à parte.

A história mostra mensagem a pessoas que ficam jogando papéis picados nas janelas durante o final do ano, principalmente empresas no último dia de expediente do ano. Na época era muito comum isso, inclusive, faziam matérias nos jornais da TV como se fosse coisa normal. Só que o lixo fica na rua entupindo bueiros e mais chance de ter enchentes se chover, ainda mais em chuvas de verão comuns na época do ano. 

Também tem crítica ao costume do Ano-Novo, de achar pieguice as pessoas arrumarem casa, deixar tudo bonito e nada de ruim acontecer na hora da virada do ano para que seja tudo perfeito em todo o próximo ano. Daí, a piada final de Mônica e Cebolinha querer dar banho no Cascão para que ele tome banho o ano novo inteiro.

Quem acompanhava as revistas pelo menos na primeira metade dos anos 1990 até então, deu para notar que estava diferente o estilo nessa, já estavam começando a mudar, mesmo que ainda diferenças sutis. Nas histórias do Emerson, os personagens ficam mais sarcásticos, debochados, fazendo ironias e  piadas com tudo. Voltadas ao nonsense, privilegiam mais as tiradas dos personagens do que o roteiro em si. Comum também histórias grandes e divididas em capítulos e ritmo mais acelerado.

Essas de 1997 e 1998 até que não eram ruins, apesar dos personagens começarem a ficar sarcásticos, mas ainda estavam na medida certa. Os traços eram bons, ainda não tinham caretas exageradas, no máximo mostravam personagens com cara de espanto,  com corpo inclinado, braços e mãos abertos e pés para cima (como destaquei na imagem de topo dessa postagem) quando um outro personagem falava uma piada infame ou então ficavam de língua pra fora quando achavam que o outro falou bobeira. As linguinhas de fora foram um marco na época, que até tinham questionamentos por que os personagens viviam tempo todo de língua para fora.

Um exemplo maior dessas tiradas fora de roteiro foram os diálogos entre Mônica e Cascão na 4ª página da história (página 6 da revista)  e na última página da primeira parte (página 12 da revista). Com o passar do tempo, já nos anos 2000, foram aumentando as tiradas, tendo enrolação, o chamado "encheção de linguiça", personagens cada vez mais sarcásticos, falando gírias, mais saltitantes, caretas que não condizem com a história, parecendo monstros. Tudo ficando de forma bem exagerada que mudou completamente os personagens e outros roteiristas passaram também a seguir esse estilo. Se ficassem assim como em 1997 e 1998 e só nas histórias do Emerson para diferenciar dava para aceitar mais.

Nessa história eu achei que teve uma descaracterização do monstrinho de lama achar ruim que as pessoas ficam emporcalhando cidade com papéis picados. Em outros tempos, ele ia gostar da sujeira nas ruas. Cascão também ficou descaracterizado, ele devia apoiar os papeis picados, pelo menos fazer cara alegre quando o falso Cebolinha jogava papel na rua e Cascão fazia cara que não estava gostando e de espanto o tempo todo. Mônica ficar surpresa do monstrinho e as pessoas terem medo dela porque bate nos outros e fazer promessa em bater ninguém por causa disso também achei descaracterização dela. E estava na cara que não era o Cebolinha com quem eles estavam falando, custaram a perceber isso, se percebessem desde que ele falou "sai da frente", iam diminuir metade dos seus problemas.

Uma curiosidade que dessa eles ficaram em uma área do bairro com prédios e ruas asfaltadas, ao invés de gramas e casas tradicionais. Isso ficou diferente também. A capa dessa vez com alusão à história de abertura por ser um roteiro temático de Réveillon. E essa história foi a última de Réveillon com a Turma da Mônica, depois disso só fizeram histórias de Natal com eles.

UM FELIZ ANO-NOVO A TODOS!!!

domingo, 27 de dezembro de 2020

Os parentes da Magali (Parte 2)


Postagem Nº 900 do Blog. Há algum tempo havia postado sobre a família da Magali e parentes dela que haviam aparecido em apenas uma história. Já tinham bastante e por incrível que pareça encontrei outros parentes da Magali e, assim, nessa postagem mostro esses que faltaram.

