sexta-feira, 31 de janeiro de 2020

Capa da Semana: Cascão Nº 153

Uma capa com o Cascão no deserto surfando nas areias formando onda, como se tivesse no mar da praia. Como ele não suporta praia, o jeito é surfar no deserto bem quente. Até o urubu gostou. Muito criativa.

A capa dessa semana é de 'Cascão Nº 153' (Ed. Globo, Dezembro/ 1992).


segunda-feira, 27 de janeiro de 2020

Astronauta: HQ "Antes só do que mal-acompanhado"


Mostro uma história em que o Astronauta teve que enfrentar um extraterrestre bandido que se passou por cachorro para fugir da prisão. Com 6 páginas, foi pulicada originalmente em 'Mônica Nº 186 (Ed. Abril, 1985) e republicada em 'Almanaque da Mônica Nº 36' (Ed. Globo, 1993).

Capa de 'Almanaque da Mônica Nº 36' (Ed. Globo, 1993)

Mostra o Astronauta com solidão no espaço sideral, lembrando dos seus amigos, da sua namorada Ritinha e da vida na fazenda, quando de repente se depara com um cachorro espacial abandonado em um planeta. Astronauta acha bem dócil, leva o cachorro para sua nave para fazer companhia, dá comida e arruma um cantinho para ele dormir. Depois que sai para ter uma soneca também, o cachorro se transforma em sua forma real de extraterrestre e captura o Astronauta, que estranha o ET lá dentro da nave. 


Ele se apresenta como Bargow, do planeta Orbow, que durante muitos anos foi considerado o maior vilão do espaço, assaltou todos os bancos de todos os planetas, mas um dia foi capturado por uma policial, aproveitando que seu ponto fraco era mulheres bonitas. Foi condenado a viver o resto da vida em um planetoide até que avistou o Astronauta e leu os pensamentos dele de solidão e se transformou em um cachorro, já que os habitantes do planeta Erbow são camaleões.


Com isso, Bargow deixa o Astronauta no planeta prisão para cumprir a pena no lugar dele. Só que Astronauta tem pensamento de um tesouro. Bargow lê o pensamento dele e exige que fale onde tá o tesouro. Astronauta fala que não tem nenhum e, assim, Bargow o leva para a nave para mostrar onde está. Astronauta pensa que tem tesouro em um esconderijo secreto, que era só apertar um botão. Quando Bargow aperta, leva um soco de uma aparelhagem de luva de boxe que o Astronauta tinha colocado na nave.


Astronauta se desamarra com outra aparelhagem com tesoura e se orgulha que sua nave é cheia de truques. Ele prende Bargow e o leva até o planeta-prisão que ele estava. No final, Astronauta comenta que tem que ter cuidado, pois tem vários planetas-prisões naquela região e vai sobrevoando com sua solidão e lembranças, quando de repente se depara com uma mulher perdida em outro planeta, dando a entender que é golpe e vai acontecer tudo de novo. 


Uma aventura bem legal, o alienígena bandido se aproveitou da solidão do Astronauta e do dom de ler pensamentos e de ser camaleão se transformando em outras coisas para virar um cachorro e poder fugir da prisão. Ele passou sufoco por causa da sua solidão, um tema muito abordado em suas histórias antigas. Tanto o Astronauta sofreu por conta do extraterrestre ter se aproveitado da sua solidão, assim como o Astronauta se livrou do ET por causa da sua fraqueza por dinheiro. Com isso,  a história deixa a mensagem de ficar atento às pessoas, não deixarem se aproveitar de você ao saberem de suas fraquezas.


Boa ideia de mostrar que as prisões de extraterrestres bandidos eram em planetas prisões, ficando lá solitários a vida toda. Legal ver a nave equipada do Astronauta, pronta para enfrentar qualquer perigo inesperado. Final ficou aberto para os leitores imaginarem como seria a sequência após. Sabe-se que a mulher que ele encontrou era outro bandido, mas o leitor imaginaria como ele ia se sair dessa de novo. Era muito comum finais abertos assim, principalmente nos gibis da Editora Abril. Impublicável hoje em dia por conta do alienígena ser bandido, coisa inaceitável nos gibis atuais.


