sexta-feira, 30 de novembro de 2018

Cascão Nº 99 - Editora Abril



Em maio de 1986 chegava nas bancas o gibi 'Cascão Nº 99'. Nessa postagem faço uma resenha de como foi esse gibi.

Tem uma capa muito engraçada e criativa com a sombra do Cascão desviando  da poça d'água desesperada para não se molhar, ou seja, nem a sombra do Cascão pode se molhar. Interessante que sempre gostavam de colocar Sol, passarinhos ou outros bichos rindo ou interagindo com a piada mostrada. Detalhes que faziam a diferença. 

O gibi teve 7 histórias no total, incluindo a tirinha final. Como histórias de secundários nessa edição apenas do Penadinho. Dessa vez não teve Bidu como era de costume. Inclusive, em 1986, estavam tendo histórias do Bidu nos gibis do Chico Bento no lugar do Papa-Capim, como forma de experiência, mas logo voltaram ao tradicional de forma fixa, com Bidu e Penadinho com Cascão e Papa-Capim com Chico Bento.  

Abre com a história "O plano infalível agora é do Cascão", com 7 páginas. Nela, Cascão tem uma ideia de um plano infalível contra a Mônica do nada quando estava conversando com o Cebolinha e resolve pôr em prática. Cebolinha, a princípio não gosta porque é ele quem sempre bola os planos, fala que não dá certo porque o Cascão sempre estraga tudo no final, mas quando o Cascão diz que vai ter as glórias sozinho, Cebolinha acaba resolvendo participar, apesar de achar que não vai dar certo, e então, Cascão conta o plano para ele. 


Trecho da HQ "O plano infalível agora é do Cascão"

Em seguida, eles põe o plano em prática. Cebolinha ignora a Mônica quando ela estava brincando com o Sansão e Mônica toma satisfação do por quê do Cebolinha não falou com ela. Cebolinha diz que ela não é sua amiga porque amigos não batem nos outros e ele se cansou. Mônica diz que bate porque provoca e já que não ser que eles sejam amigos, ela tem o resto da turminha. 

Depois, aparece o Cascão que também ignora a Mônica, falando que não que ninguém quer amizade dela porque fica batendo nos outros e com toda a arrogância dela o destino é crescer só em amigos e os meninos vão embora, com Cascão pedindo pro Cebolinha pagar sorvete pra ele e Mônica triste e com peso na consciência.


Trecho da HQ "O plano infalível agora é do Cascão"

Mônica vai atrás deles, fala que deve ser muito ruim envelhecer sozinha e não vai saber ficar sem brincar com eles e promete não bater mais neles. Então, Cascão faz assinar o termo de que ele é o novo dono da rua. Mônica assina e eles cantam vitória. Cebolinha dedura que quem diria que um plano do Cascão daria certo, bem na frente da Mônica e então só restou ela bater nos meninos e assim plano infalível fracassando de novo, dessa vez não por causa do Cascão, e, sim por causa do Cebolinha.

História muito legal invertendo os papeis do Cascão bolar plano infalível e o Cebolinha dedurar no final. Eles eram bem perversos com a Mônica nos planos infalíveis antigos, o que rendiam histórias muito boas. Traços excelentes, muito caprichados, tudo indica que seja desenhos e roteiro da saudosa Rosana Munhoz. Cascão falou a palavra "azarar" quando o Cebolinha não levava fé que ia dar certo o plano infalível, palavra hoje proibida nos gibis atualmente e fariam alteração se republicasse hoje em dia. 


Trecho da HQ "O plano infalível agora é do Cascão"

Em seguida, vem "Fugindo da briga", com 4 páginas, em que Cascão e o menino Zé Carranca brigam feio na rua e falam um ao outro que a briga não acabou, quando se encontrarem novamente eles se acertam. Cascão vai para casa e logo a sua mãe pede para que ele vá na venda comprar uma dúzia de ovos. Cascão diz que não pode e a mãe estranha porque não está chovendo e Cascão diz que é porque se encontrar o Zé Carranca na rua o "pau vai quebrar". Dona Lurdinha exige que ele vá à venda, falando que quando um não quer, dois não brigam.

