segunda-feira, 31 de outubro de 2022

Magali: HQ "Cara de pamonha"

Dia 31 de outubro, Dia de Halloween, em homenagem mostro uma história em que a Magali passou sufoco com sua cabeça se transformando em comida ao receber um feitiço da Bruxa Nada. Com 13 páginas, foi publicada em 'Magali Nº 24' (Ed. Globo, 1990).

Capa de 'Magali Nº 24' (Ed. Globo, 1990)

Escrita por Rosana Munhoz, Bruxa Xanda, que havia se mudado para o Bairro do Limoeiro por conta dos altos aluguéis dos castelos sombrios, prepara uma poção de antídoto universal das bruxarias e para ficar pronta faltava só uma singela maçã que iria pegar na macieira do seu quintal. Para a surpresa dela, as maçãs sumiram e descobre que foi a Magali quem comeu todas.

Magali explicou que viu a macieira carregada quando estava passando do outro lado do muro, pensava que comer uma maçã não faria diferença, mas estava tão deliciosa que comer uma a uma, acabou comendo todas. Bruxa Xanda não gosta de ter atrapalhado a sua poção. 

Magali comenta que quando começa a comer, não consegue parar e Bruxa Xanda lhe oferece um pedaço de bolo muito especial. Depois de comer  bolo, Magali agradece vai embora e Bruxa Xanda diz que a esfomeada vai ter uma lição.

No caminho, Magali comenta que a senhora é simpática, ainda está fome e lembra das maçãs e acaba rosto transformado em maçã. Ela senta em frente a um arbusto para dar pausa até o almoço e quando cochila, Cebolinha e Cascão veem a maçã grande, tentam arrancar e não conseguem e quando tentam dar mordida, Magali acorda e se assusta, reclama que eles queriam mordê-la e eles correm assustados pensando que era uma maçã falante.

Em seguida, Magali encontra a Mônica, que dá gargalhada, pensando que ela estava com máscara de maçã. Magali diz que não está com máscara, ao ver no espelho, tenta arrancar, não conseguem e Mônica deduz que a maçã é a cabeça da Magali e fala que está intoxicada e manda parar de comer maçã por um tempo. Como outras coisas pode, Magali lembra de banana e sua cabeça se transforma em banana.

Magali desmaia e quando acorda, Mônica manda a amiga pensar em abacaxi e a cabeça vira abacaxi, então confirmam que a cada alimento que ela lembra, se transforma nele e não sabem como vai se curar. A mãe da Magali chama para ela almoçar, Mônica não a deixa ir, já que naquela altura estava com cara de pamonha e a mãe teria no mínimo um treco.

Magali chora porque vai morrer de fome, Mônica vai buscar algo pra ela comer enquanto ela pensa em pizza e hambúrguer. Ao levar uma melancia, Magali fica com cara de melancia e não consegue comer porque não ia devorar alguém da espécie dela e, então, não vai conseguir comer nada. Magali corre desesperada, encontra um vendedor de sorvete e ela se transforma em um sorvetão. As crianças veem a Magali e a perseguem para devorá-la e ela se esconde com a Mônica.

Magali chora que nunca mais vai ser a mesma e nunca mais vai comer nada. Bruxa Xanda aparece e vê que ela aprendeu a lição. Diz que pôs feitiço nela por ter devorado as maçãs e agora que fez o antídoto com maçãs compradas no mercado, ajuda a voltar ao normal. Bruxa Xanda fica feliz que a poção funciona e vai ficar poderosa, mas Magali acaba tomando toda a poção universal por estar com muita fome, fazendo Bruxa Xanda desmaiar.

História muito engraçada em que a Bruxa Xanda coloca feitiço na Magali para se vingar e para ela aprender uma lição por ter comido as maçãs do seu quintal que seriam ingredientes da sua poção que cura tudo, fazendo a cabeça da Magali se transformar na comida que pensava. Depois de muita confusão, Bruxa Xanda faz a Magali voltar ao normal com a poção, mas não contava que ela tomaria toda, fazendo com que a Bruxa não fique poderosa e confirmando que Magali não aprendeu lição depois de tudo que passou e que a poção não curava tudo, visto que não conseguiu acabar com a gula da Magali.


