sábado, 30 de novembro de 2013

Campanha "Eu quero uma revista só da Magali" (Parte 1)


Em Novembro de 1988 começava os preparativos para o lançamento da revista da Magali com a campanha "Eu quero uma revista só da Magali", com uma série de 3 histórias, sendo que cada uma saiu em 3 edições consecutivas dos personagens. Vou falar dessa campanha em 2 postagens, sendo que nessa mostro as 2 primeiras partes da história.

Trata-se de uma campanha de protesto da Magali para que o Maurício lançasse gibi só dela, com direito a greve de fome e interação com leitores, além da presença do Chico Bento. Uma forma bem criativa, através de uma série de historinhas, para anunciar o novo título que estava por vir.

Antes de ter sua revista, Magali tinha histórias solo que saia nos gibis da Mônica, e, algumas vezes, nos gibis do Cebolinha. Toda edição da Mônica, principalmente nos primeiros números da Globo de 1987 e 1988 era certo de ter alguma história da Magali, até para o pessoal já se acostumar com a ideia, afinal, era uma ideia antiga dos estúdios de criar um gibi só dela. 

Três meses antes do lançamento da revista, o estúdio fizeram 3 histórias sobre essa campanha. Com o título "Quem ri por último ri melhor", a 1ª parte mostra, em 4 páginas, como a Magali se deu conta que não tinha gibi e fica arrasada. 

Na trama, Magali encontra seus amigos apressados para protagonizarem as histórias de suas revistas. Primeiro, o Cebolinha que está atrasado para a história de abertura da revista dele. Quando a Magali pergunta se podia participar da história, ele não deixa e ainda fala que ela é "café-com-leite", deixando irritada.


Depois Magali se encontra com a Mônica também apressada porque ia participar da história de abertura do Cebolinha e depois ainda ia cuidar da revista dela. E ainda encontra com o Cascão e o Chico Bento apresados pelo mesmo motivo.

Então, Magali passa em frente a uma banca de jornal e vê um anúncio mostrando as revistas mais lidas no Brasil. São as dos 4 personagens e aí cai a ficha que só ela que não tinha revista. Magali fica inconformada, dizendo que ficou tão preocupada em comer que esqueceu da vida. Ela começa a chorar e como estava deprimida se dana a comer, chamando a atenção dos seus amigos.


Eles perguntam porque ela está chorando e ela fala que ninguém liga pra ela porque não tem uma revistinha. Mônica fala que todos a adoram, mas quando o Cebolinha, mais uma vez a chama de "café-com-leite", Magali fica revoltada e resolve tomar uma atitude para mudar isso e não ficar só aparecendo nas revistas dos outros. E essa tal atitude seria mostrada apenas na próxima história que saiu na próxima edição do gibi que estava lendo.


Nessa história, curiosamente, a história de abertura do Cebolinha citada por ele no início realmente era uma de aventura e com a participação só da Mônica. Trata-se da história "Ceboloque Holmes", de Cebolinha # 23. Então, acompanhou o que estava nas bancas naquele mês de novembro de 1988.

A 2ª parte mostra, em 2 páginas, como foi a campanha em si. Magali começa a protestar que não tem revista no meio do campinho e que não pode continuar assim. Então convoca todo mundo assinar o abaixo-assinado que vinha na revista com número maior de assinaturas possíveis e mandar para o Maurício.


Porém, enquanto a Magali não estivesse a sua revista, ela passaria por uma greve de fome até conseguir, colocando esparadrapo na boca para garantir que não comerá nada, terminando o capitulo da história. Um sacrifício e tanto para ela ficar sem comer.


Na página seguinte, viria uma carta de protesto que a Magali enviou ao Maurício pedindo a ele que lance a sua revista. A imagem reproduzo abaixo:

Carta de protesto da Magali

Ao virar a página, o abaixo-assinado citado na história, em que o leitor teria que arrecadar assinaturas e enviar para o Maurício. Podia também mandar com uma folha anexada se precisasse de mais assinaturas. O chato era ter que cortar o gibi pra enviar o abaixo-assinado.

Abaixo-assinado da campanha da Magali

E ainda vinha uma propaganda nas revistas, baseada na cena que saiu na 1ª parte da Magali vendo que os gibis dos seus amigos eram os mais lidos do Brasil e por isso ela tinha que fazer alguma coisa pra mudar. Foi criada por Claudio Carvalho, o mesmo que fez as propagandas do Cascão e do Chico Bento, pelo menos, que mostrei aqui.  

