No último dia 12 de agosto de 2021 morreu o grande ator Tarcísio Meira e em homenagem compartilho uma história em que a turminha faz de tudo para ele dormir tranquilo ao descobrir que ele as revistas deles. Com 5 páginas, foi história de encerramento de 'Mônica Nº 5' (Ed. Globo, 1987).
Capa de 'Mônica Nº 5' (Ed. Globo, 1987) |
Nela, Magali chama a Mônica, empolgada com a novidade que viu na revista "Criativa" e pergunta quem lê sempre as revistas da Mônica. Ela diz que é a Dona Petronilha, mãe do Mauricio, e Magali responde que é o Tarcísio Meira. Mônica fica encantada em saber que o galã da novela das oito e que sempre que aparece na novela fica suspirando apaixonada e é muita emoção para uma garotinha só. Ela ainda acena para o Tarcísio leitor, perguntando se está a vendo. Magali diz que ele lê as revistas antes de dormir e Mônica tem ideia do Tarcísio ter um sono gostoso.
Mônica pega um violão e toca e canta "Nana, neném" (Nana, Tarcísio) e Cebolinha aparece perguntando que desafinação é aquela. As meninas dizem que é o Tarcísio Meira que está querendo dormir, Cebolinha diz que não está o vendo e ela diz que está ali lendo a historinha, apontando para o leitor. Cascão aparece e leve um monte de carneirinhos para o Tarcísio contar, só que eles não conseguem fazer os carneirinhos pularem a cerca, eram muito ariscos. Então, Cebolinha saca um relógio para tentar hipnotizar o Tarcísio. Mônica pergunta se deu certo e Cebolinha confere que tem muitas crianças bonitinhas lendo a revista e se espanta, tampando o olho com vergonha quando vê uma menininha trocando de roupa.
A turminha não sabe o que fazer para o Tarcísio dormir, já tentaram de tudo, quando o próprio Tarcísio aparece para dar sugestão. Eles adoram a visita, mas Cascão diz que prefere a Gloria Menezes. Assim, Tarcísio faz todos dormirem cantando canção de ninar e balançando as crianças no colo, manda o desenhista bolar um quarto e camas. Todos dormem e Tarcísio fala que sem essa turminha bagunçando, fica mais fácil dormir, terminando assim.
Bem legal essa história de metalinguagem e com homenagem ao ator Tarcísio Meira. A turminha resolve fazer o Tarcísio pegar no sono ao descobrir que ele lia as revistas antes de dormir. Fazem várias tentativas, sabendo que ele estava ali lendo fora dos quadrinhos, mas foi preciso o próprio Tarcísio ir ao quadrinhos para a turma dormir e deixar de fazer bagunça e ele finalmente conseguir dormir tranquilo.
Foi divertido ver as formas que eles queriam que o Tarcísio dormisse como canção de ninar, contar carneirinhos e até hipnose, principalmente Cascão levar carneirinhos de verdade para pular a cerca para serem contados pelo Tarcísio. Serve também formas para os leitores que têm insônia. Engraçada também a parte do Cebolinha ficar com vergonha de ver garotinha trocando de roupa, Cascão preferir a Gloria Menezes ao Tarcísio, e meninas da idade delas lendo revista "Criativa", que era de comportamento feminino e fofocas. Hoje não fariam isso de ler revista assim e nem elas com interesse de ver novela e apaixonadas e suspirando por um ator por não ser coisa de criança.
Histórias com metalinguagem eram boas, gostava de quando sabiam que eram personagens em quadrinhos e até interagindo com leitores. Também era legal os personagens interagindo com artistas famosos, sempre quem estava em alta eles mostravam, nem que fossem só citados. Na época, o Tarcísio era galã e estava em alta por causa da novela "Roda de Fogo" (1986) e a MSP fez questão de fazer essa historinha em homenagem ao ator. Além dessa história, ele já apareceu em outras, nem que seja em um quadrinho ou pelo menos citado.
Dessa vez não teve paródia com o nome do Tarcísio Meira nem da Gloria Menezes, na época nem sempre parodiavam, mas capaz do próprio Tarcísio ter permitido que não parodiassem os nomes deles, quem sabe. O nome da Revista "Criativa" também não foi parodiado por ser da própria Editora Globo, e, ainda ficou sendo uma propaganda da revista feminina. Curioso também saber que o nome da mãe do Mauricio de Sousa se chamar Dona Petronilha. Os traços ficaram sensacionais, muito bonitos desenhos assim e o Tarcísio ficou perfeito, bem idêntico ao ator na vida real, as cores que ficaram meio desbotadas, típicas das revistas de 1987.
Tarcísio Meira, infelizmente, morreu no último dia 12 de agosto de 2021, aos 85 anos, por complicação de COVID-19. Foi um grande ator de várias novelas, filmes e séries de sucesso que ficam lembrados na memória da televisão e cinema brasileiros e de todo o público. Essa história acabou sendo uma homenagem do Blog a esse grande ator. Descanse em paz, Tarcísio, e nossos sentimentos à família.
