sábado, 30 de setembro de 2023

Bidu: HQ "Vida de cachorro"

 

Mostro uma história em que um cachorro de rua queria ser o novo bichinho de estimação do Franjinha no lugar do Bidu. Com 8 páginas, foi publicada em 'Mônica Nº 198' (Ed. Abril, 1986).

Capa de 'Mônica Nº 198' (Ed. Abril, 1986)

O cachorro Carlito assiste a frangos assados na padaria, o dono o expulsa de lá com medo do cachorro espantar os fregueses. Carlito consegue fugir e fala que o espetáculo dos frangos não estava mal, mas abriu o apetite dele, que o problema de ser cachorro sem dono é que nunca se tem uma hora certa para comer e decide arrumar um dono para ele ou não se chama "Carlito Viralatex da Silva".

Carlito encontra a casa do Franjinha, vê dando comida para o Bidu e escolhe Franjinha para ser seu dono. Carlito toca a campainha, mostra placa para adotá-lo e que se chama Carlito e Franjinha o acolhe, dizendo que vai cuidar dele e vai buscar comida para ele. Carlito pega a comida do Bidu, que estava na coleira e reclama, e Carlito diz que ele almoça todo dia e não vai lhe fazer falta. Franjinha volta com a comida do Carlito, que come tudo, dando raiva no Bidu e Franjinha fala para ele não ser guloso que já comeu todo o almoço dele.

Franjinha diz que não pode ficar com dois cachorros e vai buscar um novo dono para ele. Carlito fala ao Bidu que ele vai ter que sair. Bidu diz que foi com ele que o Franjinha falou e que sempre foi dele. Carlito fala que Franjinha enjoou do Bidu e que tomou a decisão quando encontrou outro bichinho simpático e inteligente como ele. Bidu acredita, fica triste e diz que não aguentaria ser mandado embora pelo Franjinha. Carlito o solta da coleira e Bidu vai embora.

Carlito fala que tinha que ser um deles, aproveita que agora ele vai ter comida quente e abrigo. Franjinha volta, pergunta pelo Bidu que sumiu e depois vai procurá-lo, só que antes, cuida do Carlito, lhe dando bando, leva para tomar vacina, o deixa na coleira e leva a Dona Gertrudes para ser a nova dona dele, junto com seus 15 gatos.

Carlito acha que aquilo não é vida para ele, se solta da coleira e vai atrás do Bidu. Carlito diz que é para ele voltar para casa, o Franjinha está morrendo de saudades, se enganou sobre ter enjoado dele e disse que é o melhor cachorro do mundo, um verdadeiro amigo. Bidu volta, Franjinha fica feliz e percebe que o Carlito fugiu e diz que vai ver que ele não gostou de lá. No final, Carlito diz que ainda não está preparado para essa vida, quem sabe no dia que se cansar de aventuras, mas, por enquanto, prefere curtir a sua vidinha sem dono, mesmo que, as vezes, de barriga vazia.

História legal em que Carlito procura ser adotado, cansado da vida de cachorro de rua, e escolhe o Franjinha para ser seu dono, só que ele já tinha o Bidu e podia ficar só com um cachorro. Carlito finge para Bidu que Franjinha enjoou dele para ele sumir, mas quando Carlito ver as  desvantagens de ser um cachorro doméstico, resolve voltar para rua. 

Se fosse só pela comida, Carlito ia adorar, mas vendo que tinha que tomar banho, vacina, ficar em coleira e possibilidade de morar em casa com 15 gatos, achou melhor ficar na rua. O Carlito foi mal com o Bidu só porque queria ficar no lugar dele, pelo menos se redimiu e foi buscá-lo de volta, quando desistiu de ser cachorro doméstico.

Foi legal ver o Carlito assistindo frangos assados como se fosse uma TV de cachorro, coisa que era bem retratado nos gibis, ele falar todo o seu nome, "Carlito Viralatex da Silva" com destaque era cachorro vira-lata, além do absurdo do Carlito tocar campainha, escrever e mostrar placas que era para adotá-lo e mostrando seu nome. Ele apareceu só nessa história, como de costume de personagens secundários criados para só uma história.

História do estilo do Bidu apenas como cachorro do Franjinha. Mostra comparação das vidas dos cachorros de rua e dos domésticos, alerta de adoção e reflexão de bichos morando na rua e os perrengues que passam, principalmente em passar fome, só que dessa vez na visão do próprio cachorro de rua, que, mesmo que passe fome, acha a vida na rua melhor por ter liberdade e por isso pode acontecer da pessoa adotar um cachorro e depois ele fugir porque preferiu a rua.

