quarta-feira, 29 de setembro de 2021

Mônica: HQ "O aparelho"


Em setembro de 1991, há exatos 30 anos, era lançada a história "O aparelho" em que a Mônica sofre com Cebolinha e Cascão ao descobrirem que ela está usando aparelho dentário. Com 13 páginas foi publicada em 'Mônica Nº 57' (Ed. Globo, 1991).

Capa de 'Mônica Nº 57' (Ed. Globo, 1991)

Nela, Magali encontra a Mônica, pergunta se está tudo bem, sendo que ela responde tampando a boca com a mão. Magali pensa que Mônica está escondendo alguma comida na boca e manda tirar a mão para provar que não é. Mônica fala que não pode porque não pode e Magali fica braba.


Cebolinha e Cascão aparecem e perguntam o que está acontecendo. Magali diz que a Mônica não tira a mão da boca e os meninos perguntam para Mônica se ela não está grande para esconder os dentões, são feios, mas não adianta mais esconder, agora todos já estão acostumados. Mônica bate neles e se surpreendem que ela não tirou a mão da boca para bater.


Magali vai atrás da Mônica, se desculpa e diz que se tiver com algum problema, pode contar. Mônica a leva até ao quarto dela e conta que ontem foi ao dentista, colocou um aparelho nos dentes e, assim, tira a mão da boca. Diz que troço horrível na boca e dentista falou que os dentes estão saltados para frente. Magali diz que é para os dentes ficarem mais bonitos, muitas crianças precisam usar e até alguns leitores usam, é uma coisa muito normal e Mônica passa a se sentir melhor.


Em seguida, ouvem um barulho vindo do lado de fora, de algo caindo, mas ao vê na janela tem nada diferente. Ao saírem, vimos que era Cascão caindo da árvore enquanto ele e Cebolinha estavam bisbilhotando a conversa. Cebolinha reclama que Cascão é um tonto, mas pelo menos foi proveitoso e com o plano infalível dele, vão ficar livres da Mônica por um bom tempo.

Logo depois, com Mônica já preparada sair de casa sem mão na boca, Cebolinha telefona para casa dela de um orelhão, falando que quer fazer as pazes, comenta que a voz dela está diferente e pergunta se tem nada na frente da boca como um arame. Ele fala ainda que a Maria Joaninha, uma menina esquisita ficou pior ainda depois de colocar aparelho nos dentes, não tem coisa mais horrorosa que um aparelho e aí a Mônica desliga telefone na cara dele.

Mônica sai de casa com a mão na boca. Cebolinha  pergunta por que ela desligou o telefone tão depressa e estranha ainda com a mão na bica e mostra um rato que estava na mão dele. Mônica, com medo, tenta tirar o rato perto e tira a mão na boca. Cebolinha e Cascão veem o aparelho nela e gritam bem alto que a Mônica está com aparelho para ela passar vergonha enquanto os outros passam na rua.

Magali pergunta para os meninos o que isso tem. Eles contam que se a Mônica não se importa com a aparência, vai ser até bom porque se ela quiser assustar alguém é só dar um sorriso, problema vai ser quando crescer e ninguém vai querer namorar com ela, só se for outro dentuço com aparelho e na hora do beijo vão enganchar os aparelhos. Mônica fala que não vai usar a vida toda e eles falam que tem gente que precisa até na dentadura e tentar esconder com um véu na boca a vida toda.

Mônica sai chorando, Magali chama os meninos de monstros e vai embora também. Eles dão gargalhada, esperando que depois dessa vão ficar livres da Mônica por um bom tempo, que vai se trancar em casa e usar aparelho por 20 anos e comemoram que a rua é deles. Até que se deparam com o Tonhão Arrancatoco com uma cara braba e eles perguntam se tem algum problema. Tonhão quer tomar satisfação de que eles tirando um barato de uma menina que usa aparelhos. Como ele usava também, fala que vai ensinar a não caçoar de quem usa aparelho e bate neles. Os dois ficam surrados e sem dentes.

