quinta-feira, 30 de julho de 2020

HQ "Mônica e os terríveis Cremilins"

Compartilho uma história clássica parodiando o também clássico filme "Gremlins", com Mônica precisando capturar os monstros Cremilins. Com 7 páginas, foi história de abertura publicada em 'Mônica Nº 180' (Ed. Abril, 1985).

Capa de 'Mônica Nº 180' (Ed. Abril, 1985)

Começa com Cebolinha e Cascão fugindo da Mônica depois de aprontarem mais uma com ela enquanto o narrador avisa que Cremilins são engraçadinhos, mas jamais dê sorvete de creme para eles. Mônica arremessa o Sansão forte e acaba quebrando vidraça de uma loja chinesa  e Sansão vai parar ao lado de uma criatura, que tinha o formato de um coelho vivo.


Mônica o pega e foge correndo para não verem que ela quebrou a vidraça. O Velho Chinês, dono da loja, aparece e vê que quebraram o vidro, mas se alivia que não levaram o seu Coelhuai. Quando se aproxima, se assusta que o Sansão não era o Coelhuai e vai à rua procurar imediatamente antes que alguém derrube sorvete de creme nele.

Na rua, Mônica olhando para trás, acaba esbarrando com a Magali, que estava tomando sorvete de creme e o sorvete cai no Coelhuai. Mônica reclama sobre o que Magali fez com o Sansão e ela diz que só inchou um pouco os bigodes e pior foi que perdeu o sorvete dela. Mônica olha para ele, os bigodes caem e se multiplicam virando vários monstros, os Cremilins, que passam a perseguir a Mônica.


O Chinês vê a cena e captura um Cremilim. Ele explica a Mônica sobre eles e avisa que têm que capturar os Cremilins antes que acabem com os sorvetes de creme e se multipliquem em milhões e depois que pegarem todos, ele vai usar a sua velha fórmula chinesa para fazê-los voltar a ser coelhinhos bonzinhos.

Ali perto, Cebolinha vê umas orelhas de coelho, pensa que era o Sansão e dá nós nas orelhas. Mas era um Cremilim e acaba enrolando seu cabelo para o alto. Mônica e o Chinês veem o cabelo do Cebolinha e o Chinês fala que Cremilins agem como crianças mal-educadas. Eles também tentam dar banho no Cascão e jogam sorvetes no sorveteiro porque ele não tinha sorvete de creme e ainda se questiona que coelhos gostam é de cenoura.


Mônica tem ideia de se fantasiar de sorveteiro e avisa que tem sorvete de creme. Consegue atrair os Cremilins com isso e prende todos no carrinho. Só que faltou um e ele vai direto para a sorveteria. Lá, Mônica pergunta par ao atendente onde está o maior freguês e ele fala que devorou todos os sorvetes. Quando veem a Magali de barriga cheia e Cremilim triste por não ter comido, eles ficam aliviado. O Chinês consegue prender o Cremilim que faltava e Magali cobra da Mônica o sorvete que ela estava devendo. No final, o Chinês bate na bunda dos Cremilins de chinelo e Mônica fala que ele está usando a velha fórmula chinesa de transformar Cremilins em Coelhuais bonzinhos.


História muito legal e criativa parodiando o filme "Gremlins". Deu para entrar no clima do filme. Conseguiram adaptar bem os principais fatos do filme com o universo da Turma da Mônica com muito bom humor e com direito de até Magali salvar a Terra dos terríveis Cremilins. "Gremlins" foi um filme de 1984 que marcou os anos 1980, em que um velho chinês vende um bichinho "Mongwai" para um menino sendo que ele não podia ser molhado, não colocá-lo sob luz solar e não alimentá-lo após meia noite. Acontece do Mongwai ser molhado e acaba se multiplicando e virando monstros aterrorizando toda a cidade. Um clássico do cinema.