É incorreta atualmente por mostrar problemas de cachorros de rua, fazer o Bidu fugir e Franjinha ficar sem ele, tudo que dá ideia de dar pena nos leitores, traumatizar, é proibido nos gibis atuais. Esse final de cachorro voltar pra rua por achar que é melhor, dar ideia de que tomar vacina é ruim, assim como tomar banho também é errado. Se fosse hoje, certamente colocariam Milena na história, cuidando do cachorro com sua mãe veterinária e ele ficar feliz com o novo dono que ela arranjasse.

Os traços muito bonitos, típicos dos anos 1980, teve erro do Bidu falar de boca fechada na 5ª página da história (página 38 do gibi). Foi republicada depois em 'Almanaque da Mônica Nº 47' (Ed. Globo, 1995). Termino mostrando a capa desse almanaque. 

Capa de 'Almanaque da Mônica Nº 47' (Ed. Globo, 1995)

quarta-feira, 27 de setembro de 2023

Papa-Capim: HQ "Apaixonado por uma deusa"

 

Mostro uma história em que o Papa-Capim se apaixona pela Lua Jaci e pensa que uma mulher fosse a Jaci que voltou para a Terra para namorar com ele. Com 6 páginas, foi publicada em 'Chico Bento Nº 96' (Ed. Globo, 1990).

Capa de 'Chico Bento Nº 96' (Ed. Globo, 1990)

Papa-Capim olha para a Lua e diz que está apaixonado. Janaína pergunta se é por ela e Papa-Capim responde que é pela Jaci, quanto mais olha, mais enamora, é muito linda. Janaína diz que Jaci é uma deusa e nunca se apaixonaria por um indiozinho bobo como ele. Papa-Capim fala que Jaci um dia foi uma índia com cabelos da cor dos raios do Sol e quem sabe um dia ela volte para a Terra e namore com ele. Papa-Capim fica olhando para Jaci até quando amanhece e vai embora.


Logo depois, uma mulher loira, a Jacira, vai mergulhar no rio, Papa-Capim acha que é Jaci, que ouviu as preces dele e voltou à Terra para namorar com ele. Em seguida, ele vai lá se apresenta e diz que está apaixonada por ela, que não entende já que não se conhecem. Papa-Capim diz que a conhece, todas as noites fica olhando para ela e a Jacira diz que sabia que tinha que ter fechado a janela do quarto.

Papa-Capim fala que querem diria estar conversando com uma deusa e Jacira acha que é exagerado. Depois, ela fica com fome e Papa-Capim vai buscar frutas. Jacira acha gentil e diz que adora água-de-coco. Papa-Capim pede para ela levá-lo para o céu. A mulher fala que já tem namorado ciumento, ele pergunta se é o Sol, o vento ou o rio e ela diz que se chama Carlão e é surfista, que anda no mar sob uma prancha e explica que mar é um lago imenso, maior que a floresta.


Papa-Capim pergunta se o namorado dela é um Deus, Jacira responde que alguma garotas o endeusam por ser uma fera no surf. Papa-Capim fica triste, diz que não entende o que ela estava falando, Jacira dá um beijo nele no rosto e vai embora, mergulhando no rio. Depois, ela sai da selva de carro com seus pais, confirmando que era mulher mesmo. No final, Papa-Capim comenta com Janaína que devia se apaixonar por uma índia da tribo como ela e ouvindo o trovão, Janaína diz que é para esquecê-la porque está apaixonada por Tupã.


História legal em que o Papa-Capim se apaixona pela Lua Jaci e ao ver uma mulher mergulhando no rio, pensa que era Jaci que voltou para a terra pra namorar com ele. Só que ela queria nada com ele, já tinha namorado, deixando Papa-Capim desiludido. No final, ele se conforma e pretende namorar com a índia Janaína, só que aí ela se apaixona pelo Deus Tupã.

Papa-Capim teve um amor platônico, era impossível ele namorar com a Jacira e principalmente se ela fosse Jaci como ele desejava. É muito inocência por parte dele de achar que Jaci voltaria para Terra em forma de humana, se soubesse, já saberia desde o início que seria impossível namorá-la. Deu uma pena do Papa-Capim desiludido e sem entender nada o que a Jacira falava, já que não sabia dos costumes dos caraíbas (homens brancos), não sabia nem o que era mar e surfista. 


Não falaram por que Jacira e seus pais estavam na selva, ela podia ter falado isso para o Papa-Capim, provavelmente deixaram de fora para agilizar a trama e deixar curta por ser um gibi quinzenal. Curiosa a semelhança do nome dela ser Jacira, bem parecido com Jaci. 

