terça-feira, 31 de dezembro de 2019

A Turminha: HQ "Resoluções de Ano-Novo"

Mostro uma história em que o Anjinho obrigou a Turma da Mônica não brigarem durante todo o Ano-Novo que estava iniciando, ficarem em paz o ano todo. Foi publicada em 'Mônica Nº 12' (Ed. Globo, 1987).

Capa de 'Mônica Nº 12' (Ed. Globo, 1987)

Começa um dia normal com os meninos aprontando com a Mônica, com Cascão fazendo caricatura dela no muro, Cebolinha dando nós no Sansão e Xaveco a chamando de dentuça. Mônica corre atrás para bater neles, dá surra em todos e aí aparece o Anjinho bem brabo, reclamando que entra ano, sai ano é sempre a mesma coisa com eles brigando. Mônica fala que é porque os meninos provocam e Cebolinha defende que ela que é estourada e não aguenta uma brincadeirinha. Anjinho fala que não interessa quem começa e quem termina e só quer que eles parem de brigar no ano que se inicia.


Anjinho manda Mônica prometer que não vai mais bater nos amigos dela. Ela, a princípio, fica sem resposta, mas com a intimidação do Anjinho, ela aceita. Os meninos comemoram que não vão mais apanhar da Mônica e Anjinho também ordena que eles prometam não provocarem mais a Mônica, nem roubar o coelhinho e fazer caricaturas dela. Cebolinha pergunta se nem plano infalível pode, Anjinho responde que não e Cebolinha diz que um ano sem plano infalível não vai aguentar.


Depois de tudo acertado, Anjinho decreta que vão começar o Ano-Novo sem brigas e a turminha sai junta e Cebolinha pergunta o que vão fazer. Mônica fala para brincarem de casinha e os meninos querem bangue-bangue. Começam a discutir de novo e Anjinho aparece falando que primeiro eles vão brigar de casinha e depois de bangue-bangue. Assim eles fazem isso, mesmo sem vontade. Depois todos vão tomar sorvete desanimados e em seguida sentam em frente a uma pedra e ficam imaginando que vão passar o ano inteirinho assim. Eles refletem e correm até o Anjinho.

No final, eles voltam a rotina normal de brigas, provocações e Mônica bater neles, com Anjinho entendendo a situação deles e com esperança de tentar de novo que consiga fazer com que eles parem de brigar no ano que vem.


Essa história é legal, vemos o Anjinho cansado de ver a turminha brigando o tempo todo e ordena que eles fiquem em paz, sem conflitos durante todo o Ano-Novo que estava começando, só que volta atrás quando viu que eles estavam tristes por não fazerem o que gosta. De fato, a graça da Turma da Mônica são as brigas, as intrigas, os meninos rabiscando caricaturas da Mônica no muro, ela dando surras nos meninos e tirar tudo isso não é a Turma da Mônica.


Engraçado ver o Anjinho dando ordem na turminha, como ele é o anjo protetor deles, tinha o direito de mandar neles, e também bom ver a turminha não gostando  nem um pouco, inclusive Cebolinha não aguentar um ano sem planos infalíveis. Ironicamente, nos dias atuais parece que o Anjinho conseguiu o que queria, já que atualmente a turma não faz mais nada disso ou então agem de forma bem amena, tudo pra privilegiar o politicamente correto.

É incorreta pelo fato dos meninos rabiscarem no muro (hoje colocam cartazes no muro), mexer com armas ao brincar de bangue-bangue (colocam garrafa squeeze no lugar ou simplesmente só apontando dedos e nem tem mais histórias com eles brincando de bangue-bangue e faroeste por causa disso), falarem que roubaram o Sansão (hoje mudariam para "pegar", pois palavra "roubar" é proibida). Ou seja, impublicável história nova assim hoje em dia, no máximo essa seria bastante alterada em alguma republicação.


Os traços bem bacanas, típicos de histórias de miolo da época. Curiosamente, não foi primeira vez que teve história com esse título "Resoluções de Ano Novo". Já teve uma com esse título em 'Cascão Nº 88' (Ed. Abril, 1985) e depois ainda teve uma também em 'Cascão Nº 77' (Ed. Globo, 1989). Ou seja, um título bastante usando em histórias de Réveillon. E atualmente, o Ano-Novo anda completamente esquecido pela MSP, não tem mais histórias sobre esse tema, só fazem histórias de Natal. Desde meados doa anos 90, ainda na Globo, não tem mais histórias de Réveillon, na Panini só teve uma na revista 'Tina Nº 19', de 2010, já com as crianças da Turma da Mônica nem pensar, o que é uma pena, eram bem interessantes histórias de Réveillon, vai que que na MSP seja errado crianças comemorarem Ano-Novo.