Na história o "Mongwai" virou "Coelhuais" em forma de coelho, "Gremlins" viraram "Cremilins", que ao invés de virarem monstros com contato com água,  se transformam em monstros em forma de coelhos com contato com sorvete de creme. Grande sacada. No filme, um consegue escapar após todos serem capturados, o que acontece também nessa história. Com isso, conseguiram reunir vários elementos e em apenas 7 páginas conseguiram uma obra-prima e sem encheção de linguiça. Mesmo quem não viu o filme acha uma história bem divertida e engraçada. O que foi diferente que o lado de terror com os Gremlins diabólicos, causando acidentes, matando pessoas, foram amenizados só fazendo traquinagens de crianças mal-educadas já que era um gibi infantil.


Hoje em dia tem o título "Clássicos do Cinema" com os personagens parodiando filmes, só que evitam filmes de terror. Embora de vez em quando até tenha, mas preferem mais parodiar filmes de super-heróis e ficção científica. O final também é incorreto com o velho chinês batendo nos Cremilins de chinelo. Não aparecem mais os pais batendo de chinelo nos filhos, dando palmadas, por ser considerado violência infantil, não pode de jeito nenhum pais bater nos filhos hoje. Mesmo os Cremilins sendo vilões, não fariam isso.

Os traços excelentes da fase consagrada da turma dos anos 1980, estava começando o estilo da fase consagrada em 1985. Interessante o Sansão nas histórias antigas formar várias expressões diferentes. Ele é um coelho de pelúcia e devia ter sempre a mesma expressão, mas acabam colocando várias expressões, as vezes até olhando em direção a quem estava falando e braços em posições diferentes, parecendo que estava vivo.


Teve propaganda do lápis Labra inserida na lateral direita da última página, o que era muito comum na época e eu gostava quando acontecia. Foi republicada depois em 'Almanaque da Mônica Nº 23' (Ed. Globo, 1991). Termino deixando a capa desse almanaque.

Capa de 'Almanaque da Mônica Nº 23' (Ed. Globo, 1991)

domingo, 26 de julho de 2020

Cebolinha: "Uma história no futuro"

Compartilho uma história em que Cebolinha e Cascão foram parar no futuro ao entrarem em uma máquina do tempo e se depararam com a triste situação ambiental que se encontrava a Terra. Com 8 páginas, foi história de abertura de 'Cebolinha Nº 141' (Ed. Abril, 1984).

Capa de 'Cebolinha Nº 141' (Ed. Abril, 1984)

É apresentado o planeta Terra no ano de 2084 como um lugar cinzento, esfumaçado e poluído e mostra o laboratório do Doutor Vandoido, um cientista inteligentérrimo do século XXI. Ele comenta com o seu assistente Tortus que terminou de criar o seu maior invento, a máquina do tempo, era só baixar a chave e a cápsula do tempo os levam para a época que quiser. O assistente Tortus abaixa a chave e acaba a máquina sumindo. Vandoido reclama que tinha que ter o esperado ter entrado na máquina para acionar a chave e agora tem que recarregar os geradores para trazer a máquina de volta e ele nao sabe em qual época foi parar.


A nave vai parar em 1984, bem ao lado de Cebolinha e Cascão, que estavam jogando bolinha de gude. Eles estranham a nave surgir do nada e entram de curiosidade. Cascão aperta uns botõezinhos da nave e eles acabam parando no ano 2084, de quando a nave foi criada. Eles veem tudo diferente e pensam que foram parar em outro planeta como Marte  e acham tudo feio. Um habitante fala que lá é o planeta Terra. Cebolinha diz que eles moram lá, tem árvores, plantas, passarinhos e o céu é azulzinho. O habitante diz que a Terra foi assim, mas isso é coisa do passado e ele diz que estão em 2084. 


Cascão acha que a folhinha do homem está adiantada e Cebolinha deduz que entraram em uma máquina do tempo. Cebolinha pergunta onde estão as árvores, os pássaros, os peixes e os rios. O homem responde que árvores foram derrubadas para construírem mais prédios, pássaros não aguentaram a fumaça preta, os rios foram canalizados e os peixes extintos há muito tempo. Cascão diz que dos rios não sente falta e o homem fala que seria uma boa se pudessem voltar atrás e mostrar para todos como  o mundo ficou por causa do desrespeito à natureza. 