Os traços muito bons, bem típicos dos anos 80, o universo espacial, a noite muito bem desenhado. Era bom os pensamentos com cores diferentes, com tons azulados e brancos, eu gostava dos pensamentos com cores assim para diferenciar que era algo passado, fora da realidade atual. E dessa vez a história do Astronauta teve título, coisa bem rara na época. Atualmente até que colocam títulos nas suas histórias novas. 

quinta-feira, 23 de janeiro de 2020

Magali: HQ "A mosca"

Em janeiro de 1990, há exatos 30 anos, foi lançada a história "A mosca" em que a Magali troca de corpo com uma mosca causando muita confusão. Com 16 páginas, foi publicada em 'Magali Nº 16' (Ed. Globo, 1990).

Capa de 'Magali Nº 16' (Ed. Globo, 1990)

Começa com a Magali e sua mãe, Dona Lili, saindo do restaurante, com Magali perguntando se o pai, Seu Carlito, não ia com elas e a mãe diz que ele ficou lá lavando pratos do restaurante porque a Magali comeu mais do que eles podiam pagar e lembra que ainda avançou nos pratos dos outros clientes e fala que ela precisa controlar o apetite senão vai levar os pais á falência.


Magali não entra em casa e fica na rua mais um pouco para brincar e, com vergonha pelo que fez, decide que vai aprender a se controlar na fome, comendo só o necessário e resolve comer 12 cachorros-quentes, se sentindo bem que os pais vão se orgulhar dela. Só que depois de comer, se dá conta que foram 12 cachorros-quentes e chora na árvore se sentindo uma fracassada.


Franjinha aparece e pergunta o que aconteceu. Magali diz que está triste porque não consegue controlar o apetite e ao abraçar o Franjinha, acaba comendo o chocolate que estava no bolso do jaleco dele e Franjinha vê que o caso é grave e a leva até o seu laboratório, dizendo que tem algo que pode ajudar. A mãe do Franjinha o chama e ele pede para Magali esperar lá.


Magali entra na nova invenção do Franjinha e aperta um botão que tinha nela. Enquanto o vidro se fecha, entra junto uma mosca que estava rodando o tempo todo o laboratório. A invenção dá uma sacudida e quando abre o vidro, Magali sai transformada em mosca. Sem saber ainda, ela se sente diferente, mas o apetite não mudou nada. Ela se vê através de um vidro que virou mosca e sai á procura dele, mas não o encontra na casa dele.


Depois, Franjinha volta, falando que demorou porque teve que fazer compras para a mãe dele e nota uma fumaceira no laboratório. Franjinha vê a Magali dando trombada no seu invento e quando a vê de frente se assusta com a mosca no corpo da Magali. Ela estava tonta, dando trombada em tudo e sai com ela para tentar levá-la a um médico ou veterinário.


Enquanto isso, a Magali como mosca lamenta que não encontra o Franjinha e para piorar está com muita fome. Ela vê o Cebolinha comendo xisburguer e fica rodando em volta dele. Magali come todo o seu xisburguer e ao ver a Magali transformada em mosca, dizendo que estava uma delícia, se assusta e corre de medo, quando tromba com o Franjinha. Ele diz que viu a Magali transformada em mosca. Franjinha fala que ia dizer a mesma coisa, mostrando a mosca no corpo da Magali e Cebolinha desmaia.


Quando acorda, Cebolinha diz que não era aquela Magali que ele viu, era bem pequenininha. Franjinha raciocina e deduz que a Magali entrou no seu teletransportador junto com uma mosca e, assim a máquina acionou as moléculas das duas e elas trocaram de corpo. Cebolinha sente nojo da mosca no corpo da Magali e Franjinha avisa que tem que procurar pela cidade a mosca com a cara da Magali. Antes, vão deixar a mosca na casa da Magali, falando pra Dona Lili para deixar uma parte da filha lá enquanto procuram a outra parte e ela desmaia ao ver a filha daquele jeito.


