segunda-feira, 28 de setembro de 2020

Cascão: HQ "Metade de mim me adora... metade de mim me odeia!"


Mostro uma história em que um espírito baixou no Cascão e quis a todo custo tomar banho para não ficar dentro de um corpo sujo como dele. Com 18 páginas, foi publicada em 'Cascão Nº 154' (Ed. Globo, 1992).

Nela, conhecemos o velhinho Antero Antunes e seu filho Genovevo. Antero estava nas últimas, perto de morrer, inclusive médico chorou quando o viu e o padre foi confessar. Antero sabe que sua vida está no fim e se conforma que sempre será conhecido como o inventor de "Limpax" que deixa tudo limpo. Limpa tão bem que nunca mais nasceu cabelo no Genovevo quando usou o shampoo da linha. 

Antero ainda deseja que o filho continue com a obra de produção  de Limpax, mas quando vai revelar a fórmula, Dona Morte aparece e ele morre. Genovevo reclama que ela tinha que aparecer justo na hora que ia revelar a fórmula de família e Dona Morte diz que esse é o charme enquanto a alma do Antero sai do corpo dele e escapa pela janela. 

Ao cair  do prédio, a alma estava leve e sem controle e vai cair dentro do Cascão, que estava passando pelo prédio na hora. Cascão sente um gelado na hora que o espírito de Antero entra no corpo dele e em seguida se assusta ao ver a Dona Morte, dizendo que a gente vê cada figura. Logo depois, tenta andar para esquerda, mas o espírito de Antero o faz andar involuntariamente pela direita. Cascão reclama que quer ir para direita e o corpo vai para a esquerda e irritado ele reclama que a sua perna esquerda não obedece e começa a suar com o movimento.

O espírito de Antero começa a falar que não imaginava que o além-vida fosse tão fedorento. Cascão se pergunta se foi ele que falou aquilo e o espírito diz que não e Cascão se assusta pensando que perdeu controle da boca. Quando o espírito fala que era a boca dos dois, Cascão pensa que está ficando louco e Antero se identifica que ele é o espírito que tomou conta de metade do seu corpo.

Cascão desmaia e o espírito o faz acordar, já cansou de ficar deitado e quer ação. Quer tomar sorvete, pular, correr, brincar, mas antes de tudo tomar um bom banho, deixando Cascão desesperado. o Espirito diz que é Antero, criador de "Limpax" e que vai fazer tomar banho sim, enquanto o homem na rua se assusta ver Cascão falando sozinho com 2 vozes. Cascão diz que o espírito não manda nele e vai brincar no lixão, caminhando em direção de lá. O espírito quer banho e vai em direção ao rio. Tem um jogo de ir para lixão e ir tomar banho entre eles até Cascão cair dizendo que ganhou a disputa.

Nessa hora, a rua enche de gente aplaudindo, achando que o Cascão era um artista de rua. Mônica também estava e pergunta que não sabia que ele havia virado artista de rua. Cascão fala que um espírito baixou nele e Antero pergunta quem é aquela baixinha, dentuça e gorducha. Mônica fica com raiva e cascão diz que quem falou foi o Espírito.

Mônica não acredita e bate no Cascão. Isso faz coque ele fique fraco, permitindo o Espírito de Antero ficar mais forte e dominar o corpo do Cascão. Ele agradece à Mônica e fala que vai aproveitar para tomar banho. Mônica se assusta e corre para contar pra turma. Cebolinha, Magali e Franjinha ficam surpresos com a notícia e Cebolinha diz que se não foi espírito, foi um santo que baixou no Cascão e que importante é que vai tomar banho e não vai perder.

Todos vão em direção ao rio e Cascão estava próximo, com espírito se preparando para tomar banho. Quando estava pestes a acordar, Cascão acorda do desmaio e se assusta ao se ver na beira do rio. Cascão se segura em uma árvore e o Espírito pergunta aonde ele vai e se esqueceu do banho. Apesar de acordado, ainda estava fraco e o Espírito consegue ir até ao rio. A turma percebe que não era encenação do Cascão, se convencem que baixou um espírito nele e seguram os braços e pernas dele enquanto o Espírito grita que quer tomar banho.