Cebolinha respeitando privacidade de leitora que troca de roupa... Cascão pastorando ovelhas... Mônica apontando o dedo para mostrar onde se encontra o ator... Sensacional! Esta edição traz também outra celebridade de até então: a cantora Tetê Espíndola, coloca tempo que sumiu dos holofotes...
ResponderExcluirMaravilhosa. Essas coisas faziam a diferença nas histórias. Teve a Tetê Espíndola na abertura por causa do filme da Sereia do Rio. De fato, ela está sumida há tempos.
ExcluirQuando criança não compreendi a HQ de abertura deste gibi, mas como as tramas que contam com presença do Capitão Feio sempre me chamaram atenção, gostei mesmo panguando, só captei mesmo por volta dos treze de idade, curioso é que em 1987 já conhecia a cantora, já estava alfabetizado e adquiri o gibi novo, até porque não conhecia sebos, nesse ano meu porto seguro eram apenas bancas de revistas, não sei por que não linkei logo de cara que a sereia é a Tetê, também não associei com o filme que estava em cartaz na época, nunca assisti e confesso que nem tive vontade, pois embora tenha lançado muitos clássicos animados nos 1980, se a MSP dependesse única e exclusivamente das animações para chegar onde chegou, teria ficado antes do meio do caminho, não estou depreciando, de fato considero os desenhos animados como um complemento, a síntese profunda, visceral, o que de fato representa a Turma da Mônica antiga reside somente nos quadrinhos.
ExcluirEssa edição curiosamente foi uma das primeiras que consegui em sebo em 1989, uma das primeiras adquirida em sebo. Pode até não saber que era sereia era a Tetê, mas dava pra saber que se tratava do filme deles porque na história já fala de cara, aí desde pequeno sabia que era do filme. Na verdade, não é a história do filme, é como se fosse um bastidores de gravação do filme imaginário. Mostrei essa história aqui, porém não com imagens completas porque era do início do Blog.
Excluirhttps://arquivosturmadamonica.blogspot.com/2013/05/monica-hq-uma-aventura-cinematografica.html
Como o nome do filme aparece na história e a edição contém publicidade do mesmo, pode ser que eu tenha associado esse detalhe tão óbvio, realmente não lembro, já Tetê tenho certeza que demorei bastante para sacar que faz parte da trama.
ExcluirO gibi é de maio, segundo o que pesquisei, Tarcísio Meira nasceu nos mesmos ano e mês em que Dona Petrolina deu à luz a Mauricio de Sousa, o ator é mais velho questão de dias, o que quero dizer é que quando esta homenagem foi publicada Tarcísio tinha cinquenta anos de idade.
O nome da mãe do criador da Mônica é "Petronilha", a baixinha dentuça me corrigiu.
ExcluirSim, Petronilha. Não sabia da idade da mãe do Mauricio e nunca me toquei que o Tarcísio tinha 50 anos na época dessa história. Capaz então de ter sido em homenagem aos 50 anos dele.
ExcluirTambém não sei da idade da mãe do Mauricio, não faço ideia de quantos anos tinha na época.
ExcluirMe equivoquei quanto à idade do ator global nesse tempo, sendo de outubro de 1935, em maio de 1987 tinha cinquenta e um anos, errei por pouco.
Como não foi parodiado o nome da celebridade, a revista também aparece com nome real, não sei se Criativa em forma impressa ainda está em vigor, lembro que era título voltado para o público feminino e o mais popular da Ed. Globo que também publicava Marie Claire que soava elitizado, parecia destinado às madames.
Então por Tarcísio ter 51 anos na época, foi só uma homenagem ao ator que quiseram fazer, até por estar em alta. Acho que vc confundiu idade da mãe com a idade do Mauricio, ele sim nasceu dia 27 de outubro de 1935. A mãe dele deve ter nascido no mínimo no início do século XX.
ExcluirA revista Criativa era da Editora Globo, por isso não parodiaram nome, serviu até como propaganda da revista. Pelo que pesquisei, agora a revista se chama Glamour, no caso, foi substituída pela revista Glamour.
Não, Marcos, não confundi, releia com calma o segundo parágrafo do meu comentário de 16/08/21 postado às 22:22 e vai ver que está claro o que eu disse, o que digitei errado foi o nome da prezada progenitora do cartunista, você é um anfitrião inteligente, provavelmente leu de forma corrida e interpretou errado, normal, acontece!
ExcluirBom saber, Glamour ficou no lugar de Criativa, agradeço pela informação, Marcos!
Ok, li corrido e foi mal interpretado. Disponha.
ExcluirLinda homenagem... :) Lindas HQ...esses traços!! *-*
ResponderExcluirGrande perda, valeu a homenagem mesmo. Esses traços eram excelentes, nunca deviam ter mudado.
ExcluirEles interagindo com os desenhistas e até saindo das folhas ainda e comum..mais atualmente acontece mais nas historinhas do bidu
ResponderExcluirÉ raro acontecer isso, deixaram mais com Bidu por pedir histórias assim.
