domingo, 29 de julho de 2018

Gibizinho do Pelezinho Nº 15 e Nº 24 - Editora Globo


Em 1992 foram lançados os gibizinhos do Pelezinho Nº 15 e Nº 24, os últimos exemplares com histórias inéditas do personagem e sua turma. Nessa postagem mostro como foram esses gibizinhos.

Depois que cancelaram o gibi mensal do Pelezinho em 1982, pela Editora Abril, praticamente só tiveram material com republicações antigas, como 8 almanaques lançados pela Editora Abril e 3 gibis lançados na Copa de 1986, com republicações de histórias, sendo que as de abertura dos 2 primeiros números eram inéditas. Pela Globo, Pelezinho teve um pocket "As Grandes Piadas do Pelezinho Nº 7" em 1987, um almanaque em 1988 e uma edição especial "Pelezinho 50 Anos" em 1990, seguindo a linha de republicações. Porém em 1990 passaram a ter edições com histórias inéditas como o "Pelezinho Especial Copa 90", além desses 2 gibizinhos em 1992, que terão o destaque dessa postagem.

Esses gibizinhos seguiram a linhas dos que eram lançados na época, seguindo a numeração atual, vindo junto com os dos outros personagens da Turma da Mônica.  Cada gibizinho tinha formato 13,5 X 9,5 cm, 32 páginas, com capa e miolo todos em papel couché com cores bem vivas e sem propagandas no miolo, apenas nas página 2 e 32 da contracapa. A seguir comento como foi cada exemplar individualmente.

Gibizinho do Pelezinho Nº 15

Lançado em maio de 1992, junto com gibizinhos do Cebolinha, Tina e Franjinha, essa edição teve 2 histórias e 1 página de passatempo de "Jogo dos 7 Erros" na última página. Os traços seguiram o tradicional do personagem, com círculo rosa em volta da boca e sem nariz, só que com estilo dos anos 90, assim como aconteceu com o "Pelezinho Especial da Copa 90". A capa não teve referência à história de abertura, como era de costume nos gibizinhos, apenas uma imagem com ele cumprimentando uma bola em um estádio cheio.

Começa com a história "Uau! Que bicão!", de 18 páginas. Nela, Pelezinho chuta a bola bem alto enquanto jogava futebol com seus amigos e ele vai ter que ir buscar. A bola vai para muito longe, para fora do Brasil, percorrendo o mundo inteiro. Pelezinho caminha atrás da bola e chega na fronteirado Brasil com a Argentina e encontra um guarda, que diz que ele não pode passar pela fronteira, mas ele reconhece o Pelezinho e também ajuda a procurar a sua bola.

Trecho da HQ "Uau! Que bicão!"

Eles atravessam o Oceano Atlântico de barco com a ajuda de um português, que pensa que a bola era um cometa quando avistou no céu, e vão a Portugal. Lá, perguntam a um senhor se viu a bola e ele confunde a bola voando no céu como um cometa e que foi adiante em direção à Espanha. Pelezinho, o guarda e o português vão para a Espanha de trem. Lá, o espanhol diz que viu a bola voando e deve ter caído na Inglaterra. Eles vão pra lá e o inglês diz que inventaram a bola, mas não viu aquela.

Trecho da HQ "Uau! Que bicão!"

Eles vão indo de país a país para ver onde foi parar a bola. Na França, a bola faz entortar a Torre Eiffel. No Vaticano, o Papa pensa que a bola era estrela de Belém. Eles vão também para o Oriente Médio, para o Egito, Arábia e Japão. Depois, Pelezinho olha o mapa e vê que a bola deu a volta no mundo inteiro e pela rota o próximo destino foi o Brasil, deixando o guarda argentino e o português bem brabos. Pelezinho diz que culpa é do morrinho artilheiro. 

A bola chega ao Brasil e cai no mesmo lugar bem em cima da cabeça do Cana Braba. Frangão avisa que a bola voltou e o Pelezinho também. Ele convida o  guarda argentino e o português para assistirem ao jogo. Pelezinho dá outro chute forte na bola e vai parar muito longe, sendo que dessa vez mais longe ainda e vai parar para fora do planeta terra, na cabeça de um exraterrestre, terminando assim.