Propaganda tirada de 'Cebolinha # 24' (Ed. Globo, 1988)

Claro que o estúdio já estava com a intenção de lançarem a revista dela, isso era mais para chamar atenção através das historinhas, além de medir a popularidade da nossa comilona de forma bem criativa. E sobre a greve de fome, só ficou restrita a essa história de campanha, já que nas suas histórias dos gibis de dezembro/1988 ela comia normalmente, em plena campanha a vapor, como na história solo da Magali "Doce de mamão", muito boa, por sinal, de 'Mônica # 24'.

A 1ª parte dessa história foi publicada nos gibis: 'Cebolinha # 23', 'Mônica # 23', 'Cascão # 49' e 'Chico Bento # 49'. Coincidentemente, os primeiros que realmente comecei a colecionar. Então, já tive o prazer de acompanhar essas histórias da campanha da Magali nos primeiros números que colecionei. Abaixo, as capas dessas revistas:

Capas dos gibis que tem a 1ª parte da história da campanha da Magali

A 2ª parte foi publicada nos gibis: 'Almanaque da Mônica # 9',  'Cascão # 50', 'Chico Bento # 50', 'Cebolinha # 24', 'Mônica # 24' e 'Almanacão de Férias # 4' e 'Almanaque do Cebolinha # 4'. Todas já de Dezembro de 1988, menos o 'Almanaque da Mônica # 9' que foi de Novembro de 1988. Ou seja, esse almanaque acabou tendo história inédita, além da tirinha final, já que foi a primeira vez que essa história foi publicada.

Capas dos gibis que tem a 2ª parte da história da campanha da Magali
Capa de 'Almanaque do Cebolinha # 4' (1988)  que tem a 2ª parte da história da campanha da Magali

Eu coloquei as histórias completas na postagem. Para saber sobre a 2ª postagem da campanha "Eu quero uma revista só da Magali", com a 3ª parte que conclui a história, entre aqui:

quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Tirinha nº 8: Mônica

De acordo com a sabedoria popular, quando se quer arrancar um dente, você prende na porta o dente que quer arrancar e manda alguém abrir a porta do lado de dentro. Cebolinha teve essa ideia nessa tirinha, só que ele não foi muito feliz em pedir para a Mônica abrir a porta. Coitado!

De curiosidade, nessa época, as tirinhas de final de expediente dos almanaques como essa eram inéditas, até porque nos gibis originais da época que estavam republicando, nem sempre vinham tirinhas no final, substituídas por propagandas de revistas, ou anunciando a história da próxima edição.

A tirinha foi publicada originalmente em 'Almanaque da Mônica nº 7' (Ed. Globo, 1988).



segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Cascão: HQ "O caso dos 10 porquinhos"

Dia 25 de novembro é o aniversário do Cascão. Em homenagem à data, mostro uma história que envolve um grande mistério que aconteceu em um aniversário dele. "O caso dos 10 porquinhos" tem 10 páginas e foi publicada em 'Cascão nº 42' (Ed. Globo, 1988).

Capa de 'Cascão nº 42' (Ed. Globo, 1988)

Começa com o narrador avisando que um suspense e mistério estava ocorrendo em uma terrível festinha de aniversário. Era o aniversário do Cascão e seus pais e os seus amigos estavam lá comemorando, no total de 10 pessoas. 

Então, o Cebolinha entrega ao aniversariante um presente em nome de todos, que foi uma vaquinha entre eles. Tratava-se de 10 estatuetas de porquinhos, que o Cascão adorou e colocou logo na cômoda para enfeitar.


Chega a hora de comer o bolo e o Cascão comenta com o Cebolinha que estava tão feliz que até participaria de um plano infalível contra a Mônica. Só que, foi apenas o Cascão fechar os olhos, que, de repente, Cebolinha some bem na sua frente, deixando o Cascão chateado porque o deixou falando sozinho. Enquanto procura, ele nota que um dos porquinhos que ganhou de presente havia sumido na mesma hora, começando o mistério.

Nessa hora, Mônica aparece e o Cascão fala que uma estatueta e o Cebolinha sumiram, e ainda fala demais que iam bolar um plano infalível contra ela. Mônica fica braba e quando ela ia bater nele, some também de repente e, ao mesmo tempo, outra estatueta some.


Magali e Anjinho também somem, junto com outras 2 estatuetas e, com isso, Cascão, que já estava preocupado, fica desesperado com esses misteriosos desaparecimentos. Então, ele encontra o Franjinha e conta o que estava acontecendo, e o Franjinha comenta que estava parecendo com a história do livro que leu, com a diferença que a cada estátua que sumia, uma pessoa era assassinada. Eles vão procurar a turma, mas quando o Cascão vai olhar que outra estátua sumiu, O Franjinha desaparece também. Nessa altura, só restavam 5 porquinhos na cômoda.


