quarta-feira, 30 de março de 2022

Cebolinha: HQ "Plano 1.000"


Em março de 1992, há exatos 30 anos, era lançada a história "Plano 1.000" em que o Cebolinha atinge a marca de mil planos infalíveis contra a Mônica criados. Com 9 páginas, foi história de encerramento de 'Cebolinha Nº 63' (Ed. Globo, 1992).

Capa de 'Cebolinha Nº 63' (Ed. Globo, 1992)

Cebolinha chega voando com cabelo formando hélice e com cara de ter planejado plano infalível contra a Mônica e Cascão tenta fugir, sabendo que era mais um plano. Cebolinha diz que é um plano especial, o título lá de cima indica que é o plano mil. Cascão se impressiona pelo feito e diz que são mil vezes que eles apanham e não vai participar.

Cebolinha fala que vai ficar com as glórias sozinho e ser o dono da rua. Cascão fala que nada vai fazê-lo mudar de ideia, até que segura um manto mágico que deixa tudo invisível e fica com uma parte invisível ao colocar na sua frente. Cascão se assusta e ouve o plano para participar.

Depois de tudo explicado, Cascão está invisível por estar vestido com o manto mágico e pergunta se esse plano realmente vai dar certo. Cebolinha diz que vai, não é um plano comum, é o de número mil, comemorativo. Cascão canta parodiando a música do Parabéns, que vão levar coelhada e Cebolinha manda parar de agourar o plano, não esquecer o que combinaram e o manda fechar a boca. Cascão pergunta quantos planos foram arruinados por causa dele e Cebolinha pergunta se ele quer que pergunte aos leitores.

Chega a Mônica, Cebolinha avisa que ela vai tropeçar e acaba tropeçando mesmo. Mônica pergunta como ele fez isso, ele diz que não fez nada, ainda a preveniu e que possui poderes paranormais. Mônica não acredita e pensa que é um plano. Cebolinha finge que está fazendo força com a mente e faz a bola levitar e taca nela.

Cebolinha diz que com o tempo os poderes vão crescer e vai passar a levantar carros e aviões. Cascão intervém e fala baixinho que bola é fácil de levantar, mas carro ele não vai e Cebolinha responde que é só para impressionar. Cebolinha fala para Mônica que é chegada a hora de ele ser o dono da rua e a manda entregar o coelho encardido e fedido. Mônica grita para não falar assim do Sansão e Cebolinha diz que ela vai levitar.

Cascão a segura para levitar, reclamando que depois ela diz que não é gorducha. Mônica manda colocá-la no chão e ele diz que se não entregar o Sansão, vai ficar lá o dia inteiro. Cascão fala alto que não vai ficar segurando a gorducha o dia inteiro e a derruba no chão. Mônica ouve a voz dele e sente o cheiro. Cebolinha desvia, dizendo que ela quer mudar de assunto e faz Mônica rir até não aguentar mais, com Cascão fazendo cócegas nela. Mônica entrega o Sansão, Cebolinha dá nós nas orelhas, pisa em cima e chuta no traseiro para o alto, detonando o coelhinho. 

Cascão sai do manto mágico, falando que é a vez dele, parabeniza Cebolinha que o plano deu certo, zoou o coelhinho sem Mônica fazer nada, a parte dele foi importante e cansativa, mas tudo por uma boa causa enquanto Mônica está atravessada no manto ouvindo tudo. Cascão comemora o plano Mil, Mônica e Cebolinha olham para ele bem brabos. Mônica se prepara para bater neles, Cascão comenta que sempre acaba com ela correndo atrás deles e aí Cebolinha pega o Sansão da Mônica e diz que vai ser diferente, com Cebolinha correndo atrás do Cascão para bater com o Sansão.

História bem engraçada com o Cebolinha comemorando plano mil. Arrumou um manto mágico que deixava a pessoa invisível ao ficar em cima dela e cobriu o Cascão com o manto para inventar para a Mônica que tem poderes paranormais e zombar com ela e se tornar o dono da rua. Todos os movimentos eram feitos pelo Cascão. Só que mais uma vez Cascão estraga o plano, falando demais na frente da Mônica. Cascão também queria zoar com a Mônica e se deu mal.

Grande diferencial que em vez da Mônica correr atrás deles, foi o Cebolinha que correu atrás do Cascão, de tão revoltado que ficou com ele ter estragado o plano que tinha tudo para dar certo. Mereceu. Cascão sempre estraga os planos do Cebolinha, mas ele sempre continua pedindo o amigo pra ajudar e Cascão sempre aceita, sabendo que vai apanhar, chega a ser burrice. Mônica tão lerda que não descobriu o plano nem quando ouviu a voz e sentiu cheiro do Cascão após ele ter a derrubado.