Final ficou aberto se Janaína ia atrás de Tupã e se aconteceria a mesma coisa com o que aconteceu com Papa-Capim e Jacira. Eles gostavam de finais abertos assim para leitores imaginarem uma sequência. Oficialmente, a namorada do Papa-Capim era a Jurema, mas tinham vezes que deixavam outras indiazinhas como namorada dele e a Janaína foi mais de uma vez e ela estava bem frequente nas histórias desse período de 1989 e 1990, depois ela sumiu dos gibis.


Essas histórias mostrando costumes dos índios primitivos, enaltecendo seus deuses como Tupã e Jaci, etc, e sem saber dos costumes dos homens brancos eram as melhores. Essa é incorreta hoje em dia justamente por isso da Turma do Papa-Capim ser mostrada como tribo primitiva, com ocas, caçar com arco e flecha, não saber sobre a civilização, envolver religião dos índios, aparecerem sem roupas, hoje em dia, os índios não gostam nem de serem chamados de índios, e, sim, de indígenas. Além disso, envolve tema de namoro, criança se apaixonar por uma adulta e a Janaína aparecer sem top, mesmo sendo uma índia criança não pode hoje em dia. 


Os traços ficaram muito bonitos, sempre caprichavam nos cenários da selva da Turma do Papa-Capim e a mulher por quem ele se apaixonou deslumbrante também. Até arte do título caprichavam e com criatividade colocando coraçõezinhos na palavra "Apaixonado". A Janaína não tinha traços definitivos enquanto apareceu nos gibis, a cada história era desenhada diferente de acordo de cada desenhista, o que era normal com personagens secundários recém-criados.

domingo, 24 de setembro de 2023

Capa da Semana: Mônica Nº 60

Estamos no início da Primavera, estação das flores e do amor, e em homenagem mostro uma capa que até lembra Primavera em que o Cebolinha queria dar flores para Mônica, mas tinha que enfrentar as abelhas que estavam  nelas onde ele arrancou. 

Não necessariamente o Cebolinha queria namorar a Mônica, podia só ser gentil ou então queria provocá-la dando flores com uma abelha dentro, só que não contava que as outras iam persegui-lo. Aí, fica na imaginação de cada um a verdadeira intenção dele, se for namoro, pode ser que a Primavera o influenciou no romantismo. E essa capa marcou como a última da Mônica sem o selo de "Mauricio de Sousa Editora com o Bidu no centro, que passou a ser colocado em todas as capas a partir da edição seguinte.

A capa dessa semana é de 'Mônica Nº 60' (Ed. Globo, Dezembro/ 1991).

terça-feira, 19 de setembro de 2023

HQ "Cebolinha e o Cascão de estimação"

Em setembro de 1993, há exatos 30 anos, era lançada a história "Cebolinha e o Cascão de estimação" em que o Cascão vira cachorro de estimação do Cebolinha para participar do concurso de cachorro bem mais treinado depois que o Floquinho fugiu. Com 18 páginas, foi publicada em 'Cebolinha Nº 81' (Ed. Globo, 1993).

Capa de 'Cebolinha Nº 81' (Ed. Globo, 1993)

Cebolinha ensina truques para o Floquinho como pegar graveto, deitar, rolar para participar do concurso do cachorro bem mais treinado na Rua de Cima inventado pelo Tonhão. Cebolinha diz para o Cascão que Tonhão apostou que o cachorro dele ganha, mas o burro só sabe morder e Cascão pergunta se é o Tonhão ou o cachorro.

Surge o Tonhão com seu cachorro Trovão, pergunta se estavam falando dele e os meninos respondem que estavam dizendo como o cachorro dele é inteligente e que tem chances de ganhar o concurso e Tonhão afirma que eles vão ganhar.  Depois que ele vai embora, Cascão fala que não vai ser fácil e Cebolinha diz que ensinou um truque especial, seu trunfo, era só assobiar que o Floquinho dá um salto mortal.

Cebolinha vai comprar biscoitos para o Floquinho no mercado e deixa o Cascão tomando conta do cachorro, que solta da coleira e desaparece. Cascão tenta ir atrás e acha que o Cebolinha o treinou na corrida porque o Floquinho corre tanto que desaparece rápido. Cebolinha volta, pergunta pelo Floquinho e Cascão diz que estava na ponta da corda agora mesmo. Cebolinha avança no Cascão perguntando pelo seu cachorro e Cascão diz que acha que fugiu.