Cascão se desespera de vez e vai procurar seus pais e o Chovinista que sumiram também, restando só 2 estatuetas, representando ele e o Bidu, que se afasta por causa do cheiro do Cascão e acaba sumindo também, restando apenas o Cascão e uma estatueta na casa. Ele tem ideia de fugir, mas a chuva o impede e ele preferiu enfrentar o perigoso assassino a chuva.

Quando chora, raios lá fora e uma batida na porta dos fundos dão um ar mais aterrorizante à história e o Cascão pensa que é o assassino que vai pegá-lo. Fala que não vai ser pego sem luta e arruma uma vassoura pra enfrentar o assassino. Quando bate, viu que era o pai, só que estava todo branco, assim como sua mãe e todos os seus amigos que estavam juntos e o Cascão pensa que viraram fantasmas.


A partir daí, o mistério é desvendado. O fermento do bolo estava estragado e deu dor de barriga em todo mundo e todos que tinham que correr às pressas fazer fila no banheiro e o Cascão não os procurou lá. E as estatuetas sumiam porque o Chovinista pegava uma a uma com a intenção de quebrá-las porque estava com ciúmes.

Mistério resolvido, a festa continuou, mas Cascão e Cebolinha acabaram apanhando da Mônica no final pela tentativa de bolarem plano infalível contra ela, terminando assim a história incrível.


É uma história de qualidade, parodiando a história do livro "O Caso dos Dez Negrinhos", da inglesa Agatha Christie, contada ao modo da turminha. Legal o narrador no início recomendando que se a pessoa é sensível, que pule para a história seguinte, ou que evitem chiliques pra não atrapalhar quem está lendo. Uma boa sacada.

Os traços são excelentes, as expressões do Cascão emocionado ao ganhar o presente e ele desesperado são ótimas. Muito bom a hora em que o Cascão preferir ficar em casa, já que a chuva é mais aterrorizante do que um assassino. Muito engraçado. E adoro também o Cascão desesperado e falando sozinho. Histórias dos personagens falando sozinho costumava ser ótimas mesmo. Na postagem, coloquei a história completa.


Curiosamente, nessa história, o Cascão fazia aniversário em agosto, quando a revista foi lançada em 1988. Nessa época em que ela foi publicada, os personagens não tinham data de aniversário definida e em qualquer mês e edição podia sair história de aniversário, quando bem entendessem, já que histórias assim saiam só de vez em vez em quando e raro em histórias de abertura, como essa. Foi a partir de 1994 que os personagens ganharam uma data fixa de aniversário e, desde então, em todos os anos têm histórias de aniversário em seus respectivos meses. 

domingo, 24 de novembro de 2013

Capa da Semana: Chico Bento nº 86

Uma capa bem engraçada com o Chico Bento pelado em um varal colocado pela mãe para secar junto com as roupas. Hoje em dia seria impublicável, afinal, nudez, nem pensar. Fora que o Chico está sendo mal tratado pela mãe. 

Curiosamente, essa capa não tem preço estampado. É que com a alta inflação do "Cruzeiro" na época, a editora preferiu colocar o preço apenas na etiqueta, que consegui tirar na época. Era difícil tirar aquelas etiquetas sem estragar a revista, tive sorte nessa.

A capa de destaque da semana é de 'Chico Bento Nº 86' (Ed. Globo, Maio/ 1990).


quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Personagens Esquecidos 4: Garotão


Garotão foi um personagem antigo que aparecia muito nas tiras de jornais do Cebolinha dos anos 60 e que foi abandonado pela MSP. A postagem, então, será sobre ele.

Criado em 1962 nas tiras de jornais, Garotão era um amigo gigante do Cebolinha, maior do que a altura das nuvens. Por causa do seu tamanho, todos os seus brinquedos e objetos eram gigantescos e eram feitas várias piadas sobre isso, como quando ele trouxe o Corcovado e também o Mar Mediterrâneo para São Paulo, seus pulos causavam terremotos, entre outros absurdos. 

