sábado, 30 de julho de 2022

Tirinha Nº 86: Mônica

Nessa tirinha, Cebolinha pede socorro para não apanhar da Mônica, aparece o "Super-Home" para salvá-lo, mas Mônica acaba batendo nos dois. Mônica bate em qualquer um que está no seu caminho, seja quem for, nem o "Super-Home" é capaz de derrotar a Mônica. Eu gostava quando os super-heróis se davam mal com os personagens da turminha. Muito legal.

A paródia do nome de Super-Homem até que foi pouca, tiraram apenas o "m" no final, que ficou "Supelome" por Cebolinha troca o "R" pelo "L". Na época podia ou não ter paródias de famosos, cada história colocavam de qualquer forma de acordo com roteirista. Hoje em dia o nome do Super-Homem é parodiado fixo como "Super-Homão".  

Tirinha publicada em 'Mônica Nº 82' (Ed. Globo, 1993).

terça-feira, 26 de julho de 2022

Cebolinha: HQ "O Louco está nu!!"

Mostro uma história em que o Cebolinha encontra o Louco pelado na rua causando muita confusão. Com 6 páginas, foi história de miolo publicada em 'Cebolinha Nº 116' (Ed. Globo, 1996).

Capa de 'Cebolinha Nº 116' (Ed. Globo, 1996)

Cebolinha encontra o Louco pelado na rua e se espanta. Louco quer saber onde está e Cebolinha diz que está falado dele. Louco não aceita fazer fofoca dele e ao ver Cebolinha tampando os olhos, Louco também tampa os seus, pensando que estava brincando de "adivinha quem é". Ele tampa seu próprio olho e diz que é ele mesmo e responde a si mesmo que acertou.

Louco se toca que estão brincando da forma errada, Cebolinha diz que não está brincando e Louco coloca um óculos escuro nele, pensando que estava escondendo rosto para ficar incógnito. Cebolinha fala que tampou olhos para não vê-lo nu e Louco pergunta se é "nu" chão, "nu"campinho e Cebolinha grita que quis dizer pelado.

Louco diz que está usando uma roupa muito especial. Cebolinha fala que é fantasia de Adão e Louco responde que é uma roupa mágica que só as pessoas inteligentes conseguem ver e comprou de um rei bobão que não conseguia vê-la. Cebolinha fala que essa história não cola e o Louco mostra uma fita adesiva para usar. Cebolinha desiste de papear com um louco sem roupa e ele pergunta se está chateado que não consegue ver. 

Assim, Louco tira a sua roupa, manda Cebolinha pegar a sua roupa tradicional que estava na árvore e depois de vestir, pergunta se está vendo. Cebolinha confirma e Louco diz que só os imbecis conseguem ver aquela roupa e que precisa tomar cuidado para não ver alguém inteligente, pois pensarão que está pelado, manda os leitores olharem para lá e diz para o Cebolinha que ao lado dele está seguro.

Cebolinha grita que não é porque ele é louco que pode tirar barato dele e Louco pergunta se barata pode, segurando uma. Cebolinha pergunta se ele merece isso, Louco diz que merece muito mais e dá de presente a sua roupa mágica que só as pessoas inteligentes podem enxergar. Louco veste a roupa no Cebolinha e dar aviso para não andar com bobões como ele senão vão achar que está pelado e vai embora procurar uma roupa normal antes que encontre alguém inteligente. 

Cebolinha diz que o Louco passou dos limites, tenta pegar a sua roupa, mas ao passar uma senhora, se esconde atrás da árvore para não ser visto pelado. Depois que ela vai embora, veste a sua roupa, dizendo que roupa invisível só podia sair da cabeça do louco. No final, com ele já vestido, todos na rua ficam em choque só com o Cebolinha pelado, achando um vexame e que ele era sem-vergonha.

Engraçada demais essa história do Louco com uma suposta roupa invisível que ganhou de um rei e que só os inteligentes conseguem enxergá-la. Como o Cebolinha é bobo, não via e pensava que o Louco estava pelado. Ao ganhar a roupa mágica invisível do Louco, a sua que estava que sumiu e depois rodeado de pessoas inteligentes, todos o viam pelado.