Trecho da HQ "Uau! Que bicão!"

Foi bacana essa história. O chute do Pelezinho se compara à força da Mônica e então rendiam boas histórias assim, cheia de absurdos. Legal ver os estrangeiros comparando a bola como outras coisas, já que a velocidade que percorria o céu era tão grande que não dava pra distinguir que era uma bola. Como a Terra é redonda, ela percorreu o mundo inteiro voltando exatamente ao lugar inicial, nem era preciso o Pelezinho ir buscá-la, era só esperar que uma hora voltava sozinha.

Trecho da HQ "Uau! Que bicão!"

A segunda história foi "Vestindo a camisa", de 9 páginas em que o pai do Pelezinho lhe dá uma camisa da Seleção Italiana ao invés da Brasileira que o filho tinha pedido. Quando o Pelezinho vai à rua com a camisa da Itália, passa a ser linchado pelos amigos, considerado um traidor por não estar com a camisa da Seleção Brasileira. Todos correm atrás do Pelezinho, que avista o Cana Brava no caminho e pede para ajudá-lo e acaba correndo também correndo atrás do Pelezinho para bater nele.

Trecho da HQ "Vestindo a camisa"

Pelezinho se esconde da turma dentro de uma lata de lixo e depois que vão embora, ele  se encontra com a Neusinha, que quer que ele dê satisfação por que está com a camisa da Itália. Ele diz porque não tinha a da Seleção Brasileira e então Neusinha diz que poderia ter usado a do Japão e por isso ele era duplamente traidor. Em seguida, chega a Bonga e se assusta ao ver o Pelezinho com a camisa da Itália. Ele tenta explicar, mas ela quer saber de nada e vai embora chorando. Pelezinho, então, tem a ideia de tingir a camisa de amarelo pra ficar igual à do Brasil. Como ele tinge com a camisa e tinta no fogão, a camisa acaba encolhendo e então a solução foi fazer a camisa como uma bandeira amarela, como se fosse bandeira do Brasil.

Trecho da HQ "Vestindo a camisa"

Foi legal essa história, em um tempo em que os brasileiros era mais patriota e não aceitavam alguém vestir uma camisa de outro país sem ser a do Brasil. Hoje em dia  o povo não ia ligar muito para isso, seria só apenas uma camisa qualquer, no máximo podiam implicar se fosse camisa da Argentina, país maior rival do Brasil no futebol. Teve suas cenas incorretas como o Pelezinho entrar em lata de lixo para não apanhar e por ele mexer com panela no fogão com chama acesa, coisas inadmissíveis nos gibis atualmente.

Trecho da HQ "Vestindo a camisa"


Gibizinho do Pelezinho Nº 24

Lançado em outubro de 1992, junto com os gibizinhos da Mônica, Pipa e Penadinho, essa edição teve 3 histórias no total e sem passatempo na última página. A novidade dessa edição é que os traços do Pelezinho foram mudados, deixando bem diferente que conhecemos. 

Tiraram os lábios formando um círculo na boca e passaram a colocar lábios mais discretos, bem semelhante como fizeram com o Jeremias a partir de 1983, e passaram a colocar um nariz nele, deixando o personagem mais humanizado. O Cana Braba também teve seus lábios mais discretos, já que nos anos 70 e 80, os lábios eram bem mais carnudos.

Traços do Pelezinho clássico

Essa mudança aconteceu também nos gibis de 2013 e 2014 na Panini, só que aí foi pior porque enquanto esses gibizinhos eram com histórias inéditas, os da Panini eles alteraram os desenhos de todas as histórias, colocando o personagem ainda pior sem lábios e com nariz e aí estragando com tudo. Para entender melhor essa mudança de traços ridículas nos gibis do Pelezinho da Panini, clique AQUI.