Eram muito boas as histórias da Magali passando sufoco por sua gula, cada coisa absurda que ela passava, era só diversão. Foi legal ver a Magali se transformando nas comidas, Cebolinha e Cascão querendo morder a "maçãzona", crianças correndo atrás da Magali, pensando que era um sorvete gigante de fato (sem dúvida a parte mais hilária e mais marcante da história) e ela tomar toda a poção da Bruxa Xanda no final.


Eu gostava do absurdo da capacidade de personagens ouvir a mãe chamar com eles longe de casa, no caso, Magali ouviu mãe chamando pra almoçar estando distante de casa. Engraçada a justificativa da bruxa Xanda se mudar para o Bairro do Limoeiro por causa da alta dos aluguéis dos castelos sombrios, uma brincadeira com a alta inflação que o Brasil vivia na época, afetando, então, até as bruxas.


Curiosamente, a Bruxa Xanda, que inicialmente apareceria só nessa história, assim como todas as bruxas, retornou aos gibis outras vezes a partir de 2008. Parece que eles tinham intenção de em vez de criar uma bruxa diferente a cada história, aí colocariam a Bruxa Xanda fixa em histórias com bruxas. Mas, pelo visto, mudaram de ideia depois, pois ela voltou a sumir dos gibis depois de um tempo e apareceram outras bruxas. Acho melhor assim de cada bruxa diferente a cada história porque cada bruxa tinha alguma particularidade que diferenciavam roteiros. Hoje, de fixa só a Bruxa Viviane, que inicialmente era muito mais perversa, mas agora é uma bruxa cômica por conta do politicamente correto.


Na sua fase de ouro, a MSP não fazia histórias específicas de Halloween, então, histórias envolvendo bruxas e monstros que são consideradas como de Halloween. Impublicável hoje em dia por não gostarem de mostrar absurdos nas histórias e nem fome exagerada da Magali e tem algumas palavras proibidas como "gozação" para não ter duplo sentido, "credo" por envolver religião, assim como expressão "é a vovozinha" para não falar mal da avó.


Os traços ficaram excelentes, era muito bom ver desenhos assim. Tiveram alguns erros como Mônica falar de boca fechada na 7ª página da história (página 9 do gibi) e na colorização de Magali aparecer com vestido vermelho em vez de amarelo enquanto ela corria com cara de melancia, na 9ª página da história (página 11 do gibi). Eram muito comuns erros assim na época.

sábado, 29 de outubro de 2022

Cebolinha: HQ "Eleições"

Dia das eleições no Brasil chegando e então mostro uma história em que Cebolinha e Titi veem campanhas eleitorais dos candidatos a Presidência da República. Com 4 páginas, foi publicada em 'Cebolinha Nº 35' (Ed. Globo, 1989).

Capa de 'Cebolinha Nº 35' (Ed. Globo, 1989)

Cebolinha e Titi veem a rua bagunçada com panfletos e cartazes na campanha eleitoral para Presidente da República, que vai mandar no país nos próximos quatro anos. Titi pergunta ao Cebolinha se já escolheu o candidatos ele responde que ainda não e então vão ver os discursos dos presidenciáveis.

O primeiro é candidato que fala que o presidente tem que ser maduro, experiente, vivido e que ele é o melhor candidato por isso e o povo aplaude. No outro palanque eleitoral, o candidato fala que presidente tem que ser jovem, inteligente e sem vícios e que o lema dele é renovação e o povo o ovaciona e grita que é o homem, o presidente, o maior.

Aparecem também o candidato dos fazendeiros, o outro que defende o Socialismo, o outro do Capitalismo, o outro da Monarquia, o do Nacional-Socialismo e também uma mulher. Com tantos candidatos, Cebolinha fica tonto, confuso. Dois adolescentes falam que agora quem tem 16 anos pode votar e os menores chupam os dedos. Cebolinha comenta que tanta coisa e nem pode votar e Titi fala que pode ficar atento para quando tiver 16 anos ter um candidato, que tem que ser honesto, competente e trabalhador. No final, já em casa, Cebolinha pergunta para o pai, Seu Cebola, se vai ser candidato a presidente da República, que já tem voto dele.

Uma boa história educativa de conscientização de voto. Depois de Cebolinha saber que para ser presidente da República tem que ser candidato honesto, competente e trabalhador e de ter visto os discursos de todos os candidatos, achou que o seu pai seria o melhor para ser candidato e que votaria nele porque o pai tinha os requisitos para ser excelente presidente e os outros políticos que ele viu, não.

