terça-feira, 28 de junho de 2022

Cebolinha: HQ "Três solteirinhos e um bebê"

Em junho de 1992, há exatos 30 anos, era lançada a história "Três solteirinhos e um bebê" em que o Cebolinha, Cascão e Anjinho precisam cuidar de um bebê. Com 11 páginas, foi publicada em 'Cebolinha Nº 66' (Ed. Globo, 1992).

Capa de 'Cebolinha Nº 66' (Ed. Globo, 1992)

Escrita por Flavio Teixeira de Jesus, começa Dona Cebola deixando o Cebolinha sozinho em casa enquanto ela vai levar a Maria Cebolinha para tomar vacina. Ele adora porque não vai precisar cuidar da irmã e vai poder jogar bola. A campainha toca e era Dona Ângela perguntando se a mãe dele está em casa para cuidar do filho dela, o Gabriel.

Cebolinha diz que a mãe não está e Dona Ângela pede para ele cuidar do Gabriel, que não vai demorar. Cebolinha diz que está de saída, quando Mônica aparece querendo prestar contas de ele ter escrito desaforos dela no muro. Gabriel taca a bola na Mônica, que cai com a bolada. Dona Ângela deixa o filho com o Cebolinha, que diz que ela pode demorar o tempo que quiser.

Mônica manda Cebolinha largar o bebê para levar uns cascudos. Ele fala que não pode, Gabriel é muito apegado a ele e Mônica diz que acha que ele quer ficar no chão, pois estava posicionado para baixo. Cebolinha levanta o Gabriel na posição normal, dizendo que ele não quer descer e Mônica grita que Cebolinha está usando o Gabriel de escudo para não apanhar.

Gabriel chora com o grito da Mônica e Cebolinha fala que ela o assustou e a chama de monstro. Mônica fica uma fera, quer bater nele, mas como estava segurando o Gabriel, vai embora e promete voltar depois quando ele for embora. Cebolinha diz que Gabriel pode ficar lá mais alguns meses e comemora que não apanhou, chama Gabriel de bom garoto, um anjinho da guarda dele e que derrotou a Mônica com bolada e merecia ser dono da rua, mas como ainda é pequeno, ele será o dono da rua no lugar.

Cebolinha pergunta por que Gabriel estava tão quieto e ele diz que fez cocô e Cebolinha diz que se livrou de uma cebola e aparece um pepino. A campainha toca e era o Cascão chamando para jogar bola e Cebolinha o puxa.

Cascão acha graça que o Cebolinha está como babá do bebê da Dona Ângela, fala que cuidar de criança é uma moleza, quando Gabriel dá uma bolada nele. Cascão sente cheiro de cocô, Cebolinha fala que não vai trocar fralda e quer que Cascão troque por estar acostumado com mau cheiro. Eles discutem para quem vai e resolvem chamar o Anjinho.

Na casa, Anjinho diz que não pode trocar fralda, só ajuda as pessoas em situações de perigo ou coisas do gênero. Os meninos falam que isso é perigo para eles, terrível. Anjinho troca, quer saber o que faz com a fralda suja e Cebolinha pergunta se Cascão quer. Ele não aceita, quando Gabriel dá uma martelada no pé dele, em seguida no pé do Cebolinha e ao soltar o martelo, cai na cabeça do Anjinho.

Cascão comenta que o Gabriel bate com tudo que vê e Cebolinha diz que é porque o pai dele é baterista enquanto o bebê bate martelo no chão como se tivesse tocando bateria. Em seguida, Gabriel chora, Anjinho acha que é fome e prepara mamadeira enquanto os meninos o distraem. Depois vão brincando com o menino, desejam brincar de cavalinho no Cascão, que reclama se ele fizer xixi nele e Cebolinha fala que xixi não é água. 

Anjinho traz a mamadeira, Gabriel derruba no Cebolinha, faz cocô e enquanto isso, Mônica volta para ajustar as contas com Cebolinha e conta para Magali que acha graça os meninos brincando de casinha enquanto os três sofrem para cuidar do Gabriel.