Cebolinha diz que se soubessem guiar a nave poderiam voltar para casa. Só que nesse momento percebe que a nave foi levada enquanto conversavam. Logo veem que foram o cientista Vandoido e o assistente Tortus que levaram e vão atrás. Quando Vandoido está prestes a testar a máquina do tempo, cebolinha e Cascão surgem e entram nela. Vandoido pergunta por que invadiram a nave dele. Ao falar para saírem lá, Tortus aciona a chave e Cebolinha e Cascão somem. Vandoido fica uma fera que não o deixou entrar de novo e nunca saberá se a máquina funciona. O habitante fala que quem sabe os garotos conseguem mudar o presente deles.


Cebolinha e Cascão voltam para 1984 e ficam contentes em ver tudo ao normal, com árvores, pássaros, céu azulzinho e cascão fica até contente de ver o riacho. Cebolinha comenta com cascão que eles têm que juntar a turma e os leitores, contar toda a história para eles e lutar para que não acabem com a natureza. No final, é mostrada a Terra de 2084, cheia de árvores, pássaros, rios e progressos, concluindo, assim, que Cebolinha e cascão conseguiram a missão de modificar o futuro com ações contra desmatamento e poluição. Conseguiram modificar o futuro e o planeta Terra agradece.


Uma história sensacional e com bonita mensagem, envolvendo máquina do tempo e conscientização dos problemas ambientais do planeta Terra. O cientista teve problemas de entrar na sua máquina do tempo, mas acabou servindo para que Cebolinha e Cascão, que viveram 100 anos antes, conseguissem mudar o presente deles com conscientização da sociedade para não derrubarem árvores e não acabarem com os rios. As atitudes do passado conseguiram reverter o futuro.

Incrível como continua um tema tão atual, desde aquela época já tinham problemas ambientais na Terra e se nada for feito para combater e continuar o desrespeito ao meio ambiente, acontecerá algo bem parecido como aconteceu nessa história daqui a 100 anos. Hoje muitos não estão nem aí para o meio ambiente, fazem desmatamento, poluem rios, matam animais, tudo em nome de progresso, para ganhar mais dinheiro, aumentar economia, daqui uns anos o equilíbrio ecológico será totalmente prejudicado sem ter como reverter e todos vão se lamentar pelo passado. Assim, a história serve para refletir e tentar mudar alguma coisa nas atitudes contra o meio ambiente antes que seja tarde demais.


Dava tranquilamente para encaixar essa história com o Chico Bento ou Papa-Capim, mas preferiram Cebolinha e Cascão para diferenciar. Nota-se também que não era só Franjinha que inventava máquinas do tempo, qualquer um podia conforme melhor para o roteiro. Bem criativo e engraçados os nomes do Vandoido e Tortus, eles caprichavam nos nomes de personagens secundários. Como de costume em personagens assim, eles apareceram só nessa história. Curioso que o filme "De volta para o futuro" não havia sido criado ainda, foi só em 1985, mas essa história teve uma pegada de tema do filme, só que com foco aos problemas ambientais.


Interessante como gostavam de retratar o futuro como nos desenhos "Os Jetsons", sempre era desse estilo, com transportes voadores, roupas que permitem voar e prédios futurísticos, pessoas voando. Quando a gente estiver em 2084 ou além disso não será assim desse jeito. Essa, então, era a visão deles de como seria o mundo no aspecto visual depois de 100 anos, hoje cada um pode também imaginar como será o mundo em 2084 ou até mesmo no ano 2120. 


Os traços ficaram muito bons, quase igual aos traços consagrados dos anos 1980, dessa vez o cabelo do Cascão ficou bem visível que tinha arte-final de impressão digital do Sergio Graciano. Algumas vezes eram bem mais nítidos o efeito. Hoje até dariam para fazer história com esse tema, só mudariam quando o Doutor Vandoido chamou o Tortus de burro por ser ofensa.  As imagens eu tirei do 'Almanaque do Cebolinha Nº 21' (Ed. Globo, 1993). Nota-se que não alteraram anos originais, poderiam adaptar para 1993 se quisessem,  mas nem isso eles mudavam. Depois, ainda mesmo na Globo, costumavam alterar anos de histórias originais em almanaques para pensarem que era história atual, principalmente em almanaques com histórias de Ano Novo. E isso continua mais forte na Panini.