Nisso, o Genovevo estava procurando a alma do pai como um caça-fantasma e, ao ouvir sua voz, encontra no corpo do Cascão e segurado pela turminha. Genovevo fala que nunca imaginou que tivesse fantasmas encardidos e ele diz que está no corpo do Cascão e manda tirar dali. Genovevo puxa os braços e pernas do Cascão de um lado e a turminha do outro, até que aparece Dona Morte.

Quando o espírito pula no rio, Dona Morte taca a foice no Cascão tirando o espírito do corpo dele. Cascão vai pra fora do rio se segurando na árvore enquanto o espírito cai na água. Dona Morte fala que a missão na Terra dele acabou e que a Turma do Penadinho o espera. Antes de partir, Genovevo pergunta qual é a fórmula de "Limpax". Antero diz que a fórmula esatava na careca do filho, que colocou enquanto dormia e só colocar um espelho para ver.

Dona Morte e Antero vão para o além e Genovevo se despede da turminha, falando que vai continuar a obra do pai. A turma acha tudo incrível e que Cascão escapou por pouco de tomar banho. Só que ele havia sumido de lá e acham que o susto foi demais para ele e havia morrido. No final, Mônica diz que baixou outro espírito no cascão, o espírito de porco, com ele todo feliz brincando no lixão.

Muito legal essa história com o espírito do velho Antero querendo ficar no corpo do Cascão e querer tomar banho pra não ficar em um corpo imundo, ainda mais ele que era o inventor dos produtos "Limpax" e que gostava de tudo limpo. Acontecia de tudo com o Cascão, se não bastassem vilões e a turminha querer dar banho nele, até um espírito baixado nele também tentou.

Foi o máximo o crossover da turminha com a Dona Morte, gosto quando tem essa mistura de núcleos diferentes. De início parecia uma história da Dona Morte, até aparecer o Cascão. E dava para pensar que até que o roteiro seria algo do tipo de darem banho no Cascão com os produtos "Limpax" do Antero, mas acabou sendo o Espírito querer dar banho nele. 


É toda engraçada, desde o papo do início entre pai e filho antes do velho morrer. Foi rachar de rir o Antero baixado no Cascão e todos da rua e turminha pensarem que ele estava louco ou era artista de rua e toda a luta do Cascão impedir do seu corpo tomar banho e briga para ver qual espírito ia prevalecer no corpo do Cascão, já que não podia ficar 2 espíritos dentro dele.

A MSP gostava de histórias envolvendo Espiritismo, personagens possuídos por espíritos, vida após a morte, espíritos trocando de corpo, reencarnação, vidas passadas, eram sempre bem envolventes. Maioria era com a Turma do Penadinho, mas as vezes tinham com outros personagens. Hoje histórias com religião não fazem mais para não privilegiar nenhuma, fora acharem que daria medo e trauma nas crianças e Cascão brincando no lixão como no final inadmissível para o povo do politicamente correto e, com isso, impublicável atualmente.

Foi até considerada uma história grande com 18 páginas em um gibi quinzenal, ocupou metade do gibi. Nos anos 1990 estavam colocando de vez em quando histórias mais compridas embora prevalecia um número médio, tipo 13 páginas. Os traços muito bons e caprichados, típicos dos anos 1990. Colocaram balões de formato diferentes para diferenciar as falas do Cascão e do Espírito baixado nele. Teve um erro de colorização na penúltima página da história em que a roupa do Genovevo apareceu branca em vez de cinza em 2 quadrinhos.

domingo, 20 de setembro de 2020

Mônica: HQ "Lambada!"


Em setembro  de 1990, há exatos 30 anos, foi lançada a história "Lambada!" em que a Mônica queria aprender dançar Lambada a todo custo para dançar com o Flavinho no concurso do bairro, mas Cebolinha atrapalhou tudo. Com 16 páginas, foi publicada em 'Mônica Nº 45' (Ed. Globo, 1990).