A família fixa da Magali é composta pelos pais Seu Carlito e Dona Lili e o eu gato Mingau morando na casa dela, assim como a avó Dona Gertrudes (mãe de Dona Lili), avô Seu Genésio (casado com Dona Gertrudes), avó Dona Cota (mãe do Seu Carlito), Tia Nena (tia-avó por parte de mãe), Tio Pepo (casado com Tia Nena), primo Dudu e seus pais sendo tios da Magali (Dona Cecília, como irmã do Seu Carlito e eu Durval, casado com Dona Cecília). Fora esses, tiveram vários parentes de uma história só, normalmente tios e primos que gostavam de criar de acordo com cada roteiro. Além os da outra postagem, tem esses desta que mostro a seguir.

Teve a prima Carla, que apareceu na história "Um pequeno problema", de Mônica Nº 74' (Ed. Abril, 1976). Nela, Mônica fica deprimida por ser baixinha e Magali tem ideia da Mônica falar bem alto, nunca viu uma voz tão autoritária como ela. Mônica passa a falar muito alto com todo mundo, assustando todos com a força das suas cordas vocais. Porém, quando Magali apresenta a sua prima Carla, baixinha e que fala mais alto que a Mônica e dar lição de moral com muita sabedoria, deixa a Mônica mais para baixo e bem mais deprimida do que quando começou a história, chegando a ficar pequenininha. 

Prima Carla na HQ "Um pequeno problema" (1976)

Primo Joãozinho apareceu na história "Minha bolhinha!" por volta de 1978 e republicada no Almanaque da Mônica da Mônica Nº 37', de 1993. Mônica estava com vergonha de ter bolha nas mãos, piorando quando Cebolinha descobre e fica a perturbando e quando uma menina fofoqueira descobre e resolve espalhar para todo mundo. Magali apresenta o seu primo Joãozinho. Mônica tem interesse por, mas faz de tudo para esconder dele as mãos com bolhas, até enfiando cabeça em um buraco que nem avestruz. Joãozinho diz que não liga para as bolhas, sinal que tem mãos macias e eles passam a namorar e no final Cebolinha leva um tapa da Mônica deixando o rosto dele marcado com a mão dela. 

Joãozinho foi o primeiro e único primo menino figurante que a Magali teve, as outras primas eram só meninas de idades variadas. Poderiam ter colocado no lugar o Reinaldinho ou qualquer outro "menino mais fofo da rua", mas pelo visto quiseram colocar como um primo da Magali para diferenciar.

Primo Joãozinho na HQ "Minha bolhinha!"

Já na Editora Globo, teve o Tio Edu na história "O anticomilão", de 'Magali Nº 31', de 1990. Edu está com sua namorada Kátia e sempre que vão a algum lugar para comer, Edu coloca defeito que faz mal para saúde do tipo que linguiça é de má digestão, sanduíches causam úlcera, ovos fritos causam infarte porque é colesterol puro, doces engordam e estragam dentes e verduras tem agrotóxicos, um veneno para saúde. Sendo interrompido ao falar mal de carne, o casal vai a casa da irmã dele e chegando lá, descobre que ele era irmão da Dona Cecília e tio do Dudu, que é enjoado para comer e sabendo a quem ele puxou.

Tio Edu na história "O anticomilão" (1990)

Em 1990, o Edu era apenas tio do Dudu sem ter parentesco com Magali, já que o Dudu era apenas amiguinho dela. Depois que mudaram de forma fixa colocando o Dudu como primo da Magali e os pais dele como tios dela, então o Edu passou a ser considerado tio da Magali nos dias atuais.

Tio Edu na história "O anticomilão" (1990)

Na história "Férias de um gato", de 'Magali Nº 80', de 1992, tiveram a Tia Zel e as primas gêmeas Júlia e Juliana. Nela, Magali e sua família foram viajar na casa de praia da Tia Zel e levaram o Mingau junto, para o seu desespero, que não gostou nada de terem tirado do conforto da sua casa. Só o fato de sair de casa, já deixou Mingau apavorado e a situação piorou ao ver as primas gêmeas, que ficaram esticando, apertando o gato enquanto brincavam com ele, passando bastante sufoco. Mingau só passa ter sossego e considerando que está de férias quando volta para casa.