Foi engraçado Cascão falar que já são mil vezes que apanham e a musiquinha do Parabéns que o plano vai dar errado e que vão levar coelhada, já prevendo o que ia acontecer. Legal também o Cebolinha dizer que é paranormal, Mônica sendo feita de boba e as metalinguagens do Cebolinha perguntando se não viu o título no alto da página que aquele era o plano mil e o Cascão olhando para cima para confirmar e Cebolinha querer perguntar para os leitores quantas vezes o Cascão estragou os planos.

Não foi mostrado como o Cebolinha conseguiu o manto mágico invisível, fica na imaginação de cada um. Pode ter sido o Franjinha que deu ou ele próprio ter criado ou conseguido com uma fada, poço dos desejos, um gênio da lâmpada, várias possibilidades. Para mim, foi o Franjinha que arrumou. Outro mistério foi como o Cebolinha conseguiu transformar seu cabelo em hélice para voar na primeira página. Cabelo dele servia para tudo, bem multifuncional.

Na verdade, não foi exatamente o plano mil oficial que criaram até então, foi só uma brincadeira por tantos planos infalíveis que tinham criado, mas não chegaram a tantos assim. Supondo que em todas as revistas do Cebolinha e da Mônica tivessem uma história de plano por revista, seriam 494 planos até então (263 nas revistas da Mônica e 231, nas do Cebolinha). Porém, tinham revistas que tinham mais de uma história de plano, outras tinham nenhum, as vezes tinham nas revistas do Cascão, logo esse número pode ser maior ou menor, mas não alcança mil até em 1992. Acho que hoje em dia não pode ter chegado ainda a essa marca, visto que nos últimos anos é raro ter histórias de planos infalíveis por causa das brigas no final. Infelizmente ninguém fez esse levantamento de quantos planos infalíveis foram feitos até hoje, nem MSP, aí fica difícil saber número exato.

Traços bacanas, típico de histórias de miolo dos anos 1990. Incorreta hoje porque evitam histórias de planos infalíveis com meninos perversos fazendo Mônica de boba, além de violência de Mônica levar bolada do Cascão. Muito bom relembrar essa história marcante  há exatos 30 anos.

sexta-feira, 25 de março de 2022

Rolo: HQ "Antes só..."


Mostro uma história em que o Rolo tentou ficar com uma garota em uma festa, não sair de lá sozinho, mas não aconteceu bem o que ele queria. Com 5 páginas, foi publicada em 'Cebolinha Nº 31' (Ed. Globo, 1989).

Capa de 'Cebolinha Nº 31' (Ed. Globo, 1989)

Rolo chega animado na festa. Aderbal acha legal o amigo disposto depois do rompimento dele com a Verinha, sua última namorada, e Rolo fala que são águas passadas, agora quer descolar uma gatinha e não sai dessa festa sozinho. Rolo vê uma garota joga sua cantada Nº 2906. Fala que vota nela para garota mais charmosa e bonita da festa. Ela também diz que também vota nele, não como o mais charmoso, mas como o mais cara-de-pau e vai embora. Ele não desiste e parte para outra, se fosse fácil não teria graça. 

Com outra garota, Rolo passa a mesma cantada de que vai votar nela, só que ela era candidata a deputada federal, faz palanque eleitoral na festa, diz que a candidatura dela é um sucesso, que a plataforma é "Pão pra todos", que vai abrir mais padarias e Rolo sai de fininho. Depois, ele investe em outro tipo de cantada para outra garota, perguntando se era a "Luiza Brunete". Ela nega e Rolo pergunta se é outras famosas gatas e ela diz que se chama Creuza, mas ao ver que é desdentada, Rolo cai fora, achando que a do voto era melhor. 

Em seguida, vê outra garota e resolve ser direto, perguntando se quer sair da festa chata porque está gamado nela e é a gata mais gata da festa. O noivo Arnoldinho, bem alto e forte, aparece e dá surra no Rolo. No final, Rolo sai da festa de maca para o hospital e diz para o Aderbal não ficar com pena dele porque cumpriu a promessa que não ia sair da festa sozinho.

História engraçada com o Rolo querendo conquistar uma garota na festa após passar a fossa do seu último namoro. Não teve sucesso nas investidas com elas e acabou parando no hospital ao levar surra do noivo de uma delas. Não conseguiu pegar ninguém, mas cumpriu a promessa de não sair da festa sozinho: em vez de sair da festa com uma garota, saiu na companhia de 3 enfermeiros para o hospital após ter sido surrado. Quem sabe depois ele não investe na enfermeira morena que o socorreu lá no hospital.