Mais uma vez tiveram propagandas inseridas, muito comum na época. A história ocupou 6 páginas do gibi, mas se não tivesse as propagandas seriam 5 páginas, já que 4 quadros de propagandas acrescentam 1 página a mais. Dessa vez foram anúncios do lançamento do boneco Arapinha das Lojas Arapuã. do chocolate Baton e da pipa Tristar Icaro, que tinha que mandar o cupom da revista junto com um cheque nominal para os Correios para conseguir comprar a pipa.

UM FELIZ ANO NOVO PRA TODOS!!!

quarta-feira, 25 de dezembro de 2019

Cebolinha: HQ "É Natal!"

Compartilho uma história em que um vilão faz tornar o Papai Noel gigante para não distribuir brinquedos no Natal e para ele ter lucro nos seus brinquedos eletrônicos que criou. Foi publicada em 'Cebolinha Nº 156' (Ed. Abril, 1985).

Capa de 'Cebolinha Nº 156' (Ed. Abril, 1985)

É noite de Natal e Cebolinha e seus pais estão comemorando o Natal. Só que é visto alguém olhando algo por um telescópio. Na verdade, era uma arma que estava sendo apontada pelo céu, em direção ao Papai Noel, que estava entregando os presentes da crianças na hora.


O atirador misterioso consegue atingir o Papai Noel, surge um clarão em frente à casa do Cebolinha, todos ouvem um barulhão e treme a casa. Ao mesmo tempo, Cebolinha vê os vizinhos olhando em direção a sua casa. Ele vai para fora de casa, dizendo que eles não tem nada a ver com o tremor e quando olha, vê que era o Papai Noel gigante sentado na sua casa.


Todos fogem pensando que era um monstro, mas a turminha fica, percebendo que era o Papai Noel e que ele estava chorando. Papai Noel conta que estava entregando os presentes, mas do nada algo fez crescer descomunalmente e estava triste pensando na desilusão das crianças não receberem presentes de Natal, já que agora nem o dedo dele entra na chaminé. Até as renas estavam com medo dele por ter risco de machucá-las com o tamanho dele e não vai sair da casa do Cebolinha com medo de pisar alguém.


A turma pergunta quem foi que fez aquilo com o Papai Noel e aí surge o vilão chinês Brinconildo Hong da Silva Kong, o maior inventor de brinquedos eletrônicos do mundo. Ele está entrando no mercado e está lançando brinquedos eletrônicos, só que dão choque e se destroem facilmente quando as crianças tocam neles, fazendo com que elas tenham que comprar outros logo e aumentar o seu lucro. Aí ele tornou o Papai Noel gigante com o seu invento aumentador celular anatômico para impedir que as crianças ganhassem presentes do Papai Noel e comprassem os brinquedos eletrônicos dele.


Papai Noel ressalta que os brinquedos dele são simples, como bola, pião, bonecas de pano, mas que duram muito, muito mais. Brinconildo ameaça fazer o Papai Noel crescer ainda mais se fizer qualquer movimento suspeito e faz condição de fazer voltar ao normal se trocar os brinquedos do saco pelos brinquedos eletrônicos dele.


Papai Noel fala que nunca será usado para colocar o plano vergonhoso dele em ação e a turma tem a ideia de entregar os presentes de Natal no lugar do Papai Noel. Brinconildo faz o saco de brinquedos do Papai Noel ficar gigante com o seu invento. Assim, os brinquedos ficam gigantes e se opõem à turma, com a bola correndo atrás do Cascão, a boneca caindo em cima da Magali e o pião atacar o Cebolinha.


Vendo as crianças sofrendo, Papai Noel está prestes aceitar a fazer as trocas de brinquedos, quando Mônica encontra o Sansão gigante que ela havia pedido de presente e joga o Sansão salvando seus amigos dos outros brinquedos gigantes e leva os brinquedos em direção à fabrica do Brinconildo, que acaba sendo destruída com a força dos brinquedos gigantes invadindo. Cebolinha pega o aumentador celular do Brinconildo e inverte o botão da arma e faz tudo voltar ao normal.


