sábado, 31 de janeiro de 2015

Capas semelhantes (Parte 5)

Nessa postagem, mostro 5 capas semelhantes, dessa vez só com o Cascão, sendo todas da Globo. Em todas, eu gostei mais da primeira versão de cada, como costumo gostar nas capas assim.

Cascão Nº 55 x Cascão Nº 183

O Cascão apaixonado pela Mônica depois que ela caiu na lama. Saiu primeiro em 'Cascão Nº 55', de 1989, com uma ilustração maravilhosa e muito bem desenhada, por sinal, e fizeram outra versão em 'Cascão Nº 183', de 1994, sendo que dessa vez a justificativa da Mônica ter caído na lama foi porque estava de patins.



Cascão Nº 87 x Cascão Nº 333

Cascão se esconde na casa do Bidu por causa da chuva, deixando o Bidu com raiva. Na versão original de Cascão nº 87', de 1990, o Bidu aparece com as 4 patas no chão, se parecendo mais com cachorro comum, e mostra só uma nuvem escura e um raio, anunciando que iria cair uma tempestade, enquanto que na 2ª versão de 'Cascão Nº 333', de 1999, o Bidu aparece de pé, típico de histórias metalinguísticas que ele protagoniza, e a chuva já estava caindo, além de tirar a tigela de comida do Bidu.



Cascão Nº 121 x Cascão Nº 403

O cabelo do Cascão serviu como ninho para a mãe-passarinho. Comparando as 2 versões, Ficou bem curioso e interessante que parece que forma uma espécie de continuação entre elas, com o que aconteceu depois. 

Na versão original, de 'Cascão Nº 121', de 1991, mostra a mãe-passarinho chocando os ovos na cabeça do Cascão, que ficou surpreso com a situação.  Já na 2ª versão, de 'Cascão Nº 403', de 2002, os passarinhos já nasceram e a mãe traz comida para eles, e mostra o Cascão feliz e acostumado com o seu cabelo se formar um ninho. 



Cascão Nº 175 x Cascão Nº 210

Cascão tomando banho de areia dentro da ampulheta, relógio de areia antigo. Na versão original de 'Cascão Nº 175', de 1993, o Cascão aparece pelado, enquanto que na 2ª versão de 'Cascão Nº 210', de 1995, ele aparece vestido, dando ideia de que estava brincando em vez de tomar banho.

Essas achei que foi pouco tempo para fazer uma nova versão, levando só 35 edições entre elas, ou precisamente 1 ano e 4 meses entre elas (a primeira foi de setembro/ 93 e a segunda janeiro/ 95). Devem ter sido as capas que levaram menos tempo para repetir de todos os tempos.



Cascão Nº 374 x Cascão Nº 423

Cebolinha recebe toda a sujeira do Cascão quando ficam de frente ao ventilador. Na original, de 'Cascão Nº 374', de 2001, eles aparecem caminhando, passando por acaso na frente de um ventilador, enquanto que na 2ª versão, de 'Cascão Nº 423', de 2003, aparecem parados, com o cascão curtindo o vento do ventilador.

Apesar de ser pouco tempo também para repetir essa piada, mas pelo menos foram quase 2 anos entre uma capa e outra.



Só para constar, as capas dessa postagem de 1999 em diante , eu tirei da internet porque eu não tenho as originais. As demais, são da minha coleção. Em breve, posto mais capas semelhantes aqui no Blog.

quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Os 20 anos da Marina


Há 20 anos estreava a personagem Marina, baseada na filha do Mauricio de Sousa. Em homenagem à data, nessa postagem falo sobre ela e da sua história de estreia.

Quando era criança, a Marina, filha do Mauricio, sempre gostou de desenhar, criava seus próprios personagens e o Mauricio vendo o talento da filha, achou interessante criar uma personagem para que fosse a desenhista oficial da turma. Surgia, assim, a Marina, mais um personagem inspirado nos filhos do Mauricio, depois da Mônica, Magali, Maria Cebolinha, as gêmeas Vanda e Valéria, Nimbus e Do Contra, até então. Sem contar que depois da Marina, o Mauricio ainda criou mais dois personagens inspirados em seus filhos. Em 2005 o Professor Spada/ Doutor Spam, baseado no seu filho Mauricio Spada e em 2015, o Marcelinho. Tudo para que todos os seus filhos se tornem personagens.

Antes da criação da Marina, qualquer personagem podia ser desenhista ou pintor, fazendo pinturas dos amigos em quadros, com muita confusão. Colocavam o personagem que encaixava melhor com o roteiro. Com o surgimento da Marina, ela passou a ser a desenhista oficial. A personagem tem cabelos compridos ondulados, assim como era a Marina verdadeira, e sempre aparece com uma camisa amarela com estampa de um alienígena, que era o personagem Alfredinho que a verdadeira Marina criou quando criança. Suas histórias basicamente envolvem as suas habilidades para pintura e suas dificuldades para desenhar quem ela quer.

Nos quadrinhos, a Marina era a própria filha do Mauricio de Sousa e sua esposa Alice, que é diretora do estúdio, assim como na vida real. Só que sempre que dá vontade, a Marina se teletransporta para os quadrinhos através de um lápis. Trata-se de um lápis normal, mas que no mundo dos quadrinhos ele se tornava mágico. Através dele, quando ela desenha uma porta, ela vai parar nos quadrinhos, e tudo que ela desenha por lá com esse lápis vira realidade, permitindo também abrir dimensões e atravessar portais.

Mauricio e Alice: pais da Marina nos quadrinhos e na vida real

Com a Marina indo parar nos gibis, representava como se fosse algum leitor se teletransportasse para os gibis e contracenar com os personagens. Logo depois, esse fato da Marina sair do mundo real para os quadrinhos foi esquecido, se tornando mesmo apenas uma personagem, mas o Mauricio e a Alice continuaram a ser a pais dela, aparecendo nos quadrinhos, e não fora deles. A ideia do lápis mágico, porém, continuou e passaram a ter histórias com personagens roubando o lápis dela para tirar proveito próprio ou com finalidade dos personagens abrirem dimensões e atravessarem portais, como aconteceu nas histórias mais recentes na Panini, como "A fuga pelos infinitos gibis" ('Cebolinha # 28', de 2009) e "Cebolinha 500" ('Cebolinha # 86', de 2014).

