segunda-feira, 29 de novembro de 2021

Cascão: HQ "O Pregador"


Em novembro de 1991, há exatos 30 anos, era lançada a história "O pregador" em que o Cascão se passa pelo ser "Pregador" para dar uma lição na turminha que estavam rindo dele de impressionado com o filme que viu. Com 12 páginas, foi história de abertura de 'Cascão Nº 127' (Ed. Globo, 1991).

Capa de 'Cascão Nº 127' (Ed. Globo, 1991)

Começa com Cascão se escondendo de algo com um guarda-chuva, correndo de árvore para muro, de muro para pedra, cheio de medo. Cebolinha estranha e pergunta se tudo aquilo era medo de chuva. Cascão diz que não está fugindo da chuva e nem da Mônica, e, sim, de algo bem pior e admira ver Cebolinha tranquilo, dando sopa e que ele pode pegá-lo a qualquer momento.


Cebolinha pergunta de quem está falando e Cascão fala que é do "Pregador", um ser horrível de outro planeta que veio para Terra caçar gente. Ele tem truque de ficar invisível, se confunde com a paisagem e pode estar em qualquer lugar. Depois que ataca a vítima, ele as pendura com pregador, o que lhe dá arrepio.


Ao saber que o Cascão tirou essa ideia vendo o filme "O Pregador II" no cinema, Cebolinha dá gargalhada da ingenuidade do Cascão pensando que o filme era real e ele diz que só um bobão como Cascão para acreditar nessas besteiras. Chega Mônica e Magali e ao descobrirem a história, também dão gargalhadas do Cascão e chamam de tolinho. Ele fala que todos são bobões, podem rir e depois não digam que ele avisou. 


Ele vai embora e sozinho comenta a si mesmo que se eles tiverem razão, seria um alívio, só que a turma vai rir a vida inteira dele e acha que é melhor ficar um tempo sem sair de casa. Nessa hora, ele tropeça numa pedra e cai na lama, ficando todo coberto de lama. Passam dois homens, um deles esbarra no Cascão por não ter visto por causa da lama o ter confundido com a paisagem. Cascão gosta de saber e resolve fazer um plano contra a turma, se passando pelo Pregador e dar susto neles.


Depois, Cebolinha está na rua, não conseguindo parar de rir do Cascão e vê um cartaz em uma árvore assinado pelo Pregador, dizendo que os mortais tomarem cuidado, o destino deles estão selados. Mônica e Magali falam que tem cartaz por todo canto e Cebolinha diz que é armação do Cascão para assustá-los. 


Cascão está atrás da árvore, disfarçado, e pendura um pregador na orelha do Cebolinha, que grita e fala que foi um engraçadinho que colocou e ao mesmo tempo, Mônica e Magali sentem um ventinho quando Cascão passa e também coloca pregadores no nariz e na bunda delas.


Magali acha que o Pregador existe e eles vão até à casa do Cascão para confirmar, Chegando lá, veem de longe uma sombra do Cascão pela janela. Acham que ele está em casa e já ficam com mesmo, mas era um arranjo com melancias, maçã e folha imitando que era ele quem avista de longe do lado de fora da casa.


Os três ficam juntos para se protegerem e Cascão resolve fazer seu golpe de misericórdia atacando vários pregadores em cima deles. A turma fica desesperada com o Pregador querer pegá-los e pedem socorro. Como era invisível, eles se defendem batendo em toda parte, uma hora eles acertariam, causando gargalhada no Cascão, achando palhaços com o mico deles.

A turma corre do Pregador  e ele vai atrás jogando pregadores neles. Se escondem em casa e com o Cascão lá dentro, eles passam a enxergá-lo. Cascão acha impossível por ele estar camuflado. Mônica dá uma coelhada na cabeça do Cascão, a crosta de lama se quebra e é revelada a sua identidade. Mônica diz que o disfarce não funciona dentro de casa. No final, a turma pendura o Cascão no varal com pregador, ele manda tirá-lo de lá e Mônica diz que ele tem razão de ter medo do Pregador.

