quarta-feira, 31 de janeiro de 2018

Uma história do Piteco com Eclipse do Sol

Nunca postei histórias de 1 página soltas aqui no Blog, fora as do Horácio. Então, de vez em quando vou passar a mostrar, já que mesmo sendo 1 página tinham bastante qualidade, e dessa vez mostro uma com o Piteco e Thuga, que foi publicada em 'Cebolinha Nº 117' (Ed. Abril, 1982) e republicada depois em 'Almanaque da Mônica Nº 25' (Ed. Globo, 1991).

Nela, Thuga está triste, se sentindo sozinha, quando aparece o Piteco e se prontifica a conversar com ela, na condição de ficar até anoitecer. Thuga começa a falar sobre assuntos como o futuro deles, o que eles têm comum, amor, casamento, assustando o Piteco, até começa um Eclipse do Sol e fica tudo escuro e Piteco vai embora. Logo depois, o Sol volta a aparecer e Thuga levanta a mão fechada para o Sol reclamando que até ele está contra as investidas de namoro dela com Piteco.

Muito interessante a história, como eles não sabiam o que era Eclipse do Sol pensavam que o tempo escureceu antes do tempo, o que foi a deixa para o Piteco cair fora do papo de amor e casamento que a Thuga estava interessada, para o desespero dela e ainda foi tomar satisfação com o Sol por causa disso. Traços bem caprichados também, já começando aos poucos o estilo da fase consagrada dos anos 80. 

Histórias de casais eram bem interessantes, e as tentativas frustadas da Thuga de conquistar o Piteco eram bem boladas, mesmo que no fundo ele gostava da Thuga, só não queria dar o braço a torcer e sempre caia fora. A seguir mostro a história completa:


domingo, 28 de janeiro de 2018

Capa da Semana: Cebolinha Nº 147

Uma capa fazendo alusão à história de abertura, como era de costume nos gibis do Cebolinha na Editora Abril. Dessa vez, com o Cebolinha fugindo da Mônica pelo telhado da casa, carregando o Cascão e o Sansão em um sofá da sala, fazendo alusão à história "Muito nó para uma orelha só", excelente também, em que o Cebolinha e Cascão tem que impedir a Mônica de ver os nós que deram nas orelhas do Sansão, a ponto de arrancarem as suas orelhas, para não apanharem. 

A capa ficou bem caprichada, cheia de movimento, e sem querer até considera uma piadinha do Cebolinha ser capaz de tudo pra fugir da Mônica, até subir pelo telhado carregando sofá e tudo.

Capa dessa semana é de 'Cebolinha Nº 147' (Ed. Abril, Março/ 1985).


quinta-feira, 25 de janeiro de 2018

Revista Parque da Mônica Nº 1 - Editora Globo


Há 25 anos, o Parque da Mônica era inaugurado no shopping Eldorado, em São Paulo. Junto com o Parque, foi lançada a "Revista Parque da Mônica" no mesmo dia como forma de divulgação. Então, nessa postagem eu falo sobre o Parque da Mônica e como foi a edição "Nº 1" da sua revista.

A inauguração do Parque da Mônica foi no dia 25 de janeiro de 1993. Um parque coberto e climatizado localizado no Shopping Eldorado em São Paulo, com intenção de colocar os leitores dentro do universo da Turma da Mônica, as crianças se sentirem como se estivessem nos gibis, afinal, o cenário do Parque era inspirados nos gibis, e interagirem com os personagens ao vivo, como já faziam em peças de teatro até então, além de resgatar o "quintal perdido", já que na cidade grande de São Paulo já não tinham mais locais para crianças brincarem com segurança como foi na infância do Mauricio de Sousa.  O Parque da Mônica foi marcado como o primeiro parque climatizado no Brasil.