Além de histórias com a Marina pintora e envolvendo lápis mágico, ela teve muitas histórias com o Franjinha fazendo planos infalíveis para tentar conquistá-la, através de suas invenções. É que depois da criação da Marina, o Franjinha passou a ser apaixonado por ela, sem ser correspondido, e as suas tentativas de conquistá-la sempre davam errado, como é normal em histórias de planos infalíveis. E tiveram também algumas histórias envolvendo o cuidado que ela tem com seus cabelos ondulados.

Apesar da personagem ter estreado nos gibis só em janeiro de 1995, a primeira vez que o público conheceu a filha do Mauricio, no entanto, foi em uma entrevista com o Mauricio de Sousa publicada na seção "Notícias do Parque", da 'Revista Parque da Mônica # 21', de setembro de 1994, onde ele falava sobre a filha e o seu talento para desenhar. Então para os fãs da Marina, não pode deixar de ter essa revista na coleção.

Capa de 'Parque da Mônica # 21' (Ed. Globo, 1994)

Creio que a intenção inicial era para lançarem a Marina em 1994, um mês depois do lançamento do Nimbus e Do Contra, que foi em agosto. Como em setembro de 1994, lançaram o "3D Virtual" (primeiro só capas, e a partir de novembro, histórias também), resolveram adiar a estreia da Marina para janeiro de 1995, para ela não ficar ofuscada com tantas novidades que estavam acontecendo ao mesmo tempo. Assim, mantiveram a matéria com a Marina verdadeira nessa 'Revista Parque da Mônica # 21', até para o público já ir conhecendo e se familiarizando com ela. 

Nessa entrevista, Mauricio fala, entre outras coisas,  das habilidades com desenhos da filha, até então com 9 anos de idade, que ela tinha criado os seus próprios personagens, além de que ela dava opinião se gostava as histórias ainda no roteiro e palpites no que podia melhorar e que às vezes ela criava capas para os gibis. Foi a marina que criou a capa de 'Cascão # 152', de 1992, por exemplo, quando tinha 7 anos de idade..

Na 3ª página tem uma entrevista com a verdadeira Marina, contando que havia criado mais de 30 personagens, como o Alfredinho e Maria Xereta, que achou o Do Contra cabeçudo e o Nimbus gordo, porém com mesmo jeito do irmãos dela da vida real, que ajuda a opinar nos roteiros, etc. Só não foi falado que ela viria a se tornar personagem em quadrinhos, o que aconteceu 4 meses depois. Apenas o Mauricio desconversou sobre isso, falando que acharia melhor a própria fazer isso.

Duas páginas da seção "Notícias do Parque" de 'Parque da Mônica # 21'

A novidade da criação da Marina foi mostrada primeiro em uma propaganda que saía nos gibis de janeiro de 1995 anunciando a estreia da personagem, que mostro abaixo:

Propaganda tirada de 'Magali # 146' (Ed. Globo, 1995)

Então, finalmente no gibi da 'Mônica Nº 97' aconteceu a estreia da Marina, com a história "Marina, marota Marina", com capa fazendo referência a nova personagem e à história de abertura.

Capa de 'Mônica # 97' (Ed. Globo, 1995)

O gibi abre com um frontispício, com o Mauricio apresentando a Marina, coisa que acontece nos gibis mensais só em edições especiais.

Frontispício de 'Mônica # 97'

Nessa história de estreia, Marina, filha do Mauricio, reclama que todos os seus irmãos tinham virado personagens em quadrinhos, menos ela. Mauricio diz que ela é desenhista da turma, mostrando os personagens que ela havia criado e que ela criará outros personagens quando crescer.

Trecho da HQ "Marina, marota Marina"

Inconformada, Marina usa o lápis dela e desenha uma porta, que faz se teletransportar para os quadrinhos. Chegando lá, se apresenta para os meninos e vê que o Cebolinha estava fazendo plano infalível contra a Mônica. Marina acha que está mal desenhado e resolve redesenhar o plano quando a Mônica chega e pensa que a Marina estava fazendo plano contra ela.

Marina desenha um escudo na hora e a Mônica não consegue bater nela. Mônica se sente derrotada e passa o posto de dona da rua para Marina. Com isso, Cebolinha e os outros meninos correm atrás dela já querendo fazer plano infalível para pegar o lápis mágico dela e o Franjinha quer namorá-la.

Trecho da HQ "Marina, marota Marina"

Nessa confusão, fora dos quadrinhos, Mauricio e Alice veem a filha dentro da história e se desesperam pedindo para ela voltar. Marina desenha uma janela e consegue voltar para o mundo real, mas fica triste porque não virou personagem em quadrinhos. Até que Mauricio mostra um desenho que fez dela, falando que a partir de agora ela é a nova personagem personagem da Turma da Mônica, deixando superfeliz e o Mauricio diz para os leitores aguardarem as novas aventuras da Marina, terminando assim.

Trecho da HQ "Marina, marota Marina"

Depois dessa história, Marina passou primeiro a ter só histórias solo que saíam nos gibis da Mônica, com exceção de uma em gibi do Cascão, na história "Manéra, Marina", de 'Cascão # 213', de 1995. Todas retratando a sua habilidade de pintura, desenhos e planos infalíveis do Franjinha para tentar conquistá-la. Só a partir de 1997 que ela passou a participar das histórias normais da turma, contracenando junto com outros personagens, sem ela ter tema de pinturas e desenhos, mas mesmo assim continuava a ter histórias solo. Já a sua personalidade não mudou muito ao longo dos anos. Só recentemente, passou a ter também medo de cães, como aconteceu na história "Cachorrinho, cachorrão, me dá um medão", de 'Mônica # 22' (Ed. Panini, 2008). Medo, inclusive, que não tinha nas suas primeiras histórias.

Em relação a traços, tiveram pequenas mudanças em relação aos olhos, que no início não eram com fundos brancos, e depois passou a ser, ainda mesmo em 1995. Foi o mesmo que aconteceram com o Dudu e o Do Contra quando foram criados que não tinham olhos brancos e passaram a ter no decorrer dos anos, para padronizar com os outros personagens. Eu achava que eles ficavam melhores sem olhos brancos, principalmente o Dudu.

Outra mudança não muito significativa foi na colorização dos cabelos da Marina, que eram mais claros no início, e depois deixaram em um outro tom de marrom. Mas, isso se deve porque a colorização na Editora Globo sempre estava mudando e por isso davam essa diferença. Normalmente, as mechas dela sempre tinham tonalidades diferentes do que o cabelo em si. No primeiro semestre de 1996, porém, com o marrom dos gibis quase pretos, o cabelo dela ficava muito diferente por isso. Na época, eles usavam só um tom de marrom em tudo e personagens como Raposão, Papa-Capim e Mônicão ficavam muito estranhos negros daquele jeito. 