A história foi criada em homenagem à primeira eleição direta para presidente desde a redemocratização do Brasil. Eles estavam desde 1960 sem votarem para presidente e era o marco histórico para o país e criaram essa história especial já que era o assunto do momento. Assim, ajuda os pais que liam os gibis dos filhos a ter conscientização de requisitos para votar em algum candidato e as crianças terem ideia de quando tivessem idade para votar.

Deu para ver como era o clima de ambiente de campanha eleitoral e até aviso de novidade que a partir daquela eleição quem tinha 16 anos podia votar também. Foi legal ver os comícios e o povo idolatrando os políticos. Os candidatos mostrados tiveram misturas de candidatos reais daquela eleição com fictícios. 

Os políticos parodiados que estavam disputando na época foram o Fernando Collor, como o jovem que queria renovação (ele tinha lema de "Vamos construir um Brasil novo"), o Lula ( o do Socialismo), o primeiro candidato idoso foi o Ulysses Guimarães, o fazendeiro foi o Ronaldo Caiado e a candidata  retratada foi Lívia Maria Abreu, a primeira mulher que se candidatou à Presidência da República. Já os outros foram fictícios, bem que podiam ter colocado o Brizola, que também era candidato na época. O Lula foi o único que teve um nome parodiado, sendo chamado de "Duda" no cartaz no poste no primeiro quadrinho da primeira página.

Hoje em dia a MSP não gosta de envolver política nos gibis, não criaria história nova assim, mas acredito que poderiam republicar em almanaque por causa do lado educativo de conscientização do voto, aí poderiam alterar o candidato em referência ao Nazismo e trocariam a palavra "Minha nossa!" por lembrar religião. Os traços ficaram excelentes, personagens bem redondinhos, que davam gosto de ver, até as caricaturas dos candidatos reais ficaram boas.

quinta-feira, 27 de outubro de 2022

Tirinha Nº 89: Mônica

Hoje, dia 27 de outubro, é o aniversário do Mauricio de Sousa. Em homenagem, mostro uma tirinha de metalinguagem em que a Mônica encontra um interruptor e ao desligá-lo, faz apagar a lâmpada de ideias do Mauricio de Sousa, acabando a inspiração dele de criar as historinhas. Ela não sabia que o interruptor era o acesso para o Mauricio ter ideias para as histórias. Muito legal.

Feliz aniversário, Mauricio!!! Felicidades!

Tirinha publicada em 'Mônica Nº 4' (Ed. Globo, 1987).

segunda-feira, 24 de outubro de 2022

Cebolinha: HQ "Procuram-se os convidados"

Dia 24 de outubro é aniversário do Cebolinha, então mostro uma história em que ninguém apareceu na festa dele, causando grande confusão. Com 7 páginas, foi história de miolo de 'Cebolinha Nº 152' (Ed. Abril, 1985).

Capa de 'Cebolinha Nº 152' (Ed. Abril, 1985)

Cebolinha está no quarto se preparando para a sua festa de aniversário, que promete ser a festa mais animada do ano já que convidou todo mundo que conhece. Ele ouve o som alto da vitrola, pensa que a sala está lotada, mas quando vê, tinha ninguém lá, só Floquinho perseguindo um gato.

Cebolinha comenta que não foi ninguém, o som da vitrola era o Floquinho ter ligado sem querer ao perseguir o gato e que a festa dele não pode fracassar, vai ser o maior vexame e gozação da turma por muito tempo e tinha que ir uma pessoa. Até que aparece um menino, Cebolinha o recebe e o menino diz que não o conhece, Cebolinha confirma que ele é penetra e o expulsa da festa.

Em seguida, Cebolinha lamenta que o único que apareceu foi um bicão e não quer ouvir as fofocas, até que aparece o Cascão, que resolve voltar depois por não gostar de ser o primeiro a aparecer em uma festa. Cebolinha fala que a moda agora é aparecer antes, mas com a decisão de Cascão ir embora, Cebolinha amarra o pé dele na vitrola.

