domingo, 31 de maio de 2020

Chico Bento: HQ "Sem frescura"


Em maio de 1990, há exatos 30 anos, foi lançada a história "Sem frescura" em que o Chico Bento termino namoro com a Rosinha e teve que lidar com ma menina interessada nele bem assanhada . Com 3 páginas, foi publicada em 'Chico Bento Nº 86' (Ed. Globo, 1990).  ↑

Começa com Rosinha mandando o Chico Bento largar as mãos dela enquanto namoravam com medo do pai estar vindo. Chico se cansa porque sempre é a mesma coisa ela ter medo do pai flagrá-los namorando e termina o namoro porque não gosta de menina cheia de frescura e vai embora.


No caminho, Chico encontra a Maria Rita, uma menina bem atirada que interessava nele, e comenta que ele está bonito e que a Rosinha é uma menina de sorte. Chico fala que terminou com a Rosinha e Maria Rita adora a novidade. Ela disfarça que ficou com pena e fala que agora ele está livre. Chico fala que que quer encontrar uma menina sem frescura, aí Maria Rita aproveita e dá um grande beijo na boca dele.

Eles vão dar uma volta e o Chico pergunta se o pai dela ver. Maria Rita tem ideia de se esconderem atrás da moita para ficarem sossegados. Logo depois, Chico sai envergonhado e corre à procura da Rosinha para fazerem as pazes, pede desculpas a ela e reatam o namoro. No final, Maria Rita vê o casal junto de novo e fala que os meninos são cheio de frescura.


Uma história simples, típica de miolo e muito engraçada. Chico queria que a Rosinha fosse mais atirada, ter mais liberdade de namoro sem se preocupar o tempo todo o pai dela ver, mas ao ficar com a Maria Rita assanhada bem mais além da conta, mudou de ideia, se arrependeu e passou a dar valor ao jeito da Rosinha.

No interior antigo tinha a ideia dos filhos namorarem escondidos, os pais não aceitavam os filhos namorarem novos, mitas vezes só na presença deles e sem muitos abraços e muito menos beijos. Aí as histórias do Chico com Rosinha tinham muito isso do medo dela do pai flagrar namorando. Tinham outras vezes também histórias do Chico tímido e com vergonha se aproximar e beijar a Rosinha, deixando ela irritada pela falta de iniciativa dele, outras vezes era a Rosinha envergonhada, de acordo com o roteiro, mas prevalecia era o Chico envergonhado.

Fica o grande mistério de que Chico e Maria Rita foram fazer fazer atrás da moita e que deixou o Chico tão envergonhado. Não seria só beijo para ele ficar assustado. A cena fica na imaginação de cada um. O beijão que ela deu no Chico foi engraçado também. A Maria Rita não apareceu mais nos gibis, apenas nessa história.  Impublicável hoje em dia por mostrar crianças namorando assim e pela ousadia da Maria Rita.


Os traços muito bem caprichados, De curiosidade, essa revista foi a verdadeira "Nº 200" do Chico, juntando as 114 da Editora Abril e as 86 da Editora Globo, até então. Capa muito criativa e sem frescura com a mãe colocando o Chico para secar no varal junto com as roupas, impublicável por essa comparação e também por aparecer pelado. Se hoje em dia implicam até com o Papa-Capim aparecer sem camisa e só de tanga nos gibis, colocando agora ele de roupa, imagine mostrar Chico pelado. Vale relembrar essa bem há exatos 30 anos.

quinta-feira, 28 de maio de 2020

A Turma: HQ "Anjinho encapetado"



Mostro ma história em que o Anjinho ficou mal e o Cebolinha ficou bonzinho quando a Mônica tirou a auréola do Anjinho para colocar no Cebolinha. Com 20 páginas, foi publicada em 'Cebolinha Nº 95' (Ed. Globo, 1994).

Capa de 'Cebolinha Nº 95' (Ed. Globo, 1994)

Começa o Anjinho salvando uma menina que estava se afogando, impedindo um vaso cair em cima da cabeça de uma mulher, ajudando um velhinho cego atravessar a rua e salvando um menino de ser atropelado por um carro. 


A gente descobre que era um Diabão dentro do carro que provocou o atropelamento do menino e os outros problemas e fica com muita raiva, falando que o trabalho dele seria mais fácil se o anjo idiota não estivesse por perto e não pode dominá-lo porque a aréola o protege de todo mal e é difícil a vida de capeta.


Falando em capetinhas, nessa hora Cebolinha está atrás de uma moita, planejando pegar o coelhinho da Mônica, consegue e corre até subir na árvore. Ele joga insetos na árvore para a Mônica não subir e dá nós nas orelhas do Sansão. Mônica bufa de raiva e Cebolinha diz que ninguém vai salvar o coelhinho, até que Anjinho surge e devolve o Sansão para a Mônica. 


Anjinho fala que o Cebolinha não deve se divertir a custa dos outros e pede para a Mônica não bater nele dessa vez porque á está tudo resolvido. Mônica agradece beijando o Anjinho, que diz que vai descansar um pouco porque teve um dia duro.