Cebolinha pergunta como ficou sabendo da história da Mônica e ao Magali passar, o Cascão deduz que foi ela. De qualquer forma, ficam aliviados que se livraram da Mônica porque nem vai querer sair para rua, quando eles dão de cara com a Mônica iniciando namoro com o Marco Antoninho e ouvem a conversa que ele achou uma graça o aparelho e que ele já precisou um. Mônica vê Cebolinha e Cascão e bate neles, ficando surrados de vez e sem mais dentes. 

O dentista vê o estado dos dentes deles e resolve tratar. Meses depois, Mônica está sem aparelho e com os dentes no lugar e em compensação, Cebolinha e Cascão estão com aparelhos e a Mônica comenta com a Magali como é a vida, uns tiram e outros põem, com  os meninos bem brabos estando de aparelhos.

História muito engraçada com a Mônica sofrendo bullying do Cebolinha e do Cascão por estar usando aparelho nos dentes. Ela já estava com vergonha de usar e depois do que os meninos fizeram piorou a situação. Felizmente  ela encontrou um menino que gostou de vê-la com aparelho e tirou o trauma dela e, de quebra, os meninos se deram muito mal no final apanhando e ainda precisando usar aparelhos por causa das surras que levaram. 

Foi interessante de ver primeiro o mistério de por que a Mônica estava tampando a boca, o que que ela estava escondendo. Os personagens não sabiam, mas a gente sabia que era aparelho dentário por causa do título, aí teria o mistério como a Mônica ficaria de aparelho. Depois a gente se divertiu com o bullying do Cebolinha e do Cascão, pegaram pesado falando que vai assustar os outros quando sorrir, enganchar aparelhos quando beijar outro menino de aparelho, etc (era ótimo vê-los perversos), e a reviravolta no final dos meninos apanharem 2 vezes, quando já se imaginavam donos da rua, primeiro do Tonhão Arrancatoco e depois da própria Mônica, já curada do trauma.

Era muito comum na época as pessoas serem zoadas por usarem aparelhos nos dentes, depois a visão mudou e consideraram coisa normal alguém usar aparelho. O mesmo vale para quem usava óculos, tanto que não foi a toa que fizeram a história "Mônica de óculos", de 'Mônica Nº 31' (Ed. Globo, 1989). Atualmente é impublicável por causa desse incentivo do bullying tirar a autoestima, traumatizar e até causar depressão, namoro de crianças mais no final, fora aparecer os meninos surrados ao extremo e perdendo dentes por isso, já que nas histórias atuais os personagens não podem aparecerem nem de olhos roxos, quanto mais surrados dessa maneira. Hoje a Mônica raramente bate nos meninos e quando bate não aparecem de olhos roxos.

Na época também em cada história aparecia um  menino diferente pelo qual as meninas eram apaixonadas e davam em cima, dessa vez foi o Marco Antoninho, mas tiveram também Fabinho, Marquinho, Pedrinho, etc. Quem também apareceu só nessa história foi o Tonhão Arrancatoco, mas também a cada história aparecia um menino valentão maior que os da turminha, depois deixara como fixo apenas o Tonhão da Rua de Baixo. O orelhão sai bem datado hoje, Cebolinha ia telefonar para Mônica através de um smartphone atualmente. A própria Mônica também poderia atender com um smartphone já que telefone convencional também anda em baixa hoje.

Os traços excelentes, dava gosto de ver desenhos assim, com destaque das curvas nos olhos dos personagens sem serem pintados de brancos quando estavam brabos ou emocionados demais e também a cara do Cebolinha com sorriso que estava aprontando com a Mônica. A casa da Mônica dessa vez apareceu com 2 andares, normalmente era 1 andar, mas colocavam 2 quando roteiro pedia. Muito bom relembrar essa história há exatos 30 anos.

sábado, 25 de setembro de 2021

HQ "Humberto no elevador"


Compartilho uma história em que o Humberto passou sufoco com um ascensorista ao andar em em elevador. Com 3 páginas, foi publicada em "Chico Bento Nº 7' (Ed. Abril, 1982).