Capa de 'Almanaque do Cebolinha Nº 21' (Ed. Globo, 1993)

quinta-feira, 23 de julho de 2020

Capa da Semana: Cascão Nº 316

Mostro uma capa com um detetive analisando o cabelo do Cascão atrás de pistas por ser semelhante a uma impressão digital e Cascão não gostando nem um pouco. Curiosamente, o cabelo do Cascão é feito por impressão do desenhista Sergio Tiburcio Graciano e com a arte-final dá o efeito que a gente vê nos gibis para dar impressão de um cabelo crespo e com sujeira, justamente como o Mauricio desejava. Tinha vezes que ficava nítido que era uma impressão digital por não terem finalizado direito. Sergio Graciano era um dos funcionários mais antigos da MSP, morreu em 2019, mas deixou sua marca nos gibis com esse efeito no cabelo do Cascão.   

A capa dessa semana é de 'Cascão Nº 316' (Ed. Globo, Fevereiro/ 1999).


segunda-feira, 20 de julho de 2020

Almanaque Bidu & Mingau Nº 13 - Panini

Nas bancas o 'Almanaque Bidu & Mingau Nº 13', um retorno do título que havia sido suspenso. Comprei essa edição e faço resenha de como foi.


O 'Almanaque Bidu & Mingau' foi lançado em janeiro de 2008 pela Editora Panini marcando uma nova coleção regular com almanaques de secundários. Eles fizeram almanaques de 2 núcleos de personagens semelhantes, alternando história entre eles, até para todos os núcleos de personagens terem o seu título próprio, antes já existiam almanaques da Tina, Penadinho e Astronauta desde 2004, ainda na Editora Globo. Todos com 76 páginas ao invés de 84 páginas dos almanaques tradicionais da Turma da Mônica.

Além de  'Almanaque Bidu & Mingau', criaram também os almanaques 'Piteco & Horácio' e 'Papa-Capim & Turma da Mata', cada um semestral nos meses ímpares. Assim, 'Bidu & Mingau' saíam nos meses de janeiro e julho, 'Piteco & Horácio' nos meses de março e setembro, e 'Papa-Capim & Turma da Mata', maio e novembro. O bom desses almanaques, além de ter um título só com secundários, algumas vezes tinham histórias da Editora Abril, e, com isso, dando destaque a histórias de todos os tempos. Sempre que tinha alguma da Abril eu comprava. 

Infelizmente em 2014 todos esses almanaques de secundários foram cancelados, por poucas vendas, ficando só o 'Almanaque do Louco', que havia sido lançado há pouco tempo e que inclusive ficou no lugar do Almanaque do Astronauta em junho e dezembro, por causa de poucas vendas também. Até que, para surpresa de todos, 'Almanaque Bidu & Mingau' voltou agora em 2020, nos meses de junho e dezembro, no lugar do 'Almanaque do Louco'. Estavam repetindo demais histórias do Louco, não tinham mais histórias da Globo para republicarem e resolveram cancelar, ou pelo menos dar um tempo.


Comprei esse 'Almanaque Bidu & Mingau' porque não tinha nenhuma edição antes da pausa. Todos os outros almanaques de secundários eu tenho pelo menos uma edição, menos esse. Não havia comprado porque nunca teve histórias da Editora Abril.  Davam foco em histórias dos anos 2000 e quando tinham algumas dos anos 1980 e 1990 da Globo eu já tinha as originais e queria evitar material repetido. Até Mingau só colocavam histórias do anos 2000, já da fase que só dava ele nos gibis da Magali, aparecia mais que a própria dona do gibi, ficando cansativo.

'Almanaque Bidu & Mingau' havia parado no "Nº 12" antes da pausa. Agora seguiu a numeração de onde parou. Ele tem 76 páginas, só que custando R$ 7,90, o mesmo preço dos almanaques de 84 páginas, se tornando assim, mais caro. Os Almanaques da Tina e Penadinho são mais baratos que os de 84 páginas, provavelmente devem subir também para esse preço nas próximas edições. A distribuição foi atrasada, é uma edição de junho e chegou aqui no dia 13 de julho. Muitas vezes os gibis chegam atrasados mesmo e agora com o Coronavirus tem demorado mais e tem banca que nem estão mais vendendo gibis.