Os brinquedos não eram interativos, não funcionavam sozinhos e tinham temas dos personagens, como "Casa da Mônica", "Tumba do Penadinho", "Carrossel do Horácio", entre outros, além de peças de teatros, Cinema 3D, entre outros . Ao longo dos anos, foram sendo criado outros brinquedos e até criaram filiais de Parque em Curitiba (em 1998) e no Rio de Janeiro (em 2000), mas sem grande sucesso como o de São Paulo e não duraram muito. Em 2010, o Parque da Mônica de São Paulo fechou por término de contrato com o Shopping Eldorado e foi reinaugurado depois em 2015, no Shopping SP Market. só que com outros brinquedos bem diferentes, mais tecnológicos com mais interesse das crianças atuais, porém não repetiu o sucesso e a repercussão do Parque original.

Entrada do Parque da Mônica original
Para divulgar o Parque original, no mesmo dia 25 de janeiro de 1993 foi lançada a "Revista Parque da Mônica". Era mensal de tamanho convencional com 68 páginas e em cada edição, a história de abertura era ambientada no Parque da Mônica e as demais histórias eram normais, com a turma toda. Raramente tinha alguma história do Parque no miolo e quando tinha eram curtas.

Além da história de abertura ser sobre o Parque, o diferencial da revista era sempre ter a seção "Notícias do Parque", uma espécie de "jornalzinho" informando sobre o que estava acontecendo no Parque, ou seja, acompanhamos os lançamentos dos brinquedos, peças de teatro que estavam em cartaz lá no "Teatro do Parque", entre outros. Além de mostrar informações de lá, tinham edições que também mostravam as novidades do estúdio e entrevistas diversas. Em uma época que não tinha internet para o público saber notícias do estúdio, a revista era uma ótima opção para isso. E na coluna "O que rola no Parque", mostravam as imagens atuais de dentro do Parque, com muitas fotos das crianças que visitavam. A seção "Notícias do Parque" foi perdendo espaço no final dos anos 90 sendo extinta de vez do nada nos gibis a partir de 2003. Tinha também "Correio da turma" e passatempos como seções.

Capa de "Notícias do Parque"
As capas sempre eram com alusão à história de abertura. O layout da revista era uma faixa ondulada e colorida no canto esquerdo da revista e o título sempre aparecendo com nome vermelho e ondulação de cor amarelo ou laranja e a imagem da Mônica e cebolinha em um escorregador ondulado ao lado do título, que era o design do Parque. Porém, a partir da edição "Nº 85", de janeiro de 2000, mudaram o layout e não colocaram mais a faixa ondulada na lateral, o título da revista passaram a ter outras cores, além dos tradicionais. Sempre abria com um frontispício comentando sobre a história de abertura a ser mostrada.

Até a edição "Nº 9", essas histórias relacionadas ao Parque eram apresentação dos brinquedos, então, cada história, o leitor conhecia sobre os tais brinquedos e o que podiam encontrar. Com isso, tiveram histórias com "A casa da Mônica", "Brinquedão", "Tumba do Penadinho", "Sítio do Chico Bento", "Casa do louco", "Carrossel do Horácio", "Teatro do Parque", "Praça de alimentação da Magali" e "Brinquedinho" nas 9 primeiras edições, nessa ordem.

Capas de 'Parque da Mônica' Nº 1 ao Nº 12, de 1993
A partir do "Nº 10", começaram a desenvolver aventuras sem serem um brinquedo específico. Passaram a ser no Parque todo, de acordo com a história. Eram comum também histórias com a Turma da Mônica contracenando com secundários, em algumas apareciam todos os núcleos de personagens. Todo mundo ia ao Parque e assim todos tiveram pelo menos 1 história solo ambientada no Parque, menos Piteco, sempre esquecido em edições assim. A revista algumas vezes tiveram a volta de alguns personagens esquecidos como o Bicho Papão, Lorde Coelhão, Ab E Surdo, etc.

Foram 165 edições até 2006 e quando foram para a Panini em janeiro de 2007, o nome da revista mudou para "Turma da Mônica uma aventura no Parque da Mônica", durando 44 edições, até o parque fechar em 2010. Com isso, seguiu a numeração apenas sendo chamada de "Turma da Mônica", ficando assim até hoje, mesmo com a reinauguração do Parque em 2015, pois não quiseram voltar a produzir histórias ambientadas no Parque novo.