Muito engraçada essa história, o Cascão fica impressionado com o filme do Pregador que tinha visto e pensava que era verdade que ia atacar. Como a turma zomba dele, ele faz um plano infalível para dar uma lição na turma, após se sujar com a lama, mas não conta que dentro de casa ele ficava visível, acabando se dando mal, pendurado no varal, o que lhe dava mais arrepio.

Foi legal ver o Cascão com medo, a turma rindo dele e depois eles passarem a acreditar que o Pregador existia. Boa sacada do  Cascão de ele ter criado uma cabeça com melancias em casa, mas se eles batessem na casa dele, iam descobrir a farsa. Plano infalível foi do Cascão, cada personagem bolava bem de acordo com seus interesses. História foi inspirada no filme "O Predador", um clássico do cinema, mas com sinopse adaptada para a Turma da Mônica.

Ficou a dúvida de qual casa foram no final, mas dá pra entender que seja da Mônica, por ser a primeira a entrar. Ao apanhar da Mônica, Cascão não ficou com machucados no rosto porque a crosta grossa de lama o protegeu, só fez rachar com a coelhada da Mônica. Incorreta por ter referência a filme de terror nesse nível em gibi infantil violência e, principalmente, Cascão se sujar em uma lama e ainda gostar e sofrer bullying dos amigos.

Traços muito bons, com direito a curvas nos olhos sem serem pintados com fundo branco demonstrando os personagens extremamente brabos ou tristes, bem frequente nos gibis daquela época. Só não gostei das cores escuras já como iam deixar em 1992 e que iam piorar as cores. Personagens falando sozinho sempre como malucos ficam engraçados também. Muito bom relembrar essa história há exatos 30 anos.

quinta-feira, 25 de novembro de 2021

HQ "A festa do Cascão"


Dia de 25 de novembro é aniversário do Cascão. Em homenagem, mostro uma história em que os pais do Cascão estavam sem condições financeiras para bancar uma festa de aniversário para o filho e tiveram que improvisar. Com 11 páginas, foi história de abertura de 'Cascão Nº 205' (Ed. Globo, 1994).

Capa de 'Cascão Nº 205' (Ed, Globo, 1994)

Nela, Cascão chega em casa e diz para a sua mãe que já convidou todo mundo para a sua festa de aniversário, mostrando na folhinha que falta uma semana. Dona Lurdinha tenta contar para o filho que neste ano as coisas andam difíceis e estavam pensando em não dar festa, mas desiste de contar e pergunta quantas pessoas o Cascão convidou e ele conta que foi pouca gente, só umas 50.

Dona Lurdinha corre para avisar ao Seu Antenor que o Cascão inventou de convidar todo mundo para festa de aniversário dele, logo quando estavam sem dinheiro e Seu Atenor vai conversar com o filho para tirar a ideia da cabeça dele. No quarto, Cascão pergunta ao pai qual das roupas era melhor para usar no dia da festa porque quer ficar bem bonito no dia. Seu Antenor pede licença e vai falar com a esposa, que vão ter que fazer a festa para não desapontar o Cascão. Dona Lurdinha pergunta como vão arrumar dinheiro e Seu Antenor diz que ele sabia desenhar bem e pode fazer a decoração e ela cozinha.

No dia seguinte, Seu Antenor vem da rua com o material para a decoração da festa. Cascão pergunta se vai colar cartolina em branco na parece e o pai diz que vai desenhar e conta que o pessoal do escritório encontrou balões, só que eram todos vermelhos e velhos, da inauguração da imobiliária que foi há 5 anos. Depois do jantar , ele começa a desenhar e comenta que era sopa de novo e Dona Lurdinha diz que está economizando para os ingredientes do bolo. Depois da janta, Seu Antenor tenta desenhar, mas estava com sono e acaba dormindo.