No final, a turma volta a comemorar o Natal, Papai Noel distribui os presentes deles e das outras crianças e Mônica comenta que tudo acabou bem, menos para o Brinconildo, que virou miniatura e estava sendo obrigado pela turma de consertar os brinquedos deles que foram estragados e Cebolinha o ameaça, dizendo que só vão fazer voltar ao normal depois de ter consertado tudo.


Essa é uma história excelente, uma grande aventura de Natal, bastante movimentada e bem criativa e  do vilão tornar o Papai Noel gigante para impedir de entregar os presentes da criançada e elas comprarem os brinquedos eletrônicos que destroem fácil só para ter lucro na sua nova empresa. Além de quebrarem fácil, ainda era perigoso as crianças brincarem com aqueles brinquedos.


Tem a discussão de qual tipo de brinquedo seria melhor para as crianças, se o melhor eram os brinquedos tradicionais ou os eletrônicos. Nos anos 80 estavam começando a ter comércio de eletrônicos, que já estavam disputando com os tradicionais bola, boneca, pião e sempre fica o debate de qual o melhor para formação das crianças.

O roteirista procurou colocar um vilão chinês por conta da fama de produtos da China serem de má qualidade, mas também tem uma crítica de lojas, aqui mesmo do Brasil, venderem brinquedos e produtos descartáveis só para o povo comprar de novo logo. Vale para qualquer coisa, não só brinquedos, como também eletrodomésticos, móveis, eletrônicos, etc, que fazem descartáveis de propósito para gente comprar logo, antigamente duravam muitos anos. Esperteza dos fabricantes.


Muito criativo o nome do vilão Brinconildo Hong da Silva Kong. Ele só apareceu nessa história. Era comum criarem vilões diferentes a cada história,de acordo com o roteiro e depois não apreciam mais. Hoje em dia, eles preferem colocarem vilões fixos como o Capitão Feio, Doutor Olimpo, Cúmulos, Cabeça de Balde, entre outros, ao invés de criarem vilões novos, só raramente, uma vez ou outra, criam vilões novos.


Os traços muito bons, no início da fase consagrada dos personagens. Cebolinha pensou trocando as letras, o que era comum na época, atualmente eles colocam ele pensando sem trocar o "R" pelo "L". É incorreta do invento do Brinconildo ser uma arma, ele querer atirar no Papai Noel com ela, hoje em dia fariam adaptação nisso. Aliás o tema em si com uma aventura assim de Papai Noel sofrer, o desejo do Brinconildo vender brinquedos que estragavam fáceis e serem perigosos para as crianças, poderiam implicar atualmente, se tornando impublicável.


Dessa vez tiveram propagandas inseridas dentro da história, muito comum na época, dando 1 página a mais juntando os quadrinhos que ocuparam as propagandas. No caso, a história ocupou 16 páginas no gibi, mas teria 15 páginas sem as propagandas inseridas. Foram todas envolvendo a bicicleta Caloi para criança colorir os desenhos e colocar escondido nas coisas dos pais para incentivar a darem bicicleta.


Essa história oi republicada depois em alguns almanaques especiais de Natal, a primeira vez foi em "Mônica Especial de Natal Nº 1" (Ed. Globo, 1995) . Aqui a capa desse almanaque.

Capa de 'Mônica Especial de Natal Nº 1' (Ed. Globo, 1995)

UM FELIZ NATAL PRA TODOS!!!

segunda-feira, 23 de dezembro de 2019

Capa da Semana: Parque da Mônica Nº 131

Uma capa em clima de Natal bem caprichada com a turminha fazendo coro natalino com o Papai Noel no Parque da Mônica. 

De curiosidade, foi a primeira capa e história de Natal ambientada no Parque da Mônica depois de 10 anos de ser lançado. Em algumas edições até tiveram histórias de Natal, mas foram de miolo normais, mas ambientada no Parque da Mônica foi a primeira vez. E como a revista sempre saía na última semana do mês, eles anteciparam uma edição de Natal em novembro para ter isso e a revista não ficar em circulação nas bancas depois do Natal. Acontecia isso também com a revista da Mônica, por isso muitos vezes não tinham histórias de Natal nos gibis dela e nos outros tinham. 