Capas de 'Parque da Mônica' Nº 13 ao Nº 24, de 1994
Sobre a edição "Nº 1", de 1993, seguiu o estilo inicial, com tradicionais 68 páginas e 7 histórias no total, incluindo tirinha final, além das seções "Notícias do Parque". Não tiveram seções de cartas e passatempos. Abre com frontispício com a turma do Parque contando sobre a novidade da "Revista Parque da Mônica".

Frontispício da edição
Abre com a história "A casa", em que é apresentado o brinquedo "A casa da Mônica" do Parque, com 15 páginas. Nela, Cebolinha acorda cedo seus pais bem animado para ir ao Parque da Mônica junto com o Cascão com intenção de pegar o Sansão que a Mônica havia esquecido na "Casa da Mônica" do Parque. Chegando no Parque, eles são reconhecidos pelo pessoal que frequentava e eles precisam colocar um disfarce de óculos e bigode e aí são confundidos como extraterrestres por conta disso.

Trecho da HQ "A casa"
Eles chegam na "Casa da Mônica", se admiram com a sala grande e Cascão se interessa ver um desenho animado na televisão pedindo para o Cebolinha pegar um refrigerante na cozinha. Cebolinha fica com dificuldade de abrir geladeira, só Cascão que consegue abrir tranquilamente. Logo depois, eles andam pela casa e veem fotos antigas da Mônica com ela de vestido, outra de bebê no colo do seu avô com cara de assustado achando a neta pesada demais, além da Mônica tirando a barba de Papai Noel do seu pai fantasiado na noite de Natal e ela como bebê de bunda de fora, entre outras fotos.

Trecho da HQ "A casa"
Acabam vendo a Mônica verdadeira, que ouviu todas as zoeiras dos meninos ao verem as fotos dela, e eles correm até o quarto e encontram o Sansão na cama e a Mônica estava lá também. Começa uma correria dos 3 pelo quarto e pelo Parque inteiro e eles acabam apanhando da Mônica, sendo tudo presenciado pelos frequentadores do Parque, que aplaudem a surra falando é igualzinho aos gibis. No final, Cebolinha pede pra ir embora e Seu cebola diz que eles não vão embora antes de pedir autógrafo para a Mônica, para o desespero dos meninos que não queriam mais ver a Mônica de jeito nenhum.

História bacana, típica para mostrar o que poderia encontrar na "Casa da Mônica" quem fosse visitar o Parque. Ajudou os leitores a se familiarizarem com o parque, até através das bonitos desenhos com eles circulando pelo Parque.

Trecho da HQ "A casa"
Em seguida, vem "Fora de controle", de 6 páginas, com a Turma do Penadinho. Nela, Frank faz aniversário e ganha um parafuso novo dos seus amigos. Só que ao colocar o parafuso, Frank muda a personalidade, fica louco girando braços e dando cambalhotas e logo depois fica agressivo, querendo quebrar tudo que ver pela frente. Ele sai do cemitério e vai ao Parque da Mônica. Os frequentadores ficam com medo, todos saem correndo do Parque, aparece o exército pra  ver se conseguem detê-lo. Zé Vampir como morcego consegue voar perto do Frank e tira o parafuso novo e então ele volta ao normal. Mas como exército ainda estava no Parque, é preciso Frank e seus amigos se esconderem na Tumba do Penadinho até se acalmar, com Frank falando que já estava ficando em parafuso ficar mais com naquela posição de mãos para cima e Penadinho responde para ficar firme e pra não repetir a palavra parafuso.

Dessa vez foi um caso que teve uma história no Parque da Mônica no miolo, mas era bem raro isso. E interessante que o Parque foi ambientado a céu aberto e não como um local fechado do shopping como de costume.

Trecho da HQ "Fora de controle"
Depois vem "Um aluno muito criativo", com 9 páginas, com Franjinha. A professora do Franjinha estava divulgando as notas  das provas e Franjinha tira zero por colocar só números incompreensíveis em uma prova de História. Franjinha responde que foi porque na hora teve uma inspiração de uma fórmula de crescimento instantâneo. A professora não acredita que ele é inventor e resolve ir na casa dele de surpresa para falar com os pais dele.