História legal com Cebolinha cuidando de um bebê com a ajuda do Cascão e do Anjinho. A princípio aceitou o pedido da Dona Ângela para não apanhar da Mônica, pois o Gabriel servia como escudo para Mônica não bater nele, mas acabou se dando mal e teve castigo pior com Gabriel do que se tivesse apanhado da Mônica, que se sentiu vingada, mas não descarta possibilidade de bater no Cebolinha depois que Gabriel foi embora.

Muito engraçado o bebê gostar de bater nos outros, seja dando bolada ou martelada com justificativa de influência do pai ser baterista de banda. Quando ele crescer, sem dúvida vai querer ser músico. Foi bom ver personagens diferentes, como a Dona Ângela, vizinha e amiga da Dona Cebola, e seu bebê Gabriel. Eles apareceram só nessa história. Boa sacada o Anjinho na história, podia ser qualquer outro menino da turma no lugar. Vimos que o Cascão, apesar de gostar de sujeira, não gosta de cocô, ele bem que podia gostar. 

A história foi paródia do filme "Três solteirões e um bebê", um clássico do cinema. Foi mais uma história baseada em filme famoso em 1992, que estava muito frequente na época. Para se ter uma ideia, no mesmo mês de junho de 1992, teve a história "O exterminador sem futuro", de 'Mônica Nº 66', paródia do filme "O Exterminador do futuro" para ver como estava bem frequente histórias assim, chegando a ter mais de uma de filme no mesmo mês.

Incorreta hoje por ter crianças cuidado de bebê, chegando a trocar fraldas, fazer mamadeira sozinhos, fora mostrar bebê batendo nos outros até com martelo, estimulando violência, Dona Cebola deixar o filho sozinho em casa, intenção do Cebolinha de sair para jogar futebol, deixando casa vazia e sem autorização da mãe e a palavra "Droga!", que também é proibida hoje.

Os traços muito bem caprichados, pena as cores mais escuras, como de costume nos gibis de 1992. Na promoção da Editora Globo de juntar selos das capas para ganhar assinatura de revistas e outros prêmios continuou, compreço congelado nas revistas de junho em relação ao selo do mês anterior. Muito bom relembrar essa história há exatos 30 anos.

sexta-feira, 24 de junho de 2022

Chico Bento: HQ "Uma companhia esquisitinha"

Dia 24 de junho é dia de São João e então mostro uma história em que o Chico Bento ficou  à procura de uma menina para ir na quermesse junto com ele. Com 5 páginas, foi história de abertura de 'Chico Bento Nº 13' (Ed. Globo, 1987).

Capa de 'Chico Bento Nº 13' (Ed. Globo, 1987)

Chico Bento vai à casa da Rosinha para levá-la para quermesse só que a mãe dela fala que já tinha ido com o Zé da Roça. Chico fica muito brabo, falando palavrões, por Zé da Roça chegado primeiro e passado a perna nele. Então, ele resolve convidar a Maria Rita para ir com ele. Quando chega na casa dela, o pai avisa que foi à quermesse com o Zé Lelé. Assim, resolve chamar a Fátima, mas já tinha saído com o Hiro. Sem ninguém, Chico fica desiludido e come a flor. 

Em seguida, vê a Carlota, a menina mais feia da vila, chorando e pergunta por que ela está tão triste. Carlota diz que pediu para todo mundo, mas ninguém a convidou para quermesse e se sente desprezada. Chico fica com pena, não sabe se a convida com medo de todos ficarem de chacota com ele e como também não tinha ninguém para ir, convida a Carlota.

Na quermesse, todos ficam boquiabertos do Chico chamar a Carlota, comentam que Chico é bacana, ela  pediu e não aceitaram por vergonha, se acham bobos e ficam com remorso. Para compensar, todos os meninos resolvem dançar com a Carlota e as meninas resolvem dançar com o Chico, que ficaria sozinho,  e termina todos felizes dançando quadrilha na quermesse.

História legal com bonita mensagem contra preconceito e mostrando que não devemos se preocupar com aparência e opinião dos outros. Chico queria ir para quermesse com alguma menina após Rosinha ter ido com o Zé da Roça, mas todas já tinham seus pares com outros meninos. Restou só a Carlota, uma menina muito feia e Chico aceitou ir com ela, por estar muito triste por ter sido desprezada, deixando remorsos dos outros meninos que se recusarem a ir com ela só porque era feia.