No outro dia, Seu Antenor começa a desenhar antes da janta. Cascão quer tema de super-heróis. O pai diz que sabe desenhar, mas a especialidade é patinhos. Ele desenha, só que bem feio, mas Cascão aceita para não desapontar o pai, diz que está ótimo e com uma pintura vai ficar o máximo. Assim, Seu Antenor desenha, Cascão pinta os heróis que ele desenhou e Dona Lurdinha recorta. Também ficam até tarde preparando chapeuzinhos de jornal e Dona Lurdinha enrolando docinhos às 3  horas da madrugada.

No dia da festa, acordam cedo e vão encher os balões, só que estouram por estarem velhos e o jeito é encher até a metade. Dona Lurdinha espreme os limões para a limonada enquanto Seu Antenor e Cascão penduram os enfeites na parede. Só que Cascão, logicamente, não lavou as mãos e suja toda a parede ao tocar com as mãos, precisando o pai limpar a parede.

Chegam os convidados da festa, todos curtem, com direito a menino em pé no sofá e outro com dor de barriga. Acham enfeites engraçados e ao saber que foi o pai do Cascão quem desenhou, Franjinha fala ao Seu Antenor que ensina a desenhar se quiser. Titi preferia refrigerante, mas só tinha limonada, mas não reclamam e acham gostosa e acham legal chapeuzinhos de jornal.

Um menino pergunta sobre a animação da festa como palhaço, mágico ou conjunto musical e Seu Antenor faz a animação e acham  o pai do Cascão muito engraçado. Depois, cantam Parabéns para o Cascão e na hora, com o calor, todos os balões estouram, dando susto no pessoal.

No final, todos se despedem, acham a festa bem original e os pais sentam no sofá exaustos. Dona Lurdinha diz que foi tudo bem simples e pergunta ao marido se a festa agradou. Cascão, todo contente, abraça os pais e agradece pela festa e quando ele está dormindo, Seu Antenor fala para a esposa que a festa foi um sucesso.

História muito legal com os pais do Cascão improvisando uma festa de aniversário para o filho mesmo sem ter muitos recursos financeiros só pra não tirar animação do Cascão. Conseguiram com o improviso de decoração de super-heróis desenhados em cartolina pelo Seu Antenor, balões velhos doados pela empresa dele, chapeuzinho de jornal, limonada no lugar do refrigerante, economia na comida comendo sopa todo dia para preparar bolo e docinhos. Tudo simples e ainda assim a festa fez grande sucesso, agradando os convidados e o Cascão, principalmente.

Foi legal ver a família toda reunida, por 1 semana empenhada com o preparo da festa, inclusive Cascão, sem reclamar e até gostando de ajudar. Foi bom também que as crianças acharam diferente, mas não acharam a festa ruim e nem ficaram criticando, só queriam curtir a festa.

Bonita mensagem de pais fazerem festa com o que eles podiam dar no seu orçamento para não deixar o filho triste e a gratidão do Cascão. A história provou que é possível criar uma festa de aniversário de sucesso para criança sem luxo, com pouco dinheiro e criatividade dá pra fazer. Foi tudo bem humilde e não deixou de ser uma grande festa. Serviu também como alternativas de inspiração para a vida real de pais que não tem dinheiro para bancar festa de aniversário para os filhos. 

O Cascão era considerado o mais pobrezinho da turma, já tiveram outras histórias com os pais com dificuldades financeiras e não é a toa que ele pegava coisas do lixo para construir seus próprios brinquedos. Gostava dessa diferenciação com a família do Cascão para mostrar que tem pessoas com menos condições financeiras e mesmo assim vai levando a vida numa boa.