O motivo, pelo visto, é que a boca com lábios em forma de círculo dar um ar preconceituoso, chamando os negros de palhaços. O Jeremias havia feito essa mudança, após cancelarem os gibis do Pelezinho, mas sempre que o Pelezinho aparecia nas imagens das capas dos seus almanaques e em algumas inéditas, ainda seguiam o estilo tradicional e a partir desse 'Gibizinho Nº 24', a tendência era sempre aparecer o personagem dessa forma, mas acabou não aparecendo mais depois dessa edição.

Traços novos do Pelezinho em 1992

A princípio até dava pra imaginar que era o Pelezinho adolescente, que haviam prometido lançar uma coleção de gibis assim no Especial "Pelezinho 50 Anos" de 1990, mas que acabou não saindo do papel e imagens aparecendo só nesse especial e uma propaganda da Telesp. Nesse gibizinho se trata, então, do Pelezinho criança, assim como os outros da sua turma, só com traços diferentes. Com isso a edição "Nº 15" foi a última de inéditas com os traços clássicos.

Esse 'Gibizinho do Pelezinho Nº 24' teve a capa de alusão à história de abertura, sendo na verdade uma piada em cima da história de abertura com uma bola tentando impedir briga entre os meninos durante o futebol, e não teve passatempo no final.

Começa com a história "A decisão", com 10 páginas, mostrando um jogo de futebol com a Turma do Pelezinho. Os meninos estão jogando a decisão do campeonato de futebol com as meninas na plateia, lideradas por Bonga e Samira. Pelezinho começa a bola da partida e faz um gol logo nos primeiros minutos e a torcida do time dele vibra. Depois, ele dá uma canelada na perna do menino e logo faz outro gol, com direito a cantadas das meninas da torcida.

Trecho da HQ "A decisão"

Depois, o menino da torcida adversária faz com que a bola passe entre as pernas do Pelezinho e faz um gol, sem chance para o Frangão pegar a bola. Acaba o jogo e o time do Pelezinho vence de 2 a 1. Os jogadores adversários vão  em direção ao Pelezinho com raiva e ele pensa que vão querer briga, mas o garoto só cumprimenta o Pelezinho, dando parabéns à conquista do campeonato. Então, Pelezinho e todos se dirigem aos leitores falando que é pra praticar esporte e não praticar violência.

Uma história típica pra mostrar como deve ser um jogo e ensinar que não deve ter violência nas partidas, saber ganhar e perder um jogo com amizade entre todos. e uma forma também de apresentar essa nova fase do Pelezinho.

Trecho da HQ "A decisão"

Em seguida vem a história "O rebatedor", de 6 páginas, em que Pelezinho e Cana Braba estão jogando beisebol. Pelezinho rebate a bola de golfe tão longe que Cana Braba tem que ir correr muito para pegar a bola de volta.

Trecho da HQ "O rebatedor"

Ele bate a cabeça no muro, precisa nadar um rio, tropeça em uma pedra, cai em um precipício, mas consegue pegar a bola que cai na cabeça dele. Cana Braba promete que nunca mais o Pelezinho vai fazer correr mais daquele jeito e ao lançar a bola de novo, ela cai na cabeça do Pelezinho, formando um galo nela e Pelezinho corre atrás do Cana para bater nele, e, com isso, ele acaba correndo inclusive mais do que quando tinha só pegado a bola longe da primeira vez.

Mostra mais uma vez a força exagerada do Pelezinho ao praticar esportes, causando muita confusão, não só para ele como também para seus amigos.

Trecho da HQ "O rebatedor"

Termina com "Embaixadas", com 12 páginas, em que o Pelezinho encontra o Cana Braba fazendo embaixadas com a bola e já estava em 1005 embaixadas, quando faz cair. Pelezinho diz que ele foi muito bem por nunca ter conseguido fazer mais que 5 embaixadas e pergunta como ele conseguiu. Cana Braba diz que ele começou a embaixada a partir do número mil.