Trecho da HQ "Fugindo da briga"

Cascão vai, mas cheio de artimanhas para não encontrar o Zé Carranca. Ele anda de joelhos, se esconde em postes, se esconde em baixo da batina do padre para desviar da turma do Zé Carranca, percorre um cano na rua, até que chega na venda, compra os ovos e na saída fica na companhia do seu pai, Seu Antenor, que passou em frente a venda por coincidência, até chegar em casa. No final, mostra que o Zé Carranca estava em casa o tempo todo com medo de sair e se encontrar com o Cascão. Ou seja, um estava com medo do outro e Cascão não precisava daquela artimanha toda pra comprar ovos.

História legal, mostrando brigas de meninos típicos na idade deles, sendo que hoje em dia é impublicável histórias assim por estimular violência. Zé Carranca só apareceu nessa história, como de costume histórias com figurantes.


Trecho da HQ "Fugindo da briga"

Depois tem "Na outra margem", uma história muda de 2 páginas, em que Cascão tem que se encontrar com a Cascuda na outra margem do rio e a cascuda dá ideias de como ele pode passar sem se molhar. Cascão é pessimista em cada caso, dando uma desculpa que poderia dar errado e ele se molhar. Cascuda, então, resolve, nadar até onde Cascão estava e quando ele vê a Cascuda toda molhada, acaba correndo desesperado, acabando assim o encontro deles.

Histórias mudas eu gosto rápidas e sem enrolação. essa foi bacana, ainda mais mostrando a característica do Cascão com medo d'água e destaque de ele segurar as bordas dos quadrinhos, com uma piada metalinguística, que apesar que era bem usada para os personagens fugirem do perigo, sempre se tornava engraçada.


HQ "Na outra margem" (completa)

Penadinho, tem a sua história "Perdendo a cabeça", de 4 páginas, em que vê o o Cranicola triste e ele diz que é porque vive o tempo todo em cima de uma pedra, lavando sol, chuva, vento e que é de cortar o coração. penadinho, então, resolve, ficar com a cabeça na pedra, enquanto que Cranicola passeia com o seu corpo. Em seguida, Frank resolve sentar na pedra, mas Penadinho o morde  por estar na pedra. 

Trecho da HQ "Perdendo a cabeça"

Frank o chuta forte e Penadinho vai parar em cima de uma lama. Nisso, chega um cachorro querendo mijar em cima dele e Penadinho impede xingando e mandando sair fora. Um passarinho caga na cabeça do Penadinho e ele chora. Cranicola volta e Penadinho com pena do sufoco que o amigo passa, acaba colocando o Cranicola no seu ombro  e passeiam juntos pelo cemitério.

Muito boa essa, além dos absurdos dos quadrinhos de Penadinho soltar a cabeça e o corpo andar normalmente, ainda tem uma bonita mensagem no final de ser solidário com o sofrimento dos outros. Ele sentiu o que o Cranicola passa parado o tempo todo na pedra. Incorreta parte do palavrão e do cachorro mijar no penadinho como se fosse poste, hoje em dia não pode mostrar cachorros mijando na rua e em postes nos gibis. E esse cachorro, aliás, ficou muito parecido com o Duque, amigo do Bidu. Já o Frank era desenhado diferente a cada história que aparecia na época.


Trecho da HQ "Perdendo a cabeça"

"Cola Tudo!", com 4 páginas, mostra o sufoco do Cascão de ter quebrado o vaso de estimação da sua mãe e ele tem que consertar e colocar no lugar antes que sua mãe perceba. Ele monta o vaso com cola os pedaços no chão e ao tentar colocar de novo na mesa, o vaso fica colado no chão e não consegue tirar. Dona Lurdinha aparece e ele diz que estava vendo como fica o vaso no chão e ela pede pra deixar o vaso na mesa para não quebrar. 

Trecho da HQ "Cola Tudo!"

Mônica aparece e Cascão diz que duvida que coloque o vaso em cima da mesa. Mônica pensa que se  é truque e Cascão responde que pode da ruma surra se for. Mônica consegue deixar na mesa e com a empolgação da Mônica ter conseguido, acaba fazendo o vaso cair e se quebrar e a Dona Lurdinha aparece dando bronca que sabia que ele ia quebrar o vaso, terminando assim.

É boa essa história, mostra as artes das crianças comas coisas dos pais e tentar se livrar da situação antes que percebam. Tem momento que Cascão fala "Droga!" e por ser palavra proibida nos gibis, atualmente isso seria substituído por "Bolas!" ou outra coisa qualquer.

Trecho da HQ "Cola Tudo!"

A história de encerramento é "Lar, doce lar", com 7 páginas, em que o Cascão foge de casa, cansado com as broncas da mãe mandando limpar os pés antes de entrar em casa, lavar as mãos antes de comer, arrumar quarto, saber quando vai tomar banho.