Trecho da HQ "Um aluno muito criativo"
Quando ela chega, pisa em uma pedra-botão no chão, que aciona uma armadilha uma invenção "Pega-ladrão" que o Franjinha criou e acaba sendo presa e sendo jogado água nela e Bidu latindo. Os pais pedem desculpas pelo que aconteceu. A professora diz que veio falar do rendimento escolar do filho deles, quando aparece o robô Rodolfo criado pelo Franjinha informando a hora e curiosidade. A professora se assusta tanto que vai parar em cima do lustre da sala. Professora bebe um líquido na mesa pra se acalmar e acaba ficando toda verde. Era uma invenção do Franjinha e os pais a levam para o laboratório dele pra ver se encontra algum antídoto. Lá, a professora toma várias fórmulas, ficando pequena, depois com sardas, virando homem com narigão, cara de berinjela, até que consegue voltar ao normal.

Trecho da HQ "Um aluno muito criativo"
Franjinha chega da escola e encontra todos lá no laboratório. Dona Elza, mãe do Franjinha, pergunta o que ia falar do Franjinha na escola e a professora diz que ele é um aluno muito aplicado,, criativo e um pequeno gênio e vai embora. Passa um tempo, e já na escola, a professora divulga as notas das provas de Ciências e Franjinha tira nota Dez e a professor agradece ao apagador automático que ele deu pra não fazer esforço pra apagar o quadro negro.

História legal mostrando o lado cientista do Franjinha e invenções que ele é capaz de fazer. A professora que se deu muito mal ao ter duvidado dele. Interessante que não mostrou o nome da professora e ela só apareceu nessa história, até porque não é muito comum ter histórias do Franjinha na escola e quando aparece cada história é uma professora diferente.

Trecho da HQ "Um aluno muito criativo"
Em "Visita inesperada" de 3 páginas, com Chico Bento, ele dá comida para as galinhas, porcos, vaca e outros bichos da fazenda. Quando acaba, ele vai comer um pão fresco que sua mãe acabou de fazer e vai na rua e aparece a Magali falando que adorou a história com e ele dando comida par aos bichos e pergunta se não vai oferecer nada para ela comer. Uma história com cross over de personagens pra mostrar a intenção da Magali do Chico dar comida pra ela, assim como fez com os bichos.

Trecho da HQ "Visita inesperada"
Em "Astronauta" de 6 páginas,ele e o Computador resolvem jogar vários jogos pra terem o que fazer e acabar com o tédio do espaço sideral. Tudo que eles jogam, o Computador acaba ganhando para o desespero do Astronauta. Seja no dominó, cartas, buraco negro, basquete, xadrez, futebol e vídeo game o Computador ganhava tudo. Astronauta fica com raiva e reclama que antes estava só entediado e agora tá nervoso também. O Computador diz que não tem culpa se ele é ruim em todos os jogos e Astronauta resolve jogar jogo-da-velha com ele. Nesse jogo, Astronauta ganha tudo e o Computador não entende como consegue perder em um jogo simples como esse e acaba  desistindo de jogar ficando entediado com isso.

Nessa época tinha bastante histórias com o Astronauta na companhia do seu fiel Computador. Ele era a única companhia do Astronauta do espaço e renderam histórias com eles juntos pra driblar a solidão do Astronauta, inclusive o Computador ajudando a sair de enrascadas. Dessa vez jogaram pra se livrar do tédio do espaço.

Trecho da HQ "Astronauta"
O gibi termina com "Mímica", de 9 páginas, com a Turma da Mônica. Nela, Mônica e Magali estão brincando de fazer mímicas e aparecem Cebolinha e Cascão falando que a Mônica está parecendo uma macaca desesperada. Mônica fica uma fera e obriga os meninos a brincarem de mímica com elas senão iriam apanhar. Mônica faz a mímica de tocar piano e o pessoal agradecer, acertada pela Magali. Depois Magali faz uma mímica de comer banana e todos acertam. Em seguida, Cascão faz uma mímica doida de vários gestos que seria uma luta com marcianos de 8 braços e o marciano levou melhor e o Cascão o cumprimentou quatro vezes.