Magali sente um cheiro convidativo de comida e vai até ao restaurante e toma toda a sopa de um cliente. Ele reclama com o garçom que tem uma moca na sopa. O garçom fala que ele já tomou toda a sopa, ele diz que foi a mosca, o garçom diz que é desculpa para não pagar e um começa a xingar o outro com muitos palavrões e ela sai e vai até á cozinha do restaurante.


Magali come toda a comida e o cozinheiro ao vê-la tenta matar. Ela tenta se esconder e acaba o cozinheiro acertando no Seu Carlito que ainda estava lavando louça do restaurante. Seu Carlito reclama que além de lavar louça, ainda apanha e Magali fala que não é para deixar o cozinheiro pega-la. Quando o Seu Carlito vê a filha transformada em mosca, desmaia.


O garçom aparece e tenta matar com um inseticida. Quando está prestas a apertar o spray, Franjinha e Cebolinha  aparecem e conseguem salvá-la. Franjinha diz que foram em todos os restaurantes o bairro e conseguiram encontrar lá. Magali fala que foi culpa dos brutamontes e eles desmaiam ao descobrir que a mosca fala.


Eles aproveitam e vão embora, voltam ao laboratório e Franjinha consegue fazer a Magali e a mosca voltarem ao normal. Magali reclama que o teletransportador não fez diminuir o apetite e ele diz que o que ia dar era um xarope que ele fez à base de jiló e óleo de sardinha, que um pouco dele já deixa a comida tão ruim que tira o apetite de cada um.


Os pais falam que a Magali não precisa de nada disso, que ela vai aprender a controlar seu apetite sozinha e vão para casa, com Dona Lili perguntando se Magali está bem, e ela responde que está normal e fica feliz que os pais não estão mais brabos com ela. Em casa, Dona Lili avisa que fez um bolo açucarado que ela gosta e antes de avançar, Magali oferece bolo para as moscas que estavam rodando as frutas na mesa, falando que  primeiro quer ver se suas amigas moscas estão servidas do bolo, terminando assim.


Essa história é muito engraçada, mexe com a fantasia dos leitores. Magali na tentativa de controlar o seu grande apetite, que custou o seu pai ficar lavando louça no restaurante por ter comido demais, procurou ajuda com Franjinha e acabou se dando muito mal, trocando de corpo com uma mosca ao entrar no teletransportador. Tem as invenções malucas do Franjinha que são bem divertidas e causam muita confusões, não é a toa que os personagens têm medo quando ele avisa que criou uma invenção nova.


Foram muitos absurdos, não só da troca de corpo  entre Magali e a mosca, como também a gula da Magali como mosca e comer tudo que vê pela frente de uma tacada só, da mesma forma que ela no seu corpo normal e ainda caber tudo na barriga como miniatura. Legal também ver os prejuízos que ela dava para os seus pais por conta da gula e suas tentativas em vão para controlar, como achar que comer 12 cachorros-quentes já estaria controlando apetite, pois normalmente comeria mais. Engraçado também os sustos e os desmaios dos personagens vendo a mosca no corpo da Magali ou ela no corpo da mosca.


Os traços bem caprichados, muito bem desenhados, dava gosto de ver assim, nunca deviam ter mudado isso. Teve um erro do garçom falando de boca fechada ao mostrar inseticida, hoje em dias eles corrigem fazendo alterações em almanaques quando acontecia isso nas revistas originais. Interessante o pensamento do Franjinha ser engrenagens. Eles gostavam de colocar balões de personagens tendo ideias ou pensando personalizados. Onde normalmente seria uma lâmpada, colocavam o Chico Bento com ideia representada por lamparina, o Penadinho por uma vela, o Piteco por uma fogueira e aí com o Franjinha foi engrenagens.


Era comum na época histórias com os personagens se transformando em alguma coisa ou trocar de corpo com outra pessoa ou outra coisa, normalmente acontecendo por alguma invenção ou por causa de uma bruxa, uma fada ou extraterrestre. Hoje em dia, evitam de fazer histórias assim de transformações de personagens, não sei por que motivo, talvez por acharem bobas ou serem absurdos demais e não gostam de fazer histórias com absurdos. Uma pena porque eram muito divertidas histórias assim.