Primeira tirinha do Garotão em 1962, tirada de "As Tiras Clássicas da Turma da Mônica" volume 1 (2007)

Na época das tiras, nunca aparecia seu corpo, muito menos a sua cabeça. Com isso, o público nunca soube como ele era, só imaginava. Em 1962, o jornal "Folha de São Paulo, onde eram publicadas suas tiras, convidou os leitores enviarem sugestões sobre como seria o Garotão, e a melhor ideia seria aproveitada nas tiras para finalmente aparecer o rosto do personagem, mas nunca apareceu mesmo assim. Também não ficava muito claro a sua idade porque ora tinha atitudes de crianças, ora atitudes mais adultas. Eu considero que ele tinha por volta de uns 12 anos, diante das piadas. 

Tirinha tirada de "As Tiras Clássicas da Turma da Mônica" volume 5 (2009)

Nas tiras, não era só o Cebolinha que o via, todos da turminha o conhecia. O Zé Luiz tinha medo dele porque não achava normal alguém daquele tamanho. Às vezes o o Cebolinha se comunicava com ele através do Anjinho, a Mônica tinha dificuldade em bater nele porque o coelhinho não chegava tão alto, etc. Até com o "Fantasminha" (atual Penadinho) o Garotão aprontava.

Nas tiras, ele apareceu com frequência entre 1962 a 1966. Deu um tempo e voltou a aparecer em 1968, só que a partir daí com menos frequência do que antes, até ser abandonado de vez por volta de 1972.

Última tirinha do Garotão em 1972, tirada de "As Tiras Clássicas da Turma da Mônica" volume 7 (2011)

Em suas raras aparições nos gibis, o Garotão era considerado um amigo imaginário do Cebolinha, até provarem o contrário. E nos gibis apareciam as pernas dele e a voz, ou seja, a gente sabia o que ele estava falando, coisas que não aconteciam nas tiras.

Nos gibis, o Garotão apareceu na história "O maior amigo do Cebolinha", de 'Mônica # 9' (Ed. Abril, 1971), ainda quando tinham tiras de jornais com ele. Nessa história de 4 páginas, Cascão, com ciúmes, vai tomar satisfação do Cebolinha sobre boatos que ele tem um grande amigo. Cebolinha confirma, mas não no sentido de "melhor amigo" e, sim, um amigo maior que o a altura das nuvens. 

Trecho da HQ "O Maior amigo do Cebolinha" (1971)

O Anjinho age como "anjo-correio" trazendo as mensagens entre eles e Cebolinha mostra ao Cascão um satélite artificial que ganhou do Garotão, mas mesmo assim o Cascão não acredita que exista. Então, o Cebolinha manda ele sair dos pés do Garotão, terminando a história. 

Trecho da HQ "O Maior amigo do Cebolinha" (1971)

Legal nessa história no título dizendo "Maurício (finge que) apresenta...", já que quem acompanhava as tiras de jornais (mais os paulistas) já conhecia o Garotão.  As imagens dessa história, eu tirei de "Maurício 30 Anos" (1990), quando foi republicada.

Então, após essa história de Mônica # 9 e na tirinha de 1972, Garotão ficou no limbo do esquecimento. Porém, depois de muitos anos sumido, voltou a aparecer na história "A volta do amigão do Cebolinha",  que fechou o gibi  'Cebolinha # 47' (Ed. Globo, 1990).

Trecho da HQ "A volta do amigão do Cebolinha" (1990)

Nela, Garotão é chamado sempre de Amigão. Na trama de 7 páginas, Cebolinha recebe uma carta que o seu amigão estava voltando dos Estados Unidos e iria visitá-lo, causando ciúmes do Cascão, que sempre o considerou como seu maior amigo. Quando o Garotão chega, causa espanto na Mônica e no Cascão enciumado, que chegam a desmaiar por causa do seu tamanho. 

Trecho da HQ "A volta do amigão do Cebolinha" (1990)

Quando voltam a si, eles conversam, Cascão pergunta como ele conseguiu ficar daquele tamanho, e tem até a surpresa do Garotão se achar baixinho e que sua mãe se preocupa por ser tão pequeno. Após, Cebolinha convida para ir a casa dele, que fala que prefere conversar no lado de fora. Daí, Mônica e Cascão os deixam conversando, até que chega a hora do Garotão partir, já que ele estava só de passagem dando uma volta ao mundo e ainda queria ir a China às 5 horas.

Mônica e Cascão perguntam ao Cebolinha se está bem e no final Cascão faz as pazes porque entendeu que o maior era o tamanho. Aí o cebolinha brinca que o seu melhor amigo é o Floquinho e o Cascão fica furioso.

Trecho da HQ "A volta do amigão do Cebolinha" (1990)

Após essa aparição de 1990, Garotão só retornaria na história "Um amigão no aniversário", de 'Cebolinha # 22' (Ed. Panini, 2008). Com o sucesso das "As Tiras Clássicas da Turma da Mônica", o estúdio lembrou dele e fizeram uma história em homenagem a ele, sendo que na realidade, só apareceu no final.