A capa dessa semana é de 'Parque da Mônica Nº 131' (Ed. Globo, Novembro/ 2003).


sexta-feira, 20 de dezembro de 2019

Cascão: HQ "O brilho nos olhos de uma criança"

Compartilho uma história em que o Cascão teve que provar ao Titi que Papai Noel existe. Lançada há exatos 30 anos, em dezembro de 1989, tem 7 páginas e foi história de encerramento de 'Cascão Nº 76'  (Ed. Globo, 1989).

Capa de 'Cascão Nº 76' (Ed. Globo, 1989)

Começa com o Titi caminhando na rua, quando vê uma luz muito forte que atrapalha a sua visão e descobre que eram os olhos do Cascão brilhando com a proximidade do Natal e de poder ganhar um presentão do Papai Noel.


Titi fala que Papai Noel não existe e quem leva os presentes é o pai dele, que espera dormir para colocar nas pontinhas dos pés o presente debaixo do travesseiro. Cascão fala que não é o pai dele porque o Papai Noel coloca o presente nas meias dele. Titi fala que o Papai Noel velhinho daquele jeito não iria aguentar o cheiro da meia do Cascão, só o pai dele mesmo.

Cascão fica muito brabo, repetindo que é mentira o que ele está falando e Titi manda provar que Papai Noel existe. Cascão até tenta chamar a Mônica, que havia ganho presente também, mas Titi quer que ele traga o Papai Noel pessoalmente até lá.


Cascão vai à procura do Papai Noel e encontra o Cebolinha, que fala que o Papai Noel mora no Polo Norte. Cascão pergunta se é longe, Cebolinha acha que sim, mas Cascão deseja ir até lá assim mesmo. No ponto de ônibus, ele pergunta a um casal se lá passa ônibus par ao Polo Norte. Eles falam que deve estar fazendo confusão e perguntam o que ele quer fazer no Polo Norte. Cascão responde que quer falar com o Papai Noel. O casal dá gargalhada e diz que não tem ônibus para lá.


Em seguida, Cascão pede carona para um homem que estava de carro e ele pergunta aonde quer ir. Cascão fala que é para o Polo Norte e o homem avança o carro, jogando fumaça do escapamento nele e Cascão o xinga de grosso. Cascão está prestes a desistir de conseguir provar para o Titi que Papai Noel existe, quando ele vê um velhinho barbudo passando e ele acha que é o Papai Noel e corre para mostrar o velhinho ao Titi.


Chegando lá, Titi pergunta se o velhinho era mesmo o Papai Noel. Quando ele vê o brilho nos olhos do Cascão, ele revela que era sim, que só não ia falar para não dar alarde. Ele se despede das crianças, Titi se convence e abraça o Cascão e os dois ficam com olhos brilhando com a magia do Papai Noel e do espírito natalino. Quando eles vão embora, o velhinho encontra o duende, preocupado com o atraso dele. Então é revelado que ele realmente era o Papai Noel e sai com seu trenó com os duendes e as renas para se preparar para entregar os presentes na noite de Natal, terminando assim.


É uma história bem legal, mostrando uma bonita mensagem da fantasia da existência do Papai Noel para as crianças, como é importante para elas acreditarem no bom velhinho. O brilho nos olhos significava a felicidade de poder ganhar um presente do Papai Noel. Ela mostra que não se deve tirar a fantasia da criança falando que Papai Noel não existe, que deixa ela descobrir sozinha á medida que vai crescendo.


Na história quando o Cascão encontrou o velhinho, a princípio os leitores achavam que ele só se estava se fazendo por Papai Noel para não decepcionar o Cascão, mas acaba sendo revelado que era mesmo o Papai Noel para a surpresa de todos. Foi engraçado ver o Cascão querendo pegar ônibus e pedir carona para ir ao Polo Norte sem imaginar a distância que era, só para provar que Papai Noel existe. Eles gostavam de criar histórias de dúvidas se Papai Noel existe ou não, dependendo do roteirista, mas a maioria acabavam mostrando que existe para não tirar a fantasia das crianças.


Traços muitos lindos que davam gosto de ver nos gibis. Interessante o título aparecer no final da página, as vezes acontecia isso, não era padrão começar no topo da primeira página. As partes incorretas são Cascão falar palavra "Droga!", receber fumaça do carro poluído, pedir carona a desconhecido, tudo detalhes que não fariam de novo atualmente. Muito bom relembrar essa história "O brilho nos olhos de uma criança" há exatos 30 anos.

domingo, 15 de dezembro de 2019

Capa da Semana: Chico Bento Nº 206

Uma capa com o Chico Bento como Papai Noel em seu trenó caipira, que era uma carrocinha, com 2 burros no lugar das renas e a galinha Giselda fazendo a função de duende ajudante. Eles gostavam de capas assim de adaptar trenós de acordo com as características dos personagens, era muito legal.