Frontispício da edição

A capa foi uma piadinha do Franjinha dando banho no Bidu e Mingau rindo de longe no alto do muro. Foram 13 histórias no total, incluindo a tirinha final. Foram 7 histórias da Turma do Bidu (ocupando 35 páginas do almanaque) e 5 do Mingau (ocupando 24 páginas do almanaque). Não teve revezamento entre eles, as vezes mostraram 2 ou 3 histórias seguidas da Turma do Bidu, as vezes 2 seguidas do Mingau, por exemplo. 

Nas histórias do Bidu, a de abertura é "The Bídus" ('Mônica Nº 149', de 1999), em que tem uma homenagem à bada "The Beatles" com os personagens encarnando os integrantes da banda. Bidu é "Bidu Macarta" (Paul MCCartney), Duque é "Duque Estar" (Ringo Starr), Manfredo é "Manfredo Rarisson" (George Harrison) e Bugu é "Bugu Lenon"  (John Lennon). Tem participação de um mico como "Mico Jeguer" (Mick Jagger) da Dona Morte no final levando para o além o "Bugu Lenon".

Trecho da HQ "The Bídus"

Bidu ficou apagado em suas histórias, uma ele nem apareceu e outras quase não aparece ou não tem o centro da atenção. Bugu e Dona Pedra tiveram mais atenções que ele. Acho Dona Pedra tão sem graça, ninguém merece. De destaque, a história "O substituto do Bidu" ('Cascão Nº 63', de 1989) em que o o Bidu sai de férias e Bugu tenta ser o astro principal da histórias, mas é impedido pela Dona Pedra, quem o Bidu deixou no lugar dele e os dois brigam. Bidu não aparece nessa, apenas citado.

Trecho da HQ "O substituto do Bidu"

Tem "Uma longa história" ('Cascão Nº 379', de 2001), muda de 2 páginas, que aparece o Piteco em maior parte fazendo pinturas na caverna e só no último quadrinho que aparece a Dona Pedra e o Bidu, mas o foco da piada é da Dona Pedra, tanto que o crédito da história é dela e não do Bidu e nem do Piteco, que aparece na história quase toda. Em "Por baixo" ('Parque da Mônica Nº 12', de 1993), Bugu faz o Bidu cair em um buraco para tomar conta da história e fazer as suas imitações. Teve participação do Cranicola e da Mônica. E Bidu quase não aparece por estar no buraco, o centro foi o Bugu.

Trecho da HQ "Por baixo"

Além disso, dessa vez não teve histórias só do Bidu e do Mingau. Teve uma do Floquinho ("O Floquinho tá paradão!" - 'Cebolinha Nº 239', de 2006), com Cebolinha achando estranho ele estar imóvel, que não apareceu nem Bidu nem Mingau, bem longa por sinal; "Cachorro solto só se mete em confusão" ('Mônica Nº 169', de 2000), muda creditada e piada final do Monicão, sendo que essa teve uma participação do Bidu, mas não era história dele; e "É para trazer de volta", muda com cachorros correndo graveto, com Bidu aparecendo só na primeira página e no último quadrinho, com piada final do Zé Esquecido.

Isso não gostei, não faltam histórias do Bidu e do Mingau, não precisava preencher com histórias de outros personagens, ficou uma espécie de um mini Almanaque Temático de bichinhos de estimação da turma, coisa que nem teve até hoje. Também foram muitas histórias mudas (4 no total em sequência), muitas delas longas e da fase do início dos anos 2000 que enchiam de história mudas nos gibis. Isso também não gostei. 

Trecho da HQ "O Floquinho tá paradão!"

Já histórias do Mingau, teve foco as da primeira metade dos anos 1990.  Teve "Mingau enfrenta o terrível rolo de barbante" ('Magali Nº 122' , de 1994), com ele lutando para se desenroscar de um barbante que ele estava brincando. Teve "Cadê o rato?" ('Magali Nº 68', de 1992),  com ele correndo atrás de um rato em beco com várias lata de lixo;  ('Magali Nº 30', de 1990), quase toda muda com ele tentando pegar escondido o violão do gibi da Magali; e em "Sujinho" ('Magali Nº 140', de 1994), Mingau se suja todo para os outros darem banho e comida pra ele.