Mônica comenta que o Anjinho é tão bonzinho e o Cebolinha, um diabinho e tem a ideia de pegar emprestada a auréola do Anjinho e colocar no Cebolinha para ver se passa um pouco da bondade para ele. Cebolinha estava planejando mais um plano infalível, quando Mônica põe a auréola nele e desiste do plano. Nisso, Anjinho acorda e descobre que está sem auréola e fica desesperado. O Diabo ove Anjinho falando  e consegue deixar o Anjinho em seu poder.


Enquanto isso, Cebolinha está bonzinho com a auréola e encontra Cascão reclamando que ele rapelou as figurinhas no bafo e quer uma revanche. Cebolinha confessa que roubou no jogo, ganhou porque passou cola na mão e devolve as figurinhas para o Cascão mais as figurinhas dele. Cascão pergunta se ele está bem e Cebolinha confirma e em seguida salva o Cascão de ser molhado quando uma mulher havia jogado água de balde na rua.


Cascão estranha e logo depois Cebolinha vê um muro rabiscado com desaforos para Mônica. Ele vai lá, apaga e escreve "Mônica linda e maravilhosa" no lugar. Cascão acha que Cebolinha pirou e ele diz que apenas percebeu que estava errado e resolve procurar a Mônica para pedir desculpas por tudo que aprontou com ela.


Mônica conta para Magali o que fez e diz que foi por que o Aninho tinha bondade sobrando e o Cebolinha, faltando e ela só equilibrou as coisas. Cebolinha aparece e pega o Sansão, porém para abraçar e beijar muito, diz que o coelhinho sofreu muito nas mãos dele, mas não vai voltar a se repetir. Mônica fica feliz, á que a rua agora vai ser um sossego, sem traquinagens e planos infalíveis e Cascão acha que vai ser um tédio.


Anjinho aparece e Mônica aproveita para explicar tudo. Ela conta que o Cebolinha não vai pegar mais o Sansão e Anjinho o pega, dar nós nas orelhas e ainda pisa em cima e foge voando com o Sansão.  A turma vê que o Anjinho estava com cabelo formando chifres de diabo e as asas diferentes e deduzem que ele ficou mau e não sabem como pode ter acontecido. O Diabão aparece e explica que o Anjinho perdeu a auréola e tomou conta da alma dele.


Mônica tenta enfrentar o Diabão, mas ele a paralisa, falando que a força dela não é párea para o poder do mal e ordena ao "anjo do inferno" começar a praticar as suas más ações Ele tenta jogar água de balde no Cascão, provoca dor de dente na Magali ao comer melancia e escreve desaforos para Mônica no muro.


A turma fica desesperada por não ter mais um anjo da guarda por culpa da Mônica e se perguntam quem vai protegê-los agora. Cebolinha aparece falando que vai tentar, falar com o Diabão com humildade para não incomodar os amigos e o Diabo diz que a auréola só deixa bonzinho, mas não dá poderes e dá um peteleco no Cebolinha, que para longe e fica desacordado no chão. 


Mônica e Magali ouvem e tentam tirar a auréola do Cebolinha. Mônica tira, enquanto Anjinho está dando chute em um cachorro, o Diabo vê e tenta pegar a auréola, mas acaba queimando as mãos ao tocar por conta da bondade, então ele chuta a auréola para bem longe, amarra a turma para não incomodarem e manda Anjinho jogar a turma do alto de um precipício.


Enquanto isso, a auréola percorre o bairro, para no nariz de cachorro, depois sacola de compras deu ma mulher, é arremessada no meio de m jogo de tênis, depois em um passarinho, que joga a auréola e vai parar em cima da cabeça do Anjinho, bem no momento que havia jogado a turma do abismo. Anjinho fica bom de repente e vê a turminha em perigo caindo e vai salvá-los.


O Diabão pergunta o que deu errado e Anjinho diz que o bem sempre vence o mal e o olhar angelical deixa o Diabão nervoso e volta para o inferno, prometendo que vai voltar, com esperança que um dia o Anjinho vai se descuidar da auréola de novo. A corda da turma some eles estão livres. Monica pede desculpas ao Anjinho pelo que fez e ele diz que auréola não deve ser emprestada, só depois de muito merecimento para ter e não era a hora do Cebolinha. 


No final, eles vão ver como estava o Cebolinha desmaiado, ele acorda, fala que é bom ver a turma, teve m sonho maravilhoso, está muito feliz e deseja abraçar todo mundo. Ao ver o Sansão, ele fala que deseja é dar nós no coelhinho encardido, provando assim que havia voltado ao normal. Magali pergunta se Mônica não vai atrás dele e ela responde que vai deixá-lo se divertir um pouco, pois depois de tudo que passaram , até o  encapetado do Cebolinha parece um anjinho de inocência.


Sem dúvida uma aventura sensacional. Mônica tinha intenção,  com a auréola do Anjinho, de deixar o Cebolinha bonzinho, sem aprontar com ela, mas não contava que o Anjinho ficava vulnerável às forças do mal quando está sem a auréola e o Diabão se aproveitou para se apoderar da sua alma e deixá-lo mau. Ao dizer que uma pessoa só merece uma auréola depois de mito merecimento, Anjinho quis se referir que só quando se morre e se for para o Céu é  que teria uma auréola.