Cascão desamarra o pé, diz que não vai ser o primeiro da festa e volta quando aparecer outros convidados, quando começa a chover. Ao ver chuva na porta e Sol na janela, descobre que era o Cebolinha no telhado inventando que era chuva com mangueira. Cascão amarra a mangueira, que forma uma bolha e estoura, fazendo Cebolinha ser jogado do telhado, mas para o azar do Cascão, Cebolinha cai em cima dele.

Cebolinha tenta carregar Cascão na marra para a festa e começam a brigar feio, com Cascão falando que quem é o macho que vai mandar nele, Cebolinha, diz que não vai devolver as figurinhas e Cascão vai espalhar que ele é mijão. Enquanto brigam, os convidados começam a aparecer na festa. Eles veem pessoal entrando e vão lá e Cebolinha anuncia que chegou na festa.


Por estarem surrados, Mônica não reconheceu os meninos e dão chute na bundas deles, expulsando e fala que o Cebolinha falou para não deixar nenhum bicão entrar na festa, todo penetra que entrar, vai levar coelhada na cabeça. No final, Cebolinha e Cascão ficam do lado de fora da casa, enquanto a festa de aniversário acontece e o menino expulso no início da história comenta com eles que não conseguiu entrar porque tinha um garoto chato para caramba.

História engraçada em que o Cebolinha convida todo mundo para sua festa de aniversário e ninguém aparece, apenas um penetra, causando medo nele dos outros depois fazerem chacota de ter uma festa fracassada. Cascão chega, mas quer sair e voltar quando aparecer os outros convidados para não ser o primeiro a chegar em festa. Com a briga dos dois, ficam irreconhecíveis e Mônica expulsa os meninos da festa por atender o pedido do Cebolinha de não ter penetras na festa.

Se Cebolinha esperasse um pouco mais, ia ter os convidados aparecendo de uma vez, não precisava de toda essa bagunça. Um certo absurdo da Mônica não reconhecer os meninos surrados, já que ela vivia batendo neles, mas teve essa ideia para ser a piada final de Cebolinha ser expulso da própria festa. Até o menino expulso antes não reconheceu o Cebolinha também. Foi engraçado ver a reação do Cebolinha de ver ninguém na festa, só Floquinho e gato correndo pela casa, a expulsão do menino penetra, Cebolinha prender Cascão na vitrola para ele não sair da festa, as brigas e xingamento entre eles e depois sendo expulsos chutados pela Mônica.

Impublicável atualmente por ter brigas entre os meninos, pancadaria, aparecerem surrados, xingamentos com até bullying do Cascão dizer que Cebolinha é mijão, de fazer xixi na cama ou nas calças, os meninos sendo chutados pela Mônica, tudo isso não tem mais nos gibis hoje. História também teve várias coisas datadas aos anos 1980 como vitrola e gírias como "bicão", "pacas", "gozação" que também não gostam hoje de mostrar essas coisas datadas ou palavras com duplo sentido e costumam alterar nos almanaques. O Cebolinha pensou trocando "R" pelo "L", hoje ele pensa certo, sem trocar letras, e mudariam as falas dele pensando se republicassem.

Os traços ficaram muito bonitos, bem caprichados, já da fase de traços consagrada dos anos 1980 que davam gosto de ver. Nunca foi republicada até hoje, poderia ser a partir de 1990, com uma chance maior reservada para 'Coleção Um Tema Só Nº 21'  - Mônica Aniversários', de 1998, mas acabou não sendo, então só quem tem o gibi original que a conhecia.

FELIZ ANIVERSÁRIO, CEBOLINHA!!!

sexta-feira, 21 de outubro de 2022

A Turma: HQ "O Cascão tá descascando"

Em outubro de 1992, há exatos 30 anos, era lançada a história "O Cascão tá descascando" em que a Mônica cria um plano infalível do Cascão fazer descascar e sair a sua crosta de sujeira para ele poder dançar com a Denise no bailinho sem que ela passe vergonha. Com 15 páginas, foi publicada em 'Cascão Nº 150' (Ed. Globo, 1992).

Capa de 'Cascão Nº 150' (Ed. Globo, 1992)

Mônica, Magali e Denise levam o Cascão a uma lavandaria para darem banho a seco nele e o atendente chinês fala que não, que isso nem com rios d'água. Na rua, Mônica lamenta que o banho a seco no Cascão não deu certo e Denise fala que precisam dar um jeito de ele ficar limpo.