A capa dessa semana é de 'Chico Bento N º 206' (Ed. Globo, Dezembro/ 1994).


quarta-feira, 11 de dezembro de 2019

Pocket L&PM: Os Sousa - Uma família do barulho


Em 2018 foi lançado o pocket "Os Sousa - Uma família do barulho" pela Editora L&PM, o mais recente da coleção. Nessa postagem mostro como foi essa edição de tirinhas.

Os Sousa foi um núcleo adulto da MSP criado em 1968 de uma família composta pelo marido, pela esposa e o irmão Mano, mostrando cotidiano e os problemas de uma família tradicional brasileira, como se os leitores se vissem com as tiras e histórias mostradas. O marido trabalhava em escritório, a esposa era dona de casa e o irmão Mano era um cara folgado que vivia às custas do irmão Sousa, além de não querer nada com trabalho e mulherengo. Inicialmente saíam em tiras de jornais e depois passaram a  ter histórias mais desenvolvidas nos gibis da Mônica e Cebolinha da Editora Abril.

Esse é o segundo pocket de Os Sousa da Editora L&PM. Já havia sido lançado o pocket "Os Sousa - Desventuras em família" em 2010, marcando a volta do público a ter acesso a material dos personagens depois de muito tempo e agora um novo título com tirinhas que não saíram na edição anterior.

Capa do pocket "Os Sousa - Desventuras em família" (2010)

Esse pocket "Os Sousa - Uma família do barulho" foi lançado junto com o "Nico Demo - O rei da travessura". Ele tem 128 páginas, formato de bolso 10,5 x 17,5 cm, papel de miolo off-set e reúnem 240 tiras que saíram nos jornais, com 2 tiras por página em preto e branco, na horizontal. Já capa e contracapa foram em papel couché um pouco reforçada em vez de ser cartonada como foram todos os pockets anteriores. Desde o pocket "Procurando diversão" mudaram o tipo do papel da capa. 

Reuniram tiras entre 1977 a 1978, sendo que curiosamente foram colocadas de forma decrescente, ou seja, colocaram das tiras mais novas até a mais antiga, começando da nº 3556 até chegar a de nº 3101, com poucas puladas nesse período e prevaleceram mais as de 1978. As imagens da capa e da tirinha da contracapa foram as mesmas dessa vez, tiradas da tirinha da página 37.

Contracapa do pocket "Os Sousa - uma família do barulho"

Preço custando R$ 16,90, já foi mais barato, aos poucos vão aumentando o preço a cada lançamento. Quando iniciaram a coleção custava R$ 13,00.  Esse não consegui achar em nenhuma livraria, nem no centro da cidade, aí comprei na internet, o que foi bom que economizei pagando R$ 11,90 sem frete. Distribuição desses pockets é muito ruim, não vendem em bancas por aqui e poucas livrarias vendem.

Nas tiras desse pocket novo em geral vemos, então, essas características dessa família de personagens.  Tiras com humor bem inteligentes do nosso cotidiano, muitas delas se tornam bem atuais, mesmo sendo produzidas há mais de 50 anos.

Uma página do pocket "Os Sousa - uma família do barulho"

Por parte do casal, vemos tiras envolvendo machismo e feminismo, quem deles manda na casa, mulher demorando no banho ou para se arrumar antes do casal sair para se divertir, ela dirigindo mal dando fama que mulheres não sabem dirigir, problemas domésticos, o Sousa com problemas no escritório e com seu chefe, mão gostar da sogra, etc. Já por parte do Mano, vemos bastante tiras com ele mulherengo, indo atrás de mulheres, em campo de nudismo, além de querer se dar bem à custa do irmão e da cunhada, dando desculpas para não trabalhar, entre outras. Também tiveram tiras fazendo piadas com inflação, alta da gasolina, aluguel, violência, problemas no trânsito, eles sendo assaltados por bandidos e por aí vai. Muito bom.

Uma página do pocket "Os Sousa - uma família do barulho"

De curiosidade, eles tiveram o nome rebatizado. Inicialmente, eles eram chamados de Os Souza" com "Z" até pra diferenciar da família do Mauricio de Sousa, mas desde que criaram o pocket de 2010, passaram a colocar Sousa" com "S" e, com isso, todas as tiras que falam "Souza" nas originais foram alteradas nesse pocket, assim como aconteceu no pocket de 2010. 