Trecho da HQ "Mingau enfrenta o terrível rolo de barbante"

Termina com a história "Os filhotes do Mingau" ('Magali N º 32', de 1990), em que aparecem 3 filhotes de gatos na casa da família da Magali e ele pensam que o Mingau é o pai e todos cuidam dos filhotes, que ainda perturbam todos, principalmente o Mingau, como tomar o leite dele, dormirem na cestinha dele, etc. A melhor da edição.

Trecho da HQ "Os filhotes do Mingau"

A tirinha foi com Bidu e foi de época da Editora Abril, provavelmente do início dos anos 1980. Não sei se republicaram em gibi convencional dos anos 2000, já que as vezes tinham tirinhas do Bidu nos gibis, pelo menos essa eu não tenho.

Sobre as terríveis alterações em relação às revistas originais que têm em todos os almanaques da Panini, percebi em algumas histórias.

Três delas aconteceram na história "O substituto do Bidu". A primeira foi na primeira página quando o Bugu fala para Dona Pedra repetir de novo. Alteraram colocando só "Repete!" no lugar. De fato, fica redundante a expressão "Repete de novo", mas podiam ter mantido, deixava o texto informal e ainda serve como material para professores ensinarem isso nas salas de aulas. E a colorização da Dona Pedra durante toda a história teve um tom de marrom diferente de como foi na original de 1989.

Comparação da HQ "O substituto do Bidu" (1989/ 2020)
A outra alteração foi na expressão "Pelamor de Deus!", que mudaram agora para "Por favor". "Pelamor de Deus!" dava um tom de desespero para o Bugu sair de lá r com a mudança para "Por favor" dá um tom educado. Fora nada a ver mudar isso, como se não quisessem envolver Deus e religião. Incrível que até essa expressão é proibida agora. Ridículo.

Comparação da HQ "O substituto do Bidu" (1989/ 2020)

Na parte que a Dona pedra fala "Diacho!" mudaram para "Bolas!" A palavra"Diacho" era muito usada nos gibis antigos, se equivale a "Droga!" "Que saco!", "Diabos!" e por estar proibida atualmente, eles sempre mudam para "Bolas!" ou similar. Também nada a ver mudarem isso. E nota-se que também mudaram o fundo de amarelo para azul, deixando diferente como foi na revista original.

Comparação da HQ "O substituto do Bidu" (1989/ 2020)

Teve uma na história "Violão difícil" em que esqueceram de pintar o vaso que estava preso na pata do Mingau. Na verdade, foi mais um raro erro de colorização da Panini, eles esquecerem de pintar, só que ficou diferente já que era colorida na revista original. E as moitas da direita coloriram de roxo ao invés de verde como foi na original.
Comparação da HQ "Violão difícil" (1990/ 2020)

Agora alterações piores foram em textos na história "Os filhotes do Mingau". Na parte que o Mingau fala para a mãe da Magali que "filhos é a vovozinha", mudaram para "não são meus filhos". Tudo para amenizar uma ofensa dada a vovó da Dona Lili. Na verdade, é uma expressão comum isso do pessoal xingar "É  a mãe!, "É a avó!", mas para o povo do politicamente correto fica como ofensa, xingamento, aí eles mudaram.

Comparação da HQ "Os filhotes do Mingau" (1990/ 2020)

A outra foi que mudaram a parte da Magali reclamando que os gatos estavam comendo a janta dela. Na revista de 1990, Magali fala "Minha janta" e agora mudaram para "Meu jantar". Não entendi essa alteração, se for aspecto linguístico, a original era uma linguagem mais informal e agora deixaram mais formal, mudando isso.

Comparação da HQ "Os filhotes do Mingau" (1990/ 2020)

Dessa vez não alteraram o desenho da televisão tubo na história. Agora estão com mania de sempre que aparecia TVs tubo nas antigas, mudarem desenho para um TV LED atual. Desnecessário e ainda bem que dessa vez não mudaram.