Legal ver o Anjinho mau e aprontando com a Mônica e a turma e até tentar matar seus amigos no precipício, assim como Diabão queimar mãos ao tocar na auréola, Cebolinha encenar que ficou bom pra tentar pegar o Sansão da Mônica no final e a numeração de plano infalível do Cebolinha, que aquele era o Nº 1036, pra simbolizar que foram mitos planos. Até hoje a gente não tem ideia de quantos planos infalíveis reais o Cebolinha fez contra ela..


Histórias com Anjinho com diabos sempre eram envolventes, dava um bom contraste, fora que eram bem boladas.  Hoje em dia uma história assim sem chance nos gibis , proibiram diabos nos gibis, ainda mais com um teor assim de se apoderar de alma do Anjinho, ele tentar jogar turminha no abismo, Cebolinha ser comparado a um diabinho. maus tratos a animais  quando Anjinho chuta um cachorro, etc. Também é proibido personagens rabiscarem nos muros atualmente. 

 
Outro ponto interessante que vemos o Anjinho salvando outras pessoas fora as crianças da turminha no início da história, inclusive uma mulher adulta. Antigamente o Anjinho era anjo protetor de qualquer pessoa, até de adultos, á nos últimos anos, foi mudado isso e só é anjo protetor da turminha e só aparece para as crianças.


É até considerada uma história grande para a época, normal era ter menos que isso nas de abertura, mas eles estavam começando a colocar histórias maiores de vez em quando. Os traços muito bons, típicos dos anos 1990, com direito as línguas dos personagens  ocupando quase toda a boca toda, tipo um retorno de como era na segunda metade dos anos 1970. Teve uns erros, como Mônica falar de boca fechada nas páginas 3 e 5 da história (páginas 6 e 8 do gibi) e Anjinho aparecer de camisa verde na última página, erros comuns na época e gostava de erros assim. Um grande clássico dos anos 1990 que mereceu ser lembrado.


domingo, 24 de maio de 2020

Capa da Semana: Mônica Nº 25


Nessa capa, a Mônica faz uma apresentação de malabarismo com bolas de halteres bem pesadas ao invés de bolinhas comuns para justificar a sua super força. Legal também a plateia só com secundários, com Bidu, Xaveco e uma menina, o que faz diferenciar.

A capa dessa semana é de 'Mônica Nº 25' (Ed. Globo, Janeiro/ 1989).

quinta-feira, 21 de maio de 2020

Jotalhão e Coelho Caolho: HQ "Se um elefante incomoda muita gente..."



Mostro uma história de quando o Jotalhão e seu sobrinho foram visitar o Coelho Caolho dando mita confusão. Com 6 páginas, foi publicada em 'Mônica Nº 102' (Ed. Globo, 1995).

Capa de 'Mônica Nº 101' (Ed. Globo, 1995)


Nela, Jotalhão encontra o e compadre Coelho Caolho e lhe apresenta o seu sobrinho Junior. Coelho Caolho convida os dois para tomar café na sua toca e Junior fala que é bom porque está com fome. Jotalhão fala ao sobrinho que o Coelho Caolho convidou por educação e acaba aceitando o convite.


Ao entrar na toca, Jotalhão acaba alargando o buraco por conta do seu tamanho e peso e Coelho Caolho comenta que ganhou um teto solar. Enquanto Coelho Caolho avisa que vai pegar os cafezinhos, Junior senta em uma cadeira e acaba quebrando por conta do eu peso e ele reclama que não fazem mais móveis como antigamente.

Coelho Caolho traz os cafezinhos, Junior cochicha com Jotalhão que não gosta de café e prefere suco e lá vai Coelho Caolho fazer suco de laranja. Quando Coelho Caolho leva, Junior pede mais e Jotalhão dá uma bronca torta, falando que é para ter edução, que lógico que Coelho Caolho ia trazer mais sem pedir e Junior ainda fala que está com fome. 


Depois, Coelho Caolho volta com o lanche e Junior come todos os sanduíches em segundos. Jotalhão manda Junior não ser inconveniente e ele próprio ir à cozinha buscar mais, deixando Coelho Caolho aflito. Enquanto conversam, Junior bagunça a cozinha toda e quando ele volta, pede para ir ao banheiro e enquanto Coelho Caolho fala que as novidades são terríveis, Junior destrói tudo, dando até vazamento, .

Jotalhão manda Junior ficar quietinho enquanto ele conversa com Coelho Caolho. Junior encontra uma bola perdida, chuta e derruba todos os móveis da sala enquanto Coelho Caolho fala que a plantação de cenoura está arrasadora. Jotalhão dá bronca no Junior, falando que talvez o compadre nem os convide mais para entrar e Coelho Caolho confirma que talvez. Eles vão embora, fazendo quebrar a escada quando sobem e Jotalhão lembra o compadre para consertara escada.


No final, Junior vai embora com a sua mãe (irmã do Jotalhão), volta para casa, comentando que agora é sossego e bom saber que o compadre gosta de crianças e ainda lembra que não viu a filharada dele. Nessa hora, Coelho Caolho aparece com todos os seus filhos e fala que estavam de férias e voltaram doidos para fazer visita ao tio, e com isso, fica sendo a vingança do Coelho Caolho, agora com seus filhos tirarem o sossego do Jotalhão.