Outro ponto incorreto é a mosca no corpo da Magali, podem achar que ia traumatizar muitas crianças vendo aquilo e aí não fariam. Confesso que quando criança achei um pouco esquisito de ver a mosca grandona no corpo da Magali, mas não a ponto de traumatizar, sempre gostei dessa história. Os palavrões  entre o cliente e o garçom também não iam colocar, já que atualmente palavrões são proibidos. Muito bom relembrar essa história há exatos 30 anos.

segunda-feira, 20 de janeiro de 2020

Capa da Semana: Mônica Nº 189

Uma capa bem criativa e incorreta com o salto da Mônica em um trampolim, mostrando todo o trajeto que fez desde prestes a saltar do trampolim até sair da piscina ostentando que foi um salto perfeito, só que não viu que perdeu a parte de baixo do biquíni ao cair na piscina, ficando de bunda de fora. 

A capa dessa semana é de 'Mônica Nº 189' (Ed. Abril, Janeiro/ 1986).

quinta-feira, 16 de janeiro de 2020

Mônica: HQ "Bronzeado moderno"

Compartilho uma história em que Cebolinha e Xaveco aprontaram com a Mônica na praia. Com 12 páginas, foi publicada em 'Turma da Mônica Coleção Coca-Cola - Mônica' (Ed. Globo, 1990).

Capa de 'Turma da Mônica Coleção Coca-Cola -Mônica (Ed. Globo, 1990)

Nela, Cebolinha acha legal o Xaveco ter ido à praia com ele e comemoram que estão livres da dentuça da Mônica. Ao ouvir os meninos falando isso, surge a Mônica perguntando quem a chamou e que eram vozes conhecidas, mas acha que se enganou e nas férias ela só quer sossego e ficar longe da agitação e dos moleques danados, principalmente do Cebolinha. Ao verem a Mônica, os meninos se escondem em uma barraca de uma mulher.


Mônica comenta que vai poder pegar um bronzeado, já que tentava no quintal dela, mas os meninos ficavam azucrinando. Cebolinha e Xaveco ficam olhando atrás de uma montanha de areia e Cebolinha tem ideia de aprontar com a Mônica, aproveitando que ela nem sabe que eles estão lá.

Depois, Cebolinha aparece com um boné representando um menino com menos idade que a Mônica e joga areia nela enquanto a Monica está se bronzeando. Ele diz que só estava brincando lá, só que ele fala trocando o "R" pelo "L". Mônica acha que é o Cebolinha e ele diz que se chama Tuta e fala assim porque é pequenininho.


Mônica volta a se deitar e ele joga areia de novo nela. Ela manda Cebolinha brincar mais pra frente e ele faz um escândalo, reclamando que Mônica não quer que ele brinque lá e como vê que estava passando vergonha com todo mundo olhando, aí Mônica deixa ele ficar. Ela comenta que o menino é mimado e quando crescer vai ficar que nem o Cebolinha. De repente, ela sente um peso nas costas e quando vê, Cebolinha deixou enterrada na areia. Ela manda tirá-la dali e ele sai dizendo que ouviu a mãe chamar e Mônica tem que se virar para sair da areia.

Então, Mônica vai para outro lugar da praia e comenta que ai ninguém vai jogar areia nela, quando de repente alguém taca água nela. Era o Xaveco vestido de menina e fala que Mônica se deitou bem no lugar onde ia fazer uma piscina e o jeito foi Mônica sair de lá.


Mônica vai para outro lugar e enquanto cochila, Cebolinha amarra um balão em forma de nuvem cobrindo todo o Sol dela. Quando acorda, Mônica acha que era uma nuvem cobrindo o Sol e resolve mudar de lugar, só que a medida que ia andando, a nuvem ia atrás dela e começa a chorar por causa da nuvem perseguir o tempo todo. Uma mulher ajuda a desamarrar e Mônica descobre que eram balões cobertos por algodão dando o formato de nuvem.