Mônica pede ajuda na Lambada para Magali, que estava tomando sorvete. Magali pensa que era lambida no seu sorvete e não aceita porque era pequeno e Mônica diz que era Lambada, que precisava aprender urgentemente. Magali fala que isso ela já dá nos meninos e Mônica diz que se refere à dança, já que o Flavinho ia dançar com ela no miniconcurso de Lambada que teria no bairro.

Magali fala que não sabe dançar nem valsa. Mônica diz que queria assistir a fita de vídeo que ensina dançar Lambada na casa da Magali e ela aceita. Cebolinha, que estava ouvindo tudo com o Cascão atrás da moita, comenta que achou estranho a Mônica pegar aquela fita na videolocadora e tinha que saber o motivo. Cascão fala que agora que sabe, é para eles irem assistir à fita do "Caspion" (Jaspion) na casa do Cebolinha e e ele diz que tem coisas mais importantes para fazer como tirar sarro da Mônica e Cascão diz que assistir ao "Caspion" é menos violento. Cebolinha lembra que o videocassete é dele e eles vão  até a casa da Magali.


Mônica e Magali assistem ao vídeo e tentam dançar, só que Mônica acaba derrubando a Magali quando gira com força. Cebolinha dá gargalhada e fala que é ridículo e pergunta se era aquilo que Mônica chama de Lambada. Ela diz que Lambada é a surra que ele vai levar agora e Cebolinha diz que não se deve fazer nada com quem é o único que vai poder ajudá-la, Cebolinha Magau, o rei da Lambada.

Mônica dá gargalhada e Cebolinha finge que não vai mais ajudá-la e que se vire para convencer o boboca do Flavinho dançar com ela. Cebolinha diz que soube porque Flavinho disse a ele que estava pensando em dançar com a Mônica. Ela fica desesperada e implora para o Cebolinha ensiná-la a dançar Lambada. Ele diz que vai quebrar o galho da dentuça gorducha e como ela ficou com raiva pelo xingamento, diz que não ensina garotas nervosinhas e Mônica se acalma e vai com os meninos.

Começa a aula no clubinho dos meninos, Cebolinha ensina tudo errado para a Mônica com intenção de avacalhar com ela. Primeiro a faz cair com um movimento estranho no corpo, depois fala para jogar o parceiro de dança no chão, pular em cima dele, depois ajudar a levantá-lo e jogá-lo na parede. Cebolinha fala que é a última palavra em Lambada e depois o Flavinho ficará gamadão nela enquanto Cascão fica rindo o tempo todo. Cebolinha manda Mônica praticar com o Cascão e ele fica irritado e Cebolinha diz que ele não foi só pra da risada.

Mônica treina com o Cascão várias vezes e o deixa todo surrado e dolorido. Ela vai atrás do Flavinho e os meninos vão atrás para dar risada. Na primeira parte da dança, ela cai, mas depois faz a segunda parte com o Flavinho e o deixa todo quebrado. Mônica pergunta se Flavinho não vai convidá-la para o concurso e ele responde que até estava pensando sim, mas depois dessa resolve chamar a Rita Cintura-de-Mola. Mônica pergunta se não gostou da Lambada e ele diz que se aquilo é Lambada, ele é o Sidão Magau e vai embora. Cebolinha e Cascão estavam atrás da moita e dão gargalhadas altas. Mônica ouve e corre atrás deles.

Os meninos tentam se esconder logo no salão do Concurso de Lambada que estava começando. Mônica fica procurando os meninos enquanto as crianças dançavam Lambada. O apresentador anuncia que agora seria para todos dançarem para valer, que os juízes estão de olho para escolher o campeão. Mônica encontra os meninos bem nessa hora e pega o Cebolinha e bate nele cheio de movimentos giratórios parecidos com a Lambada até jogá-lo na parede. Todos do salão aplaudem e Mônica e Cebolinha ganham o concurso por unanimidade. Flavinho a parabeniza pela dança e pede desculpas e enquanto eles recebem o troféu, Cascão fala que são os campeões da Lambada, a Mônica quem mais dançou e o Cebolinha, quem mais levou, terminando assim.