Como podem ver, é um livro que vale a pena ter, não só pela raridade assim como pelo excelente conteúdo do nosso cotidiano. Um ótimo conteúdo adulto, com piadas que se tornam atuais até hoje, mesmo depois de mais de 40 anos da produção original, nada mudou e melhor que não tem sombra do politicamente correto. Todos esses pockets da Editora L&PM são muito bons. Até agora foi o último pocket lançado da Editora L&PM, infelizmente não fizeram outros depois desse até agora em 2019. Tomara que façam outros pockets, que a coleção não tenha terminado nesse de "Os Sousa".

Uma página do pocket "Os Sousa - uma família do barulho"

Para finalizar, deixo um guia atualizado de todos que foram lançados até agora, para quem se interessar em colecionar os pockets da L&PM e tem dúvidas quais foram reedições da Editora Panini de 2008. Eu expliquei melhor sobre isso AQUI. Foram lançados 21 pockets até agora e estão dispostos assim:

  • Pockets que seriam lançados pela Panini:
  1. "Mônica tem uma novidade"
  2. "Cebolinha em apuros"
  3. "Os Sousa - Desventuras em família"
  4. "Bidu arrasando"
  5. "Nico Demo - Aí vem encrenca"
  • Pockets que são reedições da Panini:
  1. "Mônica está de férias"
  2. "De quem é esse coelho"
  3. "Bidu - Diversão em dobro"
  4. "Chico Bento - Plantando confusão"
  5. "Penadinho - Quem é morto sempre aparece"
  •  Pockets novos da L&PM:
  1. "Pintou sujeira"
  2. "Chico Bento - Histórias de pescador"
  3. "Coleção 64 páginas - 120 tirinhas da Turma da Mônica" (reedição das tiras já lançadas em números anteriores até então)
  4. "Cadê o Bolo?"
  5. "Bidu - Hora do Banho"
  6. "Penadinho - Alguém viu uma assombração?"
  7. "O amor está no ar"
  8. "Chico Bento - Ê soneca boa!"
  9. "Procurando diversão"
  10. "Nico Demo - O rei da travessura"
  11. "Os Sousa - Uma família do barulho"

Na dúvida de quais tem o mesmo conteúdo, esqueça os da Panini e compre só os da L&PM.

sexta-feira, 6 de dezembro de 2019

Capa da Semana: Magali Nº 22

Uma capa com a Magali encarnando cangaceiro Lampião, mas para surpresa dos outros cangaceiros o seu chapéu de cangaceira é uma melancia e a cartucheira com estampa de balas, bem do jeito que ela gosta. Muito legal.

A capa dessa semana é de 'Magali Nº 22' (Ed. Globo, Abril/ 1990).


terça-feira, 3 de dezembro de 2019

Cascão: HQ "Passa ou se Amassa?" (Homenagem ao Gugu Liberato)


No último dia 22 de novembro de 2019 morreu o apresentador Gugu Liberato, um grande talento da televisão. Em homenagem ao Gugu, nessa postagem mostro uma história  com presença dele em que a Turma da Mônica foi participar no programa "Passa ou se Amassa", uma paródia do "Passa ou Repassa". Com 16 páginas, foi publicada em 'Cascão Nº 197' (Ed. Globo, 1994).

Capa de 'Cascão Nº 197' (Ed. Globo, 1994)

Nela, Cascão e Cebolinha estão jogando futebol de botão na sala enquanto a TV está sintonizada no programa "Passa ou Amassa" comandado pelo apresentador "Juju" (Gugu, que durante a postagem, vou colocar no texto Gugu mesmo).


Enquanto o Gugu mostrava as perguntas de conhecimentos gerais como quem é o maior mamífero, qual o time da estrela solitária, capital de Sergipe, o Cascão respondia antes dos participantes responderem as perguntas no programa, chamando atenção do Cebolinha, ficando impressionado com o conhecimento do Cascão. Com isso, Cebolinha resolve inscrever os dois no programa.


Passam uns dias e Cebolinha dá notícia ao Cascão que recebeu uma carta e vão participar do "Passa ou se Amassa" no próximo domingo. Eles comemoram, quando Mônica pergunta o motivo de tanta alegria e Cebolinha responde que não interessa e que assistam a televisão no domingo. Em seguida, vão treinar as perguntas de conhecimentos gerais, com Cascão acertando tudo.