Cascão não entende a preocupação para ele ficar limpo e Mônica diz que ele ficou de ser par da Denise no bailinho de sábado, o que vão falar dela se aparecer com um par imundo. Cascão manda Denise arrumar outro par, Mônica fala que todos os meninos já têm seus pares e Cascão diz que não quer tomar banho.

As meninas tentam arrumar outra solução. Mônica tem ideia de tacar perfume no Cascão e Magali diz que não é bom, perfume misturado com cheiro dele, vai ficar fedor pior e ele não vai querer tomar banho depois para tirar. Magali tem ideia de dar mão de tinta no Cascão para cobrir a sujeira, mas Mônica só tem tinta verde em casa e Magali, só tinta azul e desistem por acharem que a Denise vai estar com um marciano.

Mônica tem ideia de maquiar o Cascão todinho, camadas e camadas de pó-de-arroz e Cascão não deixa, falando que se a Denise quer que vá na festa com ele, tem que ser como ele é senão nada feito. Denise chora e Cascão sai fora para não tomar banho salgado das lágrimas dela. As meninas tentam ver algum plano, ficam horas pensando e não conseguem. Magali reclama que o Cascão tinha que ser tão sujo, que não sabe como a sujeira não descascou. Então, Mônica tem ideia de um plano infalível para fazer o Cascão descascar.

No outro dia, Mônica e Magali estão com roupa de banho, convidam Cascão para ir na piscina da casa da Denise. Cascão acha que é plano para deixá-lo limpo querendo jogá-lo na piscina. Mônica diz que não, só queriam companhia dele e Magali diz que se não quer, os biscoitos e as limonadas geladinhas ficam só para elas. Cascão fica com vontade para comer e vai com elas.

Na casa da Denise, Cascão fica em uma cadeira longe da piscina, Denise lhe oferece biscoito e limonada. Com calor forte, Cascão quer ficar em uma sombra, mas Mônica fala para ele se bronzear para ficar gato, então ela tira a camisa dele e diz que está passando bronzeador, mas na verdade, passou um óleo de pimenta vermelha para fritar a pele dele. Denise oferece limonada e Cascão se bronzeia enquanto as meninas saem.

Depois de se bronzear por horas, elas vão lá e veem Cascão com pele bem vermelha, e não consegue nem ser encostado por estar todo dolorido. Mônica dá um creme para ele passar e vai embora. Depois comenta que o Cascão vai descascar, a cama da de pele suja vai sair e ficar uma pele limpinha e Denise, que não vai ter vergonha de dançar com ele, diz que sem a sujeira ele deve ser um pão.

Durante a semana, Mônica telefona para o Cascão, que diz que está descascando todo, a deixando animada. No dia do bailinho, Cebolinha e Xaveco chegam na casa da Mônica para irem com suas parceiras, Mônica e Magali, respectivamente. Denise estava na porta do bailinho, fala que o Cascão ligou para esperá-la lá, até que chega um menino sósia, Denise fala que Cascão está lindo, mas ele diz que não vai dançar com ela porque já tem par com outra menina. Denise reclama que como ousou fazer isso e ele diz que não é o Cascão, se chama Onofre.

Em seguida, aparece o verdadeiro Cascão com partes limpas e com sujeira. Ele diz que enquanto estava descascando, foi brincar no lixão e aí ficou essas misturas de camadas limpas com sujas e depois do bailinho vai ao lixão e fica sujo por inteiro. No final, Denise dança com Cascão com o vestido no rosto de tanta vergonha e o Cascão que diz que é ela quem está o matando de vergonha.

Uma boa história em que a Mônica cria plano infalível de fazer o Cascão descascar ao usar óleo de pimenta vermelha no lugar do bronzeador, para sair toda a crosta suja e ficar limpo sem tomar banho para a Denise não ter vergonha de dançar com ele no bailinho. Só que as meninas não contavam que ele ia sujar no lixão enquanto estava descascando, ficando partes limpas misturadas com sujas, piorando a situação e dando mais vergonha para Denise.


Já tiveram histórias do Cascão ficando limpo ao cair e sair toda crosta de sujeira e ficando limpo tropeçando em pedra, por exemplo, sempre era legal quando acontecia. Eram boas também as histórias de planos infalíveis sem serem criados pelo Cebolinha, Mônica deu conta do recado e Magali ficou na função que seria do Cascão, e plano foi estragado pelo próprio Cascão.