De início, a gente até pensava que era coisa da cabeça do Louco mesmo como o Cebolinha pensava, que tudo era imaginação dele, mas provou que era tudo verdade no final com as pessoas no final. Foi rachar de rir o Louco trolando o Cebolinha que era burro e imbecil por não ver sua roupa mágica e enxergar a sua roupa normal, que era a invisível. Sinal que o Cebolinha era nada inteligente. E também engraçado metalinguagem do Louco achar os leitores inteligentes e mostrar o Cebolinha com vergonha de ver o Louco pelado e também se ver pelado e não querer que ninguém o visse daquele jeito

Tiveram os tradicionais trocadilhos marcantes nas histórias do Louco e sempre divertidos como tampar olho pensar que era brincadeira de "adivinhe quem é", confundir "nu" com pronome "no", afinal a gente fala palavras como "chão" e "campinho" com fonema "u" no final, além de confundir expressão "não cola" com verbo colar e mostrar fita adesiva,confundir "barato" com "barata", etc. Incrível como os personagens mudavam suas características ao lado de um personagem diferente, tipo Cebolinha ser mais maquiavélico ao lado da Mônica, ser mais burro com o Louco, gostava disso. 

Incorreta por mostrar nudez de personagens, tanto do Louco e Cebolinha. Mesmo que Louco apareceu com folha, tipo Adão, e Cebolinha tampou seu pintinho com a mão por vergonha, não iam aceitar. Lembrando que na época os meninos ainda podiam aparecer completamente pelados, não colocaram de fora dessa vez porque Cebolinha estava com vergonha. Hoje em dia, nem isso. Também incorreto o Cebolinha se passando de burro, que não é inteligente e atualmente o Louco é muito amigo do Cebolinha, bem mais íntimos com o Louco o chamando de "cenourinha" toda hora, Cebolinha não fica brabo e assustado ao vê-lo e até ajuda de boa nos problemas do Louco, então essas ideias de Louco ser uma pessoa imaginária e esquizofrenia do Cebolinha não são mais abordadas, tudo está mais ameno.

Os traços ficaram muito caprichados, contornos grossos, típicos dos anos 1990. O degradê nas cores no cenário apareceram em bastante quadrinhos, mas não em todos eles como foram no segundo semestre de 1995. Gostava também quando o título das histórias era formado por uma fala do personagem e também não ser no alto da página como foi essa, ajudava a diferenciar do padrão.

sábado, 23 de julho de 2022

Bidu: HQ "Cachorro-de-Chácara"

Compartilho uma história em que o Bidu contratou um porteiro na sua história para que o Bugu não entrasse lá para fazer suas imitações. Com 5 páginas, foi publicada originalmente por volta de 1981 e depois republicada em 'Almanaque do Cebolinha Nº 10' (Ed. Globo, 1990).

Capa de 'Almanaque do Cebolinha Nº 10' (Ed. Globo, 1990)

Bidu observa o Bugu reclamando que quer quer entrar na historinha e em seguida um cachorro grande o carrega, perguntando ao seu chefe Bidu se o conhece. Bugu reclama que isso é uma falta de cordialidade com os amigos e Bidu conta que contratou o Tonicão, seu leão-de-chácara. Bugu diz que se é um leão-de-chácara, devia estar na cidade e que ele era vira-lata. Bidu explica que Tonicão é um porteiro que deixa entrar na história só quem ele quer. 

Tonicão pergunta se quer que dê um chute no traseiro e Bugu fala que é para dar pontapé no traseiro da mãe dele, aproveitando para dar um "Alô, Mamãe!" que tinha esquecido. Bidu manda Tonicão levá-lo, não quer Bugu lá. Fora da história, Bugu faz uma sugestão ao Tonicão, que aceita. 

Enquanto Bidu dorme, Tonicão começa a fazer imitações como se fosse o Bugu. Ele faz sapateado, sendo que um passo bate no Bidu, fazendo acordá-lo. Depois imita o "Caubito Pixoto" (Cauby Peixoto) cantando "Conceição" e depois imita o Mauricio de Sousa, debochando do Bidu que está fora de proporção e a cara de bobo não é forte, fazendo Bidu se irritar e despedir o leão-de-chácara. Bidu diz que se não bastasse o cretino do Bugu, agora o Tonicão exibido e se soubesse, não teria contratado. 

Em seguida, Bugu volta, aproveitando que o Bidu está dormindo, e conta para sua mãe que foi ótima ideia de convencer o Tonicão a fazer imitações para ser demitido e ficar livre dos dois bobocas. Tonicão ouve, descobre que foi tudo um plano e faz sugestão ao Bidu. Bugu pensa que queria fazer imitação do "Waldico Sobiano" (Waldick Soriano), mas a imitação dele foi do Bidu  se preparando para dar chute no traseiro do Bugu, que diz seu tradicional "Adeus, Mamãe!".