ExcluirAs vezes rola uma citação ao roteirista em alguma situação desfavorável. .ou vai pra revistinha da Magali. .quando dudu invadiu gibi da moniva
ExcluirSim, bem pouco. Antes eram bem frequentes histórias de metalinguagens
ExcluirSempre achei que um dos motivos da turma da Mônica ir pra Globo era pensando nos desenhos animados
ResponderExcluirNa produção não fariam diferença em qual editora estavam, mas pra divulgarem e até passar os filmes e desenhos na TV Globo seriam mais jogo pra eles.
ExcluirNão peguei a época pois era muito pequeno mais acho que chegou a passar no xou da xuxa
ExcluirEu não sei se os filmes dos anos 1980 se passaram na Globo, mas uns desenhos de 1999 de cerca de 1 minuto de duração passaram no Angel Mix.
ExcluirEsse de um minuto eu lembro. .achava uma injustiça porque ja conhecia os gibis...Maurício contava no antigo site que aliás era bem legal.. tinha várias historinhas la que teve dificuldade pra produzir desenhos na década de 90 devido custo de computadores e auge dos desenhos japoneses
ExcluirEu vi essa informação no antigo site. Uma pena mesmo, senão teriam desenhos mais desenhos e melhores.
ExcluirAcho que o incentivo à produção nacional era difícil nos anos 90...veja laços teve mil patrocínios e produtoras pra ser lançado...
ExcluirPois é, isso também influencia
ExcluirJá li essa HQ antes e o que eu iria dizer,Marcos já disse,de oo nome do ator não ser parodiado e,o mais importante,ele ter sido bem desenhado,idêntico ao ator real,devem ter escolhido a dedo o desenhista.
ResponderExcluirLembrei de uma HQ de traços medianos em que aparece um Maurício nada a ver,ridículo!Totalmente diferente dos Maurícios que eu via em outras HQs.
Eu acho que quando não tinha nomes parodia dos o artista fazia questão que não fosse parodiado quando recebia a autorização pra fazer história. O artista gostava tanto da homenagem que pedia pra não parodiasse. Palpite meu. Pra mim tanto faz, até que eram criativos com os nomes parodiados.
ExcluirAs vezes o Maurício era desenhado sem nada a ver. Vai de cada desenhista. O que sempre faziam questão é de deixar o visual atual dele, tipo era desenhado com barba quando tinha, depois desenhado só de bigode, depois de cara limpa quando tirou tudo.
Sempre bem sombracelhudo como Monteiro Lobato. .ha propósito vocês acham Monteiro Lobato preconceituoso?
ExcluirMiguel, não acho o Monteiro Lobato preconceituoso, pelo contrário.
ExcluirDisseram isso porque a tia Anastácia vivia pra servir seus patrões não tinha vida própria família e parece que ele escreveu livros racistas nos EUA...
ExcluirPelo menos quanto a Tia Anastácia eram os valores da época, ainda mais no início do século XX que as mulheres eram submissas. Quanto a livros racistas, aí não sei, aí teria que ver o tom que ele escreveu, hoje é racismo, mas muitas coisas na época não era considerado. Tipo, chamar alguém de preto não era considerado racista na época e hoje é ofensivo.
ExcluirBem que eu tava imaginando que colocaram os nomes reais nessa história... No dia seguinte ao falecimento do Tarcísio, essa história foi publicada no Instagram da Turma e tava com o sobrenome dele alterado pra "Leira". Achei suspeito porque eu sabia que nessa época vez ou outra colocavam um nome real, e agora minhas suspeitas se confirmaram. Mas nem pra fazer homenagem a MSP pode dar um tempo nesses nomes fictícios? Parece até o FIFA isso. xP
ResponderExcluirNesse Instagram, então, eles alteraram. Podiam ter mantido por conta que a original era com nome real. Acho que quando pedem autorização par ao artista para homenagear nas histórias, deviam perguntar se aceitam deixar o nome real deles, aí se aceitam, não vejo motivo de parodiar. Mesmo assim até que as paródias ficam bem criativas até hoje, aí nem ligo. Só não aceito é alterarem as antigas.
ExcluirAndrey, vi lá o Instagram da Turma da Mônica e além de alterarem o "Leira", colocaram também "Glória Nemezes" na fala do Cascão e o pior foi a fala do Cebolinha quando ele tapa olhos por ver garotinha trocando de roupa e mudaram a fala pra "é que agola fiquei encabulado!", ou seja, tiraram o motivo de ele ter ficado encabulado. Essas mudanças estragam as histórias. Os nomes dos atores até dá para aceitar por direitos autorais, mas a fala do Cebolinha não precisavam mudar.
ExcluirLegal demais essa história! Não tenho esse gibi, é um dos que estou doido para comprar, mas só tenho encontrado em estado ruim de conservação ou então, muito caro. Sobre as cores, parecem menos desbotadas do que as edições do segundo semestre de 1987, não ficaram tão ruins. Grande homenagem e postagem, Marcos!!
ResponderExcluirQue bom que gostou, essa homenagem foi ótima. é muito bom esse gibi, tem vários clássicos, vai gostar quando conseguir. Em bom estado mais difícil encontrar barato, quanto menos esperar, vai conseguir. As cores ficaram menos desbotadas do que no segundo semestre de 1987, quando ficaram piores. Ficaram muitos meses naquele estilo desbotado.
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