Capa de 'Chico Bento Nº 7' (Ed. Abril, 1982)

Humberto entra em um elevador de um prédio para visitar seu primo e o ascensorista pergunta para qual andar ele vai. Como é mudo, Humberto mostra "7" com os dedos, mas o ascensorista pensa que era sinal de "paz e amor" e pergunta de novo para qual andar ele vai. Humberto diz "Hum!" e mostrando "7" com os dedos ao mesmo tempo e o ascensorista o deixa no primeiro andar e manda sair. Humberto tenta dizer que não era aquele andar e o ascensorista pensa que ele mudou de ideia e pergunta para onde quer ir. Humberto fala "Hum!" e o ascensorista fica nervoso, falando que já estão no "Um". 

Humberto tenta dizer dizer que é mudo, que só emite som "Hum! Hum!" e como aponta para boca, o ascensorista pensa que ele quer ir para o restaurante do quinto andar. Humberto fica brabo e resolve apertar o botão do elevador. O ascensorista impede, tira Humberto, o chama de louco, pergunta se ele quer que seja despedido e o deixa no quinto andar. Humberto fica brabo e o ascensorista deixa no térreo. Humberto sai, com ascensorista com pena achando que ele era louco e só resta subir 7 andares. Quando chega, já bem ofegante, no final o seu primo o recebe e pergunta por que ele não usou elevador.



História bem divertida com o Humberto passando sufoco em um elevador sozinho por ascensorista não entender que ele queria ir para o sétimo andar. Acabou é subindo os 7 andares de escada por não ter sido compreendido pelo ascensorista e o primo ficar sem entender por que ele não usou elevador. Foi engraçado ver os problemas de comunicação entre o ascensorista e o Humberto como ascensorista achar que o "7" com os dedos  era "paz e amor" e ele pensar que Humberto queria comer no restaurante ao apontar para boca. Antes o Humberto saísse no quinto andar sem chiar, pelo menos só precisaria subir 2 andares na escada ao invés de 7. Alternativa pra ele seria andar com um bloco e caneta para escrever o que perguntavam pra ele, mas aí não teria história.

Por conta do Humberto só emitir som "Hum! Hum!" passava vários constrangimentos ao andar sozinho e contracenar com alguém não o conhecia nas histórias antigas. Em vez de mudo, ele era sempre considerado louco pelos outros. Não é a toa que já teve história do Humberto publicado em Almanaque "Coleção Um Tema Só Cebolinha e o Louco" por ter muito estilo de loucuras e os outros perdendo paciência com ele. Histórias do Humberto assim eram boas, além de serem bem engraçadas, davam para refletir depois o que os mudos passavam na vida real e não fazer o mesmo com eles. Atualmente impublicável por ter chacota com um deficiente e ainda sofrer e se dar mal no final, povo do politicamente correto ia implicar muito.

Humberto mesmo considerado mudo, tinham histórias em que ele emitia "Hum! Hum!" como foi nessa ou era mudo por completo, sem falar nada. Variavam de acordo com roteiro, quando queriam fazer trocadilhos do tipo "Hum!" com numeral "Um", aí eles colocavam falando "Hum!". Essas eram mais engraçadas ainda. Os traços ficaram bons, típicos de histórias de miolo nos anos 1980, Humberto ainda com short preto, depois mudariam para branco como fixo. Teve um erro do ascensorista não aparecer de bigode no 6º quadrinho da 2ª página e talvez um erro o Humberto no quadrinho seguinte falar um "Grr!", que aí podia ser um balão de pensamento para demonstrar que estava com raiva. O ascensorista e o primo do Humberto só apareceram nessa história, como de costume de personagens secundários.