Na rua, Mônica vê o Cascão com a trouxinha na mão e diz que está fugindo de casa. Mônica diz que não é pra voltar tarde porque a mãe dele vai ficar preocupada e Cascão responde que quem foge não volta pra casa nunca mais e vai embora.

Trecho da HQ "Lar, doce lar"

Assim, Cascão fica feliz e se sente livre, sem precisa fazer nada, sem obrigação de arrumar o quarto, escovar dentes e principalmente não tomar banho e acha que isso que é um "vidão". Ele passa o dia todo jogando futebol com os meninos, até de noite, quando eles vão embora, pois as mães deles estão esperando e Cascão diz que bateu uma fome e espera que a mãe tenha feito o jantar. Aí se toca que fugiu de casa e olha para o bairro e comenta que o pessoal do timinho de futebol deve estar antando numa boa.


Trecho da HQ "Lar, doce lar"

Cascão resolve dormir no mato mesmo atrás de uma moita, quando ouve um barulho assustador. Era uma coruja, mas ele se assusta assim mesmo. Ele tenta dormir em um local mais adiante, mas acaba tropeçando em uma pedra e caindo em um barranco e cai em uma entrada de uma caverna cheio de morcegos, que acabam perseguindo o Cascão. Ele consegue fugir dos morcegos e aí bate mais fome, medo e ainda acha que tem a possibilidade de chover e não resta outra alternativa dele voltar para casa. No caminho, Mônica pergunta se ele está de volta e Cascão fala pra não amolar.

No final, já no dia seguinte de manhã, Dona Lurdinha vê que o Cascão arrumou todo o quarto enquanto que ele está no lado de fora da casa e beija e abraça a casa, falando "lar, doce lar!", como que é o melhor lugar para se viver e arrependido de ter fugido de casa.

Mostra uma bonita mensagem dos filhos que se queixam que os pais ficam cobrando tudo, mas apesar disso tem que dar valor porque eles querem só o bem dos filhos, além de que estar em casa é sempre uma proteção contra tudo.

Trecho da HQ "Lar, doce lar"

Na tirinha final, Cascão tenta cortar o balão do Cebolinha para voar no alto, mas para sua surpresa acaba é o balão caindo no chão ao invés de subir. Muito boa.


Tirinha da edição

Como pode ver um gibi padrão da época da Editora Abril. Histórias curtas, direto ao ponto sem encheção de linguiça e várias situações incorretas deixadas de lado atualmente. traços diferentes em todas as histórias e todas muito bem desenhadas a seu estilo. Dessa vez praticamente não teve histórias envolvendo banho e o medo de água do Cascão, apenas a história muda com a Cascuda que foi o foco principal e em algumas que foi apenas citado isso como na da briga com o Zé Carranca e na de encerramento. Algumas edições o foco de banho e sujeira eram poucas, mas quando acontecia, na edição posterior voltava com tudo. 

Destaque também que a mãe do Cascão teve bastante presença nesse gibi, aparecendo em 3 histórias. Uma grande coincidência, apesar do gibi ser de maio e poderia ser isso em homenagem ao "Dia das Mães", mas como a data do expediente é de 22 de maio, já havia passado o "Dia das Mães". Enfim, um gibi muito bom e vale a pena ter na coleção.

sexta-feira, 23 de novembro de 2018

Capa da Semana: Mônica Nº 23

Em novembro de 1988 eu comecei a colecionar gibis, então em comemoração aos 30 anos de coleção mostro a capa do primeiro gibi da Mônica que passei a ter em sequência na coleção. Os outros gibis daquele mês foram os primeiros da coleção.

Nessa capa, Mônica pega escondida o batom e a maquiagem da sua mãe, Dona Luísa, para maquiar o Sansão e fica sem graça ao ser flagrada pela mãe. Nos gibis antigos os personagens dentuços quando sorriam mostrando os dentes, os dentões da frente acabam não aparecendo. Achava bem melhor assim.

A capa dessa semana é de 'Mônica Nº 23' (Ed. Globo, Novembro/ 1988).


domingo, 18 de novembro de 2018

HQ: "Astronauta e a segunda chance"


Mostro uma história em que o Astronauta teve missão de reviver um planeta que estava destruído pela guerra. Com 7 páginas no total, foi publicada em 'Mônica Nº 20' (Ed. Globo, 1988).