Trecho da HQ "Embaixadas"

Pelezinho diz que consegue fazer mais que isso e eles apostam um sorvete que Pelezinho consegue fazer duas mil embaixadas. Pelezinho começa as embaixadas e vai muito bem. Cana debocha quando ele está em 11 embaixadinhas falando que isso até a avó dele faz e Pelezinho diz para não atrapalhar. Cana diz que a vó dele nunca ligou para provocações e Pelezinho responde que mesmo provocando vai conseguir fazer as duas mil embaixadas. Pelezinho prossegue dando show, fazendo embaixadas até de calcanhar, de cabeça e deitado. Chega a noite e ele continua a todo vapor, já com mais de 1200 embaixadas e até dormindo ele não para.

Trecho da HQ "Embaixadas"

Amanhece e Pelezinho continua e já com mais de 1800 embaixadas. Ele prossegue e começa a contagem regressiva de 1990 embaixadas. Quando ele tá em 1999 embaixadas, Pelezinho espirra e acaba não completando as 2 mil embaixadas e Caba Braba fica zoando o Pelezinho e gargalhando que ele é muito grosso e não consegue fazer 2 mil embaixadas.

Essa foi a melhor do gibi, as de absurdos são as melhores. Como o Pelezinho é o craque da turma ele não pode errar e sempre é engraçado quando ele vacila e se dar mal por se gabar de ser o grande craque do futebol.

Trecho da HQ "Embaixadas"

Como podem ver, são edições históricas do Pelezinho, mostrando histórias inéditas, coisa rara desde que seu gibi foi cancelado em 1982 e as últimas inéditas dele até hoje. Depois disso, só teria gibis nas bancas novamente 20 anos depois, em 2012 ("As Melhores Histórias do Pelezinho" durando 14 edições, até 2014), e uma "Coleção Histórica" (durando 6 edições entre 2012 a 2014), sendo que tudo foram republicações e, portanto, as últimas histórias inéditas mesmo do personagem foram nesses gibizinhos de 1992 até hoje. 

Uma pena que os traços do Pelezinho foram mudados para pior na sua última participação em gibis, mas pelo menos eram com histórias inéditas, diferente da tosqueira que fizeram nos gibis da Panini em 2013 alterando as histórias clássicas da Editora Abril, tirando o círculo da boca e colocando lábios e nariz no lugar que não tinha nas originais, descaracterizando completamente as histórias antigas e desrespeitando os desenhistas originais da época. Ainda assim, vale a pena ter esses gibizinhos "Nº 15" e "Nº 24" clássicos e raros com a despedida dos Pelezinho nos gibis.

Para saber mais detalhes da série "Gibizinho", entre AQUI e AQUI.

quinta-feira, 26 de julho de 2018

Capa da Semana: Mônica Nº 85

Uma capa em que a Mônica bate no Cebolinha após ter aprontado mais uma com ela e, além do Cebolinha ver estrelinhas de dores girando, acaba vendo junto coelhinhos girando, tamanho o trauma de levar coelhada da Mônica. 

A capa dessa semana é de 'Mônica Nº 85' (Ed. Globo, Janeiro/ 1994).


sexta-feira, 20 de julho de 2018

Cascão e Cebolinha: HQ "Amizade"


Dia de 20 de julho é o Dia da Amizade, então compartilho uma história muito bonita com Cascão e Cebolinha mostrando a importância da amizade. Com 6 páginas no  total, foi história de encerramento de 'Cascão Nº 305' (Ed. Globo, 1998).

Capa de 'Cascão Nº 305' (Ed. Globo, 1998)

A história é toda contada por um narrador-observador, explicando sobre a amizade verdadeira, uma espécie de poesia do amigo que você possa contar para vida toda para tudo que vier. E sempre ilustrada com algum momento entre a amizade do Cascão e Cebolinha. Tudo mostrado pelo narrador, mostra uma situação engraçada ou triste referente ao que está sendo narrado. 