Tia Zel e primas Júlia e Juliana na HQ "Férias de um gato"

Primeira vez que Magali tem primas gêmeas para ver como eram bem criativos. Não diz se Tia Zel e as primas gêmeas são por parte de mãe ou de pai da Magali, mas dá para entender que seja de mãe. Essas parece que foram inspiradas em familiares ou amigas da roteirista Rosana Munhoz, ela gostava de criar histórias baseados em parentes e amigos da vida real.

Tia Zel e primas Júlia e Juliana na HQ "Férias de um gato"

Prima Patinha (Pati) apareceu na história "Não sou boneca", de 'Magali Nº 123', de 1994. Essa foi a prima mais velha que ela teve, foi prima por parte de mãe. Nela, os pais deixam a Magali com a prima Patinha, uma adolescente que cisma em ficar maquiando a Magali como se fosse boneca. 

Prima Patinha na HQ "Eu não sou boneca"

Mônica vai visitá-la e acaba sendo também maquiada pela prima Patinha, que ainda resolve tingir os cabelos delas. São salvas com a chegada dos pais da Magali e no final as meninas fazem o Mingau como boneco, enfeitando e maquiando o gato.

Prima Patinha na HQ "Eu não sou boneca"

Na história "Família de peso", de 'Magali Nº 199', de 1997, foram mostrados vários parentes da Magali de uma vez só. Magali estava inconformada por ser magrela demais e Mônica tem a ideia de ver álbum de fotografias da Magali para ver se puxou a alguém da família.

São mostradas, então, fotos dos tios dela, todos bem gordos e comilões. Mostrou a Tia Jurema, Tio Roberval, Tia Maricotinha, Tio Alfredo, Tio João e um tio que ela nem sabia quem era porque não cabia na foto de tão obeso que era. Ao ver foto da mãe, viu que era magrinha e Magali acha que puxou a ela. Porém, Dona Lili diz que a avó da Magali era magra quando jovem e ficou gorda depois de adulta, deduzindo, assim que Magali vai engordar quando tiver velha. Aí, Magali passa a comer muito pra aproveitar enquanto pode comer a vontade sem engordar.

Tios gordos da Magali na HQ "Família de peso" (1997)

Mostraram nessa uma avó da Magali por parte de mãe, sem ser a Dona Gertrudes. Ou seria outra avó aparecendo só nessa ou a intenção seria a Dona Cota, mãe do Carlitos, ficando na interpretação de cada um. Ela foi desenhada diferente e a Dona Cota, até então, já havia aparecido em 'Magali Nº 100' (1993) "Nº 118" (1993) e "Nº 166" (1995) com o mesmo estilo de traços. Se for Dona Cota, erraram ao afirmar que é mãe da Dona Lili, porém já a mostraram como mãe de Dona Lili em "Chapeuzinho amarelo", de 'Turma da Mônica - Uma aventura no Parque da Mônica Nº 12' (Ed. Panini, 2007). Para mim, ela sempre foi mãe do Seu Carlitos que veio do Ceará, bem mais coerente.

Avó da Magali na HQ "Família de peso" (1997)

Já a prima Ritinha apareceu na história "Magricela e comprida", de 'Gibizinho da Mônica Nº 82', de 1997. Mônica estava deprimida por ser baixinha e gorducha. Magali a apresenta a sua prima Ritinha, que dá dicas para a Mônica ficar alta e magra. 

Prima Ritinha na HQ "Magricela e comprida" (1997)

Na verdade, Ritinha não era daquele jeito, mas com sapato com salto bem alto, roupa com listras verticais, carregando bolsa e cabelos apropriados a deixaram com aspecto que era alta e magra e Mônica passa a pôr em prática as dicas da Ritinha para impressionar a todos, principalmente Cebolinha e Cascão para deixarem de xingá-la, mas se atrapalha para andar com o salto alto, cai e desiste, voltando ao seu estilo normal, mas no final Cebolinha e Cascão, bem atrapalhados, tentam também ficarem altos e magros.