Curioso uma história do Humberto em um gibi do Chico Bento, mas acontecia bastante nos primeiros números do Chico da Editora Abril de ter também histórias de secundários da Turma do Limoeiro como Humberto, Anjinho, Titi, Jeremias, Zé Luís, etc, podendo ou não ter participação de Mônica, Cebolinha, Cascão e Magali. Acontecia porque não tinham histórias do Chico suficientes já produzidas para fechar os gibis e, provavelmente, também para demonstrar que o Chico era um personagem do Mauricio, pois era o gibi mais diferente e o personagem ser menos conhecido na época com histórias esporádicas em gibis da Mônica e Cebolinha antes de ter gibi próprio. À medida que tiveram mais histórias do Chico produzidas e ele se tornar personagem mais conhecido, depois colocaram só Papa-Capim como personagem secundário em gibis do Chico.

Essa história foi republicada depois em 'Almanaque do Chico Bento Nº 4' (Ed. Globo, 1988). Termino mostrando a capa desse almanaque.

Capa de 'Almanaque do Chico Bento Nº 4' (Ed. Globo, 1988)

quarta-feira, 22 de setembro de 2021

Capa da Semana: Cascão Nº 182

Uma capa bem legal em que o Cascão, desesperado para escapar da chuva, conseguiu a façanha de pular até o Céu bem na nuvem em que o São Pedro estava controlando a chuva na Terra. Na hora do desespero valia tudo para o Cascão fugir do banho, até as coisas mais absurdas e improváveis de acontecer. 

A capa dessa semana é de 'Cascão Nº 182' (Ed. Globo, Dezembro/ 1993).

sábado, 18 de setembro de 2021

Jotalhão: HQ "Namoro Virtual"


Mostro uma história em que o Jotalhão arrumou namoro virtual na internet, mas as coisas não saíram como ele esperava. Com 5 páginas, foi publicada em 'Mônica Nº 116' (Ed. Globo, 1996).

Capa de 'Mônica Nº 116' (Ed. Globo, 1996)

Raposão vê Jotalhão com cara feliz  e diz que está pisando em nuvens e Raposão responde que é no sentido figurado ao ver o chão cheio de pegadas. Jotalhão diz que encontrou a cara-metade dele, que ela é inteligente, sensível e sincera e mostra o computador. Raposão acha legal ter comprado um computador, mas estranho se apaixonar por ele. Jotalhão fala que o computador é só um meio de comunicação, está na internet e o seu endereço na rede é jota.3@mata.com e se comunicam trocando mensagens todos os dias. 


Ouvem um barulho de mensagem e Jotalhão confere que foi poema e Raposão acha ridículo, mas ao ver o Jotalhão não gostar do comentário, Raposão emenda que é ridículo ele não estar ainda "in line". Jotalhão acha sua paquera tão romântica e Raposão pergunta se ela é bonita. Jotalhão diz que nunca a viu e Raposão pergunta como ele se apaixona por alguém que nunca viu. Jotalhão manda não ser tão materialista. Raposão diz que não vai aguentar namoro virtual a vida toda e propõe que eles marquem um encontro pessoalmente, mas peça uma foto antes. 

A paquera manda a foto, Jotalhão a acha linda, mas Raposão diz que ela o enganou, deve ser muito feia, pois mandou foto da famosa modelo Leona Piovani. Jotalhão fica arrasado e não quer nunca mais falar com ela. Raposão diz que é para Jotalhão esquecer o mundo virtual, que há um  mundo de verdade com garotas de verdade lá fora e eles saem. No final, aparece a namorada virtual na toca dela, de fato, era a Leona Piovani, reclamando com a passadeira de roupa que o Jotalhão deu fora nela, que é ruim ser famosa e não encontra sua cara metade nem na internet. 

Uma história legal com Jotalhão arrumando namoro na internet, mas sendo convencido pelo Raposão ser mais pé no chão e acabou sendo desiludido achando que era outra pessoa se passando pela famosa Leona Piovani, já que uma artista nunca ia ficar procurando namoro virtual, mas que no final foi revelado que era a famosa, sim, sem ele nunca saber a verdade.