Então, começa apresentando os personagens e que falando eles são amigos inseparáveis e isso desde que eles ainda eram bebês já sabiam que seriam grandes amigos. Com isso, mostra o valor da amizade, como compartilhar momentos, dar força um ao outro, que estão sempre lado a lado, seja nas conquistas e derrotas, nas horas boas e difíceis, ser um irmão que não mora na mesma casa. Além de discordar algumas vezes um do outro e aceitar as diferenças, compartilhar segredos, emoções, compreender, se divertir, contar sempre que precisar.


Chegou a mostrar que podem ter algo em comum, nada em comum, nada em comum mesmo nas brigas e horas que coisa mais em comum do que se imagina ao saber perdoar as brigas. Também o amigo sentir saudade quando um viaja e querer dar um tempo quando volta e contar as novidades da viagem sem parar. Dar preferência aos presentes, sente ciúme quando o outro namora e fica sendo deixado de lado.


Ainda assim a amizade nunca acaba, mesmo quando crescem e conheçam outras pessoas no caminho ao longo da vida, se case, porque amizade não se explica, ela simplesmente existe, mostrando Cascão e Cebolinha já adultos dormindo em suas casas, mas lembrando de como eles jogavam futebol quando crianças.


Em todos os momentos deu para perceber que tinha uma situação bem humorada entre o Cascão e o Cebolinha bem a ver ao universo deles para não deixar piegas demais, mas que se encaixa na vida real. Tipo, ao falar que amigo está no lado nas horas boas, mostra Cascão rindo do Cebolinha ter rasgado a bermuda e nas horas difíceis mostra o Cascão ter tirado a camisa na frente do Cebolinha e deixando cheiro insuportável no ar, ou quando amigo compreende o outro, mostra o Cascão ter contado que tinha mijado na cama e ao falar diversão, foi Cebolinha zombar por ter mijado e por aí vai. Essa parte, inclusive, considerada incorreta atualmente porque atualmente eles não ficam ridicularizando os amigos por terem mijado na cama para não dar trauma.


Uma história filosófica muito bonita, o roteirista  conseguiu encaixar muito bem a sua mensagem do valor da amizade com as características dos personagens e que vale para a amizade de qualquer um de nós de ter uma amizade sincera desde a infância até o resto da vida. Legal ver os personagens adolescentes e adultos mostrando essa passagem de tempo, acabando com Cebolinha se casando com a Mônica, e Cascão com Cascuda e os meninos ainda amigos.


A mensagem é muito linda, definiu o que é amizade, procurando mostrar que além de fazer companhia, amigo que é amigo se ajudam, aconselham, tem lealdade, fortalecem e consolam uns aos outros e podem contar sempre em todos os momentos, sejam nos momentos alegres quanto nos tristes. Enfim, ele quis mostrar que por ter uma amizade verdadeira e eterna, é bom sempre valorizar essa amizade e as pessoas que se importam com você. Os traços também ficaram muito bons e caprichados, o que deu mais valor à história.

Feliz Dia do Amigo!!!

sábado, 14 de julho de 2018

Tirinha Nº 58: Cebolinha

Nessa tirinha, Mônica está brincando de tiro ao alvo e Cebolinha dá gargalhada por causa da Mônica errar todas as pontarias. Para descontar as risadas, Mônica acerta o Cebolinha no alvo, com a ponta do cabelo dele sendo a mira do alvo. Muito engraçada.

Tirinha publicada em 'Cebolinha Nº 42' (Ed. Globo, Junho/ 1990).


sexta-feira, 6 de julho de 2018

Capa da Semana: Almanaque da Magali Nº 18

Uma capa em clima de Copa do Mundo com a Magali e a turma animadas na torcida do Brasil no jogo e os pompom de torcida da Magali são 2 cachos de banana, bem a cara dela. Resta saber se vai durar até terminar o jogo.

De curiosidade é que foi lançada em setembro e podia ter saído na edição "Nº 17" de junho, que era a época certa de Copa do Mundo. Na época eles não tinham preocupação com datas certas, colocavam quando bem entendiam, aí saiu atrasada, só coincidiu mesmo o ano da Copa do Mundo 98.