Prima Ritinha na HQ "Magricela e comprida" (1997)

Sem dúvida a família da Magali foi a mais interessante, uma excelente árvore genealógica. Eles gostavam de criar parentes para ela e em todos os momentos foram bem decisivos em suas histórias e alguns até tinham potencial para ficarem fixos nas revistas. Todos os personagens tiveram seus parentes bons, mas os a Magali ganha, se reunir dos outros personagens não dariam duas postagens no mesmo nível. Se por acaso eu encontrar outros, atualizo nessa postagem.

Para ver os outros parentes da Magali, não deixe de ver  a primeira parte da postagem.

quinta-feira, 24 de dezembro de 2020

Mônica: HQ "Papai Noel dentuço?"

É Natal e compartilho uma história em que a Mônica perde a memória e pensa que é o Papai Noel. Com 8 páginas, foi história de abertura de 'Mônica Nº 116' (Ed. Abril, 1979).

Capa de 'Mônica Nº 116' (Ed. Abril, 1979)

Mônica sai distraída de uma loja de fantasia e se assusta quando Cebolinha mostra uma aranha para ela e vai cair no meio das fantasias da loja. Cascão reclama com Cebolinha que não devia ter mostrado a aranha dele e agora vão apanhar. Cebolinha diz que tem um plano B que nunca falha e que a Mônica vai até beijar os pés dele.

Cebolinha se aproxima da Mônica, que ao se ver ver no espelho vestida de Papai Noel, pensa que é ele e coloca Cebolinha e Cascão dentro de um saco. Ela vai até ao telhado de uma casa e Cascão até pensa em sair do saco, mas ao sair quase cai do telhado e volta para o saco, pensando que a Mônica acha que é uma cegonha. Cebolinha vai conferir e se assusta com a altura que estão e pergunta se eles não merecem um castigo tão grande.

Mônica ri que nem Papai Noel, Cascão reclama que não é hora para ela rir, não é ela quem vai despencar lá de cima e Mônica fala que tem que mudar de loja de brinquedo, pois os bonecos estão sem educação e uma boneca está suja. Cebolinha ri, Cascão pisa no dedão do pé do Cebolinha, que fala palavrões, e Mônica sacode o saco, gritando que é para eles terem educação e não quer que pensam que Papai Noel só dá brinquedos malcriados. Cascão estranha Mônica achar que é Papai Noel e Cebolinha deduz que ela bateu a cabeça na loja de fantasias e por isso está no telhado ao lado da chaminé.

Cascão reclama que não vai passar o Natal lá e nada vai segurá-lo e Mônica dá um nó no saco para eles não saírem. Já de noite, Mônica tenta entrar pela chaminé quando bate a cabeça com o verdadeiro Papai Noel, que também estava entregando presentes na hora. Papai Noel pergunta para Mônica quem é ela e os meninos pensam que lá fora tem outro biruta pensando que é Papai Noel.

Mônica fica na chaminé impedindo o Papai Noel de entregar os presentes, fala que é para ele entrar pela janela porque na chaminé entra só o verdadeiro Papai Noel que é ela. Magali sobe até o telhado  e pergunta o que está acontecendo. Mônica e Papai Noel ficam discutindo quem é o verdadeiro e Magali fala que não aguenta mais esperar pelo presente e que ele dê lá mesmo. Papai Noel diz que não pode porque a tradição exige que ele tem que descer na chaminé.

Um policial aparece reclamando que a bagunça está acordando a vizinhança. Um dos meninos fala que deve ser mais um louco e, assim, o policial prende todo mundo e leva para a delegacia de carro. No caminho, a bagunça continua no carro até que um duende do Papai Noel paralisa o carro e avisa que demorou para achá-lo e também tinha congestionamento no caminho.

O Duende pergunta o que vão fazer com eles, Papai Noel pega a varinha com o Duende e, com versinhos, faz as crianças adormecidas voltarem para as suas casas como se nada tivesse acontecido e faz tudo vai voltar ano normal no bagunçado Natal. Fica aliviado que Natal é só uma vez por ano e finalmente vai entregar os presentes da criançada. No final, cada um volta para a cama de suas casas. Os 4 acordam ao mesmo tempo estranhando. Mônica deseja Feliz Natal à turminha e eles também desejam e termina com Mônica dormindo e eles estranhando a situação.