História legal em que o Bidu contrata um porteiro segurança para impedir a entrada do Bugu na sua história, mas não contava que o Bugu ia jogar lábia com o Tonicão para fazer com ele faça imitações no lugar dele para ser demitido e o Bidu não tenha mais segurança impedindo sua entrada na história. O plano infalível é descoberto e Tonicão faz imitação do Bidu no final para dar chute no Bugu e expulsá-lo da história.

É do tipo de história do Bidu de metalinguagem, com ele sendo o chefe da história e perturbado pelo Bugu, que queria chance de mostrar seu talento de imitações para sua mãe e para os leitores. Bidu tinha medo de Bugu fazer mais sucesso, de ele não ser mais o astro das histórias e expulsava o Bugu. Eu gostava das histórias do Bidu assim. Também eram boas histórias de planos infalíveis criados por outros personagens sem ser do Cebolinha, cada um com seu interesse, normalmente não apanhavam no final, mas sempre se davam muito mal. 

Foi engraçado o Bugu não saber o que era leão-de-chácara e pensar que ele era um leão vira-lata. Leão-de-chácara é dito de pessoa que é segurança, então o Tonicão foi porteiro da história, permitindo quem pode ou não entrar lá a mando do Bidu e com certeza o Bugu não era bem vindo. Tonicão apareceu só nessa história, como de praxe personagens secundários serem criados para aparecer uma única vez.

As imitações do Tonicão seriam feitas pelo Bugu se o Bidu tivesse deixado, ficaram muito divertidas, principalmente imitando o Cauby Peixoto e o Mauricio de Sousa, que na época ainda tinha barba, por isso o Tonicão colocou uma na hora de imitá-lo. Sempre retrataram nas histórias os cantores e artistas que estão em alta no momento, por isso mostraram Cauby Peixoto e citação à Waldick Soriano, nomes de grandes sucessos da virada dos anos 1970 para os 1980. As paródias com nomes deles muito divertidas, sempre eram criativos. Já a música "Conceição" teve a letra preservada.

Os traços muito bons, típico do início dos anos 1980.  Hoje em dia a MSP evita histórias assim do Bidu com metalinguagem e o Bugu o perturbando querendo uma chance para fazer suas imitações, acham que é batido, o que é uma pena porque até que sempre gostei de histórias assim. Tem elementos incorretos como Bugu falar palavrões, falar que é para Tonicão chutar traseiro da mãe dele, Bidu e Tonicão fazendo questão de chutar Bugu. Atualmente o bordão "Alô, Mamãe!" mudaram para Bugu falando "Olá, Mamãe!" provavelmente porque "Alô"  dá ideia de falar em telefone. Isso, quando ele fala esse bordão porque é bem raro.  

quarta-feira, 20 de julho de 2022

Magali: HQ "Planeta Bombom"

Em julho de 1992, há exatos 30 anos, era lançada a história "Planeta Bombom" em que a Magali transforma o mundo em chocolate através de um pedido para um poço dos desejos e deixa a vida da humanidade em risco. Com 8 páginas, foi história de abertura de 'Magali Nº 81' (Ed. Globo, 1992).

Capa de 'Magali Nº 81' (Ed. Globo, 1992)

Nela, Dudu encontra Magali rindo e ela diz que estava imaginando se o mundo fosse um enorme bombom. Dudu responde que no verão tudo ia virar meleca, que ela só pensa em comer e vai embora. Magali fala que teria chocolate a vida toda e depois tropeça em uma pedra e bate a cabeça em um poço dos desejos.

Magali deseja ao poço que o mundo se transforme é um bombom e tem seu pedido realizado e começa a comer onde estava ficando um grande buraco. Dudu volta, chamando Magali para brincar de bola e cai no buraco e a encontra lá, sem entender nada. Magali explica que o mundo se transformou em um bombom delicioso e Dudu pergunta se ela vai comer o mundo todo. Magali responde que não, vai deixar um pedacinho para ele.

Dudu sai correndo, achando Magali maluca. Em casa, a televisão estava ligada e o noticiário mostra que não sabem como o mundo se transformou em uma bola de chocolate. Uma repórter pergunta a um menino o que ele acha e diz que preferia morango. Na Califórnia, em um calor de 40 graus, o chocolate derrete e o repórter todos se afogam no mar de chocolate. No Alasca, o esquimó gosta de tomar chocolate por baixo do gelo. E o pior de tudo é a cratera que está se formando no bairro do Limoeiro, a polícia desconfia que é uma minhoca gigante e se a cratera aumentar, pode ser o fim da Terra. 