História legal com Jotalhão levando o se sobrinho na casa do Coelho Caolho e destroem tudo lá por causa do peso e tamanho deles.  Foi engraçado ver a cara do Coelho Caolho aflito enquanto eles destruíam tudo e sem poder mandarem embora para não se passar por mal educado e Jotalhão tentando ser educado, mas da maneira dele. Pelo menos Coelho Caolho conseguiu se vingar no final levando os seus filhos para visitarem o Jotalhão. Tipo de final que fica na imaginação do leitor o que os filhos do Coelho Caolho fizeram na casa do Jotalhão.

A história aborda de uma forma bem divertida as visitas inesperadas e inconvenientes que recebemos em casa e que não dá pra ser deselegante na hora. Para não dar mau exemplo das crianças fazerem bagunça quando visita alguém, evitariam história assim hoje.



Legal ver a família do Jotalhão. Além do Coelho Caolho que é compadre dele por ser padrinho de todos os filhos do Coelho Caolho, nessa história a gente conheceu o sobrinho Junior e a irmã do Jotalhão, mesmo que aparecendo só de costas no final. Eles  apareceram só nessa história, mas bem que dava para ser aproveitado, podia ter se tornado fixo, tinha potencial para perturbar os outros integrantes da Turma da Mata, podia ser uma espécie de "Dudu" nesse núcleo.



Os traços ficaram bons, típicos dos anos 1990. Teve um erro de cores colocando os marfins da tromba do Jotalhão verde no primeiro quadrinho  e erro também do Coelho Caolho aparecer falando de boca fechada em dois momentos, nas páginas 4 e 5 da história (páginas 60 e 61 do gibi). Erros de cores e personagens falando de boca fechada eram mais comuns nos gibis da Editora Abril, sobretudo os dos anos 1970, mas de vez em quando ainda tinham nos anos 1990. Eu gostava desses erros de vez em quando.

domingo, 17 de maio de 2020

Cascão: HQ "Meu arqui-inimigo voltou"

Compartilho uma história em que o Doutor Olimpo se passou por uma empregada para tentar dar banho no Cascão. Com 6 páginas, foi história de abertura de 'Cascão Nº  28' (Ed. Abril, 1983).

Capa de 'Cacão Nº 28' (Ed. Abril, 1983)

Nela, a mãe do Cascão, Dona Lurdinha, apresenta a Dona Limpilda, que se ofereceu a ajudar na limpeza da casa. Cascão fala que conhece a voz dela de algum lugar e pergunta por que ela tem aquele nome. Ao se aproximar do Cascão para apertar a mão dele, Limpilda espirra forte e vai parar longe, derrubando móveis da sala e diz que tem alergia à sujeira e não suporta ver coisas sujas.

Cascão não gosta do jeito que Limpilda fala aquilo e Dona Lurdinha diz que vai deixá-la à vontade. Limpilda diz que vai tomar conta de tudo, olhando para o Cascão, que também não gosta do olhar dela para ele. Cascão lhe deseja boa noite e vai dormir com o Chovinista por estar com sono. Ela fala que Cascão pode dormir tranquilo, deixando preocupado e pensando que a fala dela não cheirou bem.


Cascão chega ao quarto em alerta e ao olhar a frecha da porta, vê que Limpilda estava lá na porta. Cascão pula ligeiro para debaixo da coberta da cama com medo, pensando que era para se controlar, ela não vai fazer nada de mais, lá é o quarto dele e ela não ousaria entrar lá e não é pra ter medo de empregada. Fala boa noite ao Chovinista e como ele não responde nada, vai olhar por debaixo da coberta e vê Limpilda com o Chovinista na mão e tapando a boca dele

Cascão se desespera gritando que Limpilda entrou e pergunta o que ela quer. Limpilda responde no diminutivo, que quer um menininho bonitinho chamado Cascão que tome um "banhinho". Cascão entra na onda e diz que se ele não quiser tomar "banhinho" e ela responde que tem que ser forçada a dar. Ele taca o travesseiro na cara dela e tenta fugir com o Chovinista, mas tem a surpresa da porta estar trancada, a chave estava com a Limpilda.


Nisso, chega o ajudante James, Limpilda tira o disfarce e Cascão descobre que era o Doutor Olimpo disfarçado e tenta dar banho no Cascão com as suas armas de limpeza. O quarto do Cascão já era equipado com invenções, preparadas para emergências como aquela e aciona guarda-chuva, tampa e lata de lixo para conter a água da arma do Doutor Olimpo. Com a confusão, Doutor Olimpo e James são jogados para fora da janela, caem até o primeiro andar e fogem correndo.

No final, Dona Lurdinha ouve o barulho enquanto dormia e pergunta ao Cascão se era Dona Limpilda que caiu do quarto dele. Cascão fala que foi e que ela não sabe limpar a casa, pois o quarto dele estava que nem um chiqueiro e é muito bagunceira, e adorando, tanto ter se livrado do Doutor Olimpo quanto o estado imundo que o quarto ficou.

Essa história é muito engraçada com o Cascão às voltas de uma empregada misteriosa querendo dar banho nele até descobrir que era o seu terrível arqui-inimigo Doutor Olimpo. Legal ver a cara de medo do Cascão, sabendo que tinha coisa errada com a empregada, tentando controlar o medo na cama, assim como a cara da Limpilda na cola do Cascão. O diálogo entre eles no diminutivo também foi hilária.