Depois disso o cabelo da Marina normalizou, com o que conhecemos hoje. A seguir deixo essa pequena evolução dos traços da Marina, com os traços das suas primeiras histórias de 1995, como ela ficou a partir de meados de 1995, de cabelos marrons bem escuros do mesmo tom da árvore de 1996 e o traço atual.

Evolução da Marina

Eu, particularmente, não gosto muito da Marina. Entre Nimbus, Do Contra e Marina, prefiro o Do Contra. Eu achava melhor quando qualquer personagem era pintor. As histórias rendiam mais e mais engraçadas. Para mim, as melhores histórias da Marina são de plano infalível do Franjinha para tentar namorá-la. 

Porém, uma coisa boa de sua criação foi outra menina para contracenar com a turma, que tinham poucas no momento e sempre precisavam recorrer a personagens secundárias para contracenar com a Mônica e Magali. Com o surgimento da Marina, junto com Denise e Carminha Fru Fru, juntando com Cascuda e Aninha já ficou um número de meninas maior na turma.

segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

Capa da Semana: Mônica Nº 14

Mostro uma capa engraçada com a Mônica com o bambolê entalado na cintura de tão gorda que estava e os meninos só de longe, dando gargalhada com a situação. A Mônica fazendo força para tirar o bambolê preso é sensacional. Quando eles chamam a Mônica de gorducha, não é à toa. 

A capa dessa semana é de 'Mônica Nº 14' (Ed. Globo, Fevereiro/ 1988).


sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Rita Najura e Jotalhão: HQ "Um jantar à luz de velas"

Nessa postagem mostro uma história de quando a prima da Rita Najura apareceu para atrapalhar um jantar romântico preparado pela Rita para conquistar o Jotalhão. Ela tem 8 páginas e foi publicada em 'Mônica Nº 92' (Ed. Globo, 1994).

Capa de 'Mônica Nº 92' (Ed. Globo, 1994)

Começa a Rita Najura convidando o Jotalhão para um jantar na casa dela, como forma de conquistá-lo. Ele fica sem jeito de início, mas acaba aceitando o convite. Então, à noite, o Jotalhão chega em frente à toca da Rita, com flores na mão, e vê q o jantar era do lado de fora, à luz de velas e já com o champanhe exposto para servir. Afinal, ele não conseguiria entrar no formigueiro.


Jotalhão estranha se era a Rita mesmo, já que não sabia que ela era loira. Rita diz que não é, que tingiu o cabelo só para ele. Quando Rita Najura vai guardar as flores, eis que surge a sua prima, a Matilda Najura. Rita não gosta da surpresa e já trata de expulsar a prima, falando que está com visita. Matilda, na maior cara de pau, já vai se convidando a ficar, indo direto para a comida, mas vê que só tinha champanhe.


Matilda pergunta a Rita se não vai apresentar o Jotalhão. Como não tem jeito, Rita apresenta os dois. Então, Matilda manda a Rita buscar a comida, enquanto ela faz sala para o Jotalhão, ficando claro que a Matilda estava interessada pelo Jotalhão e queria fazer concorrência com a prima. 

Rita vai buscar irritada e a Matilda, bem atirada, já vai perguntando ao Jotalhão qual o signo dele, para qual time ele torce e se é solteiro. Jotalhão acha que ela é bem rapidinha e quer saber qual qual foi a primeira pergunta, quando a Rita Najura chega com o frango assado. Matilda pede uma coxa e a Rita taca com força em cima da prima. Em seguida, Rita pede ao Jotalhão servir um drinque para ela.


Enquanto, a Rita bebe, a taça balança e a Rita pensa que era um terremoto. Era a Matilda balançando depropósito, e faz a Rita cair dentro do champanhe e se afoga. Matilda fala que foi sem querer. Jotalhão salva a Rita, que depois de salva pede respiração boca a boca. Matilda se intromete, falando que é bobagem e faz um exercicios na Rita para ficar boa. Depois dessa, Jotalhão se despede, falando que a noite foi maravilhosa, mas que tinha que ir porque estava tarde. As formigas falam para ele não ir, mas ele diz que tem uma pescaria cedo no dia seguinte.


Matilda entrega o seu telefone para o Jotalhão e ele vai embora. Matilda também diz que vai embora, com as duas se despedindo com falsidade e a Rita desejando que a Matilda se exploda em um canhão, enquanto vai embora. Rita fica uma fera que a sua prima atrapalhou a sua noite romântica com o Jotalhão, só que logo lembra que ele ia a uma pescaria no dia seguinte e resolve aparecer. No outro dia, bem cedo, Rita vai toda preparada para a pescaria, quando encontra a Matilda junto com o Jotalhão para empatar de novo a sua conquista pelo Jotalhão, terminando assim.


Acho essa história muito divertida, com a rivalidade da Rita Najura e sua prima Matilda Najura disputando o amor do Jotalhão. Gosto de histórias com as tentativas frustadas da Rita de conquistar o Jotalhão. A Rita nunca conseguiu conquistá-lo, afinal, ele nunca quis nada com ela, porque ele é um elefante e ela uma formiga, e logo na sua maior chance que ela teve, aparece uma prima para atrapalhar o seu romance.


O roteirista levou tudo com muito bom humor, baseado na realidade acontece isso de amigas e parentes disputando o mesmo cara, com muita rivalidade e falsidade. Como esse tema de intrigas, não é bem visto pela patrulha do politicamente correto, não fariam uma nova história assim. O fato de mostrar bebida alcoólica também não seria permitido atualmente.


Os traços são ótimos, bem caprichados. Legal ver o cabelo da Rita Najura, todo bem produzido e tingido de loiro para ver se agrada o Jotalhão, já que ela sempre aparece com lenço na cabeça. Na postagem a coloquei completa. Muito bom também absurdo de uma formiga como a Rita carregar sozinha um frango assado. 


De curiosidade, na Turma da Mônica já tiveram muitas histórias com primos, em quase todos os núcleos já foram mostrados primos dos personagens. Muitos apareceram apenas em uma história e nunca mais foram vistos. Dessa vez foi mostrada a prima da Rita Najura. Sempre rendem boas histórias assim. Foram tantas que não seria ruim se fizessem um Almanaque Temático de primos.

terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Magali # 500: Edição nada especial


Magali chega a marca de 500 edições lançadas, depois de Cascão, Chico Bento, Mônica e Cebolinha. Nessa postagem, mostro uma resenha dessa revista, que infelizmente de especial não teve nada.