A intenção inicial de chamar Carlota só porque ele não tinha ninguém, chegou a ficar preocupado com opinião dos outros de ficarem encarnando por sair com menina feia, depois viu que não tinha nada de mais. A mensagem mostra que o que importa é a beleza interior, não a exterior, nada a ver ter preconceito em ficar com uma pessoa só por ser feia, gorda, baixinha ou qualquer outro motivo que soa como preconceito e também não deixar de fazer o que você quer, seguir seu coração, sem se preocupar com com o que os outros vão falar ou pensar.

Foi engraçado Chico dizer que não colocou sua melhor roupa, seu melhor cheiro e até tomou banho, por nada. Ele só se produzia bem para ir para a missa de domingo ou ocasiões especiais, tomar banho só em datas assim que foi surpresa maior, quase igual ao Cascão. E também comer flor por estar arrasado de não ter companhia para a festa. A Rosinha foi bem sacana, podia ter recusado convite do Zé da Roça por já ter namorado, mas preferiu deixar Chico na mão para ir na quermesse com o primeiro que a convidasse. 

Nota-se que tiveram bastante figurantes na história, principalmente meninas, por não ter muitas meninas fixas na época. Tinha a Ritinha, criada nos anos 1970, mas que andava sumida dos gibis nos anos 1980 até então, e a Maria Cafufa ainda não tinha sido criada. Pelo visto a Carlota na história também queriam uma menina feia desconhecida, também apareceu só nessa história, assim como os outros figurantes. 

Foi bem curtinha essa, era comum na  Editora Abril e primeiros anos da Globo histórias de abertura curtas e direto ao ponto. Incorreta atualmente por ter desprezo e preconceito com menina feia, chegando Carlota a ficar triste, deprimida por isso. Mesmo que teve arrependimento dos meninos no final e eles a desprezaram para ter uma lição no final, ainda assim iam implicar com isso hoje. Chico, muitas vezes, também foi retratado como feio, comparado a espantalho, por exemplo, histórias desse tipo ridicularizando, fazendo bullying com personagem também são proibidas.  Fora Chico falar palavrões, dizer que toma banho só em ocasiões especiais e comer uma flor, tudo mau exemplo.

A história poderia ter saído em 'Chico Bento Nº 11' que teve capa com festa junina, mas com nenhuma história do tema e a "Nº 13" foi de julho, mas que valeu como festa julina, que segue como extensão das festas caipiras. Os traços muito bem caprichados, pena cores mais desbotadas, típicas dos gibis do segundo semestre de 1987 e que se estenderam até início de 1988. Curiosamente nunca foi republicada até hoje, quase todas as histórias de 1987 já foram reprisadas, essa poderia ter sido por volta de 1993, mas acabou não sendo, aí fica sendo rara, só quem tem esse gibi "Nº 13" que a conhece.

terça-feira, 21 de junho de 2022

HQ "Magali no frio!"

Dia 21 de junho começa  o  inverno  no Brasil  e então  mostro uma história em que  a Magali não  parava de comer no inverno dando trabalho para seus pais. Com 11 páginas, foi história de abertura de 'Magali Nº 108' (Ed. Globo, 1993).

Capa de 'Magali Nº 108' (Ed. Globo, 1993)

Em um dia de inverno bem frio, Magali toma chocolate quente e come rosquinhas e quando acaba, pede para a mãe mais alguma coisa boa para comer. Dona Lili reclama que a filha não parou de comer desde que acordou. Magali fala que não tem coisa melhor para fazer naquele frio e Dona Lili fala que não saiu daquele fogão. Magali diz que é coisa boa porque que é um lugar quentinho.

Dona Lili comenta que a despensa já está quase vazia, o pai dela esta fazendo hora extra no inverno para pagar supermercado. Magali fala que está com fome e Dona Lili vai pedir ajuda, com Magali pensando que vai pedir pizza. Dona Lili telefona para Mônica ir lá na casa dela e Magali pensa que é pra Mônica ajudar a mãe na cozinha e conta que ela é péssima cozinheira, outro dia queimou ovo frito. Dona Lili fala que chamou a Mônica para fazê-la distrair e esquecer a comida, que tem outras coisas divertidas para fazer e Magali diz que quanto espera se a mãe pode fazer um lanchinho.