Teve absurdo da empregada limpar casa de noite, bem na hora que todos iam dormir, a história podia passar de dia, mas acho que a intenção seria para que o Doutor Olimpo desse o banho no Cascão sem que os pais vissem. No máximo, poderiam adaptar da mãe ir para rua enquanto a Limpilda arrumava a casa. 


É o verdadeiro Cascão fugindo do banho, enfrentando vilões querendo dar banho nele, teve direito até de engenhocas no quarto prontas para emergências de alguém dar banho nele e a apologia de sujeira, com Cascão adorando o quarto que nem chiqueiro. Assim que eram boas as histórias dele, hoje é tudo oposto a isso, quase nem tem histórias com banho e ele ainda fica aderindo à limpeza. Incorreta também a intenção do Chovinista dormir na cama com ele, não pode bichos dormir na cama dos seus donos, ainda mais um porco sujo e também a palavra "droga!", abolida nos gibis atuais.


O Doutor Olimpo apareceu em 2 histórias da Editora Abril em 1976, em 'Cebolinha Nº 42' e 'Nº 46', e depois retornou de forma fixa quando o Cascão ganhou gibi próprio a partir de 'Cascão Nº 10' de 1982, como um cientista que queria dar banho no Cascão a todo custo. Enquanto que com Cremilda e Clotilde, Cascão não sabia que elas desejavam dar banho nele, com o Doutor Olimpo sabia muito bem e até o chamava de arqui-inimigo, tudo para diferenciar os vilões. O ajudante do Doutor Olimpo não tinha traços e nomes fixo, em 1976 era chamado de José e nessa história apareceu como James, só a partir dos anos 1990 que ele passou a ter traços definitivos e nome Sapóleo como fixo.

Os traços muito bons, ainda na transição da fase consagrada a partir de 1985, e, com isso, com os personagens com as bochechas mais curvadas. A casa do Cascão teve dois andares nessa história. O normal é ter só  um andar, mas as vezes roteirista mudavam isso quando achava que seria melhor para o roteiro. A palavra "arqui-inimigo" na história era escrita "arquiinimigo" na época e foi mudada com acréscimo de hífen na nova reforma ortográfica de 2009. Então, o correto é "arqui-inimigo" e na postagem eu preferi colocar a grafia atual no título também.


O gibi teve propaganda inserida do achocolatado "Toddy" na 3ª página da história (página 5 do gibi), o que era bem comum na época, mas dessa vez, ao invés de ser ocupando quadrinhos no final de cada página da história, acabou sendo nas laterais das páginas. Onde pudesse ter anúncio, eles colocavam.

quarta-feira, 13 de maio de 2020

Os 50 anos da Revista da Mônica


A revista 'Mônica' está comemorando a marca histórica de 50 anos de gibis ininterruptos no Brasil. Nessa postagem mostro como foi a trajetória e curiosidades da revista da Mônica ao longo dos seus 50 anos de gibis e também como foi a revista "Nº 1" da Editora Abril.

O Mauricio de Sousa teve uma experiência  com o gibi do Bidu pela Editora Continental entre 1960 e 1961, só que por fata de tempo de criar histórias e poucas vendagens acabou o título sendo cancelado com apenas 8 edições. Durante os anos 1960, ele passou a criar novos personagens e divulgá-los em tiras e tabloides de jornais e com os mesmos já conhecidos, inclusive, já terem feito até propagandas de TV, Mauricio resolve arriscar de novo em revistas em quadrinhos em 1970. Resolve criar a Revista 'Mônica', personagem inspirada na sua filha em 1963 e já bem popular com o grande público. Assim, em maio de 1970 chegava às bancas a 'Mônica Nº 1' pela Editora Abril e todo em cores (era uma novidade, pois os gibis até os anos 1960 eram em preto e branco). A primeira propaganda da revista da Mônica anunciada em outros gibis da Editora Abril foi essa.

Primeira propaganda do gibi da Mônica que circulava nos outros gibis da Editora Abril (1970)

A revista sempre foi mensal e nesses 50 anos passou por 3 editoras diferentes: Abril, Globo e Panini, totalizando 607 edições até nesse mês de maio de 2020, somando as 3 editoras. A cada troca de editora, a numeração foi reiniciada. Na Editora Abril foi até ao "Nº 200" em dezembro de 1986. A partir de janeiro de 1987 se mudaram para a Editora Globo, durando 246 edições. Curioso foi que entre os anos 1997 a 2002, a revista teve 13 edições por ano, ao invés de 12, e, assim, acabou tendo 246 edições ao invés de 240, pois a revista ficou exatos 20 anos na Globo. Desde janeiro de 2007 está na Editora Panini, sendo que quando chegou a edição "Nº 100", em abril de 2015, resolveram iniciar numeração novamente na mesma editora, algo inédito até então, porque a MSP acha que cada geração de leitores deve ter uma edição "Nº 1" na sua coleção. 

Propaganda do gibi da Mônica que circulava nos outros gibis da Editora Abril (1971)

As capas sempre prevaleceram piadinhas com as características dos personagens, e de vez em quando algumas com referência à história de abertura quando elas eram importantes. Quando mudaram para a Editora Panini, todas as capas passaram fazer exclusivamente alusão á história de abertura, a partir da edição "Nº 3", de março de 2007, deixando de lado as piadinhas e  passaram a ter efeitos de sombra e luz para modernizar. 