Dudu sabe que é onde está a Magali e corre para lá. Ele entra no buraco, cai em cima da Magali e avisa que ela tem que parar de comer, já estão pensando que ela é uma minhoca gigante e se não parar, a Terra pode rachar e virar milhões de pedaços pelo espaço. Magali não acredita, acha que Dudu está lendo muito gibi e continua comendo. Ele pergunta para Magali como transformou a Terra em chocolate e ela responde que jogou uma moeda no poço dos desejos.

Dudu sai do buraco e encontra o poço e deseja que a Terra volte ao normal. Funciona, os policiais comemoram, Dudu vê que Magali não estava mais no buraco e acha que ela percebeu a diferença. No final , Magali está de cama com dor de barriga, falando com a mãe, Dona Lili, que parece que comeu terra.

História legal em que a Magali pede para o poço dos desejos que a Terra se transforme em um bombom gigante para comer chocolate a vida toda. Dudu conseguiu salvar o mundo desejando a Terra voltar ao normal e Magali se deu mal, pois todo chocolate que comeu acabou se transformando em terra na barriga dela, fazendo passar mal. 

É toda cheia de absurdos, o que torna mais legal ainda. Foi divertido ver Magali comendo sem parar formando buraco, os noticiários da TV, dando até enchente na Califórnia de tanto calor, gelo com chocolate por baixo no Alasca, o menino que preferia que o mundo fosse morango em vez de chocolate e todos pensarem que era uma minhoca gigante que estava comendo a terra de chocolate. Era bem frequente histórias com poços dos desejos, os personagens sempre pediam algo do seu interesse, causando confusões para ele, mas as vezes se davam bem também. Adorava histórias com poços dos desejos. 

Mostrou a característica da Magali egoísta, só pensando nela e mais ninguém.  Para ela, já que a Terra é redonda, por que não podia ser um imenso bombom redondo, uma grande bola de chocolate, e também ela não importava o que aconteceria no mundo, se ia destruir tudo, só queria comer o chocolate sem parar a vida toda. A sua super fome era capaz de comer coisas mais absurdas, traçava tudo. Dessa vez ela se deu mal. Dudu até ficou mais maduro nessa história, não sendo só menino que perturbava para não comer, e se tornou o herói da humanidade, se não fosse ele, Magali ia destruir o mundo.

Os traços ficaram bons, já seguindo um estilo novos de traços adotados a partir de 1992 e dando mais cara de anos 1990. A colorização já ficando mais diferente ainda, com novas tonalidades, deixando até o cabelo do Dudu com tom mais claro, mais para loiro em vez do laranja tradicional

Impublicável atualmente por mostrar essa gula exagerada da Magali a ponto de ser egoísta sem pensar nem na humanidade. Na internet hoje, Magali é odiada e crucificada, não toleram ver as atitudes antigas dela em relação a sua gula sem limites e, pensando nesse povo do politicamente correto, não seria aceita história assim. Fora os absurdos mostrados não gostam nos gibis de hoje. A televisão de tubo eles alterariam nos almanaques por uma TV LED no lugar por não querer mostrar objetos passados e fazer parecer que é uma história atual, mesmo sabendo que almanaques são republicações de histórias de outras épocas. .

Já na promoção da Editora Globo, de enviar o selo vermelho de preço para eles para ganhar assinaturas de revistas e outros prêmios, chegou no seu último mês e dessa vez com um certo aumento em relação ao mês de junho, mas até que ainda preço mais baixo comparado às revistas de abril, antes da promoção. Até interessante eles colocaram um "Apenas" no selo, como se pagar 2200 cruzeiros em um gibi fosse barato e normal. A partir de agosto de 1992, os preços dos gibis começaram a subir de forma exorbitante a cada edição, consagrando a hiper inflação no Brasil. Muito bom relembrar essa história há exatos 30 anos.

sábado, 16 de julho de 2022

Mônica: HQ "A coroa da rainha"

Mostro uma história em que um bandido roubou a coroa de uma rainha e depois que teve que recuperá-la quando a coroa foi parar na brincadeira da Mônica e Cebolinha. Com 9 páginas, foi história de abertura de 'Mônica Nº 30' (Ed. Globo, 1989).

Capa de 'Mônica Nº 30' (Ed. Globo, 1990)

Nela, a Rainha do reino de Bugulu acorda e percebe que sua coroa foi roubada. O Ladrão foge e um policial o aborda, perguntando sobre o roubo da coroa da rainha. O Ladrão diz que é mau gosto, a velhota é muito feia e o policial fala que foi coroa da cabeça. O Ladrão diz que se ver quem roubou, chama a polícia. Depois que o policial vai embora, ele pega o barco no riacho que já estava esquematizado e foge para bem longe, para o Bairro do Limoeiro.