Chega o domingo e eles estão ao vivo no "Passa ou se Amassa". Gugu começa o programa apresentando os participantes. De um lado, equipe verde do Cascão e Cebolinha e do outro lado, a equipe vermelha, quando eles têm a surpresa que era formada por Mônica e Magali. Cascão fala que já perderam, mas Cebolinha diz que a Mônica é forte, mas não ganha deles em esperteza.

Mônica provoca os meninos de elas não estarem vendo pela TV, pois têm importante missão de vencer o programa e eles, por sua vez, falam que elas estão rindo, mas vão chorar no final. Gugu pergunta se já pararam de brigar, pois tem que fazer o par ou ímpar para começar o programa.


Começa a equipe verde dos meninos e Gugu faz a primeira pergunta: quem é o técnico da seleção de ouro do vôlei do Brasil. Cascão responde José Roberto e eles ganham 200 pontos. Gugu faz segunda pergunta: criatura horrível, que tem dentões enormes e ataca todo mundo. Cebolinha responde Mônica e erra, pois era o vampiro a resposta. Mônica bate no Cebolinha e Gugu fala que até que Cebolinha não estava tão errado assim.


Passa a vez para Mônica e Magali e Gugu pergunta qual é o Teorema de Pitágoras e se respondem ou se amassam. Elas não fazem ideia do que era e preferem se amassarem. Na prova, Mônica teria que acertar a maçã da cabeça da Magali em dez segundos para não dar pontos a equipe verde. Cebolinha provoca a Mônica para ver se ela erra e, com raiva, acaba acertando a flecha nele. Gugu fala que a flecha teria que ser na Magali e acaba as meninas dando os pontos para eles.


Gugu pergunta para equipe verde qual a fêmea do rato. Cebolinha responde "lata", mas como troca o "R" pelo "L", Gugu não aceita por achar que falou lata de alumínio. Depois, pergunta para equipe vermelha onde fica o "Pão De Açúcar" e Magali responde que é na padaria do Quinzinho, errando, pois era no Rio de Janeiro.


Próxima pergunta Cascão exige que ele responda. Gugu pergunta para equipe verde qual é o nome de pedaço de terra cercado de água por todos os lados. Cascão responde pesadelo, por conta do seu medo de água, e erra por resposta ser ilha.  A partir daí, eles começam a se concentrar mais no jogo e passam a levar a sério e responderem certo as perguntas, Uma vez ou outra precisam se amassar, mas no final da fase das perguntas, os meninos estão ganhando.


Até que chega a fase final, onde cada equipe tem que fazer uma prova de circuito e quem ganhar, conquista 2 mil pontos, ganhando o jogo e levando o prêmio de 2 bicicletas, uma para cada membro da equipe. Mônica e Magali fazem a prova primeiro e os meninos ficam esperando em uma cabine sem poder ver a prova delas. Depois chega a vez deles, Cascão estranha um pouco as meninas molhadas, mas eles fazem as provas. Os meninos seguem fazendo, até mais rápido que as meninas, até que chega a hora de descer o escorregador até a piscina par apegar a medalha. Cascão fica desesperado e se recusa a mergulhar na piscina e, com isso, eles perdem.


No final, Gugu dá o prêmio das bicicletas para Mônica e Magali e para o Cascão e Cebolinha eles ganham saquinhos de geleias pegajosas. Cascão se anima, falando que pelo menos não saíram de mãos vazias e Cebolinha corre atrás dele para amassá-lo com as geleias pegajosas que eles ganharam de tanta raiva ficou.


Muito boa essa história com a turma parodiando o programa "Passa ou Repassa" do SBT. Histórias envolvendo famosos eram comuns na MSP e sempre eram divertidas e criativas, dessa vez foi com o Gugu em destaque. Foi bem criativa, foi como se estivessem no programa mesmo, fizeram do jeito que era e ainda permitiu o leitor de testar os seus conhecimentos gerais e aprender as respostas se não soubessem. Seguiu bem fiel mesmo, fico lendo imaginando a voz do Gugu. 