Quando o Cascão e o Chico Bento chegaram ao "Nº 500", nas suas edições # 386 da Globo, em 2001, a data passou em branco, porque na Globo eles não tinham essa preocupação de juntar a numeração das 2 editoras. Já quando Mônica e Cebolinha chegaram às 500 edições, em 'Mônica # 54', de 2011, e 'Cebolinha # 86', de 2014 da Panini, tiveram edições comemorativas muito caprichadas e superespeciais com todas as histórias relacionadas ao tema, cheias de referências a histórias antigas (algumas do fundo do baú) e até os passatempos foram também relacionados. Enfim, excelentes itens de colecionadores.

Agora, com a Magali era esperado que a sua edição comemorativa fosse igual ao da Mônica e Cebolinha, mas infelizmente não foi bem assim e ficou muito a desejar. Lembrando que a contagem da 'Magali # 500' considera as 403 edições na Editora Globo e 97 na Editora Panini, levando 26 anos para alcançar essa marca, já que o gibi dela foi lançado em 1989.

A capa dessa vez não foi baseada na "Nº 1" (Ed. Globo), também não fez alusão à história de abertura, como de costume. Foi só um desenho com a Magali comemorando a a sua revista "Nº 500", junto com sua mãe, Mingau e amigos. Até que a capa não achei tão ruim, acho que não precisava mesmo ter referência à edição "Nº 1", que foi só ela dentro de uma melancia. O pior foi mesmo o conteúdo.

O gibi já começa direto com a história de abertura e não teve um frontispício anunciando que a revista é comemorativa, como aconteceram com a Mônica e Cebolinha. A história de abertura "Magali 500 edições" foi a única comemorando a marca das 500 edições, com 26 páginas, ocupando menos da metade do gibi, que tem 68 páginas no total,. E o resto foram histórias normais que saem em qualquer gibi, muito longe de serem especiais, ainda por cima com desenhos e letras de PC horrorosos, típicos dos gibis atuais.

Em relação à história de abertura comemorativa "Magali 500 edições", achei fraca, mal desenhada com traços e letras todos digitalizados e roteiro sem lógica. Nela, Bruxa Viviane aparece na casa da Magali reclamando que não foi convidada para a festa da 'Magali Nº 500'. Como a Magali não aceita a Bruxa Viviane participar da festa, ela lança um feitiço para a Magali dormir 500 edições, só que ela se engana com o feitiço e faz todos que estavam na festa dormirem. Com isso, foi o gancho para a Magali percorrer edições passadas para pegar ingredientes para preparar o elixir que irá desfazer o feitiço.

Trecho da HQ "Magali 500 edições"

Para começar, achei estranho a Bruxa Viviane aparecer na casa da Magali, só porque não foi convidada para a festa. Mais estranho ainda foi ver uma Bruxa Viviane boazinha, ajudando a Magali a desfazer o feitiço que ela fez errado. Logo ela que sempre foi uma bruxa maquiavélica, sempre querendo destruir todo mundo, principalmente a Magali e agora a colocaram mais calma, descaracterizando a personagem. Seria mais coerente, depois que a Bruxa Viviane lançou o feitiço, era para aparecer uma fada para mostrar para a Magali como desfazer o encanto, e não a própria Bruxa Viviane, e aí aproveitariam para colocar alguma fada que apareceu nos gibis da Magali, como a fada Aurora (MG # 119, de 1994), por exemplo.

As referências a histórias antigas só começam a partir da página 11, quando a Magali começou a percorrer os gibis antigos atrás dos ingredientes para desfazer o feitiço. Antes disso, só enrolação. Não gostei. As referências, por sinal, muito fracas. Foram só 12 no total, algumas mostradas só em 1 quadrinho cada. Nenhuma antológica, tirada de história realmente marcante. Pelo menos, colocaram a numeração dos gibis, que ajuda para quem quiser procurar nos sebos os gibis para ler as histórias originais.

Na falta de pesquisa de histórias marcantes, resolveram colocar referência à história "A Melancia", publicada em 'Mônica # 47', de 1974 e ainda por cima ocuparam 2 páginas com passagem dessa história. Nada a ver colocarem referência à história que saiu em gibi da Mônica. Afinal, a comemoração são das 500 revistas da Magali e não do aniversário de 50 anos de criação da personagem. Ficou clara a falta de pesquisa de gibis antigos da Magali, precisando recorrer à história da Mônica, que foi republicada recentemente em "Magali 50 Anos"

Se não bastasse, colocaram o Cascão e o Louco na passagem dessa história da Mônica, que nem apareceram na original. Sem contar que os desenhos dos personagens pontiagudos ficaram feios, conseguindo estragar essa história de 1974. Para piorar, ainda colocaram numeração errada, ao informar a edição que saiu da história. Colocaram 'Mônica # 74', em vez de 'Mônica # 47'. Não sei como não revisaram direito antes de publicar.

Trecho da HQ "Magali 500 edições"

Essa história foi a única comemorativa da edição e deu pra perceber que focaram em objetos e comidas que a Magali comeu. Com isso, ficaram de fora vilões clássicos, bruxas e extraterrestres que marcaram os gibis da Magali nessas 500 edições. A Magali teve histórias maravilhosas, sobretudo as 200 primeiras edições que foram riquíssimas com presença de vilões, bruxas, que normalmente queriam acabar com comida, deixando a Magali desesperada, ou queriam tirar algum proveito da fome da Magali. 

Eles até podiam ter colocado essa história de abertura do jeito que foi relembrando comidas que a Magali comeu, mas que fizessem outras interligadas comemorativas como foi com o 'Cebolinha # 500', ou criassem outras histórias com esses personagens marcantes que apareceram nos gibis antigos. Para ter uma ideia colocaram a Jumenta Voadora, que não apareceu nos gibis da Magali, mas vilões clássicos, não.

Podiam colocar  a Magali voltando a contracenar com vilões como o pizzaiolo Seu Guido (MG # 10, de 1989), açougueiro Eudes O. Nesto e o ajudante Costelo (MG # 28, de 1990), marajá Eli Eh Maumemo ((MG # 36, de 1990), vampiro Conde Bárgula (MG # 41, de 1991), homem-do-saco Fredegundo (MG # 53, de 1991), cientista Isbuga Iado (MG # 59, de 1991), Pastéis Falantes (MG # 121, de 1994), Capitão Pizza (MG # 131, de 1994), Princesa da Neve (MG # 135, de 1994), o Bolo Assassino (MG # 146, de 1995), o confeiteiro Alípio (MG # 154, de 1995), a Boneca Tenebrosa (MG # 307, de 2001), entre tantos outros. 