Foi legar ver as cantadas mal sucedidas, Rolo levar fora na cantada do voto, a outra fazer palanque eleitoral na festa mesmo, o medo dele da garota desdentada e a surra do noivo no final. Adorava essas histórias do Rolo paquerador, eram sempre divertidas e ele sempre se dava mal. Interessante que o Rolo nunca pegava mulher feia, eram só gatas, nunca foi visto com mulher feia e quando aparecia uma gorda e velha, corria.

Eram bem criativas as paródias dos famosos feitas pelo roteiristas. Na tentativa de pegar a Creuza, os nomes das famosas parodiadas foram Luísa Brunet, Magda Cotrofe, Claudia Raia, Luma de Oliveira.  Só mulherão que eram símbolos nos anos 1980, coincidentemente todas posaram na revista "Playboy" nos últimos anos até então e muitos delas passaram a ser famosas depois de posarem nuas. Tanto as garotas que apareceram quanto o noivo Arnoldinho e o amigo Aderbal apareceram só nessa história, como de praxe de personagens secundários na MSP. O Aderbal até daria pra ter continuado fixo nos gibis, o Rolo não tem uma turma fixa de amigos, o único que vingou foi o Marcão, que estreou em 'Cebolinha Nº 91' (Ed. Globo, 1994), e hoje aparece de vez em quando, já os outros amigos, não, só aparições únicas. 

Traços muito bem caprichados, típicos da Turma da Tina nos anos 1980.  História incorreta por haver preconceitos como Rolo não ficar com mulher feia e desdentada, ter brigas a ponto do Rolo ser surrado e parar no hospital de maca e a característica do Rolo ser paquerador, pegar várias mulheres em uma mesma história, não tem mais nos gibis atuais, ficando sem graça.

segunda-feira, 21 de março de 2022

HQ "A Mônica faz anos, o azar é só dela, cada ano que passa, ela fica mais velha!"

Dia 21 de março é aniversário da Mônica e em homenagem mostro uma história em que o jeremias revela para a Mônica como seria a vida da Mônica nos próximos anos, a deixando deprimida. Com 6 páginas, foi história de encerramento de 'Mônica Nº 155' (Ed. Abril, 1983).

Capa de 'Mônica Nº 155' (Ed. Abril, 1983)

Jeremias encontra a Mônica e deseja Parabéns pelo aniversário, puxa a orelha dela e comenta que é o único dia do ano que ele pode puxar a orelha dela sem apanhar. Ele pergunta se ela não está sentindo o peso da idade. Ela diz que é a Mônica de sempre e ele complementa que sim, um pouco mais velha. Fala ainda que logo vai para escola, não vai ficar brincando o tempo todo, vai estudar, fazer novos amigos, aprender coisas novas e não ser a mais avelha Moniquinha que corre atrás da garotada com um coelhinho.

Mônica pergunta com o que ela vai correr, se vai enfrentá-los indefesa. Jeremias explica que ela não vai mais brigar como um garoto, vai virar mocinha, arruma um namorado, deixa os amigos de lado e as brincadeiras de infância. Mônica diz que esta fazendo só 7 anos e Jeremias  fala que o tempo passa rápido, agora tem 7 anos e nem vê o tempo passar, vem trabalho, casamento e filhos, com Mônica imaginando dona-de-casa lavando roupa com marido lendo jornal no sofá, 3 filhos e grávida de mais um.

Mônica fala que o Jeremias está fazendo se sentir como uma velha, estava feliz porque a mãe ia fazer uma festa e agora está se sentindo mal. Jeremias diz que  só falou para ela ficar preparada com o futuro e não desanimá-la, mesmo assim ela vai embora triste. Chegando em casa, ela vê a festa de aniversário surpresa, todos os amigos e família lá, e Mônica corre para se trancar no quarto, chorando.

Dona Luísa bate na porta, mandando abrir, que é uma vergonha o que  filha fez, e Mônica fala que não quer fazer aniversário. Dona Luísa quer saber o por quê e Mônica fala que está ficando velha, agora é 7 anos, depois 40, vem marido, filhos e netos. Dona Luísa pergunta a filha se acha que ela é velha. Mônica diz que não e a mãe diz que também não acha e é muito mais velha que a filha. Diz ainda que adora a filha e o marido, adorou todos os momentos na escola, primeiros namoricos, que são essas coisinhas que dão um sabor gostoso à vida da gente.