A Rita Najura que não ia gostar de ver o Jotalhão se engraçando com outra pessoa sem ser ela, mas a paixão da Rita era platônica e só ela quem era apaixonada sem ser correspondida e o Jotalhão, por sua vez, se apaixonava por outras. Interessante que na Turma da Mata nem sempre os personagens se apaixonavam com algum bicho da sua espécie, o mais normal seria Jotalhão se apaixonar por uma elefanta e nessa vez foi por uma leoa. 

Essa história mostra mensagens dos perigos de namoro virtual como risco de uma pessoa não mandar uma foto real de quem é realmente e até querer dar golpe, além de, principalmente, mostrar que é mais vantajoso vivenciar a vida real do que a virtual, sem deixar piegas. A Leona Piovani foi clara referência à atriz Luana Piovani, que estava em evidência na época. Era legal essas paródias com artistas e ainda mais quando eles eram retratados como bichos quando eram parodiados na Turma da Mata ou com Bidu, por exemplo. 

Bons traços, bem típicos dos anos 1990. Poderia ser encaixar com outros núcleos da MSP, principalmente com a Turma da Tina, mas pelo visto preferiram com Jotalhão para diferenciar e ter o ar de absurdo, ser engraçado um elefante como Jotalhão ter computador com internet em plena mata. É impublicável hoje por envolver namoro virtual que não é apropriado para crianças. Mesmo que foi por bichos adultos da Turma da Mata e não pelas crianças da Turma da Mônica, mas ainda poderiam implicar por ser em revista infantil.

Foi a primeira história da MSP envolvendo internet, que estava nos primórdios em 1996. Poucos ainda tinham computador em casa e muito menos ter internet, ainda mais por ser discada, ainda assim com a novidade da rede recém-lançada, a MSP quis fazer a inclusão digital, por isso não foi a toa a explicação sobre o que é internet ao longo da história já que nem todos tinham conhecimento a fundo. Além dessa, também tiveram outras histórias com personagens mexendo no computador, trocadilhos do "mouse" com rato, tudo para ter a inclusão digital dos leitores e que eram assuntos do momento na época. 

São bem curiosas e datadas essas histórias de primórdios de computador e internet, como podem ver que Jotalhão trocava mensagens por e-mail e que ainda demorava um pouco para receber resposta do e-mail, hoje recebe resposta na mesma hora e as conversas são mais por aplicativos de chats e o meio de comunicação de preferência através de um smartphone. Gosto de ver essas mudanças ao longo dos anos retratadas nas histórias antigas. Quem sabe também crianças que tinham internet na época não tentaram mandar e-mail para o Jotalhão, se alguém tentou, com certeza não funcionou.

segunda-feira, 13 de setembro de 2021

Chico Bento: HQ "Leitinho incrementado"

Em setembro de 1991, há exatos 30 anos, era lançada a história "Leitinho incrementado" em que o Chico Bento descobre que a vaca Mimosa estava dando outras coisas sem ser leite, causando muita confusão. Com 17 páginas, foi publicada em 'Chico Bento Nº 122' - Ed. Globo, 1991).

Capa de 'Chico Bento Nº 122' (Ed. Globo, 1991)

Começa o narrador-observador contando que o cientista Pasteul, em uma cidade do interior, conseguiu criar uma fórmula para ficar rico e que estava desenvolvendo há anos. O narrador pergunta o que a fórmula faz e Pasteur o manda ler a historinha para saber.

O narrador mostra que a noite cai e não se machuca e tudo era paz no sítio ali perto, todos dormindo, até que Chico Bento e sua família acordam com barulho das galinhas. Seu Bento pega a espingarda e vai lá fora, pensando que era ladrão e quando vê, todas as galinhas, porcos, cabras e bichos do sítio estavam lá. Seu Bento fala à família que está tudo em paz, pensa que os bichos tiveram pesadelo e todos voltam a dormir e depois o narrador avisa que se Seu Bento reparasse melhor, veria que a vaca está estranha.