Trecho da HQ "Mímicas"
Depois foi Cebolinha com mímica de dar banho no Cascão abrindo o chuveiro, deixando o Cascão irritado com isso. Por ninguém ter acertado, Cebolinha faz outra mímica de dar nó nas orelhas do Sansão, com Cascão acertando. Cebolinha diz que não é nada disso e Cascão diz que já viu ele dar nó no Sansão igualzinho de manhã cedo. Mônica ouve tudo e dá uma surra no Cebolinha e ela vai embora, terminando a brincadeira. Cebolinha fica desacordado com a surra e cascão pergunta se ele está bem e se quer fazer mímica. Cebolinha acaba dando soco no olho do Cascão, que fala que um gesto vale mais que mil palavras, terminando assim.

História com boas tiradas, era comum ter histórias com a turma reunida brincando juntos de várias coisas, sempre acabando em confusão.

Trecho da HQ "Mímicas"
Termina com a tirinha do Cebolinha vestido de Batman, falando que o homem-morcego vai acabar com a Mônica, só que ela acaba dando surra nele e aparecem morcegos voando em cima dele no lugar das estrelinhas de surra. A seguir, a tirinha da edição:

Torinha da edição

No meio do gibi a seção "Notícias do Parque", com 8 páginas, e na estreia mostrou uma entrevista com o Mauricio de Sousa contando como foi a ideia de criar o Parque da Mônica e o que pode encontrar ao visitar o Parque.

Seção "Notícias do Parque" da edição

Dentre outras coisas, ele falou que a intenção dos brinquedos era dar uma nova cara às brincadeiras de infância dele como correr, se equilibrar em cima de muro, subir em árvore, como se fosse um quintal perdido, falou que o Parque tem cerca de 50 brinquedos, os personagens vão estar sempre circulando por lá, etc.

Seção "Notícias do Parque" da edição

A entrevista teve 5 páginas e logo em seguida tem uma matéria de 3 páginas mostrando os números do Parque como que ele tinha 10 mil metros quadrados, terceiro maior Parque coberto do mundo, foram 4 anos de pesquisas e planejamento com investimento de 10 milhões de dólares. O teatro do Parque tinha capacidade para 300 pessoas e o Cinema 3D para 280 pessoas, tinham 40 banheiros no total e a Praça de Alimentação da Magali dava pra alimentar 2 mil pessoas por hora, entre outras coisas.

Seção "Notícias do Parque" da edição

Como pode ver, o Parque da Mônica foi um lugar muito querido pela criançada, principalmente quem morava em São Paulo e marcou uma era na MSP. Os gibis apesar de criados mais pela divulgação do Parque real até que eram bons e tinha histórias bem interessantes, muitas vezes eram até a melhor do mês. Esse gibi "Nº 1" foi marcado por histórias com secundários, a Turma da Mônica com histórias solo foram só 2 e mais uma tirinha além de histórias consideradas mais longas, com mais de 6 páginas a maioria, o que foi menos quantidade de histórias no total em vista dos gibis da época. A "Notícias do Parque" foi a grande novidade até por  não ter seções diversas na Editora Globo, apenas nessa revista, e ficou bem legal essa entrevista com Mauricio dessa edição. Revista bem interessante, vale a pena ter na coleção e muito relembrar há exatos 25 anos.

domingo, 21 de janeiro de 2018

Rolo: HQ "O meu tipo..."



Nessa postagem mostro uma história em que o Rolo foi curtir uma praia e paquerar a mulherada sem sucesso. Com 5 páginas no total, foi publicada em 'Cebolinha Nº 14' (Ed. Globo, 1988).