Mônica deduz que alguém está querendo impedi-la de bronzear e quer descobrir quem é. Enquanto isso, Cebolinha se fantasia de Doutor Von Flitz e conta para Mônica que é especialista em bronzeados, fala trocando as letras por causa do sotaque da terra dele e diz que o bronzeado por igual é antiquado e a nova moda de bronzeado é recortar bolinhas no chapéu e roupa de praia para ter bronzeamento de bolinhas e faz a Mônica vestir a roupa e chapéu recortados no Sol, falando que é a nova sensação em Paris e que os amigos vão ficar com inveja.


Dona Luísa vê a filha pegando Sol com aquela roupa cortada e faz tirar imediatamente dizendo que vai parecer que pegou Sarampo. Mônica diz para mãe que foi o Doutor Fritz que deu a dica do bronzeamento em bolinhas, mas logo vê peruca e óculos jogados na areia. Mônica segue as pegadas e flagra Cebolinha e Xaveco dando gargalhadas do bronzeado moderno e lembram do truque da nuvem, da água, da areia e que a dentuça ficou sem entender nada. Mônica fala que não achou graça e dá surra forte nos dois.


No final, Mônica volta para o bairro do Limoeiro e Magali elogia o bronzeado da Mônica e estranha que os meninos se queimaram, mas de um jeito bem esquisito e Mônica responde que aquilo era um bronzeado moderno. No caso, eles estavam com marcas em forma de cruzes que eram os esparadrapos dos curativos usados pra curar os ferimentos após a grande surra que levaram na praia.


É muito engraçada essa história, Mônica se passando por boba pelo Cebolinha e Xaveco quando encontram com ela na praia sem querer. É de rachar de rir com Cebolinha jogando e enterrando na areia e Xaveco de menina jogando água nela, Mônica pensar que realmente tinha uma nuvem que perseguia o tempo todo e Cebolinha fazer a Mônica ficar com roupa de saída de banho recortada com bolinhas para ter um bronzeado moderno e ela acreditando em tudo. Incrível que ela ouvia o Cebolinha falando errado e caía nas desculpas dele. Muito bom.


Às vezes os planos infalíveis saiam sem querer, com alguma coisa inesperada e os meninos aproveitavam a situação pra perturbar a Mônica, como aconteceu nessa história em que eles nem imaginavam ver a Mônica, mas quando viram não perderam oportunidade de aprontarem com ela. Cascão não apareceu dessa vez por conta da história ser ambientada na praia e por isso o Xaveco serviu como parceiro do Cebolinha no plano infalível, mas ainda assim o Cascão foi citado no início pelo Xaveco.


Os traços ficaram muito caprichados, era excelente ver desenhos assim, com direito dos personagens com curvas nos olhos quando estavam extremamente brabos, eu gostava dos olhos assim. Curioso a Mônica falar que estava de férias na praia, mas ela nem ia à escola na época, foi um erro aí. É incorreta atualmente, bronzear na praia é errado, risco de insolação, queimaduras na pele, não foi mostrado nem que ela passou protetor solar. Na época, era moda até de passarem bronzeadores oleosos sem fator UVA e UVB de proteção. O Xaveco falou "azar" na história e quando foi republicada mudaram pela palavra "zica", já que "azar" é agora uma palavra proibida nos gibis da MSP.


Foi uma história inédita até então, já que esses gibis da 'Coleção Coca-Cola' mesclavam inéditas com republicações. Segundo o código na primeira página, se fosse para sair em gibi convencional, estaria programada para sair em 'Mônica Nº 45' de 1990 e acabou saindo nessa 'Coleção Coca-Cola'. Só foi republicada na Panini em 2008 no 'Almanaque da Mônica Nº 12' e depois em 2011 nos gibis "Monica's Gang" e "Mònica  Su Padilha Nº 24"  em inglês e espanhol, respectivamente, quando eram republicações de história em outro idioma. Aliás, quase todas as histórias inéditas da 'Coleção Coca-Cola' não foram republicadas até hoje. 