Trecho da HQ "Um amigão no aniversário" (2008)

Nessa história de 18 páginas, Cebolinha só convida os meninos para o seu aniversário e, de surpresa, aparece o Garotão, que sacaneia os meninos fazendo vesti-los com roupas constrangedoras, dançarem juntos, com que contem as fofocas e segredos entre eles, brincarem de roda e de casinha, entre outros.

Trecho da HQ "Um amigão no aniversário" (2008)

Só que é revelado que era um plano das meninas e que o Garotão na verdade eram elas dentro de uma invenção do Franjinha, para sacaneá-los por não terem convidado para o aniversário do Cebolinha. Porém, no final, o Garotão aparece com o Anjinho para entregar um presente para o Cebolinha e não encontra ninguém em casa, e a partir daí, não apareceu mais. 

Trecho da HQ "Um amigão no aniversário" (2008)

Aliás,  ficou estranho nela, a Mônica também correndo dos meninos. Podiam até ficar furiosos, mas não a ponto dela correndo deles. E essa história marcou também com o Humberto falando quando trocava de roupa, outro erro grotesco da edição.

Essas foram histórias em que o Garotão foi centro das atenções, mas ele apareceu ou foi citado em outras ocasiões. Um pouco antes da história "Um amigão no aniversário", ele havia aparecido na história "O Arrependiz", uma paródia ao programa de TV "O Aprendiz" da Record, de Cebolinha # 229 (Ed. Globo, 2005), só no quadrinho final, junto com outros personagens esquecidos dos anos 60 para dar graça na história. Apareceu também na história "Mistério Cinquentão", de Mônica # 50 (Ed. Panini, 2011) e foi citado em 2013 na "Graphics MSP - Turma da Mônica Laços" e na história "O coelhinho amarelo", de  Mônica # 81.

Assim como os outros personagens do limbo, Garotão foi esquecido pelas circunstâncias de que novos personagens iam surgindo, e acabou desaparecendo. Ele até volta de vez em quando, não para ficar, apenas como forma de homenagem. 

Termino com algumas capas que tem as tiras e histórias citadas na postagem, sendo que em "As Tiras Clássicas turma da Mônica" ele apareceu nos volumes 1, 2, 5, 6 e 7.

Capas: Mônica nº 9 (1971), Cebolinha nº 47 (1990), Cebolinha nº 22 (2008), Maurício 30 Anos (1990) e "As Tiras Clássicas da Turma da Mônica (vol. 1 ao 7 "

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Almanaque Temático nº 28 e outros almanaques


Nessa postagem falo sobre o último 'Almanaque Temático # 28 - Cascão Brinquedos e Brincadeiras', que está nas bancas, e aproveito para falar também dos almanaques de Novembro de 2013, que também não comprei nenhum. Fiz com a intenção para mostrar as alterações toscas que fizeram. De quebra, fica sendo dica de compra para quem gostar. 

Sobre o Almanaque Temático, mesmo sendo um tema repetido na própria Panini (para variar), já que o mesmo saiu com o Cebolinha na edição # 15, está bom. Tem histórias sobre o tema variando de 1987 a 1994, sendo que 1993 e 1994 são pouquíssimas, prevalecendo mesmo anteriores a isso. Algumas tem um caráter meio educativo, semelhantes com os tipos de histórias atuais do Cascão, mas como todas são antigas, já vale, mesmo que seja para admirar a arte. 

Quase todas são histórias de miolo originais, apenas as histórias "O Brinquedo do século" (Cascão # 86, de 1990), "O dia em que o Cascão tomou banho!!" (Cascão # 75, de 1989) e "Influências opostas" (Cascão # 111, de 1991) são de abertura originais. Esas 2 últimas até fogem um pouco do tema Brincadeiras e envolvem mais banho e sujeira, mas como aparecem eles brincando, não fogem totalmente do tema. 

Inclusive, essa história "O dia em que o Cascão tomou banho!!" é ótima, em que o Cascão vê no título que ele vai tomar banho e começa a ficar preocupado com tanta segurança no título, e aí começa a conversar sozinho com os leitores, mandando procurarem ler outro gibi ou fazer outra coisa para não terminar de acompanhar a história e vê-lo tomar banho. É sensacional e traços maravilhosos. No gibi, tem também histórias com Bidu e a Turma do Penadinho (poucas) para não dizer que são todas do Cascão.