Capa de 'Mônica Nº 20' (Ed. Globo, 1988)

Nela, Astronauta está no Planeta Delta Oito e está dando informações para o comando galáctico através do seu transmissor, falando que o planeta está em ruínas, sem nenhum sinal de vida, sem vegetação nem inseto. Logo depois, encontra um riacho com água potável, só que sem nenhum peixe, fungo e nem bactéria e ele fica encucado com o que aconteceu com o povo do planeta. Em seguida, ele encontra um prédio que era uma biblioteca e lá tinha um cristal que tem a resposta para os mistérios. 


Astronauta toca no cristal e aparece uma gravação de 2 cientistas do planeta contando que quando o visitante ouvir, não restará ninguém e nada do planeta. Lá era um lugar bom para se viver, cheio de água, plantas e animais. O povo sempre foi belicoso, desde os ancestrais com primeiras armas de pedra e pau para guerrear com os vizinhos. Ao longo do tempo foram aperfeiçoando as armas e passaram também a guerrear na terra, no ar e no mar. 

Até que criaram uma arma que poderia destruir toda a vida do planeta e acabaram usando e explodindo o planeta todo, criando uma nuvem radioativa que espalhou por todo o planeta, não tendo nenhum vencedor da guerra, e, sim, vencidos. Eles estimam que iria demorar mil anos para o planeta se descontaminar da radiação e eles tem esperança que se concretize, quando a mensagem acaba.


Astronauta acaba seguindo a direção do seu sensor, que indica que ele tem que continuar a missão. Ele segue em frente e acaba encontrando uma nave imensa, totalmente lacrada e sem motor e deduz que não era para viajar,e, sim, para permanecer. Astronauta toca no cristal que estava ao lado e a nave se abre. Astronauta entra nela e encontra pessoas, animais dormindo e vegetais em cápsulas de suspensão, como se tivessem congelados até alguém entrar lá para despertá-los.


Astronauta toca no cristal que estava na sala e todos despertam após mil anos dormindo. Eles ficam felizes que o plano dos cientistas deram certo e finalmente, com a radioatividade nula no planeta, eles têm a segunda chance para recomeçar o planeta. Todos passam a cuidar do planeta para reconstruí-lo e já começa a brotar vida no planeta Delta Oito depois de mil anos e assim Astronauta vai a embora.

No final, Astronauta volta para a Terra e ao ver um navio de guerra, ele fica pensativo ao ver tanta guerra e tanto ódio na humanidade e se pergunta se vamos ter uma segunda chance ou se já tivemos uma.


Uma história muito bonita e filosófica discutindo e alertando sobre as consequências da guerra e da violência podem causar. Esse planeta Delta Oito vivia em guerra e a ganância da vitória acabou destruindo o planeta todo com a radioatividade de uma bomba atômica que os próprios habitantes criaram. Legal a solução dos cientistas do Planeta Delta Oito de criarem tipo uma "Arca de Noé", abrigando todos os habitantes congelados por mil anos para que pudessem recomeçar após a radioatividade passar. 


Teve uma clara comparação do Planeta Delta Oito com a Terra e situação que ocorreu em Hiroshima na Segunda Guerra Mundial. Muitos planetas que o Astronauta visitava tinham alguma semelhança com a Terra. O final foi bem caprichado, deduzindo que o mesmo pode acontecer com a Terra se toda a guerra e tanto ódio permanecerem entre os humanos e se não tiver inteligência suficiente não terá uma segunda chance como foi com o Planeta Delta Oito. Como cada vez mais tem mais violência e crimes e as pessoas estão cada vez mais pregando ódio e até a favor de armas, não seria difícil isso acontecer em alguma guerra.


Os traços muito bons, com uma arte-final que era comum na época, detalhe da cor rosa ter um fundo voltado para o roxo, bem típico em alguns meses de 1988. Era normal também as cores terem uma palheta diferente quando mostravam pensamentos dos personagens ou algo antigo, como na parte dos cientistas contando a história do planeta. Gostava dessas cores diferentes nos pensamentos.


Interessante que dessa vez a história do Astronauta teve um título, coisa rara na época, já que o normal era só aparecer "Astronauta" no título e detalhe a arte do título com a letra "N" e as letras "S" e "C" se cruzando como se tivessem abraçados e unidos, até isso era mais caprichado nos gibis antigos.

quarta-feira, 14 de novembro de 2018

Capa da Semana: Cebolinha Nº 77

Nessa capa, o Cebolinha está em concerto de violinos e o violinista acabou fazendo dos fios do cabelo do Cebolinha um violino. Muito engraçada, essas piadas com o cabelo dele eram demais.