Depois, Mônica chega e diz que vão brincar á beça. Magali pergunta se ela trouxe comida e Mônica responde que são fitas de vídeo, não tem coisa melhor no inverno que assistir filme no vídeo e Magali concorda, sendo que acompanhado de pipoca e chá, já pedindo para mãe levar. Durante o filme, Magali come toda pipoca sem prestar atenção no filme. Pipoca acaba, Magali pede mais para a mãe e Mônica manda parar de comer um pouco. Magali diz que assistir TV dá fome e elas vão brincar de dama.

Mônica "come" todas as pedras da Magali, por estar desatenta ao jogo e ela come as pedras da Mônica, literalmente. Magali reclama que só ela pode comer e Mônica diz que não comeu de verdade. Elas vão a rua para se divertirem mais e Magali sugere irem à lanchonete e ela come 4 hambúrgueres. Depois vão tomar café com chantili e comer pão de queijo.

Em seguida, Mônica pergunta se Magali conhece um esporte de inverno e ela vai comer fondue, que é um esporte de inverno de mergulhar o pãozinho no queijo derretido sem deixar cair. Mônica desiste, no inverno ela fica insuportável, só come o tempo todo e vai embora. Magali achou uma pena, logo agora que ia pedir para comer na casa dela.

Magali volta para casa e Dona Lili comenta com o Seu Carlito que não tem jeito, torcer para o inverno acabar logo. Passam-se os meses, até que chega a Primavera. Seu Carlito comemora, não vai mais fazer horas extras e Dona Lili, que vai tirar a barriga do fogão. Mônica aparece convidando Magali para brincar por estar maior solzão lá fora e ela recusa. Mônica pergunta se ainda só quer comer, comer, comer e Magali diz que com aquele calor só quer beber, beber, beber, tomando vários sucos dia todo.

História bem engraçada com Magali pensando em comer o tempo todo no frio, se tornando insuportável até para a Mônica. Tem ideia que a gente come mais no frio, sendo que com Magali a intensidade é maior ainda que o normal dela. Vimos no final, que para ela, problema não é inverno, come e bebe muito em qualquer estação que seja, a gula já é dela independente do tempo que estiver no Céu. Mostra também situações que podem fazer no inverno, em dia de frio.

Muito divertido Magali comer sem parar sem dar descanso para mãe, precisando o pai fazer hora extra para pagar as contas da alimentação. Eu gostava dessas histórias da Magali dando prejuízo aos pais. Curiosos com que dinheiro ela consegue comer tudo aquilo na rua, pais também gostavam de dar dinheiro para ela, pais têm culpa na gula da Magali. 

Trataram também como se o inverno fosse frio ininterrupto por 3 meses, principalmente no Brasil nunca foi, assim como no verão não faz calor constante. Foi só para dar graça a história de Magali comer por 3 meses sem parar, absurdos de histórias em quadrinhos que sempre são vindos. 

Parte mais hilária foi Magali comer de verdade as peças de dama pensando que Mônica tinha comido. Interessante também no frio intenso que demonstravam, a Magali ficar de meia dentro casa e fica sem e descalça na rua e a Mônica também o tempo todo de perna de fora e descalça, bem legal também isso.

Impublicável atualmente por mostrar gula exagerada da Magali dando prejuízo aos pais e nem a Mônica aguentar com absurdo de comer peça de jogo de dama. Fita de vídeo VHS que elas assistiam também é ultrapassado nos dias de hoje, assim como TV de tubo, que eles sempre alteram isso nos almanaques novos, colocando desenho de TV LED no lugar. Ou seja, até as televisões antigas sobraram para o politicamente correto. Hoje mudariam a parte com elas assistindo filme em streaming tipo "Netflix" em uma TV LED. 