Capa dessa semana é de 'Almanaque da Magali Nº 18' (Ed. Globo, Setembro/ 1998).


segunda-feira, 2 de julho de 2018

Cascão: HQ "Minha camisa do Coringão


Mostro uma história sobre futebol em que o Cascão ganhou do pai uma camisa do "Coringão" e  passou sufoco para estreá-la quando queria jogar bola com os seus amigos. Com 10 páginas, foi história de abertura de 'Cascão Nº 161' (Ed. Globo, 1993).

Capa de 'Cascão Nº 161' (Ed. Globo, 1993)

Começa com o pai do Cascão, Seu Antenor, dando uma camisa do "Coringão" (Corinthians) para o Cascão, o time de coração deles. Cascão fica superanimado e trata logo de vestir a camisa e mostrar para a turma e estreá-la em um jogo de futebol para dar sorte.



Cascão vai na rua e encontra o Cebolinha todo arrumado e Cascão convida para jogar bola para estrear a sua camisa nova do "Coringão", mesmo que não tinha nada marcado, eles podiam marcar. Cebolinha diz que não dá porque ele tem que estrear a gravata de borboleta ridícula na festa da casa do seu tio Álvaro e ele sai com a sua mãe, Dona Cebola. 

Cascão diz que pode convidar outras pessoas e em seguida encontra Franjinha e Zé Luís jogando xadrez e chama os amigos para jogarem futebol.  Eles aceitam, depois que terminar a partida. Cascão espera sentado e eles demoram muito, deixando Cascão entediado. Ele pergunta se a partida vai demorar muito e Franjinha diz que não sabe, pois teve uma vez que ficaram dois dias jogando e Zé Luís fala pra se calar para não tirar a concentração deles. Cascão vai embora falando que dois dias é muito tempo.


Depois, Cascão encontra o Xaveco jogando bola e eles jogam juntos, só que quando o Xaveco dá o seu primeiro chute, a bola cai em umas flores com espinhos e acaba a bola furando, terminando o jogo. Cascão fica com raiva, já achando que tem alguma coisa que não quer que ele estreie a camisa nova naquele dia. Logo depois, encontra a Cascuda, toda romântica em cima dele e Cascão diz que ela é a salvação e se ele pode pedir algo para ela. Cascuda responde que sim, pensando que era para dar um beijo nela, mas Cascão fala que é para ela ir jogar bola juntos. Cascuda fica com raiva, tirando o clima de paixão e reponde que não e vai embora dando adeus ao namoro deles, deixando o Cascão sozinho.


Cascão fica triste e  senta em uma pedra, quando Cebolinha aparece falando que pode jogar futebol com ele porque a festa foi ontem e sua mãe errou a data. Em seguida, Franjinha e Zé Luís querem jogar bola com ele porque acabaram cedo o jogo de xadrez, com Zé Luís levando xeque-mate. Aparecem também Titi e Jeremias querendo. Cascão fica feliz, mas comenta que eles não tem bola e então aparece o Xaveco falando que o pai dele deu uma bola nova e finalmente eles podem jogar e Cascão estrear a sua camisa do "Coringão". Franjinha pede para esperar porque eles querem jogar com a camisa do time deles.


Os meninos voltam com as camisas deles e Cascão descobre o time dos seus amigos e fica zoando por eles não torcerem para ro 'Coringão'. Franjinha torce para o São Paulo e Cascão o chama de  "Pó de arroz",;Xaveco, pro Santos e o chama de "Peixinho"; Cebolinha torce para o Flamengo e Cascão diz só um "blá" com desdém e diz que é o único que tem bom gosto. Quando vê o Jeremias vestido com camisa do palmeiras, se racha de rir e o zoa de "Porco". Franjinha manda Cascão parar senão eles vão tirar sarro do time dele.