O logotipo nunca mudou messes 50 anos, porém a partir da edição "Nº 200" de fevereiro de 2003 da Globo, os logotipos sofreram adaptação, ajustando o rosto da personagem ao lado do logotipo como uma forma de melhor identificação dos personagens nas bancas. Na 1ª série da Panini, mudaram os desenhos colocando também braços das personagens e na 2ª série a partir de 2015 o logotipo voltou a atingir a largura inteira dos gibis e colocam uma imagem da personagem de corpo inteiro já existente de revistas anteriores e em miniatura.

Propaganda do gibi da Mônica que circulava nos outros gibis da Editora Abril (1972)

Em relação a formato da revista, até a edição "Nº 117" da Editora Abril, de janeiro de 1980, tinha um formato maior na altura, medindo 13,5 X 20,5 cm, formato canoa e 68 páginas. A partir da edição "Nº 118", de fevereiro de 1980, o formato passou a medir 13,5 x 19 cm, seguindo a padronização de todos os gibis em circulação no Brasil, tanto os da Editora Abril quanto de outras editoras naquele mês. A partir da edição 'Nº 149', de setembro de 1982, passou a ter 84 páginas e formato lombada medindo 13,5 X 19 cm e continua assim até hoje. A edição "Nº 120", de 1980, teve lombada também, mas foi por causa que teve junto o relançamento de Mônica "Nº 1" em comemoração aos 10 anos da revista até então.

Capas "Nº 1": Abril (1970), Globo (1987), Panini (2007), Panini (2015)

Quando passou a ter 84 páginas na Editora Abril, a revista teve uma série de seções que ajudaram a incrementar o gibi e uma forma de não ter maior número de páginas com histórias apesar de mais páginas nos gibis. Além de passatempos e a seção de cartas "Vamos bater m papo?", que tinha desde 1975, a partir da edição "Nº 149", passou a ter as seções "Horóscopo da Mônica", contos "Mundo encantado dos animais" e "É fácil desenhar" que eram bem criativos e melhoraram ainda mais os gibis dos anos 1980. Quando foram para a Globo, essas seções foram extintas, ficando só as seções de cartas, renomeadas para "Mônica dá o recado", aí sim fazendo jus ao número maior de páginas com  histórias em cada gibi e segue assim até hoje. Na Editora Abril também foi marcada por brindes, como cartões, agendas, marcadores de livro, papéis de cartas, entre outros, que incrementavam mais as revista, Depois na Globo e Panini isso foram raros de acontecer.

Capas Nº 100: Abril (1978), Globo (1995), Panini (2015); Nº 200: Abril (1986), Globo (2003)

A revista também muitas vezes foi porta de entrada  para lançamentos de personagens novos, algumas vezes com chamadas na capa ou apenas estreando mesmo sem alarde. A MSP fazia questão de estrearem nos gibis da Mônica. Alguns deles foram Nimbus, Do Contra (MN # 92, de 1994), Marina (MN #97, de 1995), Luca (MN # 221, de 2004), Dorinha (MN # 222, de 2004), Doutor Spam (MN # 233, de 2005), entre outros. Curiosidade que a Tia Nena fizeram questão  de estrearem no gibi da 'Mônica Nº 26', de 1989, ao invés de gibi da Magali, para ver o potencial da revista da Mônica.

Os traços nas primeiras edições eram bem primários, desenhados só pelo Mauricio de Sousa, com personagens com bochechas pontiagudas e ao longo dos anos o público pôde acompanhar todas as evoluções de traços bem gradual, a ponto dos leitores nem perceberem que estavam sendo mudados os desenhos e já estavam bem diferentes no final dos anos 1970 e foram mudando ainda mais gradativo até chegar a fase consagrada dos anos 1980 e 1990. Apesar de manterem a base dos traços, ultimamente já encontra diferenças, deixando tudo digital e bem artificial, com desenhos sem vida e parecendo carimbo.

Algumas capas da Editora Abril

Em relação a histórias, a revista sempre englobou histórias de todos os seus núcleos de personagens criados até então, não são só histórias da Mônica, mas tendo mais destaque com as histórias dela. Histórias da Mônica foram focadas em mostrar absurdos da sua super força, saber qual o segredo dessa força, planos infalíveis do Cebolinha e outros meninos para derrotá-la e se tornarem os donos da rua, piadas sobre ela ser gorda, dentuça e baixinha, já que os meninos viviam a xingando assim, além de aventuras de contos de fadas, enfrentando vilões, cientistas malucos, monstros, extraterrestres, típicos em gibis infantis. E tudo intercalado com histórias de outros personagens, tanto histórias com personagens do seu núcleo como Cebolinha, Cascão, Titi, Jeremias, etc, assim como secundários como Turma da Mata, Tina, Penadinho, Chico Bento, Astronauta, entre outros.

Capas de edições especiais da Editora Abril

Nos primeiros números, a gente via uma linguagem bem culta nas histórias, empregos corretos de próclises, ênclises, etc, palavras mais difíceis, sempre quando precisavam colocar um termo mais informal, colocavam palavras entre aspas, e ao longo dos anos deixaram uma linguagem mais informal para se tornar mais agradável a leitura. Fora que nesses 50 anos, ainda teve duas reformas ortográficas, as de 1971 e de 2009, mudando a grafias da palavras como "êle", "êste","esfôrco", etc (reforma 1971) e outras como "para", "feiura", "autorretrato", etc (reforma 2009).