História muito legal, Cebolinha aproveitou que a Mônica não sabia dançar Lambada pra ensinar tudo errado, da sua maneira, para tirar sarro dela e atrapalhar seu envolvimento com o Flavinho. Como de praxe nas histórias de planos infalíveis, ele se deu muito mal no final. Foi engraçado ver as tiradas, o Cebolinha como professor de Lambada Cebolinha Magau e fazer a Mônica de boba e vê-la surrando os meninos com a dança inventada. Legal também ver os personagens vestidos com trajes típicos e cantando as músicas de Lambada. 

Dessa vez o Cascão não apanhou no final até porque o concurso era de casal, mas ele levou as surras na hora do treino da Mônica. As letras das músicas eles mantiveram, já nome do cantor Sidney Magal eles parodiaram com "Sidão Magau". As músicas lembradas na história foram: "Lambando se foi" e "Dançando Lambada" (ambos de Kaoma), "Adocica" (Beto Barbosa) e "Me chama que eu vou" (Sidney Magal).

Em 1990 a Lambada era um estouro, era a grande moda, mídia geral divulgava e como as crianças da época gostavam também, a MSP resolveu criar história aproveitando. Eram comuns histórias envolvendo a moda musical do momento, que marcaram geração, mas que depois fica algo datado. Nos anos 1980 eles chegaram também a criar histórias envolvendo o New Wave (Cebolinha Nº 141, de 1984) e Mônica dançando o Break (Mônica Nº 175, de 1984). Sem contar que personagens nos anos 1970 eram mais voltados à moda hippie e depois Discoteca, nos anos 1980 mais roqueiros e nos anos 1990 mais pagodeiros.

Outras coisas datadas foram TV de tubo, videocassete, fitas VHS, videolocadora, vitrola, disco LP, coisas que ou não existem mais ou sem popularidade hoje e isso de virem vídeos nas casas dos outros porque nem todos tinham, só os mais ricos, além de assistirem o seriado "Jaspion", uma febre na época com as crianças, na história parodiado pelo Cascão como "Caspion". Hoje em dia tudo isso seria adaptado para as mídias atuais e também não fariam por ter crianças envolvidas com dança sensual deixariam a história menos violenta, a Mônica não ia surrar tanto os meninos na dança a ponto de pular em cima e jogá-los na parede.

Na época em cada história aparecia um menino mais fofo do bairro por quem a Mônica e outras meninas eram apaixonadas. Era Fabinho, Ricardinho, Robertinho, Marquinho, etc. Nos anos 1970 até metade dos 1980 era fixo o Reinaldinho, caricatura mirim do roteirista Reinaldo Waisman, depois que ele saiu da MSP adotaram um menino diferente a cada história. Esse Flavinho até lembrou muito o primo Zeca do Chico Bento, mudando só os olhos. 

Os traços excelentes, era muito bom ver desenhos assim. Destaque também para capa da revista fazendo alusão à história de abertura. Na época só histórias importantes que tinham referencia á história de abertura e muitas vezes sem mostrar o que realmente acontecia na história, apenas o tema principal. No caso foi a Mônica e Cebolinha dançando Lambada em vários movimentos com trajes típicos. Foi muito bom relembrar essa história clássica aqui há exatos 30 anos. 

quinta-feira, 17 de setembro de 2020

Cebolinha Nº 137 - Editora Abril

Em maio de 1984 era lançada pela Editora Abril a revista 'Cebolinha Nº 137'. Nessa postagem faço uma resenha de como foi a revista.  

Com 68 páginas e 11 histórias no total, a capa tem referência à história de abertura, como era de praxe nos gibis do Cebolinha da Editora Abril. Na verdade, era o tema da história na capa, mas não necessariamente mostrar cena que realmente aconteceu na história, muitas vezes era uma piadinha em cima da história de abertura. Foram poucas revistas do Cebolinha na Editora Abril que tiveram piadinhas normais sem ligação com à história de abertura como era nas dos outros personagens e deixaram mais piadinhas nos últimas revistas dele de 1986.