E tiveram quadrinhos com propagandas inseridas de logotipos dos refrigerantes Coca-Cola e Fanta, o que era comum nessa coleção, sendo que de onde tiravam o quadrinho original para inserir os logotipos, eram quadrinhos sem importância que não iam fazer diferença no entendimento da história. Nas republicações, a gente descobre quais quadrinhos foram tirados, mas nas histórias que nunca foram republicadas não sabemos como eram esses quadrinhos tirados até hoje.


Para saber mais detalhes da 'Turma da Mônica Coleção Coca-Cola como um todo, entre aqui. 

domingo, 12 de janeiro de 2020

Tirinha Nº 67: Cascão

Uma tirinha bem legal com o Cascão esta caminhando e o "Homem-Aranho" acaba comendo as suas moscas de estimação que estavam em volta da  sua cabeça. Era comum super-heróis contracenarem com os personagens, normalmente tinham nomes parodiados e cores de uniformes diferentes, mas até que dessa vez as cores ficaram iguais ao Homem-Aranha original. 

Tirinha publicada originalmente em 'Cascão Nº 33' (Ed. Globo, 1988).


quarta-feira, 8 de janeiro de 2020

Penadinho: HQ "Aqueles anos passados"


Mostro uma história de quando o Espírito dos Anos 1990 foi parar no cemitério do Penadinho por estar cansado dos problemas da sua década. Com 8 páginas, foi publicada em 'Cebolinha Nº 113' (Ed. Globo, 1996).

Capa de 'Cebolinha Nº 113' (Ed. Globo, 1996)

Nela, o Espírito dos Anos 1990 surge no cemitério do Penadinho revoltado,falando que desiste do mundo lá fora e pede demissão do cargo dele na Terra. Penadinho fala que ele devia ficar até o final da década e que o Espírito dos Anos 2000 não chegou ainda, mas mesmo assim o Espírito dos anos 1990 continua injuriado, que a sua década não está com nada e mostra ao Penadinho a situação da Terra, com muita poluição, engarrafamento, lotação de gente, assaltos, sequestros e tudo de mal. Fala ainda que bom mesmo devia ser há uns anos.


Penadinho resolve, então, mostrar a ele os espíritos as décadas passadas e o primeiro que apresenta é o Espírito dos Anos 1980, que estava cantando "Boys Don't Cry" da banda The Cure. Anos 1990 acha uma emoção conversar com seu antecessor em pessoa e o Anos 1980 corrige que é em espírito e hoje está aposentado. Eles relembram as coisas boas dos Anos 1980 como os cabelos espetados e se vestindo de preto, pessoal cuidar mais da saúde, movimento "Diretas Já", o despertar da informática e as músicas "Sonífera Ilha" dos Titãs, e "We are World", de USA for Africa. Só que os Anos 1980 lembra que vivia reclamando naquela época, mas apesar de tudo curtiu cada minuto, não se arrepende e sente saudades. Se despede cantando a música  "Me Chama" do Lobão.


O Espírito dos Anos 1990 acha estranho que era uma época tão legal e ele reclamava, quando aparece o Espírito dos Anos 1970, cantando "Night Fever", de Bee Gess, um grande sucesso da Era Disco. Ele se apresenta como espírito do progresso, da tecnologia e da grandeza, viagens espaciais, esportes, Brasil no futebol e Discoteca. Diz que curtiu muito aquela época, mas que reclamava de montão. O Anos 1990 pergunta por que reclamava e Anos 1970 diz que reclamava de bobo e viu que estava errado e vai embora.

Logo depois surge o Espírito dos anos 1960 cantando "All You Nedd Is Love", de The Beatles, e saudando "Paz e amor, bicho" e relembra as coisas boas como a revolução dos jovens, a força das mulheres, o nascimento das novas gerações, artes, músicas, muita esperança do futuro e a era de aquário. Só que lembra também que teve alguns problemas, mas são coisas do passado, só sente saudade e se despede cantando "Alegria, Alegria", de Caetano Veloso.