Capa dessa semana é de 'Cebolinha Nº 77' (Ed. Globo, Maio/ 1993).


sábado, 10 de novembro de 2018

Tirinha Nº 60: Magali

Magali é capaz das coisas mais absurdas para poder comer. Nessa tirinha, em mais um dia com muita fome, ela consegue transformar um Sol em um pirulito só desenhando um cabo com um lápis. Coisas do mundo dos quadrinhos que se torna tão divertido.

Tirinha publicada originalmente em 'Magali Nº 33' (Ed. Globo, 1990).


segunda-feira, 5 de novembro de 2018

Cebolinha: HQ "O cavaleirinho da pouca elipse"

Mostro uma história clássica de uma aventura em que o Cebolinha e a turma tiveram que enfrentar os cavaleiros do Apocalipse, que eram as pragas da morte, guerra,fome e peste, que escaparam do cativeiro no Céu. Com 11 páginas no total, foi publicada em 'Cebolinha Nº 70' (Ed. Abril, 1978).

Capa de 'Cebolinha Nº 70' (Ed. Abril, 1978)

Nela, Cebolinha e Cascão estão jogando bafo e Mônica olhando o jogo deles, quando ouvem um barulho muito alto de andar de cavalo. Cebolinha chama atenção da Mônica para parar de fazer barulho porque ele quer ganhar as figurinhas do Cascão.


Logo depois, volta o barulho e Cebolinha grita para ela não atrapalhar. Em seguida, mais uma vez o  barulho alto e Cebolinha grita que não joga mais ao lado da bobona. Mônica olha para o alto assustada e gaguejando cavalo. Cebolinha pensa que ela está o chamando de cavalo e diz que cavalo é a vovozinha e depois ao ouvir de novo o barulho, ele olha para o alto e diz para o cavalo voador olhar para onde anda e aí que percebe algo errado, ficando surpreso.


Em seguida, Anjinho cai em cima do Cebolinha e da Mônica. Anjinho está desesperado e fala que eles têm que salvar a Terra e  não há um minuto a perder. Mônica, assustada, sacode o Anjinho falando para ele ter calma e acordar.

Anjinho avisa que os 4 cavaleiros do Apocalipse chegaram e explica que eles são as piores pragas do mundo, os cavaleiros da morte, da fome, da peste e da guerra, e por onde passam só há a destruição. Antes eles viviam na Terra só que se tornaram tão perigosos que o chefe dele mandou prendê-los e guardados por anjos da máxima segurança e afastados da Terra. Só que algum anjo acabou cochilando e acabaram escapando e voltando para Terra e no caminho quase atropelaram o Anjinho. Mônica pergunta porque os anjos a segurança máxima não vem buscá-los e Anjinho diz que estão vindo, mas que ele tem medo que antes dos anjos chegaram e que seja tarde demais.


Eles vão até onde os cavaleiros do Apocalipse estavam e viram que transformaram um campo todo florido em trevas. Os cavaleiros conversam entre si, querendo saber com a Morte quando vão poder agir, espalhar fome e doenças por aí. A Morte fala que pra eles observaram como o planeta mudou desde que eles foram aprisionados e acham que vai ser divertido devastar tudo de novo.

A turma fica apavorada, com Cascão falando que Magali não ia gostar desse negócio de fome, Cebolinha falando que pegou sarampo e não quer pegar de novo e Mônica já quer atacá-los pra impedir que destruam as flores do jardim dela. Anjinho impede de Mônica atacar, falando que são muito perigosos e pra turma segui-lo porque ele tem um plano.


Depois, os cavaleiros do Apocalipse estão prestes a atacar a Terra quando alguém interrompe falando para esperar. A Morte pergunta quem ousa interrompê-la e então surge a turma como "os cavaleirinhos da pouca elipse", cada um caracterizado como a versão mirim dos cavaleiros originais. Eles conversam falando mal de cada um de seus cavaleiros parodiados e mandam eles sentarem em uma cadeira de balanço, tratando como velhos mixurucas e por fora e que os novos cavaleirinhos iam tomar conta do planeta.