Trecho da HQ "O dia em que o cascão tomou banho!!", tirada de 'Cascão # 75' (1989)

Eu não comprei esse almanaque porque eu tenho todas as histórias nas revistas originais e nem costumo fazer postagens sobre gibis que eu não compro. Por isso, não criei postagem sobre o Almanaque Temático # 27 - Magali Fábulas, que estava muito bom com uma história no miolo "O gato de botas" (Magali # 142, a única de 1994), e as demais tudo histórias dela de 1989 a 1992, incluindo a "Branca de Fome" (Magali # 57, de 1991), e que não comprei na ocasião só porque tenho todas. 

Com isso, assim como já fiz no 'Almanaque da Mônica # 38', tive que fazer uma postagem sobre esse 'Temático' do Cascão para alertar sobre 3 alterações ridículas que fizeram que eu notei quando eu estava folheando nas bancas e não podia deixar de comentar. 

A primeira alteração foi na história "Uma superajuda" (original de Cascão # 5, de 1987), que abre esse gibi. Na trama, cascão e o menino brigam porque Cascão roubou no jogo de bafo , colocando chiclete na mão, e toda vez que o menino vai bater nele, a Mônica aparece para ajudar o Cascão. 

Na história original de 1987, Cascão fala "roubando", e agora mudaram a fala para "blefando". Nada a ver com o sentido da história, provavelmente alteraram porque a palavra "roubar" deve estar proibida na MSP atualmente, assim como "azar", ou querem dizer que criança não rouba nem em jogo de bafo. Ninguém merece. Eis a imagem original e a alterada no 'Temático':

Trecho da HQ "Uma superajuda", tirada de 'Cascão #5 (1987)

Trecho alterado da HQ "Uma superajuda", tirada do Alm. Temático # 28

Aliás, traços excelentes dessa história, por sinal. Adorava os traços assim, ficavam mais engraçadas as histórias assim. E, curiosamente, colocaram-na como história de abertura, mas na original era história de miolo, e a"Brinquedo do século", que era de abertura colocaram logo a seguir. Ou seja, ficou mal-ordenado, já que raramente colocam história de miolo na abertura, a não ser que todas as histórias sejam assim, o que não é o caso.

Outra alteração foi na história "Os desbravadores" (Cascão # 95, de 1990), em que o cascão e cebolinha imaginam que estão brincando de caçadores. Na hora que o Cebolinha está segurando um facão, eles redesenharam com um pedaço de pau de madeira. Afinal, criança não pode mexer com facas. 

Trecho da HQ "Os desbravadores", tirada de 'Cascão # 95 (1990)

Trecho alterado da HQ "Os desbravadores", tirada do Alm. Temático # 28

E outra história que alteraram ainda foi na "Influências Opostas" (Cascão # 111,de 1991). Na original, o bolinho caiu no chão e o Cascão o pegava do chão para comer. Nessa eedição, desenharam uma lixeira, para dizer que ele vai colocar o bolinho que caiu dentro da lata de lixo. Ridículo. 

Nada a ver com o sentido da história, em que o menino Renato, muito asseado e com mania de não se sujar em hipótese nenhuma e deseja estar sempre limpo, se muda para o bairro do Limoeiro e se opõe ao Cascão que não tem nada de higiene. No momento em que o Cascão coloca o bolinho no lixo em vez de comer na original, Cascão está tendo atitude de higiene que não se enquadra na história. Fora que ainda ficou mal feito e mal desenhado assim.

Trecho da HQ "Influências Opostas", tirada de 'Cascão # 111' (1991)
Trecho alteradoda HQ "Influências Opostas", tirada do Alm. Temático # 28

Fico com pena é de mudarem o trabalho dos roteiristas que escrevem essas histórias alteradas só para atender o politicamente correto. Estraga o trabalho do artista, já que não era a intenção do Cascão falar "blefando", um pau de madeira no lugar do facão e colocar bolinho na lata de lixo. Lamentável. Se os fatos são incorretos, era só não republicar. E podem ter outras alterações, percebi esses.

Apesar dessas alterações toscas, ainda vale a pena comprar esse Almanaque Temático. As histórias são antigas e divertidas. Como eu não comprei, as imagens tiradas desse "Almanaque Temático" foram cedidas pelo Washington Brito. Já as imagens das revistas originais foram tiradas da minha coleção pessoal. 

Aproveitando a postagem, comento brevemente sobre os almanaques de "Nº 42" de Novembro de 2013, lembrando que não comprei nenhum, então essas capas peguei com o Heri. Eu acho bom os almanaques porque ultimamente vêm com histórias bem antigas, do início da Editora Globo e para quem não tem as originais fica uma boa alternativa de ler histórias legais. Ainda não republicaram histórias da própria Panini e por isso são melhores do que as mensais atuais. Podem muito bem comprar só os almanaques.