Começa com a história "O bebezão", de 9 páginas. A mãe da bebê Maiú deixa o Cebolinha tomando conta dela enquanto vai dar um telefonema no orelhão. Após Maiú apertar os olhos dele, Cascão coloca o Sansão que havia roubado da Mônica no carrinho da Maiú. Cebolinha não deixa para não sujar a Maiú com o coelho encardido. Mônica vê e dá surra nos meninos e Cebolinha vai embora porque a surra fez a Maiú chorar. 

No caminho, Cebolinha cai em um buraco e quando sai, vê que o carrinho da Maiú sumiu. Logo vê no meio do trânsito e corre para buscá-la. O carrinho vai em direção a uma rampa formada por madeira e pedra e volta para a praça inicial, assustando um velhinho no banco, ficando paralisado, e a Maiú cai direto no colo da sua mãe que havia saído do orelhão. Ela leva a filha para amamentar e depois chega o Cebolinha e vendo o carrinho vazio resolve se passar pela bebê para a mãe da Maiú não ficar preocupada e não levar palmadas dela. 

A mãe da Maiú encontra o carrinho e estranha o Cebolinha lá dentro como bebê e ele chora para disfarçar, mas sem saber que Maiú já estava com a mãe. Ela chama Cascão e Mônica e pergunta por que Cebolinha está no carrinho imitando a filha dela. Mônica acha que ele endoidou depois da última surra e vai até o carrinho fingindo que era a Maiú e chama de bebê linda. Cebolinha acha que Mônica não sabe de nada e aproveita para puxar o cabelo dela, apertar nariz e pegar o Sansão. Ela deixava, pois não podia contrariar o Cebolinha por estar louco. Cebolinha vê a Maiú no colo da mãe e sai do carrinho para abraçar a menina e aliviado que está tudo bem com ela. Mônica vê que ele não estava louco e dá uma surra. No final, a mãe da Maiú tem que que cuidar de 2 bebês chorando, Cebolinha e Maiú, falando que ser mãe é padecer no paraíso. 

Muito engraçada essa história com Cebolinha se passando por bebê. É de rachar de rir vê-lo como bebê e a cara que ele fazia para aprontar com a Monica era demais. A parte do carrinho percorrendo o trânsito e a rampa pareceu desenho animado e legal ver orelhão de rua, algo raro de se ver hoje em dia, mas era a forma na época do pessoal telefonar na rua. A mãe da Maiú não teve nome, elas apareceram só nessa história e o Cebolinha pensou trocando "R" pelo "L", como de costume na época, hoje eles colocam pensando sem trocar letras. Tiveram erros de cor de dentes da Mônica vermelhos em alguns quadrinhos e personagens falando de boca fechada, coisas normais na Editora Abril. Com isso, pode observar que a capa não mostrou o que aconteceu na história, já que em nenhum momento a Mônica ficou empurrando o Cebolinha bebê na rua, foi apenas uma piada em cima do tema principal que era o Cebolinha fingir ser bebê.

Em seguida vem Rolo com a história "Meu irmãozinho", de 5 páginas. Uma garota fica incomodada com tentativa de paquera do Carlão, ela até aceita as flores dele, mas tinha uma abelha que morde o seu nariz e ela corre atrás do Carlão para dar surra. Depois, Rolo a paquera convidando para tomar sorvete; Ela aceita, só que teria que levar seu irmão junto. O menino morde a perna do Rolo, toma sorvete todo de uma vez e faz pirraça para comprar outro, senta no meio do banco para empatar o namoro, dar uma volta no banco que estavam sentado e volta para o lugar que estava e não aceita dinheiro do Rolo para sair para comprar doce.

Rolo se cansa e fala que não sai mais com ela de novo por ter levado aquele pestinha. A garota pergunta para o irmão por que ele sempre atrapalha os namoros dela. No final, o menino avisa ao Carlão que a irmã está sozinha e ele volta a investir nela, que fica incomodada e se perguntando como ele sempre sabe quando ela está sozinha. É mostrado o irmão dela com dinheiro. Muito boa essa. Típica história do Rolo se dando mal com suas paqueras, dessa vez com um irmão da namorada impedindo que eles namorassem em troca de dinheiro, já que o Carlão pagava o menino para atrapalhar os namoros da irmã e avisar sempre quando estava sozinha para tentar paquerá-la. 