Perto dali, Cebolinha pergunta se sabe da novidade. Mônica pensa que o Cascão tomou banho e Cebolinha conta para a Mônica que deu no jornal que roubaram a coroa da Rainha Bugulu. Mônica pergunta quem é essa rainha, Cebolinha diz que foi o pai quem viu no jornal. 

Mônica diz que deve ser legal ser uma rainha e ele fala que preferia ser um rei e Mônica tem ideia de eles brincarem de rei e rainha, sendo que antes têm que arranjar uma coroa. Cebolinha faz uma coroa de papel de jornal, no caminho voa com o vento forte e vai parar no esconderijo do ladrão. Cebolinha encontra a coroa da rainha Bugulu e rouba para ele brincar com a Mônica pensando que não tinha dono.

Depois, o Ladrão leva o comprador de joias Gastão para comprar a coroa da rainha em dólares. Só que ao ver, Gastão diz que devia ter roubado rainha de um país rico porque uma coroa de papel vale nada. O Ladrão fica brabo demais de terem roubado a coroa e vai atrás de quem roubou.

Logo, encontra Mônica e Cebolinha brincando com a coroa. O Ladrão fala para Mônica que é a vez de ele ser rei e Mônica responde que depois dela é a vez do Cebolinha. O Ladrão diz que não dá para esperar, toma a coroa da Mônica e a chama de dentuça. Mônica bate no ladrão, dizendo que se quiser, vai ter que esperar e o chama de plebeu.

Em seguida, Cebolinha é o rei da brincadeira. O Ladrão toma a coroa dele, que chama pelos guardas. Mônica aparece, bate de novo no Ladrão e devolve a coroa para Majestade Cebolinha. O Ladrão desiste de roubar a coroa das crianças, é mais difícil de roubar da rainha de Bugulu. Logo, tem a surpresa da Mônica entregar a coroa pra ele, por ser a vez dele ser rei da brincadeira. O Ladrão comemora que é o rei, como se tivesse brincando, logo se toca, e foge com a coroa.

Mônica e Cebolinha pensam que ele estava brincando de ladrão da coroa, vão atrás e conseguem pegá-lo. O Policial aparece e prende o Ladrão, falando que as crianças fizeram bom trabalho, ele está sendo procurado pelo mundo todo. No final, a rainha de Bugulu empresta a coroa, cetra e o manto dela para Mônica e Cebolinha para eles brincarem como recompensa de terem prendido o bandido que a roubou e ficam muito felizes.

História legal em que um bandido rouba a coroa da rainha de Bugulu, mas que Mônica e Cebolinha pegam para poder brincar e o bandido tenta recuperar. Não contava que teria que encontrar justamente a Mônica,  e apanhou várias vezes ao tentar roubar até ser preso pela polícia.

Interessante que na história as crianças na inocência delas nem sabiam que estavam lidando com um ladrão de verdade, pensavam apenas que ele queria brincar com eles. Era muito bom a Mônica bater em qualquer pessoa, até em adultos e em bandidos, qualquer um que seja contra as ideias dela ou a xingasse. Graças a seu gênio que conseguiu derrotar o ladrão, mesmo sem saber que era um.

Estilo de histórias de brincadeiras, com eles brincando, que eram bem divertidas. Só assim para Cebolinha ser rei da rua por um momento, como sempre quis, sem fazer plano infalível e a Mônica achar ruim. Foi legal ver que as crianças nem sabiam quem era a tal rainha do noticiário, o Cebolinha roubar a coroa do ladrão, também sem querer, no melhor estilo que quem rouba ladrão, tem cem anos de perdão e a cara dele ao descobrir que a coroa não estava lá e, sim, uma coroa de papel de jornal. Se as crianças fossem mais espertas e se lembrassem do noticiário do roubo, iam se ligar que a coroa que estavam brincando era a própria coroa roubada.

Teve uma certa referência ao seriado "Chaves", quando a Mônica sugere eles brincarem de rainha após o Cebolinha falar sobre o noticiário do roubo da coroa da rainha. Mônica como Chiquinha e Cebolinha como Chaves. No seriado, acontecia de alguém chamar o Chaves para brincar de alguma coisa após eles falarem sobre um assunto parecido, tipo como brincarem de cachorrinhos, de encantado, etc. Na MSP da fase clássica não fizeram paródias do Chaves propriamente ditas, mas às vezes colocavam alguma situação ou bordão do seriado nas cenas. Policial falando no final "Bom trabalho, crianças!" teve referência ao desenho "Scooby Doo" e o comprador de joias teve o mesmo nome do Gastão, primo do Pato Donald da Disney, também não deixaram de ser uma homenagens.