História legal com Mônica perdendo a memória e pensando que é Papai Noel e querer entregar presentes de Natal. E ainda fazer Cebolinha e Cascão como presentes pensando que eles eram bonecos. Pelo menos Papai Noel verdadeiro conseguiu resolver tudo no final e voltar a ser um Natal tranquilo.

Foi engraçado a Mônica colocar os meninos dentro do saco e levá-los para o telhado da casa a ponto de eles caírem de lá, Naquela época Mônica era bastante autoritária e sem memória, aí que piorou. Foi bom também vê-la discutir com o Papai Noel, e todos serem levados para a delegacia por perturbar descanso público e desacato a autoridade. E  magia do Papai Noel fazendo tudo voltar ao normal, com crianças voando para voltarem para as suas camas foi excelente.

Eram comuns histórias com personagens perdendo a memória, geralmente acontecia quando alguém bate a cabeça. A Mônica até poderia ter voltado ao normal quando se esbarrou com o Papai Noel na chaminé, mas pelo visto quiseram dar continuidade para ela poder discutir com ele e ver qual deles ia entregar os presentes. Interessante que foram logo na casa da Magali, podia ter sido qualquer casa.

Foi bom retratar o medo da Mônica por insetos e esse o motivo de ela pular para a loja de fantasias para se afastar da aranha e perder memória. Teve absurdo da Mônica cair nas fantasias e já ficar vestida de Papai Noel do nada. São absurdos de histórias em quadrinhos que sempre eram divertidos. Ficou vestida e pronto sem ter que dar explicações. Impublicável atualmente, principalmente Mônica deixar Cebolinha e Cascão dentro de um saco o risco dos meninos caírem do telhado a turminha ser presa pelo policial, não tem chance de fazer história assim hoje em dia.

Traços típicos do final dos anos 1970, já estavam bem menos pontiagudos, dava para lembrar o jeito que ficariam nos anos 1980. O cenário retratando a noite também ficou sensacional. Foi republicada depois em 'Almanação de Férias Nº 6' (Ed. Globo, 1989) e depois algumas vezes, embora não com muita frequência, em almanaques especiais de Natal como em 'Mônica Especial de Natal Nº 4' (Ed. Globo, 1998). Termino mostrando as capas desses almanaques.

UM FELIZ NATAL A TODOS!!!

Capa 'Almanacão de Férias Nº 6' (1989)
Capa 'Mônica Especial de Natal Nº 4' (1998)




terça-feira, 22 de dezembro de 2020

Capa da Semana: Chico Bento Nº 61


Uma capa em clima de Natal muito bonita com Chico Bento em um burrico junto com os Reis Magos para entregar frutas para o Menino Jesus. Muito caprichada.

Curiosidade que essa revista só a capa que foi natalina e teve nenhuma história de Natal. As vezes acontecia isso de ter capa de Natal e por dentro só histórias normais e até mesmo não ter capa de Natal, mas no miolo ter alguma história natalina. Não era regra, faziam bem como achavam melhor. E era legal esse selo do Bidu nas capas das revistas de 1984 em homenagem aos 25 anos da MSP até então. 

A capa dessa semana é de 'Chico Bento Nº 61' (Ed. Abril, Dezembro/ 1984).

sábado, 19 de dezembro de 2020

Uma história de Natal do Astronauta no planeta Coelhúpter


Compartilho uma história de Natal com o Astronauta em que coelhinhos extraterrestres pensaram que ele era o Papai Noel. Com 6 páginas, foi publicada em 'Almanaque da Mônica Nº 11' (Ed. Abril, 1981).

Capa de 'Almanaque da Mônica Nº 11' (Ed. Abril, 1981)

Começa o Astronauta se lamentando que era Natal e ele no espaço sozinho, com saudades da fazenda, dos pais e seu amigo Ditão e imagina que todos estão alegres, se abraçando e desejando felicidades um para os outros. Até que ele vê o planeta Coelhúpter, cheio de verde, e resolve parar lá para fazer um piquenique de Natal.


Astronauta comenta que não deve ser ruim fazer piquenique sozinho, pelo menos come mais e sai da nave com um saco grande cheio de comida. Só que ele cai em um buraco e vai cair na toca de 2 irmãos extraterrestres em forma de coelhinhos. Eles pensam que Astronauta era o Papai Noel, chegando antes de eles dormirem, o irmão Marcoelho até estranha que ele não tinha barba longa e roupa vermelha, mas a irmã fala que o que importa é o presente que vai dar para eles.