Os traços muito bons e bem caprichados. Teve um erro na página 4 da história (página 6 do gibi) com a Magali com nariz em formato "c" em vez de  "^". As páginas foram com 3 linhas de quadros com no máximo 6 quadros por página em vez de 4 linhas e 8 quadros por página, mais comum em histórias de abertura da Rosana Munhoz, tudo indica que foi escrita por ela. Enquadramento  assim ficavam bonitos e desvantagem de história  ocupar mais páginas no gibi comparado ao enquadramento original. 

sábado, 18 de junho de 2022

Tirinha Nº 85: Cascão

Nessa tirinha, Cascão lê um livro debaixo de uma nuvem, causando estranheza no Cebolinha, mas Cascão o tranquiliza que aquilo não era nuvem de chuva, era apenas poluição e não tinha perigo. Para o Cascão, poluição era coisa boa, problema seria nuvem de chuva para ele se molhar. Impublicável hoje pela apologia dele à sujeira e poluição.

Tirinha publicada em 'Cascão Nº 25' (Ed. Globo, 1987).

quarta-feira, 15 de junho de 2022

Cebolinha Nº 600

A revista 'Cebolinha' atinge a marca histórica de 600 edições lançadas no Brasil neste mês de junho de 2022 e nessa postagem mostro como foi essa edição que está nas bancas.

A revista 'Cebolinha' foi lançada em janeiro de 1973 pela Editora Abril e juntando todas as séries de todas as editoras que passou (Abril, Globo e Panini), essa edição "Nº 16" da 3ª série da Panini é a verdadeira "Nº 600", levando 49 anos para atingir essa marca. É o quarto personagem da MSP a alcançar essa marca, depois de Cascão, Chico Bento e Mônica.

Só que a edição não teve nada de especial comemorativa, foi uma edição absolutamente normal do início ao fim, apenas um selo de 600 edições na capa, colocado de última hora, já que a divulgação inicial da capa na internet nem esse selo tinha. Não teve nem um frontispício na página 3 parabenizando o personagem pelo feito, ficou em branco.

Capa original divulgada em site da Panini, sem selo de "600 edições"

Na Panini, eles estavam investindo em edições comemorativas a cada 100 edições reais juntando todas as editoras, começando em 2011 pela Mônica #500, além de Cebolinha #500, em 2014, Magali #500 em 2015 e Cascão #700 em 2016. Chico Bento #700, de 2016, não teve história comemorativa especial, mas pelo menos teve uma capa variante comemorativa, agora com Cebolinha #600, nem isso.

Não pode dizer que um título chegar ao "Nº 600" não seja especial porque a Mônica #600, de 2019, foi comemorativa. Com Mônica tem comemoração de tudo, os outros personagens, não. Acho que ou tem comemoração para todos os personagens ou para nenhum, não deixar privilégio só pra um. Aí volta como era na Editora Globo onde essas edições redondas juntando todas as editoras não eram comemorativas. Mas não tinham porque nem se lembravam que eram edições redondas fora que a Globo não gostava muito de referência a outras editoras. Agora na Panini que já sabiam da marca histórica, não fizeram porque não quiseram.

Verdadeiras Cebolinha Nº 100, 200, 300, 400, 500, 600
[CB #100 (A-1981), #32 (G-1989), #132 (G-1997), #232 (G-2005), #86 (P-2014), #16 (P-2022)]

Comprei essa edição só para ter a "Nº 600" na coleção, compraria tendo comemoração ou não, até porque comprei os números redondos da Globo dos anos 2000 em sebos, tanto as redondas da própria editora quanto as verdadeiras redondas juntando as editoras Abril e Globo, além das do Cascão e Chico Bento #600, de 2008, já na Panini, em seus números 19 (essas também passaram em branco, por ser antes de adotarem a sacada em 2011), assim que descobri quais foram por não colecionar mais na época.

Expediente final mostrando também a numeração real da revista

Falando, então, sobre essa edição 600 normal, tem 84 páginas, formato canoa, custando RS 9,90, com 11 histórias, incluindo a tirinha final, e seguem com "Mauricio Apresenta" no título de cada uma. Histórias de secundários foram com Nimbus e Do Contra, Bidu e Rolo. A capa com logotipo em HD e com alusão à história de abertura com extensão na contracapa para justificar preço, código de barras, QR Code e selos não aparecerem na capa principal.

Capa com desenho se estendendo na contracapa

A história de abertura foi "Pequenos pedidos mágicos" escrita por Edson Itaborahi e com 19 páginas. Nela, Cebolinha encontra uma garrafa enterrada no seu quintal e descobre que nela vivia um Gênio para satisfazer seus desejos e por conta dos seus pedidos, Cebolinha aprende uma lição no final. A maioria das histórias agora têm personagens aprendendo lição, sendo ensinado alguma coisa e essa não foi diferente. Nessa, inclusive, nem teve uma piadinha final, foi só Cebolinha praticando a lição que aprendeu com o Gênio.