Capa de 'Cebolinha Nº 14' (Ed. Globo, 1988)

Nela, o Rolo estava na praia comentando que domingo de sol e praia era cenário ideal para paquerar as mulheres e vai à procura. Ele encontra uma sentada e resolve usar o seu papo para conquistá-la. Ele se aproxima e começa a falar cheio de gírias, que está "vidrado" nela e convida para dar um "giro" para tomar um sorvete "esperto". A mulher acha que é vulgaridade e não gosta que falem gírias e vai embora reclamando que não tem romantismo.


Rolo se convence que não foi romântico mesmo e vai atrás de outra mulher e encontra uma sentada em uma cadeira. Com ela, Rolo é bem educado e romântico, pede licença para sentar ao lado dela e diz que a beleza ofusca o próprio Sol. A mulher acha que ele é careta, pega a sua cadeira e vai embora, deixando o Rolo perplexo, reclama que o pessoal não sabe o que quer e que vai mudar a sua tática.

Em seguida, ele encontra outra e pergunta se ela prefere que use gírias ou a linguagem correta. Ela responde que prefere as pessoas espontâneas e é falta de opinião a atitude dele. Rolo acha que tem razão e passa a ser ele mesmo. Encontra outra mulher a chama de bonita e convida para tomar sorvete. Ela diz que não vai dar. Rolo pergunta se ela não gostou do papo e ela diz que é por causa que não gostou dos pés dele e só namora rapazes de pés bonitos.


Rolo fica surpreso e sem entender as exigências das mulheradas. Ou muita gíria, ou muito careta, ou falta de opinião, ou pé feio, ninguém gosta dele do jeito como ele é. Então, aparece uma mulher falando que gostou dele, achou um gatão e convida pra tomarem sorvete. Rolo olha bem para ela e  fala que não vai dar porque é "cheinha", gordinha demais para o gosto dele, terminando assim.


História muito divertida com a fase do Rolo mulherengo, dessa vez querendo pegar todas as mulheres na praia. Não teve sucesso devido as exigências delas, cada uma tinha uma opinião diferente. É bem engraçado ver as suas tentativas frustadas para conquistar as mulheres e os foras que levou delas, engraçado ele dizer "Será o Bendedito?", expressão pra mostrar situação indesejada, rachei de rir com a mulher que não quis ficar com ele porque tinha pés feios e só namora rapazes de pés bonitos. Acabou o Rolo fazendo a mesma coisa com a mulher que interessou por ele, tendo até um preconceito com as gordinhas.


Com muito bom humor, a história transmite uma importante mensagem através dessas tentativas frustadas do Rolo de que é para você ser espontâneo, ser como você é, sem se importar com a opiniões alheiras  Não mudar o seu jeito por causa dos outros e nem se importar com tipo físico, se é gordo, magro, baixo, alto. Foi uma forma de mostrar a real para os leitores através do humor, como era muito comum nos gibis antigos.


Os traços muito bons, típico dos anos 80 da fase consagrada da Turma da Tina, as mulheres foram desenhadas bem caprichadas e  detalhe que a fonte das letras um pouco diferente do costume da época, é que nas histórias da Turma da Tina de vez em quando colocam letras assim, sendo de qualquer forma eram feitas a mão como as outras tradicionais da época, diferente de hoje que infelizmente as letras são todas digitais.

quinta-feira, 18 de janeiro de 2018

Tirinha Nº 54: Chico Bento

Uma tirinha com Rosinha pensando que o Chico Bento ia pedir a mão dela em casamento para o seu pai e como ele falou que era cedo, Rosinha sugere pedir à noitinha. Ou seja, cedo porque eles eram crianças, mas a Rosinha acho uque era  cedo porque era de dia e à noite seria melhor. Esses trocadilhos eram muito comuns em tiras do Chico Bento envolvendo qualquer personagem. Era muito bom.

Tirinha publicada originalmente em 'Chico Bento Nº 83' (Ed. Globo, 1990).

domingo, 14 de janeiro de 2018

HQ: "Os pasteis da Magali"

Mostro uma história de quando a Magali foi preparar pasteis e eles acabaram criando vida e gigantes comendo tudo que vê pela frente, inclusive quiseram comer a Magali. Com 13 páginas no total, foi publicada em 'Magali Nº 121' (Ed. Globo, 1994).