Eles esperam por horas, pensando que o Floquinho ia voltar e como não volta, se conformam, Cebolinha diz que em parte a culpa é dele e Cascão diz que se pudesse fazer alguma coisa, qualquer coisa, faria. Cebolinha tem ideia de Cascão ser o bichinho de estimação dele, Cascão não aceita se fantasiar de cachorro porque é gente, Cebolinha diz que então o amigo morra de remorso por culpa dele, ficou sem o Floquinho e o concurso e Cascão aceita, achando que não vai dar certo.

Cebolinha põe a coleira para treinar o Cascão para o concurso. Primeiro faz Cascão buscar um graveto agindo como um cachorro, ele pega rosnando de raiva e Cebolinha acha que já está pegado o jeito. Depois, Cascão é obrigado a se deitar com patinhas para cima e a se rolar no chão. Cascão se despede e Cebolinha fala que tem que ir com ele porque é seu cachorro, em casa vai arrumar uma fantasia que tem e que vai dar uma tigela de comida. Cascão fala que precisa mijar e precisa de banheiro já e Cebolinha o faz mijar em um poste como cachorro e um menino ri do Cascão sendo carregado de coleira pelo Cebolinha.

Mônica aparece e acha ridículo o Cascão como cachorro, Cebolinha o manda pegá-la. Cascão se recusa, Cebolinha ameaça a contar para ela quem fez xixi no poste e Cascão avança e corre atrás dela e Mônica acha que ele endoidou. Cascão acha que ia apanhar da Mônica e Cebolinha diz que ela morre de medo de cachorro. Cascão começa a gostar da história só que quando tem que dormir na casa do Floquinho ao relento, fala que retira o que disse.

No dia seguinte, eles vão para o concurso com Cascão fantasiado de cachorro e diz que está com calor dentro da fantasia e que se o Tonhão descobrir, vai ser pior do que apanhar da Mônica. Cebolinha responde que ele não tem inteligência para isso e vão ao concurso, mandando cascão ser um bom cachorro e limitar-se a latir.

No concurso, os meninos perguntam como Cebolinha arrumou aquele vira-lata e Tonhão sabe que o Floquinho havia sumido. Os jurados falam que Tonhão e Trovão já ganharam. Quando Trovão passa em frente bufando, Cascão sente calor, Cebolinha manda Cascão não falar e um menino fala que se tiver prêmio de cachorro mais fedido, o do Cebolinha ganha.

Inicia o concurso, começa com o Meleca, cachorro do Chicão. Tonhão reclama que se quer ganhar dele, Chicão desiste de participar com medo de apanhar e os outros meninos também. Os jurados já declaram Tonhão e Trovão vencedores e quando entrega medalha, Cebolinha intervém, falando que vai participar e que vieram para competir. Primeiro tem o truque de buscar graveto e Cascão busca dançando balé, no truque de deitar, Cascão carrega uma cama e se deita nela e depois rola em direção ao Tonhão e Trovão, fazendo cai-los.

Na vez do Trovão, Tonhão o manda dizer a primeira e última vogal. Trovão, fica calado, Tonhão o chuta e ele chora, dizendo "Caim!". Os jurados falam que Trovão é um cachorro esperto, só faz o que quer. Tonhão pergunta se ele ganhou e ao verem o cachorro do Cebolinha, os jurados falam que deu empate. Cebolinha acha uma injustiça, Tonhão concorda e propõe os cachorros deles brigarem para desempatar. Cascão corre em pé, falando que isso não. Um menino estranha cachorro falar, tira a máscara e descobrem que era o Cascão.

Tonhão quer partir para briga ao saber que era uma trapaça, Cebolinha diz que foi só uma brincadeirinha e que ficou traumatizado quando o Floquinho sumiu. Tonhão fala que aquele cachorro também sabia nada, Cebolinha responde que lhe ensinou um monte de truque de como o de assoviar que dar salto mortal, e, então, Floquinho aparece, vindo da casa do Tonhão. Descobrem que Tonhão raptou o Floquinho para ganhar o concurso. 

Eles brigam e acabam sem vencedor. Cebolinha diz que eles são campeões morais. Cascão não se sente orgulhoso por isso, só sente vontade de fazer xixi e de esquecer que, um dia, bancou um cãozinho de estimação. No final, Cascão fica na fila de cachorros mijando no poste e pergunta para os cachorros se a fila anda ou não anda.

História muito engraçada em que o Cascão perde o Floquinho enquanto tomava conta dele e Cebolinha faz com que ele vire cachorro pra participar do concurso. A farsa é descoberta assim como que foi Tonhão quem raptou o Floquinho para que o cachorro dele, o Trovão, ganhe o concurso. Acabou sendo um plano infalível sem ser contra a Mônica com direito a Cascão estragar tudo como sempre quando ele falou e tinha que só latir. Outra forma que ele poderia estragar o plano se mandassem tomar banho, se fosse um porco não teria esse risco.