Ou a Magali reencontrando os extraterrestres-vilões, como a Gellatyna (MG # 56, de 1991), sorvete Aice e picolé Vanilla do planeta Tit-Bit-Split (MG # 74, de 1992), o ET-robô Pantagruaco (MG # 132, de 1994, que inclusive havia aparecido em "A invasão dos discos", de MN # 3, de 1970), ETs em forma de coxinha, cupcake e picolé do planeta Doce Sonho (MG # 157, de 1995), os ETs do Planeta Magá (MG # 182, de 1996), etc. 

Ou, quem sabe, um encontro das bruxas: Brunete (MG # 7, de 1989), Xanda (MG # 24, de 1990), a que apareceu em "Branca de Fome" (MG # 57, de 1991), Bruxa dos Dentes (MG # 87, de 1992), Nandinha (MG # 99, de 1993), Ilma (MG # 144, de 1994), por exemplo. Não dá para aceitar que nem a Bruxa Xanda foi lembrada. Só a Viviane e a bruxa da história "Rapunzel" (MG # 15, de 1990) que foram, sendo esta última, só em 2 quadrinhos. Nem os 5 gatinhos irmãos do Mingau, o seu Quinzão, pai do Quinzinho aparecem. Enfim, nenhum desses vilões, bruxas e personagens apareceram nessa "Magali # 500' e mereciam ser lembrados de alguma forma.

Trecho da HQ "Magali 500 edições"

Como esse gibi da Magali só teve essa história de abertura como especial, o resto do gibi foi tudo normal, inclusive os mesmos traços decadente. Foram 10 histórias no total, incluindo a tirinha final, sendo 5 histórias curtas de 1 ou 2 páginas (4 delas foram com a Magali), e  4 histórias mudas no total, incluindo essas curtas e a tirinha. Ou seja, tudo absolutamente normal que vem saindo nos gibis atuais.

De destaque teve uma história da Tina em uma loja confundindo um cliente com vendedor, em "Quem procura acha", e uma do Dudu tentando ser um cavalheiro com garotas, em "Ser ou não ser cavalheiro?". Nessa, inclusive, teve aparição da Dorinha com roupa verde, diferente da tradicional rosa. Teve também uma do Piteco, "O peso da evolução", que foi muda correndo de dinossauro. Antes, ele caçava dinossauros, agora corre deles, por causa do politicamente correto.

O gibi encerra com a história "Selfie felino", com 10 páginas no total, com o Mingau atrapalhando a selfie que a Magali tirava com o smartphone. Agora estão investindo em histórias do Mingau com inovações tecnológicas. Já teve passando sufoco com câmera digital, TV LED e agora atrapalhando a Magali com selfie do seu smarphone. Se não fosse edição especial, creio que essa seria história de abertura. 

Os traços dessa história ficaram terríveis, os piores desenhos da edição, completamente sem arte. Fica nítido que foi feito por computador. No trecho da história que mostro abaixo, repare os desenhos do Mingau no 2º e 4º quadrinhos, na mesma posição e expressão igual, só mudando a proporção do tamanho, que dá facilmente para manipular isso em programas como "CorelDraw", "Photoshop" ou similares. Constrangedor. Na página 61, o Mingau também aparece exatamente assim em 2 quadrinhos, só que em posição invertida. Ou seja, eles têm desenhos e expressões prontos e vão inserindo nas cenas, o que melhor encaixa nas cenas. Mais digital que isso, impossível. E os olhos da Magali? Um horror.

Trecho da HQ "Selfie felino"

Já a tirinha também não foi comemorativa, mas como foi muda, pelo menos não teve aquelas letras minúsculas que estão saindo nos gibis atuais. Outro ponto negativo da edição que nem os passatempos não fizeram alusão à comemoração da 'Magali # 500', como foram os da Mônica e Cebolinha, sendo normais e educativos. 

Para constar, foi lançada também, a exemplo de Mônica e Cebolinha, uma edição especial com capa metalizada mais grossa, papel couché no miolo e com mesmo conteúdo. Também com formato canoa, só que custando R$ 4,90 (mais cara que a original, que custa R$ 3,90), e com uma tiragem limitada e nem todas as bancas vendem. E o erro de revisão da história de 'Mônica # 47' permaneceu também nessa versão. Abaixo, a capa dessa versão comemorativa: 

Edição especial comemorativa

Como podem ver, 'Magali 500' foi uma decepção, ficando muito a desejar. Não chega nem aos pés dos que foram da Mônica e do Cebolinha. Nem frontispício colocaram. Faltou pesquisa em procurar personagens que marcaram as revistas da Magali. Se fizessem outra história, mostrando vilões e bruxas que marcaram já iria melhorar. Ficou parecendo que tudo foi feito às pressas, só por causa da obrigação de ter uma edição especial com a Magali. Uma pena. Magali merecia uma edição comemorativa muito melhor.

domingo, 18 de janeiro de 2015

Capa da Semana: Cebolinha Nº 34

O cabelo do Cebolinha sempre rendeu ótimas piadas, afinal é multifuncional e serve para tudo. Dessa vez, o Cebolinha usou 4 fios como vara de pescar, para conseguir vários peixes no rio ao mesmo tempo. Muito bom.

A capa dessa semana é de 'Cebolinha Nº 34' (Ed. Globo, Outubro/ 1989).


sábado, 17 de janeiro de 2015

Tirinha Nº 22: Turma do Penadinho

Uma coisa muito comum e que sempre deu certo na Turma do Penadinho foi misturar os fantasmas e monstros associados a fatos do nosso cotidiano. Essa tirinha retrata bem isso, com o Cranicola fazendo um cadastro, mas que se enrolou quando foi perguntado sua altura. 

Não foi falado cadastro para que ele estava fazendo, mas nem importa. O importante foi a piada, muito divertida, por sinal. Legal ver também o cadastro ainda sendo feito com máquina de escrever. Muito bom.