O sósia do Cascão, o Onofre, foi muito engraçado, por um momento elas acharam que o plano deu certo e que Cascão tinha trocado Denise por outra. Histórias com sósias dos personagens sempre eram divertidas. Foi legal também ver o chinês da lavanderia preconceito com Cascão ser sujo que nem com água resolveria para limpá-lo e o Cascão aparecer mais sujo ainda no bailinho no final. Interessante gíria "pão" (menino bonito) dita pela Denise já era antiga dede aquela época.

Chamou a atenção de casais diferentes dançando no bailinho com Cascão e Denise e Magali com Xaveco. Normalmente seriam Cascão e Cascuda e Magali com Quinzinho. A Cascuda nem sempre era namorada do Cascão nas histórias da época, ele as vezes dava em cima de outras meninas, e pelo roteiro acharam melhor colocar uma menina que implicaria com sujeira e cheiro do Cascão, ja que a Cascuda aceitava. Já não colocarem o Quinzinho que foi mais estranho, pois ele já era namorado oficial da Magali em 1992. Fica na imaginação dos leitores a ausência deles, pode ser, por exemplo, que estariam viajando e não apareceram por isso.

Na época, a Denise aparecia diferente a cada história, não só nos traços como também na personalidade, por isso a vimos nesta história diferente em tudo comparando os gibis atuais. A intenção da MSP ao criá-la em 1989 é de que em vez de criar uma menina secundária a cada história, aí colocavam a menina com nome de Denise. Aí só depois de 1998 que ela passou a ter traços definitivos e personalidade de menina descolada fixa por causa da reformulação que o roteirista Emerson Abreu fez na personagem. Foi a primeira vez que a Denise apareceu em um gibi do Cascão e com destaque, antes disso, aparecia só em gibis da Magali e raras vezes em gibis da Mônica como figuração e que ainda assim sempre com presença da Magali nas histórias em que Denise aparecia em gibis de outros personagens.

Incorreta atualmente por conta das meninas deixarem Cascão queimado, ficando horas sob Sol, e com risco de insolação, usarem um óleo pimenta vermelha para fazê-lo queimar mais ainda e até se passassem bronzeador também seria errado, recomendado seria protetor solar com alto fator UVA, assim como Cascão brincar no lixão e meninas com preconceito, implicarem com o cheiro dele e o Cascão com preconceito de passarem pó-de-arroz nele, com ideia que maquiagem não seria coisa de homem, proibidos hoje também. 

Tiveram erros da MSP nessa história como o Cebolinha falar "prontas" em vez de "plontas" (inclusive um erro que era muito comum de letrista colocar o Cebolinha falando certo em um quadrinho), o calção do Cascão aparecer branco em vez de vermelho na 7ª página da história (página 9 do gibi), cabelo da Denise com lateral branca na 11ª página  da história (página 13 do gibi), Mônica com pés laranjas e lingua branca na 12ª página da história ( página 14 do gibi), saoato da Denise roxo na última página,  erros que seriam corrigidos se tivesse republicação atualmente.

Os traços ficaram bons, já seguindo os novos estilos de traços da MSP lançados em 1992 e dando cara de anos 1990 para os gibis, ainda mais que em histórias de miolo também estavam sendo lançados novos traços também típicos dos anos 1990. As cores também já mais fortes, sem ser tão em tons pasteis, deixando definitivamente os anos 1980 para trás e leitores mais antigos passaram a notar  desde então que gibis já tinham diferença em relação aos da Editora Abril e os primeiros da Globo. Muito bom relembrar essa história há exatos 30 anos.

terça-feira, 18 de outubro de 2022

Bidu: HQ "Médico Canino"

Dia 18 de outubro é o "Dia do Médico", em homenagem mostro uma história em que o Bugu se tornou médico, causando muita confusão para o Bidu. Com 7 páginas, foi publicada em 'Cascão Nº 1' (Ed. Panini, 2007).

Capa de 'Cascão Nº 1' (Ed. Panini, 2007)

Bidu ouve vozes de "Alô Mamãe!" e conhece aquela voz irritante, esganiçada e nada a ver. Dona Pedra pergunta se é o "Cid Coleira" ou "Pedro Miau". Bidu diz que é o terror das historinhas, o importunador dos personagens, o chupa-cabra dos gibis: o Bugu.