Foi hilário o Cascão agindo como cachorro tanto na parte do treino quanto na hora da participação do concurso. Muito divertido vê-lo na casinha do Floquinho, buscar graveto dancando balé, entre outros, e o mais engraçado foi mijar no poste. Adorei o final com ele na fila dos cachorros para mijar no poste como se fosse fila para ir ao banheiro. Engraçado também o Cascão com força grande de carregar sozinho cama de casa até a Rua de Cima e em um tempo recorde de um quadrinho para o outro. Absurdos típicos de história em quadrinhos.

Muito bom o Cascão como cachorro fazer a Mônica correr, sem querer ele conseguiu derrotá-la por um instante. Foi falado que a Mônica tinha medo de cachorro, é válido porque ela ainda não tinha o Monicão, só teria 6 meses depois ganhando o cãozinho como presente de aniversário dos meninos. Ainda assim, não totalmente coerente esse medo porque ela ficava junto com o Bidu e outros cachorros antes disso, fizeram isso para dar graça na história fora que nunca teve padronização na MSP. 

Foi a primeira história com menino valentão da outra rua se chamar Tonhão e ser da Rua de Cima de forma fixa, a Rua do Limoeiro, no caso, seria a rua vizinha de baixo. Só que ainfa Tonhão apsrecendo com traços diferentes a cada história em que aparecia. Bastantes personagens figurantes da Rua de Cima que apareceram só  essa história. 

Interessante o recurso do primeiro quadrinho mostrar uma cena de mistério e avisando que para saber por que o Cascão estava mijando no poste, teria que ler ou então voltar história no tempo desde quando tudo começou. Às vezes eles faziam esse recurso como se fosse uma capa se fosse com alusão à história de abertura já que na época preferiam capas com piadinhas. Até que seria legal que a capa fosse exatamente aquela cena do primeiro quadrinho com Cascão mijando no poste como um cachorro, seria bem chamativa.

História impublicável hoje em dia por Cascão agir como cachorro, é terminante proibido mostrarem cachorros fazendo xixi nos postes nos gibis atuais, sumiço do Floquinho, Tonhão dar chute no Trovão, brigas entre personagens, aparecerem surrados, definitivamente não dá atualmente. Alguns erros dessa vez foram olhos dos personagens sem fundo branco sem ser em situações de curvas demonstrando raiva.

Os traços ficaram bons, marca a estreia dos novos traços com personagens com língua ocupando mais espaço na boca e que prevaleceram durante os anos 1990. Traços assim já estavam sendo utilizados algumas vezes em histórias de miolo desde meados de 1992 e nos 'Gibizinhos da Mônica' de 1993 e aí resolveram promovê-los para histórias de abertura. Deixavam traços assim quando queriam dar mais humor às histórias. Nessa deixaram bastante vezes personagens com curvas nos olhos sem fundos pintados de brancos demonstrando excesso de raiva e que deixavam os personagens mais bonitos, recurso que já tinha e mantiveram ainda nessa, mas que seria cada vez menos usado nos próximos meses.


Outras novidades também foram a estreia dos códigos de barras em gibis do Cebolinha e passaram a ficar definitivos em todos os gibis de setembro de 1993. Códigos muito grandes  e chamativos que atrapalhavam a arte dos desenhos, sobretudo nos gibis do resto de 1993 que já estavam com ilustrações prontas e foram obrigados a colocar em última hora. Só melhorou quando deixaram códigos coloridos e com transparência ao desenho a  partir de outubro de 1996, ajudando pelo menos disfarçar. 

Marca também a estreia de destaque de exemplares de assinantes nos gibis de setembro de 1993, o que prova no espaço branco que deixaram no azul, que seria o espaço deixado aos exemplares de assinantes, antes disso não tinham essa distinção. E foi o primeiro gibi do Cebolinha com preço em "Cruzeiro Real". Apesar da moeda ter sido lançada em agosto de 1993, o gibi "Nº 80" ainda estava em "Cruzeiro" porque estava pronta sem ter tempo de mudarem o preço de capa. Muito bom relembrar essa história há exatos 30 anos.

sexta-feira, 15 de setembro de 2023

Propagandas de produtos de higiene da Turma da Mônica (Parte 1)

Há 50 anos eram lançados os produtos de higiene clássicos da Mônica da "Phebo" e em homenagem mostro propagandas dessa linha de higiene que marcaram época. Dividi em 2 partes e nessa postagem reúno as propagandas da "Phebo" que circularam nos gibis dos anos 1970.