Dá pra estranhar tirinha do Cranicola em final de expediente. É que nos gibis da Editora Abril dos anos 80, quase não tinham tirinhas no final do expediente, deixando o lugar para anunciar a história da próxima edição ou outras revistas da Editora Abril, sem ser da Turma da Mônica. Em 1986, as tirinhas no final voltaram, mas de vez em quando colocavam alguma do Penadinho, Bidu, Anjinho e Magali (que não tinha revista própria), em vez de ser do personagem da revista. E essa do Cranicola foi uma delas. 

Talvez colocavam para divulgar os pockets "As Melhores Piadas", que estavam em circulação na época. E, curiosamente, tirinhas sem do personagem da revista, retornou nos gibis da Globo de 2003, quando colocavam tirinhas do Bidu e do Penadinho no final do expediente em alguns gibis.

Essa tirinha foi publicada originalmente em 'Cascão Nº 106' (Ed. Abril, 1986).


quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

Cebolinha: HQ "Eu amo ser mau"

Nessa postagem, mostro uma história em que o Cebolinha virou um diabinho de verdade, causando muitos problemas para ele. Ela tem 11 páginas no total e foi publicada originalmente em 'Cebolinha Nº 53' (Ed. Globo, 1991).

Capa de 'Cebolinha Nº 53' (Ed. Globo, 1991)

Começa o Cascão convidando o Cebolinha para jogar futebol, mas o Cebolinha, de forma bem grosseira, diz que não vai porque depois que ele suar, ninguém vai suportar o cheiro. Cascão vai embora profundamente magoado.


Cebolinha, sem remorso nenhum, fala aos leitores que a verdade às vezes dói. Em seguida, ele encontra o Sansão no chão e começa a dar nós na orelha, quando chega a Mônica. Ele taca o Sansão na cara da Mônica, que fica furiosa e corre atrás dele. Magali aparece com uma melancia na mão e o Cebolinha, sem pensar duas vezes, faz a Magali tropeçar, fazendo que a melancia caia na cabeça da Mônica.


Cebolinha caminha mais um pouco e cai em um precipício. Enquanto vai caindo, ele fica desesperado, pede ajuda a alguém, falando que faria qualquer coisa. Até que uma mão gigante o segura e fica aliviado, dando graças a Deus. Quando vai ver era o Diabão que havia o segurado. Diabão fala que só ele mesmo para ajudar um garoto tão mal como o Cebolinha.

O Diabão fala que como o salvou, agora a vida do Cebolinha pertence a ele. Diz ainda que é o maior fã dele, que só o tropeção que ele deu na Magali foi o máximo. Com isso, transforma o Cebolinha em um diabinho, com chifres e tudo, dizendo que o Mauricio esqueceu desses detalhes quando o criou. O Diabão vai embora e o Cebolinha fica desesperado, falando pra não deixá-lo assim.


No caminho, Cebolinha encontra Jeremias e Titi, que pensam que ele estava com uma fantasia. Cebolinha corre para casa e quando chega a sua mãe o vê como diabinho. Cebolinha diz que estava brincando de pegador com a turma e que a fantasia era eles correrem mais de medo.

No quarto, enquanto ele pensa o que vai fazer, a Mônica aparece pra ajustar as contas pelo o que ele fez. Cebolinha foge pulando pela janela, mas a Mônica consegue pegá-lo pelo rabo. Ela estranha, perguntando que fantasia é aquela. Cebolinha diz que virou um diabinho e a Mônica brinca que como ele pode virar uma coisa que ele sempre foi. Então, cebolinha chora, saindo fogo da boca dele, queimando a Mônica, que foge de medo. 


Bem ou mal, Cebolinha conseguiu derrotar a Mônica, mas ele não gostou, querendo saber como ele conseguiu fazer aquilo. No caminho, as pessoas da rua fogem de medo dele e acaba espetando a bunda de um homem, sem querer com a foice. As rádios anunciam que há um diabinho solto pelas ruas. Nisso, um policial e um grupo de pessoas o veem e tacam pedras no Cebolinha, mandando cair fora de lá.


Cebolinha se esconde atrás de uma pedra gigante e chora. O Diabão aparece de novo, mandando o Cebolinha acabar com o pessoal que está perseguindo porque deu poderes para isso. Quando surge o Anjinho, falando ao Cebolinha que pode vencê-lo. Nessa hora, o Diabão esmaga o Anjinho, como se fosse um mosquito, deixando o Cebolinha furioso, voltando a soltar fogo pela boca. 


O Diabão fica indignado, achando que é com ingratidão que o Cebolinha paga os empréstimos dele, e então, resolve destransformar o Cebolinha, tirando todos os seus poderes e para se vingar o deixa caindo no precipício, antes de salvá-lo.

Nessa hora, o Anjinho acorda depois de ter sido esmagado e vê o Diabão jogando o Cebolinha no precipício. Enquanto cai, o Cebolinha pede ao Pai do Céu ajudá-lo. Anjinho o salva de lá e diz que dessa vez chamou o nome acerto. Afinal, "alguém" pode ser qualquer um e tem que pedir ajuda é a Deus.


Cebolinha agradece o Anjinho e volta a ficar feliz. No caminho, vê o Cascão com o Sansão, pedindo ajuda com o que fazer com ele. Cebolinha não o ajuda, dizendo só "sinto muito", como forma de dar um tempo nas maldades. Cascão estranha e nessa hora surge no chão o Diabão, querendo dar uma mãozinha ao Cascão, como forma de ser o novo aliado, terminando assim.


Acho essa história muito boa e criativa, discute até que ponto travessuras de criança podem ser consideradas normais para a idade ou maldades mais sérias. De fato, o Cebolinha estava agindo mal com seus amigos e o Diabão aproveitou as suas atitudes para o Cebolinha se tornar o seu aliado.

Tem uma bonita lição de moral para se dirigir sempre a Deus, quando deseja algo. O Cebolinha dá um tempos na maldade no final dessa história por causa que tudo que passou, mas logo depois voltou tudo ao normal normalmente. No final, fica a dúvida se o Cascão aceitou ajuda ao Diabão, ficando interpretação do leitor, coisa comum na época finais assim em aberto para a interpretação de quem está lendo.


É completamente impublicável hoje, porque na visão da patrulha do politicamente correto, essa história pode causar muitos traumas nas crianças. Afinal, um Diabo gigante perverso, Cebolinha transformado em diabinho, soltando fogo pela boca, deixando a Mônica toda queimada. A cena mais forte acredito que seja o Anjinho sendo esmagado pelo Diabão como se fosse um inseto. Na época eu não fiquei com medo e muito menos traumatizado com nada disso, achei até engraçado, mas como hoje tudo gira em torno do politicamente correto, e que acham que tudo vai traumatizar, sem chance dessa história ser republicada de novo nos dias atuais. 