Legal que ainda seguiram a personalidade da turma, muitas perguntas e respostas atenderam as características deles. Rachei de rir com Cebolinha responder que a Mônica era a criatura horrível com dentes enormes e ataca todo mundo e o Gugu achar que não estava tão errado, a Magali fazer trocadilho com pão de açúcar da padaria do Quinzinho com a atração turística do Rio de Janeiro e Cascão achar pesadelo uma ilha de terra cercada de água por todos os lados.  E foi o medo do Cascão de se molhar na piscina que custou o prêmio dos meninos.


No início não deu para saber se eles estavam na casa do Cebolinha ou do Cascão, mas não influencia no conteúdo da história. Na parte da flecha, bem que podiam ter colocado a Magali comendo a maçã antes da Mônica acertar, mas também ficou engraçado a Mônica acertando o Cebolinha. Podia ter saído em gibi do Cebolinha, mas o fator de não terem ganho por causa da água, acabou favorecendo sair em gibi do Cascão.


Os traços muito bons, típico dos anos 90. Até já tiveram outras histórias de programas ficitícios de perguntas e respostas, mas  representando um programa real como o  "Passa ou Repassa" foi só essa. Ficou legal a paródia do nome do programa terem colocado "Passa ou se Amassa" e o Gugu como "Juju". Os nomes de famosos e programas de TV normalmente eram parodiados nos gibis da MSP. Nos anos 70 e 80 nem sempre, mas a partir dos anos 90 eles trocavam os nomes por padrão. Os nomes de Tom Cruise, filme "Top Gun", time Botafogo e técnico José Roberto não foram parodiados porque fazia parte de perguntas e respostas de coisas reais. Podiam criar "Almanaque Temático" com os personagens em programas de TV ou famosos contracenando com os personagens. 


O Gugu Liberato morreu no dia 22 de novembro de 2019 com 60 anos de idade, por morte cerebral após sofrer uma queda no telhado 2 dias antes ao tentar consertar ar condicionado da sua casa. Foi um grande comunicador, bem carismático, desde os anos 80 brilhava na TV. Se deu muito bem com programas de games clássicos no SBT como "Cidade contra Cidade", "Viva a Noite", "TV Animal"  e o próprio Passa ou Repassa", além de musicais como "Sabadão Sertanejo" e o início do "Domingo Legal" e ele ainda criou e empresariava grupos "boys bands" de sucesso como Dominó e Polegar, além de ser cantor lançando sucessos como "Pintinho amarelinho" e "Dança da Galinha Azul" do caldo "Maggie", brinquedos, tudo isso fez conquistar seu espaço também com as crianças.


Com o tempo, com cobrança de ter audiência, passou a investir mais em jornalismo e matérias envolvendo sofrimento do povo e perdeu a essência dos programas, mas ainda assim ele tinha o seu carisma. Atualmente, ele apresentava realities shows por temporada na TV Record, como "Power Cuple" e "Canta Comigo", o que permitiu morar de vez nos Estados Unidos e vir ao Brasil só pra fazer as temporadas dos programas, o que facilitou a ter essa fatalidade. Foi cedo e fica nossos sentimentos com esse grande apresentador.


Acabou coincidentemente a Turma da Mônica ter tido essa história com o Gugu em vida, ele deve ter gostado da homenagem. Nos gibis da MSP, foi só nessa história que ele apareceu e no máximo algumas citações sem presença dele. Antes disso, ele já teve gibis próprios circulando nas bancas. Primeiro foi "Aventuras do Gugu"na Editora Sequência entre 1985 e 1986 durando 13 eduções. Abaixo, uma capa desses gibis, tirada da internet.

Gibi "Aventuras do Gugu Nº 5" (Editora Sequencia, 1985)

Depois a outra coleção mais conhecida pela Editora Abril entre 1988 a 1990, com 20 mensais e mais 4 almanaques, misturando histórias com realidade dos seus programas com ficção dos quadrinhos e seções com entrevistas e pôsteres com famosos e passatempos. Na época tinha vários gibis de todos os tipo e famosos, assim cantores e apresentadores de programas de TV também tiveram seus quadrinhos. Eu tive vários desses gibis do Gugu da Editora Abril, pena que desfiz, hoje não tenho nenhum. A seguir algumas capas dos gibis do Gugu, tiradas do site "Guia dos Quadrinhos".

Alguns gibis do Gugu da Editora Abril (1988 - 1990)

Então é isso, fica a homenagem ao Gugu Liberato com essa história maravilhosa "Passa ou se Amassa?", um grande marco da MSP há 25 anos. Descanse em paz, Gugu Liberato!