A linha de higiene da Mônica da "Phebo" foram lançados em 1973, consistia de sabonete, shampoo, talco, colônia, óleo, creme dental e escova de dente. Por muitos anos, foi só a "Phebo" que produzia os produtos de higiene deles. Curiosamente, foram os primeiros produtos comerciais da MSP feitos especialmente para crianças, sem contar bonecos das personagens. Antes, as personagens estrelavam propagandas na TV e nos gibis  dos produtos alimentícios da "Cica" e o Jotalhão estampava a embalagem do extrato de tomate, mas não eram alimentos só para crianças, e, sim, para família toda.

A primeira propaganda da linha de higiene da "Phebo" em gibis saiu em 1973 e para anunciar a novidade que ninguém conhecia ainda,  criaram essa propaganda em que uma criança, a Paula, viu primeiro a linha da Mônica e espalhou a notícia para todas as crianças, que correram para o supermercado para comprarem e todas adoraram. Uma boa propaganda e que ainda demonstra na prática o termo "viralizar" dos tempos atuais. E a propaganda também mostra foto com os produtos que lançaram inicialmente: shampoo, talco, sabonete, óleo, colônia e pasta de dente.

Propaganda tirada de 'Mônica Nº 43' (Ed. Abril, 1973)

Em 1974, a revista "Recreio Nº 257" da Editora Abril deu de  brinde um sabonete da Mônica quem comprava a revista. Então, fizeram essa propaganda anunciando o brinde falando que o Cascão não iria gostar, mas os leitores com certeza, iriam. E ainda teve foto da embalagem e do sabonete da Monica originais, a gente vê como era um sabonete de época e percebemos que mesmo em tamanho de amostra grátis já era bem grande. O brinde ajudou a tornar o produto conhecido por ter sido lançado pouco tempo e quem passava a conhecer, gostava e comprava nos estabelecimentos. Um bom marketing, imagino a revista que ficava perfumada, sendo embalada com o sabonete. 

Propaganda tirada de 'Mônica Nº 55' (Ed. Abril, 1974)

A revista "Recreio Nº 280" voltou a dar brinde da linha de higiene da Mônica, agora o brinde foi do creme dental e anunciaram a novidade nessa propaganda, do tipo do que aconteceria na próxima edição da revista. O Cebolinha foi até gentil com a Mônica a chamando de simpática só porque vai ganhar um brinde de creme dental dela. E mostraram foto do creme dental, que mesmo em tamanho de amostra grátis, bem grande também.

Propaganda tirada de 'Recreio Nº 279' (Ed. Abril, 1975)

Em 1976, teve a primeira propaganda individual do creme dental da Mônica, mostrando mais detalhes dele. Com sabor tutti-frutti, o diferencial desse creme é que tinha gosto de chiclete e dava até para fazer bola enquanto escovava dente. Bem inovador. Para crianças que não gostava de escovar dente, foi um grande incentivo, sem dúvida. Tinham preocupação de tudo se tornar brincadeira para as crianças. Propaganda foi estampada com o tubo do creme dental de época e noção do tamanho da bola que podia fazer enquanto escovava os dentes. Não informou quantos gramas tinha, mas era muito grande comparado a pastas de dente atuais.

Propaganda tirada de 'Mônica Nº 69' (Ed. Abril, 1976)

Em 1976, teve a propaganda individual do sabonete da Mônica, estampado com uma menina tomando banho com ele, ao lado do talco e shampoo da Mônica. Propaganda mostrava que era o sabonete das artistas da família, quem tomava banho com ele, era igualzinho aos banhos de espuma que víamos nos filmes de cinema, porque é puro, com perfume muito gostoso e faz bastante espuma. A criança vai fazer do banho a brincadeira mais legal do dia e a mamãe não vai reclamar porque o sabonete vai dar inveja a muita gente, deixando pele muito mais macia e natural do jeito que ela gosta. Ou seja, só vantagem quem tomava banho com esse sabonete e na foto da embalagem mostra que era sabonete bem grande e pesado, durando muito tempo.

Propaganda tirada de 'Mônica Nº 73' (Ed. Abril, 1976)

A nova propaganda do creme dental da Mônica foi lançada em 1976 mostrando várias crianças escovando os dentes com o creme e informando que além de deixar os dentes mais fortes, limpos e brilhantes, ainda vai sentir gosto de chiclé de bola, que vai poder dizer para todo mundo que masca chiclete e escova dentes ao mesmo tempo e se experimentar o creme dental, vai ser o melhor divertimento após o almoço e o jantar.