Teve grande presença de personagens secundários, sem tanto os conhecidos da turminha. Interessante nas festas de aniversário da MSP que as crianças irem sozinhas sem nem os pais levarem, uma autonomia em tudo. Engraçado Cascão pedir para o pai escolher melhor roupa, só que eram iguais. Os personagens tinham guarda-roupa com várias peças da mesma roupa, por isso estão sempre se vestindo iguais. Descobrimos que o Seu Antenor trabalha em imobiliária.  E tempo que Cascão não lavava as mãos nem pra decorar a festa do seu aniversário, sujando parede e tudo, hoje ele lava as mãos tranquilamente.

Os traços ficaram bons, típicos dos anos 1990, com destaque a uma língua ocupando espaço maior na boca, que foi inspirado como era nos anos 1970. Só não gostei da Dona Lurdinha sem batom, eles deixavam as mães sem batom e sem lábios em algumas histórias dos anos 1990 quando queriam expressar mais humor nas histórias. Mesmo assim eu preferia as mães com batom e lábios. A Dona Lurdinha assim até lembrou um pouco como era na Editora Abril até em 1983, só que sem as sujeirinhas como do Cascão. Os pais dele também eram sujos como o filho, depois mudaram isso.

Essa foi primeira história de aniversário do Cascão desde que adotaram datas fixas de aniversário para os personagens. A partir daí, todo ano tem histórias de aniversário deles nos respectivos meses, no caso do Cascão, nos gibis de novembro de cada ano. E neste ano 2021, comemoramos aniversário de 60 anos do Cascão, criado em 1961 como o menino sujinho que nunca tomou banho, logo entrou no gosto popular e se tornou muito querido. Na sua trajetória, sempre se divertimos das formas que ele fugia do banho, muitas vezes bem absurdas. Com o tempo, com o politicamente correto o personagem se perdeu mais, adotaram outras características para ele para não ter mais apologia à sujeira. Não teve comemoração especial da MSP pelos seus anos 60 anos, nem história especial na sua revista mensal de novembro de 2021, mas aqui no Blog fica a lembrança e a homenagem nessa data tão importante e histórica para o Cascão.

FELIZ ANIVERSÁRIO, CASCÃO!!!!

segunda-feira, 22 de novembro de 2021

Capa da Semana: Chico Bento Nº 218

Era bem comum fazerem comparação do Chico Bento a um burro, até por ele tirar notas baixas na escola e ser lerdo e teimoso. Nessa capa, a trolagem foi do próprio burro Teobaldo, que fica atrás do espelho para deixá-lo com orelhas de burro. O Chico que gostou nem um pouco.

A capa dessa semana é de 'Chico Bento Nº 218' (Ed. Globo, Maio/ 1995).

sexta-feira, 19 de novembro de 2021

Bidu: HQ "Mas eu não posso!"


Compartilho uma história em que o Bidu teve que lidar com um imprevisto que o Manfredo causou na sua historinha. Com 4 páginas, foi publicada em 'Cascão Nº 7' (Ed. Abril, 1982).

Capa de 'Cascão N° 7' (Ed. Abril, 1982)

Bidu está pronto pra mais uma historinha de conversar com a Dona Pedra, quando vê o Manfredo sentado no cenário. Bidu pergunta o que ele está fazendo ali e Manfredo disfarça, falando que nada e  não vai atrapalhar. Bidu o manda sair de fininho porque todo mundo está olhando e como Manfredo diz que não pode, Bidu tenta dar uma força dando um chute nele.

Manfredo volta a dizer que não pode sair. Bidu diz que pode e tem mais força que ele, o puxa e vê que Manfredo derrubou café no carpete da historinha. Bidu, a princípio ri pensando que era outra coisa. O contrarregra pensa que Bidu não estava nervoso por ter manchado o carpete e Bidu emenda logo que está sim e pergunta como ele derrubou café.

Manfredo demonstra que estava segurando a xícara e notou uma coceira de pulga na cabeça, foi coçar e acaba e derrubando café de novo. Bidu fica furioso que o Manfredo sujou o carpete de novo, já querendo briga e comenta que a moça da limpeza quando vir vai comê-lo vivo e Manfredo emenda que ela tem mau gosto com cara de nojo.