Eles ficam bem entusiasmados, loucos para contarem para os amiguinhos que o Papai Noel esteve na casa deles e Astronauta fala que não é Papai Noel e que é o Astronauta, personagem de quadrinhos. Eles perguntam se não é, por que está com um saco e se a barriga grande é cerveja. Astronauta diz que no saco só tem lanchinhos e eles vibram em ver mortadela, acha presente estranho, mas importante que lembrou deles. Eles agradecem e abraçam o Astronauta falando que ele é o cara mais gordo e mais legal do mundo.

Astronauta se irrita e grita que não é Papai Noel e os irmãos mandam para ele falar baixo porque os pais vão colocá-los de castigo se souberem que ficaram acordados esperando. Marcoelho pede para Astronauta descansar na cadeira porque ainda vai visitar outras tocas do planeta e a irmã resolve fazer um lanche para ele. Astronauta explica que não é o Papai Noel, no saco não são presentes, só ia fazer um lanche e que Papai Noel não existe.

Os coelhinhos perguntam se os pais deles mentiram para eles o tempo todo, quem dava os presentes que eles ganhavam todo ano e por que escreviam carta para ele se Papai Noel não existe. Eles sentam na cadeira e ficam chorando e Astronauta vai embora bem triste e emocionado. 

Logo depois, surge Papai Noel entrando pelo buraco da toca, os irmãos se escondem atrás da Árvore de Natal e o Papai Noel deixa os presentes de cenoura e mortadela lá e vai embora. Os coelhinhos ficam felizes, falam que Astronauta estava errado, valeu a pena ficarem acordados e a turma não vai acreditar quando contarem. No final, mostra o Astronauta, vestido de Papai Noel na nave, falando que ele existe sim, até na roupa de um astronauta.

História bem legal e emocionante com o Astronauta tendo que lidar com 2 coelhinhos do planeta Coelhúpter que achavam que ele era o Papai Noel. Astronauta foi estúpido e grosso com eles, mas ao ver as tristezas deles, acabou se redimindo e se vestiu para alegrá-los e alimentar a fantasia deles. Ele não devia ter falado que Papai Noel não existe, podia ter entrado na conversa e ter dado os lanches para eles como se fosse Papai Noel, pelo menos voltou atrás no final. Deu pena vê-los tristes na revelação que Papai Noel não existe e muito bom ver as carinhas de felicidade dos coelhos quando veem o Papai Noel. Bem criativo o nome do planeta como Coelhúper, mistura de coelho com Júpiter. E pena que não colocaram um nome para a coelhinha, apenas o irmão Marcoelho que teve.

Interessante colocarem a cultura do Natal e chegada de Papai Noel do planeta Terra no planeta Coelhúpter e comparação dos irmãos coelhos como crianças humanas, deixando o Natal universal. Com adaptação, essa história podia ser com outro personagem, mas quiseram deixar com Astronauta para ficar diferente. Inclusive já tiveram histórias assim com criança confundindo personagem como Papai Noel, sempre mostra uma bonita mensagem em histórias desse tipo.

Era normal também terem histórias mostrando que Papai Noel não existe, mas deixando no final que existia. Hoje em dia, costumam colocar sempre o Papai Noel real e por isso essa história do Astronauta seria impublicável. Citar cerveja nos gibis hoje também é proibido e não colocariam diálogo assim dos coelhinhos dizer que o Astronauta era gordo por causa de cerveja, fora o bullying com os gordos.

Traços excelentes, típicos do início dos anos 1980. Astronauta não era gordo, mas dentro do traje especial, dava a aparência de ser gordo e baixinho. Atualmente mudaram o estilo, muitas vezes ele nem aparece no traje espacial e quando aparece, adaptaram de uma forma que dá pra perceber que é alto e magro, tanto com ou sem traje espacial. Nunca foi republicada até hoje, assim como todas as histórias desse 'Almanaque da Mônica Nº 11'. Foram só histórias inéditas e sem serem republicadas até hoje.