Trecho da HQ "Pequenos pedidos mágicos"

Durante a história o Gênio vai mudando de roupa e indo a um lugar diferente após cada pedido concretizado para o Cebolinha. Agora os personagens não aparecem mais surrados e com olho roxo. Quase não apanham e quando acontece não ficam macucados para não dar pena de ver personagens surrados e não estimular violência exagerada. 

Vemos que agora o Floquinho aparecendo com boca e expressando emoções e todos os quadrinhos e assim a gente sabe o lado está sua cabeça. Preferia como era antes do mistério de qual lado era a cabeça dele, deixando expressões só em alguns quadrinhos indispensáveis para isso. Os traços digitais ficaram feios, nunca ficam bem assim.

Trecho da HQ "Pequenos pedidos mágicos"

Em seguida vem "O mais vivo ganha", de 7 páginas, em que Cebolinha, Mônica e Cascão brincam de mortos-vivos e Cebolinha tem que se virar para pode ir ao banheiro sem que Mônica e Cascão como mortos-vivos não o peguem. Traços digitais extremamente horrorosos nessa.

Trecho da HQ "O mais vivo ganha"

Depois 3 histórias simples do Cebolinha, duas seguidas com 1 página e uma história com com 2 páginas, e, em seguida, história "Minha vez", com 6 páginas, com Nimbus e Do Contra brincando de cartas e Do Contra jogando com suas próprias regras do jogo. 

Depois vem Bidu com "O Problema do Zé", com 5 páginas, em que Zé Esquecido tem problema de confiar no que os outros dizem e acaba se dando mal e Bidu ensina uma lição para o amigo. Lado educativo não pode faltar agora nos gibis. E Zé  Esquecido  sem a característica certa esquecer as coisas achei meio descaracterizado. Lembrou de muitas coisas passadas com ele, história se encaixaria mais com Duque ou um cachorro figurante.

Já em "Achados e perdidos", de 8 páginas, o Louco aparece no quarto do Cebolinha enquanto ele está procurando seu bonequinho do Capitão Pitoco e o Louco faz Cebolinha ajudar a procurar também suas coisas como sua cabeça, sua mão direita, seu bigode, entre outros. Chama atenção do Louco agora ser bem mais íntimo do Cebolinha e o chamando de "Cenourinha" até com grande frequência.

Trecho da HQ "Achados e perdidos"

Em "Medo de barata", de 11 páginas, Rolo trabalha como dedetizador de insetos e ajuda a Vovoca a matar uma barata na casa dela, sedo que sofre para conseguir matar a tal barata, até porque ele tinha medo dela também. Agora estão investindo histórias do Rolo com um emprego novo a cada história e passando por situações atrapalhadas e constrangedoras nos trabalhos. Como ele não pode mais namorar, ser paquerador, pegar várias mulheres na mesma histórias por causa do politicamente  correto, aí deixaram essa nova personalidade para ele.

Trecho da HQ "Medo de barata"

O gibi encerra com "O brinquedo dos meus sonhos", com 9 páginas, em que o Cebolinha tenta realizar o seu maior sonho de ter um balanço de pneu na árvore para poder pular no laguinho, sendo que tem que improvisar um laguinho com uma piscina com a ajuda do Cascão. Descobrimos que Cebolinha dá nome a todos os seus brinquedos, pneu, bola, piscina, etc, tudo tem nome.

Trecho da HQ "O brinquedo dos meus sonhos"

Na tirinha final, curiosamente, teve tema de aniversário do Cebolinha, fora do mês de outubro, que é oficial de seu aniversário. Fazia muito tempo que não tinha conteúdo de aniversário fora do mês oficial, só quando os personagens não tinham datas de aniversário fixas que aconteciam isso de qualquer mês de ter algo de aniversário deles. E curiosamente em uma propaganda institucional com parceria da SEBRAE, com a Magali, erraram colocando Magali falando "Tina Nena" no lugar de "Tia Nena". Tem várias  propagandas com histórias  assim nos gibis na missão  de ensinar as coisas.