Ladrão e Rainha ficaram sem nomes próprios e só apareceram nessa história. Tiveram absurdos de reino Bugulu ser no Brasil e de certa forma perto do Bairro do Limoeiro, de acordo com a forma que trataram, e de um castelo daquele jeito não ter uma segurança rígida a ponto de um ladrão invadir e roubar a coroa e segurança ser agredido. 

Os traços ficaram muito bonitos, sempre dava gosto de ver esse estilo de desenhos. Gostava também do recurso de título não aparecer no alto da primeira página, dessa vez foi no rodapé da primeira página. É completamente impublicável atualmente por envolver bandido, fora as crianças lidarem com ele sem saber que era um, além de violência de Mônica bater no ladrão e ficando com olho roxo, coisa que não pode hoje de personagens surrados. Trocadilho de coroa na cabeça com velhota e ridicularizando, mesmo que bem engraçado, também não seria aceito, assim como palavra "roubar" também ser proibida nos gibis atuais.

Curiosamente, nunca foi republicada até hoje. Poderia ter sido a partir de 1994, mas acabou não sendo. Motivo de não ser republicada, difícil saber, já que quase todas de 1989 foram e não tinha ainda politicamente correto. Possibilidades de já terem pressa de republicarem histórias de abertura de 1990 nos almanaques dela ainda em 1995 e acabou depois sendo esquecida ou acharam de certa forma pesada em relação a crianças não saberem que estavam lidando com bandido porque geralmente elas sabiam quando tinham histórias assim. Então, se torna rara e só quem tem essa edição da 'Mônica Nº 30' que conhece essa história. 

quarta-feira, 13 de julho de 2022

Capa da Semana: Cebolinha Nº 20

Nessa capa, Cebolinha está comendo cachorro-quente na rua e o Bidu e outros cachorros saem correndo com medo, pensando que o vendedor matava cachorros para fazer o sanduíche. Brinca com a ideia de curiosidade de por que o lanche tem esse nome, dúvida de muita gente. E interessante os cachorros saberem ler, saberem que aquilo que o Cebolinha estava comendo cachorro-quente.

Dessa vez uma capa com piada do Bidu e sem mostrá-lo só ilustrando um desenho bonito tão comum nos gibis dos anos 1980 e não foi uma piada envolvendo personalidade do Cebolinha. Costumavam as vezes fazer piadas com personagens sem ser dono da revista para variar um pouco. E gostava quando capas tinham o logotipo com contorno colorido, sem ser contorno preto padrão, parecendo que estava iluminado e uma forma de variar também.

A capa dessa semana é de 'Cebolinha Nº 20' (Ed. Globo, Agosto/ 1988).

domingo, 10 de julho de 2022

HQ "Thuga e o Ciclope apaixonado"


Mostro uma história em que um Ciclope se apaixonou pela Thuga, que teve que arrumar um jeito de se livrar dele. Com 4 páginas, foi publicada em 'Cebolinha Nº 117' (Ed. Abril 1982).

Capa de 'Cebolinha Nº 117' (Ed. Abril, 1982)

Thuga está molhando rosto no lago, quando ouve um barulho vindo do arbusto e descobre que era um Ciclope. Ela sai correndo, pedindo ajuda, e o Ciclope corre atrás, falando para não ficar apavorada e pergunta se viu um tigre dente-de-sabre. Thuga diz que o viu e é feio pra caramba. O Ciclope fala que a mãe dele o acha bonito e ela responde que foi porque não inventaram o óculos.


O Ciclope pede para pararem de correr porque é cansativo conversar correndo, e diz que quando estava a olhando no laguinho, se apaixonou por ela à primeira vista. Thuga volta a correr e Ciclope diz que se casar com ele, levará café na cama para ela, lavará a roupa, ajudará na cozinha e ela diz que gosta de outro cara. Ciclope, ainda insiste para ir com ele, não bebe, não fuma e não deixa roupa espalhada. Ele passa a frente dela e Thuga começa a gritar.

Piteco está passando, o Ciclope o manda ir embora, o papo é só entre ele e a Thuga. Piteco fala que ela quer nada com ele e começam a brigar, saindo o Piteco vencedor, colocando Ciclope para correr. No final, Thuga fica olhando Piteco admirada por ter a salvado  e pergunta para ele se levaria café na cama, lavaria roupa e a ajudaria na cozinha, sem Piteco entender.