Capa de 'Magali Nº 121' (Ed. Globo, 1994)

Começa a Magali com fome, mesmo depois de ter comida uma jaca no café da manhã e vai até a casa da Tia Nena, já que estava próximo de lá. Quando chega, vê a casa vazia e encontra um livro de receitas na cozinha e estava aberto na página de pastel.


Magali fica com vontade de comer pastel por causa disso e ela mesma vai preparar, pois a Tia Nena tinha todos os ingredientes na despensa, inclusive encontra umas ervas mágicas, que para ela são "trecos estranhos", que sua tia gosta de experimentar. Magali põe o avental e prepara então os pastéis, sendo que ela fazendo é censurado por conta da sujeira que fez, apenas um letreiro do narrador falando que as cenas são de virar o estômago e foram censuradas para o alívio do leitor.


Depois da massa estar pronta e cozinha toda revirada, Magali se dá conta que faltava o recheio e vê a geladeira vazia. Ela lamenta que tinha que ter visto isso antes e que os pasteis vão ficar vazios, então para compensar coloca as ervas mágicas da Tia Nena pra servir como tempero e dar um gosto.


Magali frita os pastéis, lembrando que se a Tia Nena visse mexendo no fogão, ia dar umas palmadas na bunda. Quando ela vai falar "bumbum", um pastel grita  que está doendo o bumbum dele e os outros pasteis gritam para tirarem de lá e que a frigideira está pelando. Ela não entende de onde saiu as vozes e pensa que é um engraçadinho querendo tirar sarro da cara dela.


Magali tira os pastéis do fogão e leva para a mesa para comer. Quando ela vai segurar um pastel, ele grita para soltá-lo, chamando de "Monstra". Magali se assusta do pastel falando e ele diz que está vazio, mas não é burro de fritá-los para depois comê-los e Magali pensa que foi a jaca que comeu não caiu bem. Os pastéis ainda reclamam que não foram recheados e estão vazios e resolvem comer tudo que veem pela frente para ver se incham, mas ao invés disso eles ficavam maiores cada vez que comiam.


Os pastéis ficam gigantes e monstruosos depois de comerem tudo na casa e então resolvem comer a Magali. Ela foge para rua e eles vão atras dela para comê-la. Magali encontra o Cebolinha no caminho enquanto corre e ele a segura perguntando cadê os vinte Cruzeiros Reais que ele emprestou para comprar sorvete. Magali diz que depois paga por estar em apuros. Cebolinha pergunta qual é a desculpa esfarrapada que vai dar para dar calote nele. Magali diz que são pastéis gigantes devoradores de gente e um pastel acaba comendo o Cebolinha, deixando a Magali apavorada, apesar de que achar que pastel de cebola não ser mal.


Magali volta a correr, encontra o Cascão e diz para correr porque "eles" estão atrás deles. Cascão diz que se não é a Mônica, não tem medo de nada e acabam os pastéis comendo o Cascão. Em seguida, Magali encontra a Mônica falando que é para salvar sua vida, pois tem pastéis atrás delas. Mônica diz que não teve medo de nada, quanto mais de pastéis e resolve enfrentá-los, mas acaba sendo devorada também, com os pastéis falando que veio com tira gosto, deixando Magali desesperada que até Mônica conseguiram comer, a próxima seria ela, a cidade e o mundo e tudo por culpa dela.


Enquanto corre, Magali encontra balões na rua e para de correr. Diz que desistiu porque mais cedo ou mais tarde iriam comer tudo mesmo só para deixarem de ser murchinhos assim. Comenta que mesmo comendo ainda estão murchos e faz com que eles põem os canudos do gás na boca e ela bombeia como se fosse encher balão para eles ficarem gorduchos. Quando vão devorá-la, Magali pega um palito e estouram os pastéis e vão voando longe pelo céu. Ela lamenta que venceu os pastéis, mas ficou sem os seus amigos, até que eles caem do céu, assim como as outras coisas que os pasteis comeram. A turma vai pra casa, não gostando do cheiro de pastel que ficaram neles e Magali vai pra casa da Tia Nena levando as coisas de volta.