Quando cai o dia, Dona Cotinha manda o Chico tirar leite da Mimosa para tomarem o café-da-manhã. Chico vai e estranha os bezerros tudo longe da Mimosa e com medo. Chico ordenha a Mimosa, se cansa e resolve tomar um pouco de leite e recuperar forças, só que para sua surpresa, quando toma não era leite puro, e, sim, leite com café. 

Chico se espanta e vai direto para casa mostrar aos pais, que não acreditam. Seu Bento chama o filho de mentiroso e Dona Cotinha pensa que ele pegou o bule sem ela ver. Chico leva os pais até à Mimosa, Seu Bento ordenha e por sair líquido branco pensa que era leite, mas quando vai provar se assusta que era iogurte de coco. 

Seu Bento pergunta à esposa se alguém deu coco para vaca e ela diz que come só capim e Chico entende por que os bezerros estavam assustados. Seu Bento fica animado que alguém lá de cima gosta deles e fez milagre para eles ficarem ricos. Assim, ele tem ideia do Chico levar a Mimosa até a vila e vão vender iogurte de coco feito na hora a 50 Cruzeiros o copo. Dona Cotinha pensa que a vaca está doente e Seu Bento diz que está muito bem e combina com Chico de se encontrar na vila depois de fazer uma placa.

Na vila, Chico passa a vender iogurte de coco, aparecem Zé da Roça e um homem como clientes. Zé da Roça acha legal Chico virar comerciante e o homem estranha o Chico ordenhando a Mimosa e pergunta se ainda vai preparar o iogurte. Chico diz que o iogurte já está pronto ao sair da vaca. O homem acha gozação e quando provam não era mais iogurte de coco, e, sim, leite com morango. Ainda assim, Zé da Roça e o homem ficam impressionados e vão espalhar a notícia para vila toda.

Seu Bento leva a placa com a vaca que dá iogurte de coco, Chico avisa que agora deu leite com morango e  muda toda hora e Seu Bento muda a placa para ver a incrível vaca Mimosa que ao pedir copo de leite tem uma surpresa.  O povo aparece em peso e ficam maravilhados, para um a Mimosa deu chocolate quente, para outro vitamina completa, para outro suco de laranja e todos acham que a vaca é mágica. Seu Bento fica feliz que logo vão ficar ricos e Chico diz que a Mimosa vai ficar vazia, com ela já cansada de tanto ser ordenhada.

Aparecem o Delegado, o Padre Lino e a professora Marocas. O Seu Bento  acha uma honra os 3 juntos e conta que a vaca está dando outras bebidas sem ser leite. Eles admiram, achando curioso, um milagre e Marocas não acredita. Seu Bento dá o copo de graça e não diz o que é porque toda hora é uma coisa. Quando eles tomam, é cachaça e da forte e o Delegado prende Seu Bento por vender bebida alcoólica sem autorização.


Surge o cientista Pasteur mandando soltar o Seu Bento e diz que ele é inocente. Pasteul conta que criou uma fórmula capaz de alterar metabolismo de certos animais como vaca passar a produzir diversos tipos de bebidas e galinhas, ovos fritos. mexidos e doces. Como cobaia, fez com que a Mimosa bebesse a fórmula na calada da noite. 

O barulho da noite era ele lá no sítio, pois não tinha dinheiro pra comprar uma vaca e agora que a invenção deu certo, ele pode indenizar Seu Bento com o dinheiro que outros agricultores na região que vão comprar a fórmula. Para surpresa do Pasteul, todos recusam, reclamam que os bezerros nunca iam mamar porcaria, as vacas iam emagrecer e adoecer e as galinhas não iam mais botar ovos por ficarem traumatizadas. 