Capas dos Almanaques # 42 de Novembro/2013

No último almanaque da Mônica tem histórias entre 1989 e 1995. Tem 3 histórias de abertura originais: a "Sem torneirinha" (Mônica # 61, de 1992), "Algo verde, mole e pegajoso" (Mônica # 55, de 1991) e "Não se mexa" (Mônica # 35, de 1989). 

E tem uma história marcante da Pipa, "O Regime alfabético" (Mônica # 53, de 1991), em que cada dia ela come tudo que começa com uma letra do alfabeto. História muito legal, e serve como um aviso para quem gosta de fazer dietas milagrosas. Fora os traços maravilhosos, da melhor época da turma da Tina.

O almanaque do Cascão # 42, a de abertura é "As consciências do Cascão" (Cascão # 380, de 2001). Tem uma do Piteco mais nova também, já as demais do almanaque são tudo de 1988, 1989 e 1990. Porém, para variar, alteraram um quadrinho da história do Papa-Capim na página 54. Na original, os jacarés queriam atacá-los e agora redesenharam com os traços atuais a cena com boca fechada, e os personagens alegres, tudo com relação harmônica e feliz. Essas mudanças estão uma paranoia. Cada preocupação boba.  

Já o almanaque do Cebolinha história de abertura é "A iniciação" (Cebolinha # 137, de 1998), do roteirista Emerson Abreu, dos primeiros anos que ele escrevia. Eu preferia mil vezes histórias do Emerson naquela época. Os traços eram bons e caretas só a língua de fora bem d eleve,  na medida certa. E as outras histórias de miolo desse almanaque são tudo dos anos 90 também, a partir de 1996.

Então, fica a sugestão desses 4 almanaques, que, sem dúvida, estão melhores que as mensais.  Seria melhor se não tivessem alterações em nada, mas esse é o preço de re-republicarem histórias antigas atualmente.  Deu para notar que estão com paranoia de mudar tudo. Infelizmente tem que atender o politicamente correto.

domingo, 17 de novembro de 2013

Capa da Semana: Cebolinha nº 23

Em Novembro de 1988, eu começava a colecionar de verdade gibis. Antes disso, comprava alguns, que nunca paravam comigo e sempre perdia. Em homenagem aos 25 anos colecionando, a capa da semana é uma do Cebolinha, o primeiro dele que realmente começou minha coleção, assim como os demais gibis daquele mês.

Curiosamente, o Seu Juca aparece pela primeira vez em uma capa do Cebolinha, sendo raras vezes que ele apareceu. Depois dessa, Seu Juca ainda apareceu na capa de 'Cebolinha nº 30' (Junho/ 1989) e em algumas da 'Revista Parque da Mônica', já nos anos 2000.

Então, a capa dessa semana é de 'Cebolinha nº 23' (Ed. Globo, Novembro/ 1988).


quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Turma da Mônica Extra nº 12 - Maurício de Sousa


Quem acompanha a Turma da Mônica sabe que o Maurício de Sousa, o criador dos personagens, já apareceu em várias histórias metalinguísticas fazendo o papel dele, interagindo com os personagens. Quando não são os roteiristas do estúdio fazendo a mesma função. E algumas dessas histórias foram republicadas nesse gibi do Maurício de "Turma da Mônica Extra # 12", que está nas bancas.

Histórias desse tipo provam que eles estão em uma história em quadrinhos.  Nelas, aparecia o Maurício contracenando com os personagens, interferindo nas histórias direto do estúdio ou apenas agindo como personagem. Eram até bem frequente aparições do Maurício e dos roteiristas interagindo nas histórias. Com isso, o público acaba também conhecendo um pouco dos bastidores do estúdio.

Interessante que à medida que os anos passavam, a caricatura do Maurício seguia o visual atual. Quando ele tinha barba, ele aparecia de barba; quando tirou, apareceu sem; quando ficava mais velho, desenhavam mais velho. E, logicamente, cada desenhista o desenhava da sua forma como via o Maurício. Aliás, tudo era assunto de história e dá um jeito do Maurício aparecer. Até quando ele tirou a barba e depois o bigode, ainda na Editora Abril, tiveram histórias tratando do tema na época.  