Propaganda tirada de 'Mônica Nº 76' (Ed. Abril, 1976)

Em 1976, tiveram os lançamentos da escova de dente da Mônica e do creme dental de sabor hortelã, que se juntaram com a linha de higiene da "Phebo" e, então, o creme dental agora com dois sabores: tutti-frutti e hortelã. Para anunciar a novidade, fizeram essa propaganda com uma historinha da mãe que comprou a escova para a filha, dizendo que tinha pontas arredondadas e não machuca a gengiva. E que ela comprou também o creme dental da Mônica de sabor hortelã. que era verdinho, gostoso, parecendo chiclete e faz até bola e pergunta para filha se vai deixá-la usar também e a filha deixa.

Propaganda tirada de 'Cebolinha Nº 46' (Ed. Abril, 1976)

Foram lançados os sabonetes com formato dos rostos das personagens em 1977. Fizeram sabonetes da Mônica, Cebolinha, Bidu e Horácio e vinham juntos em um estojo. Antes, só tinha sabonete da Mônica em formato tradicional e tinha um desenho dela de corpo inteiro segurando uma flor no centro. Esses sabonetes com formato das personagens, provavelmente com mesma fragrância, não duraram muito tempo, foram uma espécie de edição especial limitada. 

Na propaganda, mostra Mônica, Cebolinha, Bidu e Horácio tomando banho em uma banheira de espuma e informando o lançamento dos sabonetes e também o do estojo com 2 sabonetes da Mônica tradicionais, talco e shampoo e que seriam ótimas sugestões de presentes para dar de aniversário para criançada.

Propaganda tirada de 'Mônica Nº 86' (Ed. Abril, 1977)

Em 1977, teve a propaganda anunciando sabonete, shampoo e talco da Mônica. Lembraram que o sabonete era neutro, cheiroso e não irritava a pele, o shampoo limpava, deixava os cabelos macios e não ardia os olhos e que o talco deixava o corpo perfumado o dia todo e usando os produtos, a mamãe não vai mais lembrar que a orelhinha do filho estava suja ou as mãos não estavam limpas e a criança não vai mais fazer de conta que esqueceu da hora do banho. Foi ilustrada com os produtos com pernas como se estivessem correndo para o banheiro, segurando toalha, pente e escova para esfregar o corpo. Simples e bem criativa.

Propaganda tirada de 'Mônica Nº 94' (Ed. Abril, 1978)

Em 1978, teve a nova propaganda da escova de dente da Mônica e do creme dental. Informam que a escova era macia com pontinhas arredondadas e não machucavam as gengivas, que o creme dental a criança podia escolher entre os sabores de tutti-frutti (branco) e hortelã (verde), os dois com gosto de chiclé e quem usava os dois produtos, vivia sorrindo e com dentes bonitos. Foi estampada só com a foto do creme dental de hortelã e da escova de dente. Definitivamente, esse creme dental foi a sensação dos anos 1970, algo bem inovador para a época, anunciavam bastante esse.

Propaganda tirada de 'Mônica Nº 95' (Ed. Abril, 1978)

Como podem ver foram produtos muito bons que caíram no gosto da criançada, de fato eram muito cheirosos e dava gosto de usá-los, e as propagandas bem criativas que conseguiam despertar curiosidade e incentivar compras. Maioria delas dirigidas a crianças que achavam chato tomar banho e que usando os produtos elas iam tomar banho ou escovar dente brincando. Curioso que as propagandas dos anos 1970 tinham muito texto explicativo, não só especificamente dessas, mas todas no geral eram nesse estilo com textos grandes, a partir de meados dos anos 1980, deixaram propagandas com foco nas ilustrações. Em breve posto a segunda e última parte das propagandas de produtos de higiene da Mônica a partir dos anos 1980.

segunda-feira, 11 de setembro de 2023

Chico Bento: HQ "Rede de armadilhas"

Compartilho uma história em que o Chico Bento quando queria se deitar na sua rede e sempre era impedido por alguém. Com 7 páginas, foi história de abertura de 'Chico Bento Nº 67' (Ed. Globo, 1989).

Capa de 'Chico Bento Nº 67' (Ed. Globo, 1989)

Chico Bento monta a sua rede entre as árvores em frente ao sítio, depois de pegar um suco e um livro para deitar na rede, o pai está deitado nela. Seu Bento pergunta ao filho se foi ele quem armou a rede, Chico confirma e Seu Bento diz que é um menino bom, só ele para fazer essa surpresa para o pai que estava cansado de trabalhar na roça e que podia ficar o dia todo lá. Seu Bento dorme na rede por meia hora, quando a sua mulher, Dona Cotinha o chama para almoçar.