Mônica fala que agora entendeu o que o Jeremias quis dizer. Ele aparece preocupado que saiu esquisita no campinho. Mônica diz que entendeu e dá um beijo nele e chama para ir com ela cortar o bolo. Termina todos cantando Parabéns para Mônica e ela agora feliz com seu aniversário.

História legal com a Mônica com medo de envelhecer e não querer mais fazer aniversário depois do Jeremias contar como deixaria de ser criança e como seria o futuro dela. Não ia demorar muito para ela ir para escola e cada etapa da vida passa tão rápido que ela nem ia notar. Foi preciso a mãe da Mônica servir como psicóloga para ela aceitar que todos os momentos da vida são bons.

Mesmo que a Mônica ignorasse aniversário, não fizesse festa, a idade ia passar, não tinha como fugir. De fato, a Mônica iria para escola com 7 anos e uma parte do que o Jeremias falou já ia se concretizar. A princípio até pensamos que era um plano infalível do Jeremias, sendo sacana de falar que depois da Mônica crescer, ele e os meninos não iam mais apanhar dela, mas vimos que ele falou só para alertá-la como seria o futuro, sem intenção de magoá-la. 

Foi engraçado ver a Mônica imaginando que era adulta casada lavando roupa com 3 filhos e ainda grávida de mais um, futuro sombrio para ela. E também o Jeremias puxar a orelha dela sem apanhar, único dia do ano que podia fazer isso. Na época, tinha costume das pessoas puxarem orelha do aniversariante, número de vezes da idade que estava completando, no caso, ele puxou 7 vezes a orelha da Mônica. Foi mostrado contando até "4", mas deu ideia de continuidade com as reticências no balão dele.

Teve boa mensagem de que devemos curtir todas as etapas da vida naturalmente, toda fase tem coisas boas, vida passa rápido e tem que curtir todos os momentos. Eles gostavam de histórias com a mãe dos personagens dando conselhos e explicando as coisas quando os outros falavam coisas erradas, acontecia principalmente com a Mônica e a sua mãe, mas podia ser com qualquer personagem. Curioso aparecerem alguns figurantes na festa, sem ser só os personagens da turminha principal.

Nas histórias antigas, os personagens faziam 7 anos no aniversário e depois voltavam a ter 6 anos. Atualmente eles tem 7 anos fixos e só na história de aniversário que voltam a ter 6 anos para comemorar os 7 anos na festa. Fizeram a mudança para eles irem à escola nos gibis. É incorreta hoje em dia por Jeremias fazer a Mônica sofrer antecipadamente e dar depressão nela, dar falsa ideia que vida de adulto é ruim, mesmo que foi corrigido no final com as falas da Dona Luísa.

Anjinho aparece na festa e, assim, provando que na época os adultos viam o Anjinho, as vezes ele até ajudava os adultos também e não só as crianças da Turma da Mônica. Atualmente, só as crianças que o veem. Os traços muito bons, típicos de histórias de miolo dos anos 1980, com Jeremias já com traços novos com pele marrom em vez de preta, só que ainda com círculo rosa em volta da boca que o povo do politicamente correto odeia. O título foi uma musiquinha que cantavam para os aniversariantes e encaixou bem com o tema da história, por isso as notas musicais nele. Foi republicada depois em 'Coleção um Tema Só Nº 21'  - Mônica Aniversários (Ed. Globo, 1998).

Capa de 'Coleção Um Tema Só Nº 21' (Ed. Globo, 1998)

FELIZ ANIVERSÁRIO, MÔNICA!!!

sexta-feira, 18 de março de 2022

Os parentes do Cebolinha

Há algum tempo mostrei aqui no Blog os parentes da Magali, que até precisou ser postagens em 2 partes por terem sido vários, agora vou mostrar os parentes do Cebolinha, tanto os fixos quanto os que apareceram só uma vez.

Assim como em todos os personagens, sejam os principais e até secundários, o Cebolinha tem a sua família fixa e outros parentes como avós, tios e primos que apareceram em uma só história pensados em determinado roteiro, mas que foram bem marcantes. Nunca teve uma cronologia na MSP e procuravam colocar algum parente de aparição única com personalidade de acordo como seria melhor no roteiro.