Então, esse gibi reúnem histórias da Editora Globo entre 1987 e 1994. São 15 histórias, incluindo a tirinha final. A maioria são histórias de miolo originais, de no máximo 6 páginas, daí o grande número de histórias, sem contar que o gibi não tem propagandas internas, como de costume nesse título. 

Continua o mesmo preço de R$ 3,20, sendo, então, a revista mais barata da MSP. Tem histórias para todos os gostos: com Maurício interferindo na história, às vezes aparecendo só no final para dar graça, e até mesmo protagonizando histórias.

Começa com a história "A diferentona" (Mônica # 10, de 1987), em que a Mônica, cansada da sua aparência, pede ao Maurício que a desenhe de outra forma, mas, com isso, ninguém a reconhece, ainda mais que ele tirou também toda a força dela.

Em "A praça é nossa" (Mônica # 70, de 1992), Maurício senta num banco de uma praça para ler o jornal e aparecem vários personagens para interagir com ele, semelhante com o programa do SBT, no caso o Maurício fazendo papel do Carlos Alberto de Nóbrega e os personagens dos humoristas.

Trecho da HQ "A praça é nossa" (1992)

Tem também uma história muda marcante intitulada "Maurício" (Mônica # 27, de 1989), em que ele vira personagem em quadrinhos e sofre tudo que os personagens costumam passar, como cair em bueiro, cair vaso na cabeça, etc.

Trecho da HQ "Mauricio" (1989)

Em "Mudando as características" (Magali # 11, de 1989), Maurício fica inconformado com a Magali começando e terminando as histórias sempre comendo e resolve tirar toda a comida da história. Muito bacana também.

Trecho da HQ "Mudando as características" (1989)

O gibi ainda tem histórias com Rolo, Bidu e Piteco. Logo, não fica restrito com os 4 principais. Já histórias de abertura originais são apenas "O diferentão" (Cascão # 1, de 1987) e "Banho, preferência nacional" (Cascão # 2, de 1987). 

Aliás, nessa história "Banho, preferência nacional" eles alteraram completamente as cores. Na Panini, as cores são digitalizadas e  os tons ficam diferentes e mais fortes em relação às originais. Até aí tudo bem, apesar de eu gostar mais das cores originais. Só que pelo menos, o que é azul na original continua azul, o que é amarelo continuava, etc.

Porém, nessa história do Cascão não foi assim e mudaram tudo. Como podem ver na comparação das imagens, a cor do sofá era verde em 'Cascão # 2' e agora colocaram amarelo; a cor do carro era azul e agora é vermelho; a cor a roupa da mãe do Cascão foram trocadas, isso para citar algumas. Não gostei. Colocaram as cores que quiseram e acho errado. Tinha que manter as cores originais para manter a magia da época.

Trecho da HQ "Banho, preferência nacional", tirada de 'Cascão # 2' (Ed. globo, 1987)

Trecho com cores alteradas da HQ "Banho, preferência nacional", tirada de 'TM Extra # 12'

E detalhe: ainda desenharam um cinto de segurança nos pais do Cascão quando o seu Antenor estava dirigindo, coisa que não tinha em 'Cascão # 2'! Isso pra não dar mau exemplo de dirigir sem cinto de segurança, coisa que não era importante em 1987. Ridículo.

Situação semelhante em relação ao cinto de segurança também aconteceu na história "Doce fantasia" (Mônica # 50, de 1991), em que na revista original o Maurício dirigia sem cinto de segurança e na reedição agora colocaram. Comparem as imagens:

Trecho da HQ "Doce fantasia", tirada de 'Mônica # 50' (Ed. globo, 1991)

Trecho alterado da HQ "Doce fantasia", tirada de 'TM Extra # 12'

Reparem que houve trocas de cores em alguns pontos da história, como no título (que ficou pior todo vermelho, enquanto que na original era verde e rosa) e na roupa do roteirista que era azul e colocaram branca agora e na moldura do quadro acima do Maurício, como comparo abaixo:

Comparação da HQ "Doce fantasia" - 'Mônica # 50' (1991) e 'TM Extra #12'

Fica a dica, então, de compra de gibi para quem gosta das histórias metalinguísticas com o Maurício e a interação dele e o pessoal do estúdio com os personagens. Na verdade, a minha intenção nem era para colecionar esse título, mas como gosto dos personagens que escolhem para ter gibi próprio acabo comprando, mesmo eu tendo as histórias nos gibis originais. 

Acho desnecessário é o slogan que aparece na capa. E espero que não demorem muito para fazer gibis com o Zé Lelé, Pipa, Rolo, Cafuné, Tarugo e outros, e não fiquem restritos apenas aos personagens do Limoeiro.