Os traços são perfeitos, bem grossos, acho que nunca deviam ter mudado. Gostei muito no título, colocaram um coração preto no lugar da palavra "amo". Tudo a ver. Na postagem a  coloquei completa. Outra coisa boa que teve até um erro de colorização, com a mão do Diabão sem ter ficado laranja quando destransforma o Cebolinha. Eu adorava quando acontecia esses erros, porque prova que tudo era feito de forma artesanal. Muito bom.


Uma curiosidade é o fato de ter propaganda do "Grupo Ama" (uma escola que ensinava a tocar instrumentos musicais) na lateral direita da 1ª página, que fiz questão de manter na imagem da postagem. Era muito comum na época ter anúncios assim e até mesmo inseridos no rodapé das histórias. Nessa foi só na 1ª página, mas as vezes em várias páginas tinham anúncios nas laterais. Aliás, o "Grupo Ama" ficou muito conhecido nos anos 80, já que nos gibis vinham aulas ensinando a tocar violão e outros instrumentos musicais, junto com promoção para ganhar muitos prêmios.

segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

Capa da Semana: Magali Nº 115

Uma capa com a Magali trabalhando em um escritório, com os objetos em forma de comida do jeito que ela gosta. O telefone foi em forma de sanduíche; o gancho, um cachorro-quente; um porta-lápis em formato de abacaxi; e as canetas, cenouras. Até a gravata teve estampa de frutas. Muito criativa.

A capa dessa semana é de 'Magali Nº 115' (Ed. Globo, Novembro/ 1993).


sábado, 10 de janeiro de 2015

Personagens Esquecidos 11: Manezinho


Manezinho foi um dos primeiros personagens criados pelo Maurício de Sousa e que foi esquecido, mas retornou anos depois. Nessa postagem, falo sobre esse personagem.

Criado em 1959, como o amigo do Franjinha nas tiras de jornais do "Bidu e  Franjinha", Manezinho não tinha personalidade definida, apenas foi um personagem secundário, por volta de 10, 11 anos de idade, para contracenar com o Franjinha. Nessa época foram criados também o Titi, Jeremias e Humberto, todos com essa finalidade e nenhum com característica própria, nem o Franjinha tinha, por sinal. Apenas o Humberto que já era mudo, só falando "Hum!"Hum!". O nome Manezinho provavelmente foi em homenagem ao jogador de futebol Mané Garrincha. 

Quando foi lançado o gibi do Bidu pela Editora Continental em 1960, os personagens também apareceriam nos gibis em peso, inclusive o Manezinho, mas sempre servindo apenas para contracenar com o Franjinha, como a gente pode ver na história "O Cachorro falante", que foi a de abertura de 'Bidu Nº 1', de 1960. Nela, um mágico tenta fazer o Bidu falar, mas a mágica dá errada e acaba o mágico trocando de corpo com o Bidu, fazendo com que o Franjinha pense que o Bidu está realmente falando.

Trecho da HQ "O cachorro falante" ('Bidu Nº 1' - Ed. Continental, 1960)

Dá para notar que o Manezinho apenas fez participação nela e que os traços, tanto dele como de todos os personagens, eram completamente diferentes do que a gente vê hoje e até mesmo nos anos 70. Afinal, eram os primórdios dos trabalhos do Mauricio e nem estúdio tinha ainda.

Já na história "O ovo da discórdia", em que o Bidu e os meninos encontram um ovo gigante perto do campinho e cada um faz planos para tirar proveito do ovo, já que pensavam que era de dinossauro, Manezinho teve uma participação maior, com uma página só dele, mostrando o que ele faria com o tal ovo de dinossauro.

Trecho da HQ "O ovo da discórdia" ('Bidu Nº 1' - Ed. Continental, 1960)

Manezinho apareceu também em outros gibis do Bidu da Editora Continental e nas tiras de jornais e quando o gibi foi cancelado apenas nas tiras. Em 1970, com o lançamento do gibi da Mônica pela Editora Abril, ele continuou aparecendo. Como os gibis passaram a ser coloridos, o Manezinho passou a ser colorido com camisa branca e bermuda vermelha. Logo na história de estreia de 'Mônica Nº 1', "A Mônica é daltônica?", ele faz participação no plano infalível criado pelo Zé Luís, para que a Mônica pense que é daltônica.

Nesse mesmo gibi, a história "O cachorro falante" foi relançada, só que sendo redesenhada, colorida e adaptada para o estilo dos gibis do final dos anos 60. Ou seja, tinha o mesmo roteiro, só que com mais falas, tanto que na história original de 1960 tinha 4 páginas no total, enquanto que na de 1970, passou a ter 8 páginas. Logicamente o Manezinho não podia ficar de fora nela.

Trecho da HQ "O cachorro falante" ('Mônica Nº 1 '- Ed. Abril, 1970)

Em "Quem conta um conto", de 'Mônica Nº 2', de 1970,  também teve participação do Manezinho. Nela, o Franjinha ouve um comentário que sua barriga é supérflua e ele achando que é coisa boa espalha a novidade a seus amigos, que espalham também para todo mundo só que mudando a palavra para superfluor e superfuro, causando muitas confusões.

Trecho da HQ "Quem conta um conto" ('Mônica Nº 2' - Ed. Abril, 1970)
Manezinho continuou aparecendo no início dos anos 70, até porque muitas histórias eram adaptadas dos gibis do Bidu da Editora Continental e também de tiras de jornais, já que muitas delas eram histórias que saíam diariamente de forma seriada, mostrando 3 quadrinhos por dia, ficando meses circulando. Depois, o Mauricio adaptava essas tiras dos anos 60 para serem aproveitadas em uma única história para os gibis.

Uma das últimas aparições do Manezinho em sequência foi na história "Bidu e o mágico", de 'Cebolinha Nº 15', de 1974. Nela, Bidu foge de casa depois do Franjinha reclamar que ele não sabe fazer nenhum truque que os outros cachorros fazem, e acaba virando atração de circo. Franjinha e Manezinho veem o Bidu na plateia e tentam salvá-lo de lá. Nessa, o Manezinho até estava com uma camisa azul, e, com isso, uma roupa diferente da tradicional camisa branca e bermuda vermelha.