Bidu ordena que o Manfredo limpe a sujeira. Ele tenta recortar o local manchado com tesoura. Bidu não deixa, falando que se fizer, ele quem vai recortar o Manfredo. Ele diz que nem está sujo de café. Bidu manda limpar com outra coisa. Manfredo não consegue limpar com água e sabão e resolve limpar com álcool. Só que ele acende fósforo, pega fogo no carpete, queimando deixando um buraco na historinha e ainda comemora que conseguiu limpar. Bidu fica furioso, bate no Manfredo e faz ele ficar sentado onde ele deixou queimado enquanto ele continua a historinha conversando com a Dona Árvore e Manfredo reclama que se Bidu queria que ele ficasse ali, por que fez ele ter todo aquele trabalhão.

Bem engraçada essa história, o Manfredo derruba acidentalmente café no carpete e tenta esconder do Bidu, mas ele descobre e manda limpar. Só que Manfredo acaba jogando álcool com fogo e queima tudo, estragando o carpete de vez. Mancha de café é difícil mesmo de tirar, mas ele foi burro de colocar álcool com fogo, não é possível que não sabia que era inflamável.

Vemos um Bidu bem irritado, sem paciência com as mazelas do Manfredo, até porque ele tinha medo da moça da limpeza dar bronca nele. Podia até ter demitido o Manfredo, mas preferiu só dar castigo de bater e deixar sentado no lugar do incêndio. Teve boas tiradas engraçadas como, por exemplo, Manfredo dizer que é mau gosto a faxineira comer Bidu vivo, recortar carpete no lugar da sujeira e tacar fogo pra limpar a sujeira. Incorreta pelas violências do Bidu, como tentativa de chute como fazia com o Bugu e bater no Manfredo no final, fora o mau exemplo de manipular álcool com fogo causando incêndio e risco de crianças imitarem a atitude.

Foi uma das primeiras histórias com o Manfredo, que estreou há 40 anos, em dezembro de 1981, na história "Tudo errado" de 'Cebolinha Nº 108' da Editora Abril. Ele foi criado pra repaginar as histórias do Bidu envolvendo metalinguagem, dar mais finalidade a mostrar os bastidores dos quadrinhos. Ele é um contrarregra atrapalhado, que monta cenários e também exerce função de diretor  das histórias do Bidu, que é o seu patrão. Até tinha as vezes metalinguagem do Bidu nos anos 1970, principalmente quando aparecia com o Bugu, mas com  Manfredo deu ideia maior de bastidores, mostrando erros nos cenários e até segredos dos quadrinhos, como nessa que vimos que a grama nas histórias do Bidu são carpetes imitando grama. Boa sacada. Para mim, as melhores histórias do Bidu eram as que tinham presença do Manfredo.

Os traços muito bons, típicos de histórias de miolo dos anos 1980. Foi republicada depois no 'Almanaque do Cascão Nº 6' (Ed. Globo, 1989). Termino mostrando a capa desse almanaque.

Capa de 'Almanaque do Cascão N° 6' (Ed. Globo, 1989)

segunda-feira, 15 de novembro de 2021

Cebolinha e Cascão: HQ "Duelo em quadrinhos"

Em novembro de 1991, há exatos 30 anos, foi lançada a história "Duelo em quadrinhos" em que Cebolinha e Cascão resolvem criar história em quadrinhos com seus personagens e competem qual delas é a melhor. Com 7 páginas, foi história de abertura de 'Cebolinha Nº 59' (Ed. Globo, 1991).

Capa de 'Cebolinha Nº 59' (Ed. Globo, 1991)

Nela, Cebolinha desenha e fala sons de briga e Cascão pergunta se ele está falando sozinho e em código. Cebolinha explica que está criando uma história em quadrinhos com o personagem super-herói dele, o Super-Hiperextra, o homem mais forte e poderoso do universo. Cascão pergunta se é mais forte que a Mônica e Cebolinha responde que mais que dez Mônicas. 