Uma boa história, típica de miolo, em que o Ciclope solitário se apaixona pela Thuga sem ser correspondido. Vimos que o Ciclope não era mau, só queria uma companhia amorosa, mas teve infelicidade de se apaixonar logo pela Thuga, que só tem olhos para o Piteco, mesmo que o Ciclope seria um par perfeito bem romântico que a ajudaria até em todas as tarefas domésticas. O fato de ser feio, com um olho só, também contribuiu, a princípio se assustando, pensando que era um mostro querendo atacá-la, e depois querer nada de casamento com ele. 

É incorreta por isso de preconceito contra feios e o Ciclope ainda se dar mal, ter um final triste para ele, que continuou solitário. Atualmente as histórias têm que ter finais felizes para não traumatizar e no mínimo teriam que colocar uma namorada para o Ciclope no final. Fora que também não tem mais histórias envolvendo namoro nos gibis e nem brigas e duelos entre personagens, para não estimular violência, ainda mais com clava do Piteco com prego para estimular que vai machucar mais ainda seus adversários, e nem citações à bebidas alcoólicas e fumo.

Aliás, foi legal ver os absurdos como ter um mamute voador no primeiro quadrinho, "dinoussaura" de 3 olhos apaixonada pelo Ciclope, Thuga saber da existência de óculos antes de ser inventado, além de bebida alcoólica e fumo que também não tinham sido inventados na pré-História, clava do Piteco com prego (isso sempre era frequente nas histórias dele), e eles terem um cotidiano como levar café na cama, lavar roupa, cozinhar, etc, como se fosse uma civilização atual.

As vezes tinham historias de outros personagens secundários sem ser o Piteco protagonista, assim de vez em quando podia ter histórias solo da Thuga e da Ogra, por exemplo, podendo ter ou não participação do Piteco. Eu gostava quando tinha para variar.

Os traços muito bons, típicos dos anos 1980. Era bom ver os cenários bonitos da Pré-História com detalhes e até ver ângulos diferentes enquanto Thuga e Ciclope corriam, mostrando visão deles de costas. Tiveram cenas mostrando personagens como sombras, pintados só de preto ou de azul, sem serem desenhados, coisa bem comum nos gibis da Editora Abril de todos os segmentos, principalmente nos anos 1970. Nas propagandas inseridas nas laterais da páginas, dessa vez foi do lápis Labra, sempre frequente nos gibis do início dos anos 1980. Foi republicada depois em 'Almanaque da Mônica Nº 20' (Ed. Globo, 1990). termino mostrando a capa desse almanaque.

Capa de 'Almanaque da Mônica Nº 20' (Ed. Globo, 1990)

quarta-feira, 6 de julho de 2022

Cascão: HQ "O menino do balão"

Compartilho uma história em que o Cascão fica preso em um balão que estava enchendo, causando muita confusão dentro do ribeirão. Com 7 páginas, foi história de abertura de 'Cebolinha Nº 89' (Ed. Abril, 1980).

Capa de 'Cebolinha Nº 89' (Ed. Globo, 1980)

Cascão está enchendo um balão gigante e Mônica dá um tapinha nas costas dele, fazendo com que ele entre no balão. Depois, ela amarra o balão de propósito para Cascão ficar preso para deixar o seu coelhinho seguro. Cebolinha chega, acha estranho o Cascão dentro do balão, parecendo bolha de sabão suja, e cobra o dinheiro que Cascão estava lhe devendo. Como não podia sair, ele mostra o dinheiro que não vai dar, aproveitando que estava preso. Cebolinha manda sair de lá ou vai contar quem deu nó no coelhinho da Mônica ontem.

Mônica ouve e tenta dar um soco no Cascão, mas a bolha impede, fazendo dar soco no Cebolinha e a bolha parar no muro e impacto faz Cascão voar pelo bairro. Ele faz desviar de uma nuvem e acaba parando na beira de um ribeirão. A bolha se desloca e ele vai parar na água, com peixes avistando. Cascão acha o ribeirão mais bonito que pensava e do nada os peixes se afastam com a presença de um peixão querendo devorá-los e tenta atacar uma peixinha simpática que não fugiu. Cascão a salva e se torna herói dela, que se apaixona por ele. 

Mônica taca pedrinhas na água e faz a bolha do Cascão subir à superfície. Quando ela tenta laçar a bolha, os peixes carregam a bolha para o fundo e Cascão diz que sabia que não podia confiar em gente que mora na água. Lá, ele estranha vários peixinhos atrás, a peixinha apaixonada e um peixe com cara de padre e se toca que queriam fazer casamento dele com a peixinha. Cascão diz que não quer se casar, ela é muito molhada, não é do tipo dele.