Foi um almanaque padrão dos dias atuais, podia ser melhor. Até que pegaram várias épocas, mas acho que podiam ter histórias dando destaque ao Bidu, ficou apagado demais para aparecer mais Bugu e Dona Pedra. As do Mingau foram melhores da fase clássica dele, podia ter tido mais histórias dele. Também acho que não devia ter histórias com bichos da turma, apenas Bidu e Mingau como são almanaques desse tipo e não ter tantas histórias mudas. Comprei porque eu não tinha esse título na coleção, vale para quem não tem esse título ou gosta dos personagens. Fica a dica. E quem sabe um dia os outros almanaques de secundários cancelados possam voltar também.

quarta-feira, 15 de julho de 2020

Zé Vampir: HQ "Comida fresca"


Mostro uma história em que o Zé Vampir tenta morder pescoço da técnica que estava consertando sua geladeira. Com 5 páginas, foi publicada em 'Cebolinha Nº 56' (Ed. Globo, 1991).

Capa de 'Cebolinha Nº 56' (Ed. Globo, 1991)
Começa com Zé Vampir faminto e com estômago roncando depois de acordar em seu caixão. Ele vai até à geladeira e o seu almoço, que era um homem vivo, foge correndo da geladeira. Zé Vampir reclama que seu almoço fugiu pela janela e acha que é a geladeira velha que está com defeito, que não congela como antes, e telefona para a empresa de assistência técnica "Crepe" para vir um técnico verificar.


Assim que coloca o telefone no gancho, o técnico aparece, que era uma mulher,  e pergunta onde está a geladeira. Era no segundo andar e ela acha a casa velha e se assusta ao ver o caixão. Zé Vampir fala que era herança do seu bisavô e ela pergunta se ele não tinha mais nada na vida.

Quando a técnica está começando a consertar a geladeira, Zé Vampir tenta morder seu pescoço, mas ela se abaixa para pegar ferramenta na mala e Zé Vampir bate a cabeça na geladeira e ela diz que não admira que a geladeira está quebrada, pois não é assim que se abre a porta. Zé Vampir pergunta se ela não quer beber alguma coisa e ela responde que não bebe em serviço.


Zé Vampir pega um martelo para bater nela, só que na hora ela joga um rádio que era da sua vítima na cabeça dele. Zé Vampir fala que era  o rádio do almoço dele. A técnica pergunta se ele come gente e ele revela que é um vampiro que suga o sangue do pescoço das suas vítimas. Ela gostou de conhecer um vampiro porque só tinha visto na televisão. Zé Vampir quer atacá-la e a técnica pergunta quem vai consertar a geladeira. Ela pede um autógrafo e ele manda consertar a geladeira primeiro.


No final, depois de consertada, quando Zé Vampir ia atacar, ela pede o autógrafo. Ele dá e e quando ia atacar de novo, a técnica dá a conta do serviço para ele pagar. Quando ele vê o valor altíssimo, se assusta e vira cinzas e a técnica reclama que os clientes inventam cada uma para não pagar a conta e vai embora. Ficou sem o pagamento, mas pelo menos não teve seu pescoço mordido.


É legal essa história com o Zé Vampir querendo consertar geladeira que não estava congelando suas vítimas e resolve atacar a técnica que foi consertar. Ela conseguiu enrolar bem quando descobriu que ele era vampiro e acabou não tendo seu pescoço mordido. Na lenda, vampiro vira cinza quando tem contato com luz do Sol, crucifixo, alho, mas com o Zé Vampir  pagar uma conta caríssima também é motivo de virar cinza.


Foi muito boa a sacada do Zé Vampir guardar suas vítimas na geladeira para não estragar. Ao invés do Zé Vampir ir na rua de dia para buscar suas vítimas, ele busca durante a noite e guarda na geladeira para manter fresca e almoçar durante o dia. O bom no Zé Vampir que era um vampiro clássico que mordia pescoço, fugia de Sol, crucifixo e alho, dormia em caixão e tudo e às vezes tinham alguma modernidade em cima das características clássicas, como foi nessa. Só não tinha padronização de onde morava, ora ele morava em castelo velho assombrado, como foi nessa história, ora era no cemitério do Penadinho. Hoje em dia raramente têm histórias com ele mordendo pescoço das pessoas e ficar dormindo dentro de caixão, sem chance, mesmo sendo um vampiro, ou seja, é uma história impublicável atualmente.