Eles tomam satisfação com a turma, que insistem que são velhos acabado e surdos, são antiquados e que os métodos de morte, espada, fome e sarampo não se usam mais. Eles não acreditam, falando que são muito poderosos e Anjinho, caracterizado como Morte, pergunta para a Morte o que faria com uma flor. Ela joga um raio da sua foice, mas a flor não é destruída, continua inteira sem murchar. Morte lança de novo o raio e continua a flor intacta e ainda joga água na cara dela. Anjinho diz que nem uma flor respeita mais a Morte e assim os métodos dela estão ultrapassados.


O Cavaleiro da Guerra fala para Mônica, caracterizada como ele, que a espada dele continua afrontando exércitos e Mônica pede pra ele mostrar como ele afronta um grupos meninos que estavam brincando de bafo. Guerra chegando gritando e os meninos tacam pedra n a cara dele e dá paulada no pé, falando que era pra gritar com outro e não fazer perder as suas figurinhas. Mônica faz a parte dela, querendo saber quem deu nó no coelhinho e assim os meninos saem correndo e mostra que o seu coelhinho é mais assustador que a espada do Guerra.


Em seguida, e a vez de Cascão e Cebolinha derrotarem juntos os cavaleiros da Peste e da Fome, respectivamente. Eles falam que a Morte e a Guerra podem estar ultrapassadas, mas eles continuam poderosos e o tempo não passou para eles. Cebolinha, então, manda ver o que fazem com um rapaz que estava parado bem longe para provar que são poderosos ainda. Eles lançam raios juntos jogando muita fome e muita doença para ele, que ia acabar caindo duro e nem se aguentar deitado. Eles estranham do rapaz estar em pé ainda e então Cebolinha e Cascão fazem a tentativa deles. Eles falam olha o banho e o "rapaz" sai correndo na visão deles. Na verdade, era um espantalho amarrado no Bidu e quando eles falam em banho, Bidu sai correndo levando o espantalho.


Os cavaleiros saem e voltam logo depois caracterizados com as roupas e objetos dos cavaleirinhos, como a Morte com capuz estampado com flores, a Guerra com o coelhinho da Mônica, e que agora com as novas tecnologias serão mais invencíveis e mais terríveis. Porém, foi bem na hora que chegaram os anjos de segurança máxima e conseguem prender os cavaleiros do Apocalipse e eles vão percorrendo o Céu até sumir. A turma olha um para o outro e no final voltam a jogar bafo como no inicio da história e o Anjinho dormindo na sua nuvem, tudo agindo normalmente, como se nada tivesse acontecido.


Uma história excelente mostrando uma aventura da turma enfrentando as pragas do mundo, uma paródia da Bíblia. Trataram como personificação e que não existiam mais na face da Terra até eles escaparem do prisioneiro no Céu. O plano do Anjinho até que foi interessante de mostrar que estão ultrapassados, aproveitando que os cavaleiros ficaram muitos anos fora da Terra e que o mundo evoluiu com isso, uma forma de despistá-los, até dar tempo de chegarem os anjos a segurança máxima. Uma crítica com o que acontecia e ainda acontece de ruim no mundo, pode-se dizer que hoje eles estão soltos por aí castigando a todos novamente.


Era comum na época histórias de aventura assim, com a turma enfrentando altos perigos, mas que sempre terminava bem no final. Aliás, o final tem uma dupla interpretação: ou a turma seguiu agindo como se nada tivesse acontecido, como era de costume nas histórias de aventura da época ou então no momento que os cavaleiros sumiram no Céu, os anjos da segurança máxima fizeram apagar da memória deles tudo que tinha acontecido. Aí fica a critério do leitor julgar a melhor versão, algo que também gostavam de colocarem final com várias interpretações e despertar imaginação.


Os traços bem típicos do final dos anos 70, com eles superfofinhos e umas caretas de olhos arregalados e uma boca com bico quando mostrados os personagens de perfil, bem no estilo desse tipo de traços. Completamente incorreta, principalmente por dar destaque às desgraças do mundo e não fariam mais histórias assim. A Morte mostrada não é a Dona Morte da Turma do Penadinho, que só iria estrear nos gibis a partir de 1983, sendo que uma vez ou outra aparecias nas tiras de jornais do Penadinho. Essa Morte perversa também apareceu em uma história do Chico Bento de 1980. Sansão não tinha nome ainda naquela época e era chamado apenas de coelhinho nas histórias, como nessa.

Foi republicada depois em 'Almanaque do Cebolinha Nº 4' (Ed. Globo, 1988), de onde foi tirada as imagens. Muito bom relembrar essa história clássica, lançada há exatos 40 anos.

Capa de 'Almanaque do Cebolinha Nº 4' (Ed. Globo, 1988)