Seu Bento pergunta como vai ficar a Mimosa, Pasteul dá um antídoto para ela voltar a dar leite normal. Pasteur fica arrasado, queria ficar rico, mas foi tudo em vão. Seu Bento comenta que tem outras formas de ganhar a vida sem fórmulas e sugere que arrume outro negócio e dá o dinheiro que ganhou enquanto vendia as bebidas da Mimosa. 

Pasteul fica feliz por recomeçar e pretende criar uma fórmula que todas as árvores deem todos os tipos de frutas e até cachorros-quentes. No final, Mimosa volta a dar leite, Chico e seu pai voltam para casa para tomar o café-da-manhã e quando a Dona Cotinha serve leite puro, Chico comenta com a mãe que bem que podia colocar umas frutas ou um chocolatinho para incrementar.

Uma história muito legal e criativa com a vaca Mimosa passando a produzir vários tipos de bebidas cada vez que era ordenhada por causa de uma invenção de um cientista que queria ficar rico e Seu Bento também querer ganhar dinheiro e se tornar rico a custa da sua vaca. Seu Bento quase se deu mal, mas pelo menos o cientista Pasteur chegou na hora e só não teve sorte do povo não aceitar a fórmula porque ia acabar com os animais.

Interessante que primeiro a vaca dava só derivados de leite, depois passou a fornecer outras bebidas, até cachaça. Seria bom se fosse verdade e acontecer na vida real, mas, logicamente, é apenas uma fantasia de histórias em quadrinhos. Dessa vez a magia não aconteceu por causa de uma bruxa, mago, fada ou mágico, e, sim, por um cientista, se roteirista quisesse adaptar com toque de fábula também daria certo.

Foi legal a interação do Pasteul com o narrador-observador no início da história, com eles conversando e até o Pasteul dando bronca para ele ler a história. Eu gostava quando tinha narrador contando a história e interagindo com os personagens, ficava engraçado. No caso, ele seria o roteirista. Já o Pasteul não voltou mais, só apareceu nesta história, como de praxe de personagens secundários.

Engraçado também brincadeira de cair noite sem ela se machucar e cair dia com  Sol caindo no chão mostrada pelo narrador, a gente tentar descobrir qual bebida a Mimosa ia dar em cada ordenhada, já que era sempre diferente, o Seu Bento querer tirar proveito da Mimosa pra comercializar o que ela produzia e quase ser preso e também ver o Padre Lino beber cachaça sem querer. Os traços muito bons, como era bom ver desenhos assim.

A vaca do Chico não tinha um nome definido, nessa história apareceu como Mimosa, mas também teve outros nomes e o nome mais conhecido e utilizado é Malhada. Em relação ao caipirês, ainda dava para ver que a palavra melhor ainda era escrita "mió", depois preferiram mudar para "mior", mesmo que o caipirês já estava mais padronizado na época.


Impublicável atualmente por ter sofrimento de bichos, já que além de alterar metabolismo da Mimosa, ela era ordenhada sem parar pelo Chico Bento, ficando cansada. além de mostrar Seu Bento com espingarda na mão, envolver cachaça fazendo padre tomar bebida alcoólica e perigo de risco da Mimosa dar cachaça enquanto fosse criança tomando, Chico trabalhando em ordenar vaca, palavra "gozar" dita pelo homem, significando "zoar com a cara dele", também seria proibida por ter duplo sentido, definitivamente sem chance uma história assim hoje em dia. Foi muito bom relembrar essa história marcante há exatos 30 anos.

quinta-feira, 9 de setembro de 2021

Capa da Semana: Mônica Nº 18


Uma capa muito bonita e caprichada sem piadinha com a Mônica e Cebolinha olhando estrelas e constelações formando coisas e figuras geométricas.

Nos primeiros números da Mônica da Editora Globo eram comuns capas apenas com desenhos bonitos sem piada, algumas já desenhos que existiam antes e em outras eles criaram ilustrações novas. Sempre tinham capricho em capas assim.

A capa dessa semana é de 'Mônica Nº 18' (Ed. Globo, Junho/ 1988).