Vale destacar que essa história teve inovação de uma técnica de geladeira ser mulher, fugindo do padrão de ser sempre técnico homem. Criativo também a empresa de assistência técnica se chamar "Crepe". Os traços ficaram ótimos, bem caprichados. E essa história foi lançada depois como desenho animado em 1998 como parte integrante do VSH "O estranho soro do Doutor X"

sábado, 11 de julho de 2020

Astronauta: HQ "O fim de um mundo"


Mostro uma história em que um profeta previu que um planeta ia acabar, deixando Astronauta preocupado porque ele estava lá. Com 6 páginas, foi publicada em 'Cebolinha Nº 19' (Ed. Globo, 1988).

Capa de "Cebolinha Nº 19' (Ed. Globo, 1988)

Astronauta está em mais de uma de suas viagens espaciais, comentando que precisa de um descanso e ar fresco e vai parar a nave no planetoide mais próximo para esticar as pernas. Ao chegar no planeta Turano, ele vê um bando de extraterrestres correndo apavorados em sua direção, atropelam o Astronauta e viajam na sua nave para fora do planeta.


O Profeta Xucrutis Xicletis da Silva avisa que eles não vão voltar. Ele previu que aquele planeta vai acabar em questão de minutos., o interior do planeta tremerá e sua estrutura ira explodir em fogo e lava, os astros deram um sinal que uma nave quadrada surgiria no céu minutos antes do fim e a nave dele apareceu. 

Astronauta questiona que a nave dele é redonda e o Profeta diz que são só detalhes e que as previsões dele nunca falharam. Ele não está preocupado porque o povo se salvou e ele quer se imortalizado como m grande profeta e o destino do Astronauta será morrer lá.


O planeta Turano começa a tremer e eles vão no alto de um morro para apreciar o fim do planeta. Xucrutis fica maravilhado com o momento do tremor enquanto Astronauta reza o Pai-Nosso. No momento que seria a grande explosão, apenas um vulcãozinho solta uma pequena lava, o planeta para de tremer e tudo volta ao normal.


A nave do Astronauta volta com o povo, que ficam felizes que o planeta está salvo e o Profeta se enganou. Todos ficam revoltados, reclamando que o Profeta era fajuto, que queria o planeta só para ele e que ainda bem que ficaram por perto observando tudo. O povo expulsa Xucrutis do planeta e Astronauta oferece carona até o asteroide mais próximo, onde ele ficará isolado no resto dos seus dias. Xucrutis lamenta como ele foi se enganar, os astros não mentem jamais, até que surge um extraterrestre em uma nave quadrada perguntando onde fica o planeta Turano. Ou seja, o planeta ia acabar mesmo e as previsões do Xucrutis estavam certas.


História legal mostrando como seria o fim de um planeta previsto por um profeta, que aparentemente era charlatão, mas que acabou confirmando que era tudo verdade que ele previu. Engraçado ver o Astronauta preocupado ia morrer com o fim do planeta até descobri que não ia acontecer, pelo menos enquanto ele estava lá.


Final do mundo é um tema bem recorrente na imaginação popular, sempre espalham noticia falsa inventando uma data qualquer que o mundo vai acabar. geralmente data remetendo à alguma mística e nunca acontece. Só Deus sabe quando vai ser, pelo menos serve pra gente imaginar e possível ter histórias assim. Histórias com profetas, videntes também são bem envolventes, principalmente quando erram suas previsões.  Hoje tudo indicam que evitariam histórias envolvendo fim de mundo e profetas, por acharem temas pesados para crianças.

Ficou um final aberto e os leitores podem imaginar a sequência se o planeta foi destruído mesmo, se os habitantes levaram a nave do extraterrestre  quando chegou lá como fizeram o Astronauta, por exemplo. Eram comuns histórias abertas permitindo leitor imaginar sequência. gostava quando tinha.


O nome do Profeta Xucrutis Xicletis da Silva foi bem legal, eram mito criativos em colocar nomes dos extraterrestres. Dessa vez colocaram um título na história, normalmente era apenas "Astronauta". Traços ficaram bons, um pouco mais fofinho, bem caprichados.assim, davam gosto de ver.