Algumas capas da Editora Globo

Também acompanhamos todas as evoluções de gírias em cada década, de comportamentos sociais, de culturas no cenário musical, artístico, brinquedos, moda, até evoluções das moedas e preços nas capas são interessantes observar, até chegar a inclusão digital nos dias de hoje. É que a MSP sempre teve preocupação em adaptar as histórias ao que acontecia na atualidade. Para ter uma ideia, até roupas e cabelos de personagens secundários e figurantes eram adaptados a cada década, mas os personagens principais seguiram com o seu estilo de roupa como foram criados já que eram as suas marcas registradas. 

O ponto negativo é que as personalidades das personagens também foram mudadas durante a trajetória, em especial a Mônica, a gente via que era bem esquentada, dava surra nos outros sempre que provocavam, seja quem quer que fosse, e agora está bem mais calma, quase não aparece ela batendo nem nos meninos, no máximo terminando histórias só correndo atrás deles sem mostrar sendo surrados, isso quando eles a provocam. Tudo para atender ao politicamente correto que predomina mundialmente nos últimos anos.

Capas de edições especiais da Panini

Sobre a edição "Nº 1", foram 6 histórias no total, ainda com grafia antiga antes da reforma ortográfica de 1971, com Cebolinha trocando as letras aparecendo entre aspas e quando precisavam colocar uma expressão informal, contra a norma culta da Língua Portuguesa, colocavam entre aspas também. E bem comum também ver personagens falando com boca fechada. A capa com a Mônica levantando o carrinho do Cebolinha para uma tartaruga passar. Depois chegaram a fazer releituras dessa capa em edições da Panini.

Abre com a clássica "Mônica é daltônica?" em que o os meninos criam um plano infalível inventando que estão com roupas de cores diferentes para a Mônica pensar que é daltônica e não possa exercer o cargo de dona da rua. Para não piorar a visão, Mônica teria que não fazer esforço e nem expressar sentimentos. No final, acaba ela descobrindo que era plano ao ouvir o Cebolinha dizendo que a camisa dele era verde, dá surra em todos e faz com que eles provem que ela está enxergando tudo com as cores normais. 

Vale destacar que quem bolava os planos nos primórdios era o Zé Luís, tinham até um clubinho para se reunirem e mostrava dando soco de forma explícita, sem onomatopeia. Com o passar dos anos preferiram colocar onomatopeia "POF" no momento em que ela batia nos meninos e depois apareciam surrados. Presença também do Manezinho, que era bem frequente, depois se tornou personagem esquecido muitos anos e hoje aparece de vez em quando.

Trecho da HQ "Mônica é daltônica?"

Em "O cachorro falante", com  8 páginas, um mágico tenta fazer o Bidu falar, mas ao Franjinha dar uma pedrada na cabeça no mágico bem na hora que ele estava fazendo a mágica, faz cm que ele troque de lugar com o Bidu, e, assim, o mágico fica no corpo do Bidu e o Bidu fica no corpo do mágico, dando muita confusão, com todos pensando que era o Bidu falando. Essa história teve roteiro original do gibi do Bidu N º 1 da Editora Continental, 1960, e aí foi redesenhada e colorida para sair nesse gibi da Mônica. Presnça também do Manezinho na história.

Trecho da HQ "O cachorro falante"

Em "O amor da Rita", com 7 páginas,  conhecemos a Rita Najura, formiga que era apaixonada pelo elefante Jotalhão, mas ele não dava nenhuma bola para ela. Enquanto isso, o formiga Saulvo era apaixonado pela Rita e ela nem dava confiança para ele. Saulvo tenta falar com Jotalhão para não namorar a Rita, mas Jotalhão fala que nunca teve nada com ela, impossível elefante namorar uma formiga e não é o tipo dele. Rita ouve tudo, fica decepcionada ao ouvir aquilo do Jotalhão e aceita Saulvo namorá-la, mas na condição de ele se fantasiar como elefante verde para se sentir mais tranquila. História mais de apresentação do personagens desse núcleo, com o tempo a Rita Najura foi investindo em planos para tentar conquistar o Jotalhão, sempre em vão, e o Saulvo voltou a aparecer esporadicamente outras vezes, hoje é considerado um personagem esquecido.

Trecho da HQ "O amor da Rita"

Em "O Soro da invisibiidade", de 11 páginas, Cebolinha toma uma fórmula de um cientista que encontrou no chão e acaba ficando invisível. Cascão se assusta com a situação e depois o Cebolinha volta ao normal aos poucos, primeiro só a cabeça, dando muita confusão para ele e no final volta ao normal por completo, só que pelado, constrangendo Mônica e Magali. Essa história foi uma série de tirinhas que juntas formavam um  história, aí a cada metade de página formava uma piada diferente. Destaque de Xaveco ter nome escrito como "Chaveco", o barbeiro que aparece é o Seu Antônio, pai do Mauricio de Sousa, e essa história virou desenho animado anos depois.