Em "O tocador de tambor", de 4 páginas, Cebolinha ganha um tambor da sua tia Luísa. Seu Cebola telefona para ela reclamando que não tinha nada que ter dado tambor para o filho, ia acabar o sossego e o manda ir tocar na rua. Cebolinha tenta tocar em frente da casa da vizinha Sílvia, mas ela não deixa para não acordar o filho que tinha acabado dormir. Em frente a uma loja de instrumentos musicais, o vendedor não aceita porque ia espantar os clientes. Na praça, o homem não deixa tocar porque ia espantar os pombos, os meninos porque ia espantar concentração no jogo deles e muitos fazem cara feia vendo o Cebolinha com o tambor. No quintal da sua casa, ele toca e todos passam a aplaudi-lo, vendo que ele tinha dom para tocar tambor. 

Mostra que todos tinham preconceito com o tambor, que ia ser barulhento, mas mudaram de ideia quando o viram tocar. Descobrimos que o Cebolinha teve uma tia Luísa, provavelmente irmã do Seu Cebola, mas não teve aparição física, foi apenas citada. Pombos incorretos nas histórias de hoje em dia por serem animais sujos.

Depois vem Astronauta com sua história sem título e ocupando 9 páginas da revista. Astronauta está chegando a uma zona de asteroides, coloca a nave em piloto automático com campo de força e para dar um salto estelar através da zona e resolve dormir em sua cama de hibernação automática enquanto a nave percorre a zona de asteroides. Enquanto dorme, um meteorito cruza a nave, mas é desviado pelo campo de força. Aparentemente não prejudica a alvenaria da nave, mas lá dentro a cama do Astronauta teve rachadura.

Quando Astronauta acorda, vemos que ele virou um velho. Sente dor na coluna quando levanta, mas só descobre que virou velho quando se olha no espelho. A princípio pensa que era um espião alienígena ou um bandido espacial, mas logo percebe que era ele mesmo. Ele descobre que sua cama de hibernação estava rachada e deduz que a nave se chocou com alguma coisa e lamenta ficar velho sem se casar ainda e a Ritinha não vai mais querer saber dele. Astronauta tenta ver como fazer voltar no tempo com o computador, que fala que não tem mais jeito e que o vovô está mais frito que peixe na Semana Santa.

Astronauta fica arrasado e bate a cabeça no botão da nave e fica desgovernada e em alta velocidade e acaba atravessando a barreira do tempo. Depois, ele vê Astronauta jovem dormindo na cama e descobre que voltou no tempo antes do meteorito chocar com a nave na zona de asteroides. O meteoro choca, mas no momento que estava rachando a cama, ele coloca um esparadrapo na rachadura, impedindo do Astronauta ficar velho e então ele some, ficando só o jovem. Astronauta acorda, como se nada tivesse acontecido, se olha no espelho e enquanto toma banho diz que essa vida é uma chatice de rotina, que tem a impressão que já tinha feito tudo aquilo hoje.

Excelente história de aventura com Astronauta ficando velho por conta de um meteoro ter cruzado forte a nave. É bem envolvente ver o Astronauta velho e ver como ele iria sair daquela situação e voltar ao normal. Interessante o novo e o velho juntos após atravessar barreira no tempo e bom que conseguiu resolver a tempo de acontecer tudo. Naquela época, ele ainda era namorado da Ritinha, ela ainda não havia se casado com o Bonifácio, coisa que aconteceu só na série de histórias de 1989 da Globo. Ela, inclusive, apareceu por pensamento do Astronauta. Seriam 8 páginas, se não tivessem propagandas inseridas nos rodapés das páginas, coisa bem comum na época.