Cascão pergunta se pode brincar com ele e Cebolinha não aceita porque criar histórias em quadrinhos tem que ter muito talento e concentração e prefere fazer sozinho. Cascão pergunta o que ele está insinuando, Cebolinha disfarça e diz que deixa depois ele ler e Cascão vai embora.

Cebolinha continuando criando a história do herói enfrentando dinossauro e logo depois aparece Cascão com papéis e cria também o seu herói. Cebolinha o chama de invejoso e manda sair porque estava lá primeiro. Cascão fala que o campinho é público. Cebolinha diz que assim atrapalha a inspiração dele e Cascão fala que ele está com medo de a história ser melhor. Cebolinha diz que ninguém pode superar o Super-Hiperextra e Cascão diz que é porque ele não conhece o personagem dele. 

Assim, os dois ficam criando, cada um a sua história ao mesmo tempo e falando em voz alta, só que Cascão faz mistério de quem é o herói dele, atiçando curiosidade do Cebolinha. Ele não aguenta e pergunta quem é o herói e Cascão diz que é o Supermosca,  que tem 4 braços, visão de raio X, olhos na frente e na nuca e super-força. Cebolinha dá gargalhada, acha um herói ridículo e pergunta se foi inspirada nas mosquinhas que vivem atrás dele. Cascão diz que o herói dele é original e o do Cebolinha não tem nada de especial. Cebolinha diz que o dele dá de dez a zero no Moscão do Cascão e eles voltam a criar suas histórias.

Um provoca o outro disputando qual herói é mais invencível, como Supermosca derrotar 50 marcianos com um soco e o Super-Hiperextra derrotar 300 monstros só com um sopro. Cascão cria um arqui-inimigo do Supermosca, com cara de cebola, jeito de bobão e que fala "elado", um desastre ambulante, principalmente quando cria planos que não dão certo.

Cebolinha cria um vilão para o seu herói, um imundo malfeitor, o Cascão. Ele, então, cita nome também e o mal e debiloide Cebolinha volta a tacar e o Supermosca arranca os 5 fios de cabelo, deixando carequinha enquanto que Cebolinha mostra que o Super-Hiperextra atacou o malfeitor Cascão na água para limpá-lo de vez. Cascão  fica uma fera, manda Cebolinha retirar o que ele escreveu senão vai enfrentar o Supermosca pessoalmente e Cebolinha diz que não é páreo para o Super-Hiperextra.

Os meninos brigam, Mônica aparece pra separar os dois. Eles a chamam de dentuça e gorducha, mandam não intrometer porque são os heróis mais poderosos do universo. Mônica bate neles, falando que eles não tem direito de serem mal-educados. Assim, no final, os meninos deixam histórias de heróis lado e Cebolinha resolve fazer história do cachorrinho Bilu e o Cascão, do ursinho Peteca e sapo Sapeca, histórias infantis bem calmas e sem brigas. 

História bem divertida com Cebolinha e Cascão criando história em quadrinhos de super-heróis e disputam qual o herói é o melhor. Como Cebolinha não deixou Cascão brincar com ele, Cascão faz o seu personagem também e cada um quer a vantagem para o seu herói e acabam provocando um ao outro, chegando a colocar um e outro como vilões dos seus heróis, resultando em briga. Só sossegam com Mônica batendo neles depois de a terem xingado e resolvem fazer histórias infantis calmas para não ter briga e se convencendo que a Mônica é a mais poderosa do universo.

A história aborda crianças que gostam de desenhar, criar seus próprios personagens, só que com Cebolinha e Cascão só podia acabar em briga. Culpado foi Cebolinha que se deixasse o Cascão desenhar a história com ele, nada tinha acontecido.  Muito engraçada a discussão deles, o Cebolinha insinuar que Cascão não tem talento, o mistério do Cascão revelar seu herói e eles colocarem um ao outro como vilões. Os heróis criados pelos meninos foram bem criativos, principalmente o Cascão com o Supermosca que não podia deixar se ser, por ele só pensar em sujeira. 