Trecho da HQ "O soro da invisibilidade"

Na história do Raposão, "A corrida",  de 7 páginas, mostra uma paródia da fábula da corrida da Lebre e a Tartaruga, sendo que  o Coelho Caolho era a lebre, Tarugo era a tartaruga e e Raposão, o juiz da corrida. Eles disputam corrida e acaba o Tarugo ganhando no final, pois Raposão interpreta que quando Coelho Caolho declarou que ganhava corrida quem chegasse mais cedo, o Coelho Caolho chegou as 6 da tarde e o Tarugo às 6 da manhã. Participação de personagens Tuta Tatu e Mico Lino, hoje ambos no limbo dos personagens esquecidos.

Trecho da HQ "A corrida"

Termina com a clássica "Cascão não quer sabão", de 12 páginas, em que o roteiro tem 2 fases interligadas. As 3 primeiras páginas da história é a Mônica implicando com o mau cheiro do Cascão e fazendo de tudo para que ele tome banho, só que em vão, com direito até Cascão bater nela para não tomar banho. Depois, o Cascão é desafiado por um patrocinador para fazer propaganda de sabonete e teria que tomar banho 90 vezes com a marca de sabonete. Cascão só aceita porque usaria um creme impermeabilizante do Franjinha que não deixava a água passar no corpo, mas ainda surgia medo no Cascão de ver a água o atingindo. Mesmo a Mônica dando vários socos no Cascão para ele não vê a água caindo do chuveiro, ele gasta o sabonete mesmo é fazendo bolinhas de sabão escondido enquanto fingia tomar banho com o chuveiro ligado.

As 3 primeiras páginas da Mônica implicando com o mau cheiro do Cascão  são do estilo de tirinhas adaptadas em uma história, com metade da página formando uma piada. Na fase do Cascão ter que tomar banho com sabonete, o patrocinador seria o Silvio Santos e foi a primeira vez que apareceu o Franjinha como cientista e criando invenções em seu laboratório, sendo que essa ideia era usada raramente e ficou mais frequente a partir de 1973. Davam preferência de histórias do Franjinha com  Bidu ou interagindo normal com a turma.

Trecho da HQ "Cascão não quer sabão"

Um gibi histórico com história muito boas. Dá pra ver que preferiram histórias mais longas nessa edição e deram preferência a uma mistura de personagens como Turma da Mata, Bidu, Cebolinha e Cascão. História da Mônica mesmo foi mais a de abertura e também com participação maior na última, já que esta prevalece mais como história do Cascão. Pelo visto foi para o púbico conhecer melhor os diferentes universos do Mauricio. Atualmente essa edição "Nº 1" é muito rara e colecionadores pagam uma fortuna pela Nº 1 original. Para se ter uma ideia na "Comic Con" de 2019, estavam vendendo por lá por quinhentos Reais e ainda pode até ser considerado barato porque podem  encontrar essa revista cobrando mil Reais. 

Teve depois mais 3 relançamentos. A primeira foi em 1980 como parte integrante da edição "Nº 120" da Editora Abril em comemoração ao 10 anos da revista até então. A edição teve lombada com 132 páginas, sendo a metade do gibi com histórias inéditas e no final a reedição da "Nº 1" sem as propagandas originais, mostrando só as histórias na íntegra. Depois foi lançado um livro em 2002 pela Editora Globo, disponível em livrarias. Esse foi o mais fiel com as cores originais, todos o erros de cores e mostrou as propagandas internas originais. De diferente da original é que teve lombada, capa cartonada e o papel interno foi do tipo couché ao invés de papel tradicional de gibi. E em 2007 relançaram como parte integrante da "Turma da Mônica Coleção Histórica", junto com as outras "Nº 1" de outros personagens, sendo que sem as propagandas originais e no lugar colocaram comentários do roteirista Paulo Back e corrigindo erros de cores originais.

"Nº 1" (1970) e reedições: Abril (1980), Globo (2002) e Coleção Histórica Panini (2007) 

A revista 'Mônica' chega aos 50 anos em 2020 sem edição comemorativa para a data. A edição atual "Nº 61" passou a data em branco, eu pensava que a Panini teria interesse de fazer essa edição especial. pelo menos podia ter uma capa comemorativa e um frontispício original ou um selo na capa, só que seguiu tudo normal, uma edição comum.

Sem dúvida uma marca histórica que a revista 'Mônica' atingiu, não é qualquer um que consegue ter 50 anos de gibis ininterruptos em circulação. Com o sucesso e aumento de equipe foi a porta de entrada para criarem gibis de outros personagens que também tinham potencial para estrelarem gibis. Tiveram muitas histórias e momentos inesquecíveis nesse meio século que sempre vão ser lembrados pelos fãs. Pena que a qualidade decaiu por causa do politicamente correto, mas os momentos bons prevalecem e tem todo um valor histórico sobretudo as edições dos anos 1970.Vida longa á revista da Mônica.

Termino mostrando as capas de maio a cada 10 anos, quando a revista estreou e quando completou 10, 20, 30, 40 e 50 anos, nos anos de 1970 a 2020, respectivamente. Ficou interessante e até uma forma de comparar quais as melhores e piores.

Capas de Maio: Abril: Nº 1 (1970), Nº 121 (1980); Globo: Nº 41 (1990). Nº 164 (2000); Panini: Nº 41 (2010), Nº 61 (2020)