Em seguida vem "Alegria, Alegria!", de 2 páginas, com os pais do Cebolinha cheios de elogios e agrados com o filho, falando que era bonitinho, estava com roupa bonita, servem café maravilhoso para um filho maravilhoso. Na rua, elogiam o clima e o caminho até chegarem na clínica do doutor para o filho. Tudo era uma desculpa para disfarçar que Cebolinha teria que tomar injeção. Mas depois que os pais veem a conta alta, acaba a lindeza de tudo e eles ficam tristes enquanto o Cebolinha fica feliz. Muito boa essa, nunca foi republicada até hoje. A seguir, mostro essa história completa.

Em "O corte", com 5 páginas, Titi corta o cabelo, mas todos os seus amigos ficam zoando, perguntando se entrou na faculdade ou se está com piolho por ter raspado cabeça, e o chamam de orelhudo e que fica melhor de costas quando Titi fala que ficou mais bonito. Titi vai embora falando que estão com inveja enquanto eles estão aos risos. Quando vê Mônica, ela fala que não conversa com estranhos, por não ter o reconhecido. Quando ele diz que é o Titi, ela fala o que fizeram com ele por estar tão magro e abatido. Franjinha e Bidu também ficam rindo do cabelo dele.

Titi vai ao barbeiro pra ver se consegue o cabelo de volta, mas o barbeiro já tinha varrido e difícil recuperar com cabelos misturados de outras pessoas. Depois aparece a Aninha falando não estava feio para não magoar, mas deu o gorro de presente a ele porque realmente estava feio pra ela.

Engraçada essa história, Titi tinha mitas histórias solo e acontecia de tudo, quando não era ele agindo incorreto, era seus amigos sendo politicamente incorretos com ele e dessa vez até sua namorada entrou na pilha. Impublicável hoje por conta de bullying pesado. Curioso que apareceu a Aninha com um cabelo bem diferente e personalidade também. A Aninha tinha estreado em 1983 como namorada fixa do Titi, só que a cada história aparecia desenhada de um jeito diferente, só ganhou a forma que estamos acostumados a partir de 1985 e ainda assim com certos detalhes diferentes no cabelo no início.

Em "A inspiração", de 5 páginas, Cebolinha quer desenhar, mas todos ficam atrapalhando e ele tem que ir pra outro lugar para tentar desenhar. Primeiro, a sua mãe limpa o quarto dele, depois na mesa da sala, ele é interrompido pelo pai que tinha que datilografar o trabalho em casa, já embaixo de uma árvore, Magali atrapalha jogando as maçãs que estavam comendo na cabeça dele. Ele ainda leva bolada na cara ao desenhar em frente a uma pedra perto da partida de futebol dos meninos e no banco da praça todos atrapalham sentando ao lado dele e fazendo barulho, com ele saindo aos palavrões. No final, em casa, a mãe limpou o quarto e ele tenta desenhar no quarto, mas fica sem inspiração e acaba dormindo.

Foi mais uma história do Cebolinha sendo impedido de fazer as coisas por casa dos outros, uma foi de tocar tambor e agora de desenhar. Era um tipo de roteiro que costumava ter. Chama a atenção do Seu Cebola trabalhar com máquina de escrever e datilografia, completamente datado hoje em dia, mas na época era comum. Sempre bom ver essas coisas do cotidiano datadas retratadas nos gibis antigos e perceber as diferenças. Orelhão na história de abertura e agora máquina de escrever.

Em "Floquinho", com 5 páginas, cai uma moeda dentro do Floquinho após Cebolinha tirar moeda do cofrinho para comprar algodão-doce. Com o amontoado de pelos, Cebolinha não consegue tirar e resolve pegar um imã para tirar a moeda e acaba é tirando um carro dentro do Floquinho. Depois levanta o Floquinho e acaba caindo uma bigorna dele. Depois ele entra no Floquinho e sai de lá um jacaré querendo atacar o Cebolinha. Nisso, o tempo todo o Floquinho estava dormindo e quando Cebolinha desiste aos palavrões, o cachorro acorda, se sacode e a moeda acaba saindo tranquilamente.

Uma história que mostra o absurdos de coisas que podem achar dentro do Floquinho. Por ele ser um cachorro cheio de pelos, roteiristas gostavam de história assim de tudo ficar dentro dele, até coisas absurdas como carro e jacaré nessa história. Era uma personalidade do Floquinho isso de coisas estranhas dentro dele.