Como fixos na família do Cebolinha temos os pais Seu Cebola e Dona Cebola. Seu Cebola um pai tradicional trabalhando em escritório e Dona Cebola, a princípio, uma dona de casa com todo trabalho doméstico, e nos últimos anos também trabalha pra fora em home-office assim como as outras mães dos personagens. A base do estilo de traços deles não mudaram, só adaptados de acordo com a evolução dos personagens ao longo das décadas. Muitas histórias mostrando o cotidiano de uma família comum foram bem marcantes.

Dona Cebola e Seu Cebola: os pais do Cebolinha

Cebolinha tem a irmã bebê Maria Cebolinha de cerca de 2 anos, o único personagem dos principais que teve irmã. Curiosamente ela foi inspirada na filha do Mauricio de Sousa, a Mariângela, mas que ele preferiu colocá-la nos quadrinhos como irmã do Cebolinha, e não da Mônica.

Maria Cebolinha

Os avós do Cebolinha por parte de pai ficaram fixos a partir de 1996. Seu Eustáquio e Dona Firmina têm personalidade de velhos antigos e ensinam os costumes e gírias da primeira metade do século XX.

Dona Firmina e Seu Eustáquio: avós do Cebolinha

E tem o Floquinho, um cachorro que não sabe qual o lado que é a cabeça e a cauda dele e as vezes dúvida se é um cachorro mesmo. Quando criado, foi na intenção de não existir um cachorro como ele, mas em 1995 descobriram que existiam um cachorro como ele da raça lhasa-apso através de uma carta de leitor e resolveram adotar isso nos gibis. Cachorros de estimação podem ser considerados membros da família por morar da mesma casa.

Floquinho

Além dos fixos, tiveram vários parentes de uma aparição e vou mostrar cada uma seguir.

Além da Maria Cebolinha, ele teve um irmão bebê, o Salsinha. Em 1966 tiveram várias tiras de jornais em sequência mostrando desde o momento que a Dona Cebola estava grávida até quando o bebê foi batizado. Tirinhas mostravam como foi a gravidez, expectativa do Cebolinha com a chegada do irmão, o nascimento dele, os primeiros dias de vida e o batizado. 

Salsinha nas tiras de jornais (1966)

E o nome Salsinha foi escolhido por concursos com cartas dos leitores dos jornais que sugeriram o nome e com grande divulgação do concurso e nome escolhido nas tiras. Foi o primeiro trabalho com interatividade dos leitores para sugerirem nomes para personagens, depois a ideia foi copiada nos gibis para leitores criarem nome para o Sansão em 1983 e o Mingau em 1989.

Salsinha nas tiras de jornais (1966)

Em 1972, Salsinha volta, já nos gibis da Editora Abril, com adaptação das tirinhas de jornais de 1966 na  história de quadrinhos "Cebolinha vai ganhar o irmãozinho" do gibi Mônica Nº 26'. Mostrou desde quando a Maria Cebola estava grávida até o nascimento do Salsinha. Um compilado das melhores tiras de uma forma que dê pra formar uma história.

Salsinha na HQ "O Cebolinha vai ganhar o irmãozinho" (1972)

Teve algumas diferenças comparando as tiras de 1966 e a maior delas foi que o nome do Salsinha não foi divulgado e no final os leitores tinham que escrever carta para Editora Abril para escolher o nome do irmão dele. Só que a ideia não foi adiante, o Cebolinha permaneceu só com a Maria Cebolinha como irmã e nem teve depois história com o nome escolhido para o irmão. 

Salsinha na HQ "O Cebolinha vai ganhar o irmãozinho" (1972)

Cebolinha teve a sua Tia Luísa na história "O tocador de tambor" (CB # 137, de 1984). Ela não teve presença física, apenas foi citada pelo Cebolinha falando ao Seu Cebola que foi a Tia Luísa que deu o tambor para ele e o Seu Cebola telefona para ela tomando satisfação e achando ruim que deu o tamborzinho para o filho com medo de tocar mal  e fazer barulho.

Tia Luísa (só citada) na HQ "O tocador de tombador" (1984)

Já na Editora Globo, o pai da Dona Cebola, avô do Cebolinha por parte de mãe "Pedido de casamento" (CB # 19, de 1988). Seu Cebola pede a mão da Dona Cebola em casamento ao pai dela, o Seu Aristeu, e depois que casam e com tantos trabalhos domésticos, Dona Cebola comenta porque os maridos pedem as mãos das mulheres em casamento. Foi a única que vez que apareceu o avô materno do Cebolinha, ainda que mais novo e antes do nascimento dele, sem contracenar com  o neto.