Chegando lá, encontra Tia Nena braba, por Magali ter feito bagunça na cozinha e mexeu nas ervas raras que não havia testado e podia ser perigoso. Magali pede desculpas e diz que só queria comer pastel. Tia Nena fica com pena e vai preparar para ela e enquanto isso Magali se pergunta qual a moral da história. "Nunca mexa na cozinha da sua tia enquanto ela não estiver" ou "recheie bem o seu pastel ou a vítima pode ser você", mas se convence que  se encaixa mais "quando for comer os pasteis, meta os dentes... eles merecem", marcando a sua vingança com os pastéis.


Uma história legal com a Magali às voltas com comidas falantes e monstruosas se tornando um pesadelo para ela. Dessa vez pastéis que criaram vida com ervas mágicas que se revoltaram e quiseram comer a Magali, invertendo os papéis. Engraçado ver a cara de desespero da Magali com a possibilidade de ser comida. Tudo indica que foi escrita por Rosana Munhoz. Era comum ter histórias da Magali sofrendo com as comidas falantes, seja por magia, bruxa, ou por uma invenção do Franjinha ou cientista maluco, ou extraterrestres em formato de comida se tornando um terror para ela, sempre rendiam boas histórias assim.


Em relação a Tia Nena, ela não era apenas a melhor cozinheira do bairro, segundo a Magali, mas volta e meia tinha alguma coisa mágica em seus pertences que seria o tema da história. Desde a mesa mágica que ela herdou em "Põe-te mesa" ('Magali Nº 9', de 1989) já tinha vestígios do seu envolvimento com magia, mas sempre ficou despercebido pelos leitores, até por ser só de vez em quando, e anos mais tarde que foi revelado ela era de fato uma bruxa e por isso ter esses pertences. Não se sabe se essa era a intenção da Rosana ao criar a personagem de que era bruxa ou se só tinha produtos mágicos por ter e gostar do tema de esoterismo, magia e coisas místicas, já que a revelação de ser bruxa só saiu depois da roteirista falecer.


Tem os fatos incorretos como Magali mexendo com fogão, a palmada na bunda, mesmo que só citada, os pastéis comendo os personagens que podem julgar que iam traumatizar as crianças, e então não fariam histórias assim atualmente. Nunca foi republicada até hoje, seria nos primeiros almanaques da Magali da Editora Panini e acabou não sendo nem nos Temáticos de fábulas, então ela é rara.


Os traços  são bons, típicos dos anos 90. tem detalhe de línguas dos personagens maiores que o habitual e algumas vezes de fora, porém diferente do estilo das línguas de fora do roteirista Emerson Abreu no final dos anos 90. Essas da primeira metade dos anos 90 apareciam quando eles estavam de boca aberta e bem empolgados, enquanto que os do Emerson eram com eles com  boca fechada no sentido de espanto, surpresa ou quando contavam uma piada infame.


Interessante o termo "sua monstra" dito pelo pastel, termo linguístico que não existe e já foi assunto de livros escolares. Já tive livro de português com trecho desse quadrinho mostrando esse termo e ter que passar para norma culta. Linguagem informal dos gibis eram muito trabalhados nas salas de aula para ver como era escrito errado e como deveria passar para norma culta e mostrar os erros de acordo com a matéria.

quinta-feira, 4 de janeiro de 2018

Capa da Semana: Mônica Nº 10

Uma capa com a Mônica de férias prestes a visitar os pontos turísticos de São Paulo como Playcenter, Instituto Butantã, Zoológico, Simba Safari e Museu do Ipiranga. Na verdade, a capa é uma alusão à promoção "Pinte em São Paulo" e nessa edição sairia os ganhadores da promoção. As vezes tinham capas fazendo referência a concursos e brindes que saíam nos gibis e essa foi uma delas.

A capa dessa semana é de 'Mônica Nº 10' (Ed. Globo, Outubro/ 1987).