História bem curtinha, mas repara que tem texto grande em cada balão, o que contribuiu. Hoje noto que colocam menos texto em cada balão, fazendo mais desenhos, para deixar as histórias longas nos gibis. Incorreta atualmente por haver inveja, discussão e briga, personagens aparecendo surrados e apanhando até 2 vezes, uma entre eles e depois da Mônica. Tudo incentiva violência e não é mais permitidos nos gibis de hoje.

Traços muitos bons, com direito a personagens com olhos curvados sem serem com fundo branco demonstrando raiva excessiva. como era de costume ter na época e que ficava muito legal assim. Pena as cores já ficarem escuras, porém ainda com tons pasteis, bem próximo como iam deixar em 1992.  Essa história depois virou desenho animado no filme "Video Gibi 2" de 1998, o que a deixa clássica. Só que teve várias adaptações no desenho, a começar com o nome do herói do Cebolinha passar a se chamar "Super Capitão Cebola". Nas propagandas inseridas na história, dessa vez foi na lateral direita da página e foi da geleia de mocotó "Inbasa". Muito bom relembrar essa história há exatos 30 anos.

quarta-feira, 10 de novembro de 2021

Pipa e Zecão: HQ "Soco de amor não dói"


Mostro uma história em que a Pipa deu um soco no Zecão e se desespera com o risco de perder o namorado. Com 9 páginas, foi publicada em 'Mônica Nº 19' (Ed. Globo, 1988).

Capa de 'Mônica Nº 19' (Ed. Globo, 1988)

Nela, Pipa comenta com Zecão que adora o Tulio Iglesios, é o cantor favorito dela. Zecão reclama que ele é derretido e metido a galã e e ela tem mau gosto. Pipa reclama como ousa criticá-la se ele gosta do Roberto Legal e ela não diz nada. Zecão fala que não poderia porque o Roberto Legal é muito legal.


Pipa chama o Zecão de chato por sempre discordar das coisas que ela gosta e Zecão diz que é melhor ser chato do que brega como ela. Pipa fica furiosa e dá um soco na cara do Zecão. Pipa se toca que bateu nele, diz que não queria, se descontrolou e pergunta se está doendo. Zecão diz que mordeu a língua, não deixa Pipa ver e vai embora.


Pipa faz escândalo e começa a chorar nos ombros do homem passava na rua, nos postes, falando que nunca vai perdoá-la, tudo por causa do Tulio Iglesios e diz que agora detesta o cantor. Passa a andar na rua sem rumo, na frente do trânsito com carros em movimento e risco de ser atropelada, se culpa que é uma boba e diz que em um homem não se bate nem com um martelo e se bate dizendo que foi uma estúpida.


Pipa chega em casa, chora muito e telefona para Tina. Ela atende  e ouve pipa contando tudo muito rápido e chorando ao mesmo tempo, com as lágrimas saindo em jato no lado da linha da Tina. Depois de falar mais devagar, Tina fica chocada que a Pipa deu um soco no Zecão, não devia ter feito isso e sugere pedir desculpas a ele. Pipa diz que não pode e já tentou e ele foi embora. Ela quer a Tina fale com Zecão por ela.


Tina diz que não quer se meter no assunto deles e Pipa implora porque ela não vai conseguir e a vida sem o Zecão é tão chata e começa a chorar. Tina vai até o Zecão, reclamando que a briga dos dois sempre sobra para ela e que o Zecão não devia ter implicado com a Pipa, sabendo que ela é sensível. 