Chico aproveita para armar a rede em outro lugar. Anda um pouco e acha local com árvores e monta a rede, feliz que vai poder matar a vontade, só que quando vai deitar, Zé Lelé estava lá. Chico fala que é para sair, a rede é dele, Zé Lelé responde que não tem nome do Chico ali e se fosse, armaria na casa dele, não ali e se quiser usar a rede, vai ter que esperar. Chico aceita quebrar o galho e espera Zé Lelé curtir a rede.

Depois de um tempão dormindo na rede, Zé Lelé vai embora e quando Chico vai deitar, vê que tinha outra pessoa dormindo. Chico dá pontapés, gritando que é para o folgado sair e ninguém mais vai deitar na rede dele. Aí, descobre que era a Rosinha, que pergunta como se atreve aquela grosseria era e termina o namoro com ele. 

Então, Chico resolve armar rede em outro local mais longe ainda e vai para o mato. Arma em cima de um formigueiro, as formigas reclamam entre si e picam a bunda do Chico, que dá um salto para cima e vai procurar outro lugar, falando que não vai desistir da rede dele. 

Depois, monta em outro local do mato, perto de um penhasco, e olha para vários lados para ver se não tem ninguém por perto. Quando finalmente vai deitar, ele se joga nela, fazendo uma onça que estava no galho cair na rede com ele. A onça ataca o Chico, vão se rolando pelo mato, caem do penhasco e param no rio. No final, os pais vão ao hospital visitar o Chico, que estava internado. Perguntam ao médico como o filho estava passando. O médico diz que ele sofreu umas fraturas, mas vai ficar bem e que na verdade até parece feliz, mostrando o Chico todo engessado e guinchado sobre a cama como se estivesse em uma rede.

História legal, bem curtinha e muito divertida, em que o Chico só queria relaxar em uma rede, mas sempre quando tenta deitar, aparecia alguém para atrapalhar, era só ele virar as costas que alguém já estava na rede. Primeiro o pai, depois o Zé Lelé e a Rosinha e até formigas e onça impediram seu descanso. Depois de sofrer acidente com a onça, conseguiu ter a sensação de estar em uma rede no hospital e apesar de acidentado, ficou feliz porque finalmente se deitou em uma rede.

Foram engraçadas as formas do impedimento de deitar, tudo podia ser evitável se Chico fosse mais inteligente. Com o pai, até ainda podia aceitar que ficou com pena do pai cansado de tanto trabalhar na roça e não queria desapontá-lo, só que assim que o pai estava almoçando, era só o Chico ficar lá e já estava resolvido. Mesmo que saísse para procurar outro local, Chico foi muito tolerante com o Zé Lelé folgado, era só expulsá-lo. Com a Rosinha vacilou, podia ter visto quem era antes de mandar expulsar daquele jeito. Com as formigas, ele podia olhar para baixo primeiro e com a onça, olhar para cima antes de armar a rede. 

As reações do Chico em cada um destes impedimentos deixaram melhor ainda. O embate com a onça foi hilário demais. Não mostraram o que aconteceu depois com a onça, até para agilizar e ser uma trama curta em gibi quinzenal e o que era importante era o desfecho com o Chico e aí fica na imaginação de cada um com o que aconteceu com a onça.

O tipo de roteiro parece desenho animado de várias coisas inesperadas acontecerem com o personagem em sequência e as cenas da onça com o movimento, perderam chance de fazer um desenho animado baseado nessa história. Hoje em dia é incorreta nem tanto pelo tema em si, mas por elementos como Chico dar pontapé na Rosinha na rede, ficar sozinho no mato, ser picado por formigas e principalmente, o final com ele se atracando com onça, mostrando acidente com o Chico caindo em precipício, internado no hospital com fraturas no corpo todo, piadas com gente internada, final triste em relação à saúde do Chico, tudo que não pode mais atualmente.

Os traços muito bonitos e encantadores, típicos dos anos 1980. Alguns erros que tiveram foram de pálpebras do Chico brancas quando ficou de olho fechado no último quadrinho da 2ª página da história (página 4 do gibi), ele com dente vermelho no 2º quadrinho, com língua branca no 6º quadrinho e dente com cor da pele enquanto dormia no 7º quadrinho da 3ª página da história (página 5 do gibi) e ele cantando de boca fechada no último quadrinho da 4ª página da história (página 6 do gibi). Todos erros muito comuns na época.