Começa a partida, com apenas Titi e Zé Luís sem camisas de times. Cascão, Cebolinha e Franjinha em um time e Xaveco, Jeremias e Titi no outro. Zé Luís como juiz dá o sinal do início e Cascão dá a partida com a bola e é o craque do jogo, driblando todo mundo e acaba fazendo todos os 4 gols da partida, terminando em 4 a 0 o time dele. Cascão é carregado no alto pelos meninos e Cascuda aparece, falando com o Cascão que viu tudo de longe, achou o máximo e ela dá um beijo no Cascão, fazendo as pazes. Cascão fala que foi um dia muito feliz, graças à sua camisa do "Coringão". Xaveco e Titi dão parabéns à vitória e que eles vão fazer algo que nem os times profissionais.


No final, Cascão chega em casa chorando e o Seu Antenor pergunta se não conseguiu estrear a camisa nova. Cascão diz que conseguiu e seu time ganhou e a torcida o aclamou. Seu Antenor pergunta então o que houve de errado e Cascão diz que no final do jogo eles trocaram as camisas que nem os profissionais e acabou ficando com a camisa do Palmeiras, logo seu time arquirrival.


Uma história muito divertida mostrando o amor do Cascão ao futebol e ao seu time Corinthians. Muito legal ver os imprevistos dos seus amigos que impediram inicialmente de estrear a sua camisa nova jogando bola com eles. Depois eles conseguiram resolver seus problemas e jogarem com êxito e Cascão consagrado a craque até acabar a sua felicidade com a troca de camisas, logo trocando pela camisa do seu arquirrival Palmeiras. Boa sacada de só mostrar a cara do Cascão chorando na frente do pai até revelar que eles haviam trocado a camisa.


Desde que o Pelezinho deixou de ter gibis, o Cascão herdou histórias de futebol  e ficou com uma alternativa pra diferenciar um pouco histórias envolvendo as tradicionais histórias de banho e sujeira. Colocaram o Cascão torcendo para o Corinthians e muitas vezes como o craque da turma, rendendo boas histórias, como essa. Além de futebol, histórias de planos infalíveis e com brincadeiras diferenciavam das com medo de água. Vimos também que o Cebolinha tem um tio chamado Álvaro, ideia não seguida adiante já que não tem cronologia nos gibis da MSP.


Sobre times dos personagens, nunca teve uma coerência até o início dos anos 90, em cada história desse tipo, os personagens torciam para times diferentes. Apenas na metade dos anos 90 que colocaram de forma fixa, pelo menos os dos personagens principais, Então, Mônica passou a torcer para o São Paulo, Magali torce pro Santos e Cebolinha pelo Palmeiras. Antes, coerência nenhuma, como o Cebolinha, que já chegou a torcer para o São Paulo e pelo Flamengo como nessa história. Os clubes paulistas prevaleciam, já que o bairro do Limoeiro onde eles moram é ambientado em São Paulo. 

Outra curiosidade é que o Cascão já torceu pro Santos nas tiras de jornais dos anos 60 e só quando ganhou gibi próprio que passou a torcer pelo Corinthians. Interessante que só o Corinthians teve nome parodiado na história, sendo chamado de "Coringão". Os outros times não foram parodiados. Legal a parte do Cascão zoando os times, principalmente quando ele vê o Jeremias de Palmeiras, foi engraçada a cara que ele fez. Os traços, aliás, muito bons, típicos dos anos 90.


Legal ver a presença do Zé Luís, bem comum aparecer com a turma na época e hoje como um personagem esquecido por raramente aparecer nos gibis. Teve um erro de cor na camisa do Zé Luís que apareceu de camisa azul como juiz do jogo e antes ele aparecia de camisa vermelha. Eu gostava quando tinha erros de cores assim. Nessa até pode dar desculpa que quando a turma foi trocar de camisa, ele mudou a dele para uma azul. Outro erro foi do Cascão falar no final que o jogo foi 3 a 0, sendo que nas imagens da história ele fez 4 gols, não 3. Acabou aparecendo também um menino como figurante ao segurar o Cascão no alto no final da partida, provavelmente como parte da plateia, já que não apareceu jogando com os outros meninos.