Tina chega na casa do Zecão. já enquadra o chamando de monstro e o que ele fez com a pobrezinha da Pipa. Ele diz que Pipa bateu nele e Tina emenda que ele deve ter dado bom motivo pra isso, que é contra a violência, mas ele podia ser mais gentil com a Pipa e que agora ela está cheio de remorso, insegura e que ele devia pedir desculpas e ainda podia bater nele também, mas não vai porque é contra a violência. Tina vai embora esperando que eles façam as pazes.

Zecão vai à casa da Pipa, que fica envergonhada, sem saber como pedir desculpas a ele. Zecão diz que ele que tem que se desculpar porque não devia ter a irritado. ficou um pouco brabo, mas com vergonha também, se sentiu um bobão e chato após ela ter dado o soquinho e iria fazer as pazes mesmo se a Tina ter ido lá na casa dele.

No final, o casal se beija e Zecão dá um presente para a Pipa. Ela abre e vê que era luva de boxe. Ele diz que é para não desperdiçar o talento dela. Pipa corre atrás dele com as luvas na mão e bater nele enquanto ele diz que ela tem que ensiná-lo aquela de direita , que é de arrasar.

História muito boa com a Pipa louca perdendo a cabeça após mais uma discussão com o Zecão e dar soco nele. Fica com remorso e com chance de perder o namorado e restou a Tina o serviço de fazer com que eles façam as pazes. Mesmo voltando às boas no final, Zecão não perdeu a oportunidade de zoar a Pipa lhe dando um par de luvas de boxe pra treinar o talento de nocautear.

Pipa brigava sempre por motivos banais, dessa vez por discordância de gostos musicais, ela por gostar do Tuio Iglesios e ele por gostar do Roberto Legal. Fica a discussão quem tinha razão ou errado na história já que a Pipa deu o soco no Zecão, mas ela fez foi revidar a provocação dele. O ideal seria ele ficar calado e ignorar quando ela falava do Tulio Iglesios, mas ficou com ciúme e acabou levando soco. Ele tem que aprender que gosto musical não se discute.

Foi divertido ver o Zecão levando soco, a Pipa descontrolada após achar que perdeu namorado a ponto de chorar no ombro do homem e até ser quase atropelada, fazer queixa com a Tina, sair lágrimas da Pipa no telefone da Tina, a bronca da Tina no Zecão e ele dar luva de boxe no final trolando a namorada.

Percebe também que Pipa, além de ciúme doentio, tinha também uma paixão doentia, não aceitar ser abandonada pelo Zecão, o que sempre se dava mal nisso. Se Tina não resolvesse, Pipa seria capaz de suicídio se ficar sem Zecão, ficando de entender quando falou que a vida sem Zecão é muito chata. Era caso pra se tratar com psiquiatra. História impublicável atualmente por, além envolver namoro e paixão doentia assim, ter também violência física com soco explícito ainda por cima, nem colocarem onomatopeia no lugar.  Ainda seria pior se fosse o contrário, se Zecão tivesse batido na Pipa.  E hoje evitam também absurdos como telefone sair lágrimas do outro lado da linha, o que é uma pena também por se tornar engraçado.

O telefone eles colocariam hoje um celular para ficar mais atual. Os cantores parodiados foram Julio Iglesias e Roberto Leal. A MSP sempre procuram parodiar artistas que estavam em evidência em sua época e que continuam até hoje. 

Os traços muito bons, típicos dos anos 1980. A Tina apareceu sem óculos enquanto estava em casa para variar um pouco, como se precisasse usar óculos só na rua ou então tinha tirado um momento breve e já ia colocar quando a Pipa chamou no telefone. Tanto que depois que foi na casa do Zecão, ela colocou óculos normalmente. A Tina nas histórias dos anos 1980 aparecia mais para conciliar o namoro dos seus amigos e dar conselhos, ficando bem claro nessa história. Eles brigavam e Tina que tinha que resolver. A partir dos anos 1990 mudaram isso e eles próprios que resolviam as suas brigas, deixando a Tina com tramas próprias.