Avô Aristeu (pai da Dona Cebola) na HQ "Pedido de casamento" (1988)

A história "A surpresa" (CB # 21, de 1988) mostrou o nascimento do Cebolinha, desde quando a Dona Cebola estava grávida até o segundo ano de vida do Cebolinha, aprendendo a falar. Consistia de mini-histórias de 5 capítulos, onde cada capítulo mostrava uma fase da gravidez da Dona Cebola e o nascimento do filho. Nessa história na parte final, de quando os pais descobrem que o filho não pronunciava o "R", apareceu uma suposta tia contando sobre os antepassados da família. Não foi citado nome e nem parentesco da mulher, pode ser tia ou avó do Cebolinha nova.

Uma tia na HQ "A surpresa" (1988)

Essa tia conta que o tetravô Serafim da família também trocava o "R" pelo "L" e ficou velho e morreu falando assim. Então, descobrimos  quem da família o Cebolinha puxou a sua dislalia.

Uma tia e tetravô Serafim na HQ "A surpresa" (1988)

Maria Cebolinha também teve história assim dividida em capítulos mostrando seu nascimento, desde a gravidez da Dona Cebola até quando nasceu em "Bem vinda, Maria Cebolinha!" (CB #58, de 1991), com histórias divididas em 5 capítulos de 5 páginas cada uma. Como a Maria Cebolinha era cabeluda, teve revelação importante que ela puxou a família da mãe que era cabeluda, enquanto que os parentes com 5 ou poucos fios de cabelo ou carecas ou com cabelo e nomes de legumes e verduras são da família do pai e o que passou a ser adotado nas histórias a partir de então.

Maria Cebolinha na HQ "Bem vinda, Maria Cebolinha!" (1991)

Tia Luísa volta aos gibis em "Priminho pestinha" (CB # 64, de 1992) e, diferente da história de 1984, aparece fisicamente como irmã da Dona Cebola levando o seu filho para visitar o Cebolinha. Na verdade, pode ter sido só coincidência de nome, de não lembrarem que já havia tido antes uma tia do Cebolinha chamada Luísa, visto que quase certo das 2 histórias terem sido feitas por roteiristas diferentes. Essa de 1992 tudo indica que seja da Rosana Munhoz.

Tia Luísa e primo Juninho na HQ "Priminho pestinha" (1992)

Essa história o destaque mesmo foi o primo Juninho, que era pequeno, com cerca de 4 anos de idade, e que batia no Cebolinha, ficando furioso com isso.  Cebolinha até tenta tirar proveito para o primo bater na Monica, mas eles se dão super bem. No final,  Cebolinha tem a vingança da Maria Cebolinha fazer o mesmo com o primo, por ela ser menor que ele. Retrata que crianças pequenas que gostam de bater nos outros.

Tia Luísa e primo Juninho na HQ "Priminho pestinha" (1992)

Em "Ciumeiras..." (CB # 72, de 1992) aparecem as primas Bianca e Bruna e a Tia Cléo. Nela, Cebolinha fica com ciúme das primas, da sua mãe dá mais atenção a elas do que pra ele e não deixa as meninas brincarem com os brinquedos dele.

Primas Bianca e Bruna e Tia Cléo na HQ "Ciumeiras..." (1992)

Curiosamente, a Bianca e a Tia Cléo já foram prima e tia da Magali em 1991, com a Bianca ainda como bebê e que perturbava o Mingau. Depois dessa história do Cebolinha de 1992, elas voltaram a  ser prima e tia da Magali na história de 'Magali Nº 141' de 1994 e a Bianca e a Bruna ainda apareceriam na história "Farra na rua" de 'Cebolinha Nº 93', de 1994, como primas da Magali. 

Ficou fora de contexto, então, colocar a Bianca como prima do Cebolinha e Tia Cléo como tia dele se já tinham sido com a Magali. Na vida real, elas eram parentes da roteirista Rosana e , provavelmente, a menina pode ter pedido para virar personagem em quadrinhos e ela fez essa como prima do Cebolinha.

Primas Bianca e Bruna e Tia Cléo na HQ "Ciumeiras..." (1992)

Primo Abobrinha aparece em "O Primo Abobrinha do Cebolinha" (CB #75, de 1993). Nela, estranham por que o Abobrinha tinha esse nome, o primo aparece e fica contando várias piadas infames, trolando Cebolinha e os os amigos dele e deduzem que ele tinha nome assim porque só falava "abobrinha", mas no final as piadas e zoações foi só uma forma de despistar que a verdadeira razão é ele ter cabelo em forma do legume abobrinha.