Propaganda Institucional SEBRAE

Então, foi um gibi absolutamente normal para os padrões atuais, bem voltado ao lado educativo, personagens aprendendo lições, sem grandes conflitos e sofrimentos e traços e letras digitais que ficam bem feios. Dava para ter algo comemorativo para as 600 edições, se não quisessem história especial para não ficar repetitivo estilo de referências antigas, podia ter pelo menos uma capa especial ou um aviso na página 3, nem isso tiveram. Não é sempre que um título de quadrinhos consegue uma marca histórica de 600 edições, não merecia ficar em branco. 

Magali será a  próxima a chegar em na edição 600 em maio de 2023, que vai coincidir com o seu aniversário, vamos ver se com ela vão fazer algo especial, mas se com Cebolinha não fizeram, não tenho esperança com Magali. E em outubro de 2030, será  Cebolinha  #700 que vai coincidir com os 70 anos de criação  dele e aniversário dele nos gibis e aí vamos ver se terá comemoração e, se tiver, se vai ser à altura que merece. Aguardemos. Os outros gibis de junho de 2022 não comprei, então a resenha foi só desse do Cebolinha.

domingo, 12 de junho de 2022

Capa da Semana: Mônica Nº 196

Em homenagem ao Dia dos Namorados, compartilho uma capa simples e bonita, remetendo a namoro de tempos antigos, com a Mônica e Cebolinha namorando e o Bidu e Sansão só observando. Mônica e Cebolinha nunca foram namorados oficiais nas histórias dos gibis, no máximo ter um interesse sem serem correspondidos, mas as vezes colocavam capas no estilo de uma imagem bonita sem piadas com eles como um casal. 

Curioso os personagens de costas, hoje é raro mostrar personagens de costas em uma capa. Gostavam de colocar o Bidu interagindo nas capas da Mônica e do Cebolinha, dando até impressão que era cachorro deles. Nessa em específica ficou mais parecendo o Bidu como cachorro do Cebolinha, como cada bichos olhando para seus respectivos donos. Interessante que o Sansão ficou personificado, deixando de ser coelho de pelúcia e sendo um de verdade.

A capa dessa semana é de 'Mônica Nº 196' (Ed. Abril, Agosto/ 1986).

quinta-feira, 9 de junho de 2022

Chico Bento: HQ "Um amor de priminha"

Em junho de 1992, há exatos 30 anos, era publicada a história "Um amor de priminha" em que o Chico Bento se apaixona pela sua prima da cidade. Com 8 páginas, foi história de abertura de 'Chico Bento Nº 141' (Ed. Globo, 1992).

Capa de 'Chico Bento Nº 141' (Ed. Globo, 1992)

Chico Bento se prepara para sair à rua ver a Rosinha e sua mãe, Dona Cotinha, avisa que a prima dele vai visitá-los. Chico diz que depois ver a prima, sabe os papos dos primos que vêm da cidade, que lá tem isso, lá tem aquilo e prefere namorar a Rosinha.

Depois do namoro, Chico volta para casa e Dona Cotinha apresenta a prima Silvete, que beija o primo e pergunta se ele a leva para conhecer o lugar. Chico responde que é para já, mas a mãe não deixa porque está ficando tarde e amanhã tem o dia todo. Seu Bento comenta que a prima dele é uma gracinha e Chico fala para o pai que é linda demais, um estouro.

De noite, com Chico na cama, ansioso pra chegar de manhã, Silvete aparece no quarto dele, gritando que tem um sapo enorme no quarto dela e sobe no colo dele. Chico vai conferir e era uma perereca e a joga no lado de fora da casa. Silvete acha o primo corajoso e o abraça, deixando Chico nas nuvens, mais apaixonado, e dorme tranquilo, bem leve.

No dia seguinte, Chico passeia com Silvete e vão até o ribeirão. No caminho veem uma arara azul, que Silvete achava que era um papagaio e que o dono estava desesperado e Chico fala que ela não tem dono, nasceu livre. Depois mostra o ribeirão à prima, que acha a água limpinha e vê um peixinho e comenta que só viu peixes em aquários e nunca em um ribeirão.