Trecho da HQ "Bidu e o mágico" ('Cebolinha Nº 15' - Ed. Abril, 1974)

A partir daí, Manezinho aparecia só de vez em quando no decorrer dos anos 70 e depois de algum tempo mais sumido, retornou participando na história "Zé Luis, o antiatleta", por volta de 1983 e republicada em 'Almanacão de Férias Nº 5', de 1989, em que o Zé Luís dá um chute na bunda do Manezinho jogando futebol e é expulso da partida. Com isso, o Anjinho tenta ajudar o Zé Luís a escolher o melhor esporte para ele praticar, só que nenhum dá certo. Nela, o Manezinho participa só na primeira página, e já com os traços adaptados para os anos 80.

Trecho da HQ "Zé Luís, o Antiatleta" (republicada em 'Almanacão de Férias Nº 5')

Após essa aparição-relâmpago, Manezinho ficou sumido de vez, não participando mais de nada, ficando no limbo do esquecimento. Ficou sumido pelas circunstâncias de novas coisas surgindo e acabou ficando esquecido pela MSP. E ficou assim até em 2004, quando o personagem volta a aparecer nos gibis. 

Com a criação da Turma do Bermudão, o Manezinho foi lembrado e resolveram colocá-lo como integrante do grupo, junto com Franjinha, Titi e Jeremias. A Turma do Bermudão, um núcleo com personagens por volta de 10, 11 anos de idade (fase de pré-adolescência) e com histórias mostrando dilemas dessa faixa de idade de transição da infância para adolescência. Viviam de calças compridas até altura da canela cheias de bolso, denominadas "bermudões" e nas suas histórias, eles andavam juntos, falavam gírias, procuravam namoro e não aceitavam brincar com as crianças menores porque eles já se sentiam como adultos, além de querer que os outros seguissem o estilo de vida deles.

Turma do Bermudão

Em algumas histórias, um deles ficaram de fora, só mostrando 3 personagens. De vez em quando, Cebolinha, Cascão, Xaveco e outros meninos menores queriam entrar para turma deles, mas sem sucesso, até por causa da idade.

Ao invés de criarem personagens novos para esse núcleo, preferiram colocar personagens já existentes. Por coincidência, os integrantes foram os mesmos da época dos gibis do Bidu da Editora Continental, só o Humberto ficando de fora, já que a partir dos anos 70, ele passou a ter a idade de 6 anos, as mesmas do Cebolinha e do Cascão, diferente nos anos 60, quando o Humberto era mais velho, com a mesma idade do Franjinha.

Uma história de destaque foi a "Turma do Bermudão no Parque, não", de 'Parque da Mônica Nº 144', de 2004. Nela, a Turma do Bermudão vai ao Parque e os meninos estranham a presença deles lá. Cada vez que eram vistos nos brinquedos, eles disfarçam, dando desculpas que não estão brincando, apenas vendo se estão funcionando e coisas semelhantes. No final, eles aceitam que ainda são crianças e vão brincar juntos com os meninos, com uma bonita mensagem  que não se deve privar de coisas que você gosta só porque cresceu e que a sociedade acha errado.

Nessa história tem até uma curiosidade do Jeremias não aparecer junto com eles,  só que aparece nela mais crescido que a Turma do Bermudão, aparentando ter a mesma idade do Zé Luís, que tem 16 anos.

Trecho da HQ "Turma do Bermudão no Parque, não" ('Parque da Mônica Nº 144' - Ed. Globo, 2004)

Além da Turma da Bermudão, o Manezinho também a aparecer sozinho às vezes, participando das histórias com a Turma da Mônica. Com a sua volta, ele passou a ter uma característica própria: o seu nome verdadeiro passou a ser Manuel, sendo filho de portugueses e foi falado que ele sumiu porque estava morando em Portugal.

Uma das histórias que ele aparece sem ser na Turma do Bermudão foi a "Conheço você de algum lugar", de 'Cebolinha Nº 232', de 2005. Nela, Dudu encontra o Manezinho na rua e diz que não o conhece, chegando a confundir com um ET e o tenista Guga. Após ver o gibi 'Mônica Nº 1' de 1970 do seu pai, Dudu descobre quem era o Manezinho, só estranhando que tinha cara pontuda. Manezinho revela, então, esse fato que sumiu porque estava morando em Portugal com os pais e que voltou. No final, depois do Manezinho ir embora, o Dudu encontra o Nico Demo, perguntando se  conhece de  algum lugar, começando a confusão novamente. tem umas tiradas engraçadas, o que estraga são as caretas exageradas, já comuns na época.

Trecho da HQ "Conheço voc~e de algum lugar" ('Cebolinha Nº 232' - Ed. Globo, 2005)

Em 2007, Manezinho ganhou um irmão caçula, o António Alfacinha, que veio de Portugal para morar com ele. Estreou em 'Cebolinha Nº 7' na história "António Alfacinha (O miúdo luso)", dividida em 3 partes, em que o Alfacinha ensina a Turma do Bermudão e o Cebolinha palavras curiosas da linguagem portuguesa, como "encarnada" que significa "vermelha", "catita", que é "engraçado", "xaveco", que é "velharia", e assim por diante, e ainda participa de um plano infalível contra a Mônica.

Trecho da HQ "António Alfacinha (O miúdo luso)" ('Cebolinha Nº 7' - Ed. Panini, 2007)

Vale lembrar que nessa história, o Franjinha não pareceu na Turma do Bermudão e o personagem António Alfacinha anda sumido também dos gibis.

Manezinho continuou a aparecer com frequência em outras histórias depois dessa com a Turma do Bermudão até por volta de 2012, mas nos últimos anos, tem aparecido poucas histórias desse grupo e nem histórias do Manezinho sozinho, contracenando com a turma. Acredito que não seja uma volta do personagem ao limbo, mas é que como os gibis novos estão cada vez mais voltados a crianças bem pequenas até por volta de 8 anos, então histórias da Turma do Bermudão não correspondem com a faixa etária do público alvo. Quando algum enredo puder encaixar o Manezinho, ele aparecerá de novo e com certeza quando tiver história da Turma do Bermudão, o Manezinho estará também.

Termino mostrando algumas capas dos gibis citados na postagem com presença do Manezinho:

Capas: 'Bidu Nº 1' (1960), 'Mônica Nº 1' (1970), 'Mônica Nº 2' (1970), 'Cebolinha Nº 15' (1974), 'Almanacão de Férias Nº 5' (1989), 'Parque da Mônica Nº 144' (2004), 'Cebolinha Nº 232' (2005), 'Cebolinha Nº 7' (2007)