Os peixes correm de novo e Cascão percebe que o peixão voltou para atacá-lo. Ele morde a bolha, estoura e Cascão para na superfície com o peixão com dentes agarrados na bolha. Cascão diz que o peixe paga o que deve ao Cebolinha e que eles o provocaram e quando fica nervoso, é fogo. Enquanto carregam eles perguntam como conseguiu e Cascão fala que vai pensar se vai contar enquanto pagam sorvete para ele. No final, dois pescadores estavam ali perto e um desiste de pescar porque não tem coragem de pescar um peixinho com cara de triste, mostrando a peixinha que perdeu o Cascão como marido. 

História divertida e cheia de absurdos, com Cascão ficando preso dentro do balão que estava enchendo e foi parar no fundo de um ribeirão e uma peixinha se apaixona por ele após salvá-la de um peixão que ia devorá-la e queria se casar com Cascão por isso. Não conseguiu por causa do peixão que voltou e ela ficou triste no final pelo fim do casório, mas pelo menos isso a livrou de ser pescada pelos pescadores no final. A bolha fez com que Cascão não se molhasse dentro do ribeirão e pelo menos pôde admirar e continuando seco. Só assim para Cascão entrar no ribeirão sem se molhar.

Os absurdos foram grandes do início ao fim e foram ponto alto da história. Muito engraçado Cascão dentro do balão, Mônica com força tão grande com um tapinha conseguindo prender o Cascão no balão, ele voar e conseguir se afastar de uma nuvem, os peixes com personalidade com direito a peixinha se apaixonar pelo Cascão e até um padre para fazer casamento entre eles, assim como o o Cascão conseguir sair direto para a superfície após a mordida do peixão na bolha. Legal também ver Cebolinha levando soco da Mônica sem querer ao acertar a bolha, o Cascão devendo dinheiro para o Cebolinha e pescador com pena da peixinha triste.

Incorreta hoje porque não gostam de absurdos grandes assim, só em histórias do Louco, preferem situações que atendam a realidade, descaracterizando formato de gibis que teriam intenção de fugir da realidade. Cebolinha levar soco da Mônica ficando de olho roxo, criança devendo dinheiro  para o amigo e pescarias também não bem aceitos hoje.

Foi bem curtinha para história de abertura, como era frequente na Editora Abril. Cascão não tinha gibi na época e aí tinham histórias dele nos gibis da Mônica e do Cebolinha, principalmente nos do Cebolinha. Tanto que nessa notamos que o Cebolinha fez apenas participação, destaque foi para o Cascão e também para Mônica em segundo lugar, pois foi por causa dela que o Cascão entrou no balão. Pelo visto já tinham intenção de criar um gibi para o Cascão e faziam histórias solo dele para o pessoal ir se acostumando e se familiarizar mais com o personagem.

O Sansão não tinha nome ainda, aí só chamavam de "coelhinho" ou "coelhinho de pelúcia". Ganhou nome apenas em 1983 com o concurso para leitores sugerirem nome para ele, com resultado divulgado na história de abertura de 'Mônica Nº 161' da Editora Abril. Os pescadores falando caipira, inauguraram o caipirês adotado nos gibis de 1980. Chico Bento, que antes falava certo, também começou a falar caipirês só em 1980, sendo que ainda linguajar não padronizado como a gente vê hoje.


Os traços muito bons, com fase de transição dos personagens bochechudos, ainda no estilo dos traços de 1979. Essas histórias de 1980 têm todo estilo das de 1979, é curioso que é um ano que não consigo identificar de cara vendo os traços, se não soubesse da edição que foi publicada, ia jurar que seria de 1979. Tiveram erros de esquecimento de desenhar franja da Mônica no quadrinho que ela tentar laçar o Cascão e também de personagens falando de boca fechada como em vários momentos do Cascão dentro do balão e na penúltima página com Mônica e Cebolinha, isso era bem comum nos gibis da Editora Abril, assim como personagens serem coloridos completamente com apenas uma cor em alguns momentos, marca da Editora Abril em todos os segmentos de gibis, principalmente nos anos 1970. 


A capa do gibi com alusão à história, como era de costume as capas dos gibis do Cebolinha da Editora Abril com alusão à história. Foi republicada depois na própria Editora Abril, em 'Almanaque do Cascão Nº 10', de 1985. As imagens da postagem foram tiradas desse almanaque. Para constar, Almanaques do Cascão da Abril colocavam essas histórias solo dele nos gibis do Cebolinha ou da Mônica ou então histórias do Cebolinha com participação maior do Cascão. 

Capa de 'Almanaque do Cascão Nº 10" (Ed. Abril, 1985)