Primo Abobrinha na HQ "O Primo Abobrinha do Cebolinha" (1993)

Tio Ernesto apareceu na história "Meu velho pai" (CB #98, de 1995). Ele é tio do Cebolinha por parte de pai em que foi visitar o Seu Cebola no seu aniversário,  mas ele estava se sentindo um velho porque estava aparecendo cabelo branco nele. No final, descobre que cabelo branco do Seu Cebola era farinha que caiu enquanto a Dona Cebola fazia o bolo de aniversário.

Tio Ernesto na HQ "Meu velho pai" (1995)

Apareceram os avós do Cebolinha por parte de pai na história "De avô para neto" (CB #100, de 1995). Nela, o avô estava vendo o cebolinha fazendo plano infalível contra a Mônica e conta para o neto que na infância dele também perturbava uma grota com planos e xingamentos, só que quando cresceu se casou com a menina e ela era a avó do Cebolinha, que fica arrasado e pensativo no final se vai se casar com a Mônica quando crescer.

Avô do Cebolinha na HQ "De avô para neto" (1995)

A avó apareceu só no final, na revelação do avô que se casou com a menina que ele provocava. nessa história não foi mencionado nomes deles.

Avós do Cebolinha na HQ "De avô para neto" (1995)

Porém, os avós por parte de pai que ficaram fixos nos gibis até hoje foram o avô Eustáquio e avó Firmina. Apareceram pela primeira vez na história "Diversão não tem idade" (PMN # 43, de 1996) em que o Seu Cebola os levam para o Parque da Mônica. 

Avô Eustáquio na HQ "Diversão não tem idade" (1996)

Eles são bem idosos e ensinam os costumes e gírias da primeira metade do século XX. Eles apareceram depois mais nas histórias do Parque da Mônica, mas também em algumas nas revistas do Cebolinha e em Saiba Mais.

Avô Eustáquio e Avó Firmina na HQ "Diversão não tem idade" (1996)

Tio Antero apareceu na história "Cebolinha de peruca" (CB # 112, de 1996). Tio por parte de pai, o Cebolinha descobre que o tio usa peruca e pede emprestado para ele enganar a turminha, fazendo com que eles pensem que nasceu cabelo nele. Acontece muitas coisas, inclusive Cebolinha jogar peruca no rio e no final a peruca fica estragada.

Tio Antero na HQ "Cebolinha de peruca" (1996)

Os padrinhos de casamento do Seu Cebola e Dona Cebola apareceram em um tabloide de 'Cebolinha Nº 113', de 1996, com eles visitando a casa deles, junto com o padre que os casou e ainda assim o Seu Cebola não se lembrava o que estava comemorando. Tiveram o casal Ricardo e Jeane e o casal Davi e Cíntia. Muitos casais colocam irmãos como padrinhos de casamento então alguns deles possam ser irmãos deles e tios do Cebolinha.

Tabloide com os padrinhos de casamento dos Cebola (1996)

A avó do Cebolinha por parte de mãe apareceu na história "O Cebolinha é um boneco" (CB #122, de 1997). Essa avó gostava de trazer coisas para o neto quando visitava e ela levou um boneco de pano com a cara dele e o Cebolinha leva para rua e a turma pensa que ele se transformou em um boneco. Não teve nome identificado dessa avó.

Avó materna do Cebolinha na HQ "O Cebolinha é um boneco" (1997)

Na história "Tal pai, tal filho" (CB #157, de 1999) apareceram vários familiares de uma só vez. Escrita por Emerson Abreu, o aniversário do Cebolinha foi comemorado em um sítio da família e os convidados foram todos da família por parte de pai do Cebolinha, chamando atenção de todos os parentes com nomes e cabelos de verduras e legumes. 

Além do vô Eustáquio e vó Firmina, já conhecidos, também apareceram o Primo Gergelim com bolinhas pretas na cabeça e os seus 2 filhos gêmeos, os Gergelhinhos, com cerca de 4 anos e que ficam batendo no Cebolinha.

Tio Gergelim e primos Gergelinhos na HQ "Tal pai, tal filho" (1999)

Teve também o Primo Aipo, irmão do Seu Cebola, quem o não via desde criança, além da sua esposa e filha com nomes não mencionados. Também participaram as irmãs Alcachofra, o Tio Alface, Tio Berinjela, Tio Alface, Tomatinho e Primo Louro compondo a "Família dos Legumes e Verduras". Todos com relação a parentesco do Seu Cebola. Tomatinho que não foi revelado o parentesco, provavelmente sobrinho do Seu Cebola.