Silvete conta que está encantada e Chico fala que também está. Logo depois, Silvete tropeça em uma pedra e diz que torceu o pé. Chico a carrega no colo pra caminhar, comenta que pássaro que passava é um canarinho da terra, quando Rosinha vê Chico carregando a prima e quer satisfação de enquanto ela esperava para o encontro, Chico carregava a sirigaita no colo. Chico conta que ela machucou o pé e Rosinha conta que nem que machucasse a padaria.

Silvete intervém, conta que o Chico não tem culpa, só quis ser gentil e fora que é seu primo. Rosinha fala que é pecado namorar com primo e Silvete fala que tem namorado na cidade, já melhorou o pé e vai ajudar a tia no almoço. Rosinha pede desculpas ao Chico e namoram enquanto Silvete observa de longe atrás da moita.

No dia seguinte, Chico pergunta para a mãe onde está a prima. Dona Cotinha conta que já foi, só veio pra passar o final de semana. Chico fala que não se despediu dele e a mãe conta que ele estava dormindo tão gostoso e não queria incomodar. No final, Silvete, no ônibus, comenta que precisa arrumar um namoradinho para poder esquecer o Chico.

História legal com o Chico Bento apaixonado pela prima que conheceu, se esquecendo que já tinha namorada. Rosinha chega a flagrá-los juntos, mas a Silvete inventa que já tinha namorado para não acabar o namoro do primo e vai embora sem se despedir dele para não cair em tentação. Silvete até também estava gostando do Chico, se ele não tivesse namorada até que ficaria com ele, mas vendo que seria difícil namoro a distância por morar na cidade e ainda atrapalhar o Chico, preferiu abdicar.


Foi engraçado  o Chico se engraçar pela prima mesmo tendo namorada  como deslizes como estar encantado por ela quando Silvete estava encantada pelo ribeirão  e derrubar a Silvete quando  a Rosinha os flagrou. Se Rosinha soubesse a real intenção  do Chico,  eles terminavam o namoro, mesmo com a desculpa  da Silvete. Chico estava de olho na prima, acabou sendo um segredo entre os primos e ninguém  precisava saber. Se bem  que cá Rosinha as vezes se engraçada por outros meninos como o Genesinho e se dava mal, mas o Chico a perdoava depois. 

Não foi mencionado oficialmente se a Silvete era prima por parte de mãe ou de pai do Chico, mas dá para entender que ela é sobrinha do Dona Cotinha, por parecer mais próxima a ela pelo contexto, sendo assim, considera-se que foi prima por parte de mãe do Chico. Apareceu só nessa história.

Essa mais uma das histórias envolvendo parentes dos personagens em 1992, eles estavam investindo em histórias de parentes da turma que apareceriam só uma vez naquele ano, todos os 5 personagens principais tiveram e até alguns secundários como o Rolo tiveram. Histórias com paródias e referências a filmes famosos e fábulas também estavam bastantes. Sempre teve, mas a frequência maior naquele ano. 

Teve um lado ecológico mostrando natureza, araras azuis, ribeirão com água limpinha. As revistas do Chico Bento tiveram mais histórias e capas ecológicas naquele ano por causa da "Eco-92", encontro para discutir soluções cada problemas ambientais que estava envolvendo o mundo todo, e não é a toa que depois a MSP ganhou prêmio "HQ Mix" com 'Chico Bento' como sendo a melhor revista infantil naquele ano. 

Incorreta atualmente por envolver namoro, ainda mais sendo entre crianças e envolver traição. Palavra "perereca também  proibida hoje por causa de duplo sentido. Os traços ficaram bons, dessa vez a Rosinha com nariz em formato "^" em vez do formato "c" tradicional, as vezes variavam detalhes nos traços, de acordo com desenhista. Só não gostei das cores mais escuras, típicos dos gibis de 1992, sendo que nos de junho estavam bem intensos.


Na promoção da Editora Globo, que foi entre maio a julho, as revistas da editora de todos os segmentos de junho tinham preços congelados 
em relação ao preço com desconto do mês anterior, que chegou a ser um alívio por um tempo de todo mês preços aumentando, graças a promoção. Nessa revista, o selo vermelho da promoção para colar na cartela foi em adesivo, melhor que cortar a revista. Muito bom relembrar essa história há exatos 30 anos.