Bugu diz que foi fazer visita de médico e Bidu acha bom, que chega e vai embora, já que visita de médico é vapt-vupt, quando vê já foi embora e então manda ir embora. Bugu fala que agora ele é médico, Doutor Bugu, e mostra o diploma da "Faculdade de Medicina Canina" e trata de cães, cachorro e afins.

Bugu fala que Bidu está pálido, aparência horrível, está azul, e deve ser anemia crônica canina. Bidu diz que sempre foi azul e Bugu acha que foi mais grave do que pensou, mostra a língua que está vermelha demais, aí ou está com sarampo lingual ou o colorista colocou tinta demais. Bugu quer testar reflexo, Bidu pensa que é reflexo de espelho e Bugu mostra que é reflexo com machado. Bidu pula para cima com a martelada e Bugu fala que ele está com espasmos e precisa interná-lo com urgência. 

Bidu diz que tem nada e como Bugu acha que está na fase de negação, enrola o Bugu com ataduras, isso porque ainda não precisa de injeção. Bugu pega uma cadeira de rodas para colocar o Bidu amarrado e joga a cadeira longe para ele tomar um ar fresco, pegar sol no cocuruto para se curar mais rápido e manda não esquecer de tomar sopinha.

Agora com a história só pra ele, Bugu começa a fazer suas imitações e faz paródia de seriado "Plantão Veterinário". Bidu volta irritado e quer ver o diploma do Bugu e vê que foi assinado pela mãe dele. Bugu fala que a mãe foi enfermeira na peça da escola. Bidu, furioso, alega que não é médico e o manda sair fora da história. Com Bugu fora, Bidu volta à história e, por estar saltitante, dá uma topada na Dona Pedra e machuca o pé. No final, Bidu chama o Bugu para fazer curativo nele e Bugu pergunta se pode fazer malabarismo quando terminar e Bidu responde só se enfaixar direitinho.

Boa história com o Bugu se passando por médico para fazer com o Bidu saia para ele fazer suas imitações. Como médico, Bugu inventou que Bidu estava muito doente, até conseguir afastá-lo enfaixado na cadeira de rodas, depois descobre-se que era só um plano para afastá-lo da história e o expulsa, mas precisou do Bugu para fazer curativos ao ter dado topado na Dona Pedra.

Bugu não foi considerado veterinário porque foi cachorro tratando de cachorro em vez de ser humano tratar de cachorro. Foi legal ver o Bugu diagnosticando o Bidu com as doenças falsas e inventando sintomas, o trocadilho de "visita de médico", que chega e vai embora logo, a mãe do Bugu assinar o falso diploma de médico, e boas as paródias "Plantão Veterinário" (seriado "Plantão Médico"), as de "Cid Coleira" e "Pedro Miau" (Cid Moreira e Pedro Bial, respectivamente). Até injusto de Dona Pedra dizer que eles tem vozes irritantes, as vozes deles são excelentes.

Interessante Bugu andando de 4 patas, resgatando os primeiros anos quando ele foi criado. Falando nisso, o personagem completa 50 anos agora em 2022 em gibis, estreando na história "Olha eu aqui, gente!" de 'Mônica Nº 32' pela Ed. Abril de 1972, sendo que ele já havia aparecido em tiras de jornais do Bidu 2 anos antes, em 1970.

Seguiu o padrão de histórias dos anos 2000, tranquilamente publicável até por não teve o Bidu chutando o Bugu no final para amenizar violência, já como deixavam na época. Tudo indica ter sido escrita pelo Paulo Back. Traços não ficaram ruins já que ainda eram feitos a mão, porém teve presença de caretas, personagens saltitantes e colocando mão na testa, fazendo bicos com a boca, olhos arregalados, línguas de fora, coisas que estavam bem mais evidentes já em 2006, 2007, começado antes disso com o Emerson Abreu e depoisos outros roteiristas passaram a adotar esse estilo. Percebemos também um linguajar mais diferente, com mais gírias como "vapt vupt", "vaza cabeção", "cumé",  "cocuruto", etc, para atender e ficar mais próximo à criançada da época.