O Espírito dos Anos 1990 comenta com Penadinho que foram espíritos de décadas tão importantes e ainda assim viviam insatisfeitos nas suas épocas. Penadinho explica que o mesmo aconteceu com os espíritos dos Anos 1930, 1940 e 1950. Na época atual ninguém dá valor ao que acontece, só com os anos que vem o conhecimento.

Fala que o Espírito dos Anos 1990 reclama tanto, mas não vê os avanços da medicina, os cientistas descobrindo a cura, remédios, acordos de paz sendo feitos em vários países, consciência ecológica, avanços da informática, realidade virtual, tudo pertence a ele.


Espírito dos Anos 1990 se convence que estava reclamando por nada e vai voltar à Terra no seu lugar de honra. Ele se despede e então Penadinho comenta com os leitores que tem coisas que a gente só dá valor quando acaba e lembra que morre de saudade dos últimos anos, mas que temos que aguardar o futuro de braços abertos, já que ele será o passado daqui a alguns anos, mostrando o Espírito dos Anos 2000, bebê ainda e que ainda seria lançado na Terra depois de uns anos.


História bem legal, bem filosófica, com uma mensagem de que as pessoas só dão valor quando perde alguma coisa boa e dá noção de nostalgia, que é quando a gente sente falta ou saudade quando não tem mais o que tinha ou vê coisa pior na atualidade do que era no passado. Faz também uma crítica a quem reclama de tudo, quem acha o ano ou a década atual ruim e só o passado que era bom. Mostra que em qualquer época tem coisas boas e coisas ruins, nunca é completamente perfeito, e só deve ficar na lembrança as coisas boas que viveu. 

No caso, o Espirito dos Anos 90 cansou dos problemas que estava enfrentando na sua década e resolveu sair de cena ainda na metade, antes da década acabar, mas acabou sendo convencido pelo Penadinho e os espíritos das décadas passadas que cada tempo seus momentos bons e ruins. E de fato, o futuro também se torna passado como Penadinho mostrou o Anos 2000 que seria o futuro e hoje é o passado também.


A história ajudou a lembrar alguns acontecimentos ocorridos em algumas décadas do século XX, principalmente as coisas boas e excelentes referências musicais. Assim, permitiu  as crianças terem conhecimento o que aconteceu em cada década e os adultos relembrarem o que aconteceu. Interessante que não mostrou do que eles reclamavam em suas épocas, com exceção do Espírito dos Anos 90, ficando subtendido o que tinha de ruim em cada década. Provavelmente, problemas como poluição, saúde, pobreza, que sempre existiu em qualquer época e outros datados que aconteceram ficaria na imaginação dos leitores mais velhos, para eles próprios relembrarem o que tinha de ruim em cada época. De qualquer as coisas ruins não foram suficientes para se sobressair sobre as coisas boas.


Bem divertido ver cada espírito caracterizado no estilo de como prevalecia cada década e eles retratando o que aconteceu de bom.  Nas histórias do Penadinho, os anos e décadas são tratados como fantasmas. Quando o ano ou uma década, como nessa história, acabam. viram fantasmas e vão parar no cemitério do Penadinho e o que está pra nascer é representado como um bebê.

Tudo indica que foi escrita pelo Paulo Back, ele gosta de histórias assim envolvendo datas, quase certeza ser dele. Traços muito bons, característicos dos anos 90, com destaque das cores em degradê em todos os quadrinhos, como vinha acontecendo nos gibis de 1995 e 1996, sendo que em 1996 nem sempre todos os quadrinhos apareciam em degradê, mas nessa história acabou ficando.


Tem gente que considera que uma década começa em anos terminados em "0" e que acaba em anos  terminados com "9", já outros consideram que apenas começam em anos terminados em "1" e acabam em anos que terminam em "0". Como o sistema decimal começa com 1, então o certo é década começar em anos "1" e acabar com anos "0", assim como faz contagem de séculos. Ou seja, anos 1980 vai de 1981 a 1990; anos 1990 vão de 1991 a 2000 e por aí vai. E assim, a década de 2020 começaria só em 2021. Como a mídia mostra que começa com anos "0" acabou mais gente adotando assim, aí cada um segue como acha melhor.