Família dos legumes e verduras na HQ "Tal pai, tal filho" (1999)

Sendo que o foco maior na história foi interação entre Seu Cebola e o Primo Aipo sobre o segredo do Seu Cebola na infância. No final, descobrimos que o segredo é que ele e seus amigos corriam de uma garota fortona na infância quando eles davam nós na tromba do elefantinho de pelúcia dela e ele se casou com a tal garota, era a Dona Cebola, fazendo Cebolinha desmaiar por conta da sua relação de brigas com a Mônica.  

Família Aipo na HQ "Tal pai, tal filho" (1999)

A prima Cíntia apareceu na história "O daminho de honra" (CB #176, de 2001). Nela, Cebolinha fica constrangido de usar terninho e ser daminho de honra no casamento da sua prima Cíntia, todos os seus amigos ficam zoando, querendo tirar fotos dele com aquela roupa e filmar Cebolinha entregando aliança, mas quando veem que a prima Cíntia, que também era uma daminha de honra junto com o Cebolinha, era uma gata, eles ficam boquiabertos e perguntam ao padre como faz para eles serem daminhos de honra, enquanto o Cebolinha namora a prima.

No caso, a prima Cíntia foi daminha de honra no casamento e seria filha de uma prima adulta do Cebolinha, só que a noiva não foi mostrada, só a prima Cíntia.

Prima Cíntia na HQ "O daminho de honra" (2001)

A avó materna que deu boneco para o cebolinha em 1997 voltou na história "Roupinha da vovó" (CB # 192, de 2002). Dessa vez ela presenteou o neto com uma roupa que ela própria fez, um terninho que deixava gomadinho demais e ficou com vergonha do que os amigos iam falar se o vissem com aquela roupa e fazia de tudo pra desviar deles na rua. No final, eles veem porque ele entrou no quarto da Mônica pra se esconder e aproveitou para dar nó no sansão e ela viu e Cebolinha correu colocando o terninho tampando a cabeça.

Avó materna do Cebolinha na HQ "Roupinha da vovó" (2002)

Já na fase Panini, O Cebolinha teve um outro primo Abobrinha na história homônima de CB #18, de 2008. Na trama, o primo, que mora em "Hortolândia" vai visitá-lo e fala só bobagens. Cebolinha tem ideia de ele conversar com a Mônica e Magali, as meninas dormem com as piadas infames e Cebolinha aproveita pra pegar o Sansão. Abobrinha fala alto, acorda a Mônica, que bate neles e enterram na plantação de legumes e Cascão pega regador com água pra molhá-los e não perder oportunidade de tratá-los como legumes de verdade.

Diferente do Abobrinha de 1993 que falava besteiras para desviar atenção de que tinha cabelo de abobrinha, esse realmente falava só abobrinhas. O outro  Nessa história de 2008 Cascão ficou descaracterizado em pegar regador para molhar os primos, Cascão antigo não faria isso nem para sacanear com os amigos.

Primo Abobrinha na HQ "O Primo Abobrinha" (2008)

Na história "Visita na casa da vovó", de 'Magali Nº 2' (2ª série, 2015), o Cebolinha teve outra avó materna e sem nome revelado. Na história, Cebolinha leva a Magali pra visitar a avó dele bem no dia que ela ia receber visita em casa e a Magali come todo o lanche que ia ser servido antes da visita chegar. Até pensava que a outra avó que gostava de presentear o Cebolinha seria fixa por ter aparecido 2 vezes, é provado que atualmente, não.

Nova avó materna do Cebolinha na HQ "Visita na casa da vovó" (2015)

Na história "O que tem nessa barriga?", (CB #5 - 3ª série, 2021), teve a Tia Bianca, por parte de mãe, que estava grávida e foi visitar a Dona Cebola. Comentam com a Maria Cebolinha que a tia está com nené na barriga e, ao ver o seu Cebola com barrigão dormindo no sofá, o Panda de pelúcia fala com a Mariazinha que ele está esperando neném e pelo tamanho deve ser gêmeos de menino e menina. Para história atual, até que teve piada com gordo, coisa rara e deixaram levar.

Tia Bianca na HQ "O que tem nessa barriga?" (2021)

Como podem ver, a família do cebolinha foi bem interessante. diferente da Magali que tem avós fixos e ficou mais centrado nas tias e primas dela, o Cebolinha teve vários avós também. Muitos parentes aí podiam ter sido aproveitados depois. Pena na Editora Abril eles não terem criado muitos parentes para ele, mas em compensação na Globo anos 1990 foram bastante. Foi muito bom relembrar esses clássicos. Se aparecer outros parentes, atualizo aqui os que ficaram de fora.