Em "Hora da boia", de 4 páginas, um tigre-dentes-de-sabre acorda faminto e resolve atacar Afrodite, a sobrinha do Piteco, que estava dormindo. Ela levanta os braços e acaba derrubando o tigre, que estava vindo por trás. Em seguida, ela abaixa para pegar uma flor e o tigre bate a cabeça na pedra gigante. Afrodite vê o tigre, pensa que era pele morta e resolve levar para o seu tio Piteco. Ao ver uma cobra, taca o tigre em cima da cobra, impedido tanto cobra e tigre atacá-la. Por ter estragado a pele de tigre, ela o deixa para lá. O tigre resolve atacá-la por trás e Piteco tenta salvar, mas ele cai no chão de tão cansado. Piteco dá bronca na sobrinha e quando vão embora, o tigre diz que está em uma maré de azar e resolve comer peixe, mas ao colocar a mão na água surgem várias piranhas prestes a atacá-lo.

Nessa conhecemos a sobrinha do Piteco, a Afrodite, que sem querer se livrou de ser atacada por um tigre azarado. que se deu mal até no final com as piranhas. Piteco fez apenas figuração rápida, história foi mais com ela e o tigre. Afrodite apareceu só nessa história, só era para ficar com ele naquele fim de semana. Incorreta hoje por ter personagem contracenando com bichos selvagens como tigre e ainda mais querendo atacar uma criança e o tigre falar "azar", palavra proibida hoje nas revistas. 

Termina com a história "O trabalho dignifica o homem", de 5 páginas em que um ladrão tenta roubar um banco, mas o gerente só tinha dinheiro no cofre e que abriria daqui 5 horas e ai o ladrão vai embora soltando palavrões. Depois tenta assaltar um homem na rua, mas ele diz que chegou tarde porque o BNH, SABESP, TELESP  e EletroPaulo chegaram antes. Depois tenta assaltar o carro de uma mulher, mas o carro não tinha gasolina.

Em seguida, vê a família do Cebolinha, com Seu Cebola chegando em casa, Cebolinha e Dona Cebola o recebendo, família jantando, depois Cebolinha tira as meias do pai, Dona Cebola liga a TV pra ver novela e Seu Cebola conta que trouxe o dinheiro para pagar a despesa e prestação da casa. O ladrão não tem coragem de assaltá-los e volta para o seu esconderijo pensativo. Resolve procurar um emprego no dia seguinte porque se convence que o crime não compensa. No dia seguinte, ao procurar emprego tem uma fila grande de candidatos pra conseguir a vaga desanimando o ladrão.

História de reflexão para mostrar que não compensa a vida de crime, mas que também é difícil conseguir emprego e vida digna fácil, além de refletir sobre desemprego no país. Legal também ver o homem dizendo que havia sido assaltado por empresas como TELESP, SABESP, etc, de tão caras eram as contas para pagar. Cebolinha e seus pais fizeram apenas figuração, mas que foi importante na história para regenerar o bandido vendo o cotidiano de uma família tradicional. Impublicável por ter bandido armado tentando assaltando os outros e essa reflexão e crítica mais adulta também não é bem vinda em gibis infantis. Nunca foi republicada até hoje. 


Não teve tirinha final. Nos gibis da Editora Abril nos anos 1980 a página final eram reservadas para propagandas em geral ou então o que aconteceria na próxima edição. Então, no lugar da tirinha foi reservada uma propaganda da revista do Pica-Pau da Editora Abril. Ainda sobre propagandas, a revista teve 4 páginas com uma propaganda com história em quadrinhos do "Instituto Universal Brasileiro" e que poderia ter pelo menos 1 história da MSP no lugar. Era comum ter propagandas em quadrinhos do IUB ocupando várias páginas e como não diminuíam o número das outras propagandas, acabava tendo mais páginas de propagandas que o normal.

Como pode ver, foi uma revista bem divertida, teve comédia, aventuras, absurdos, reflexões, deu pra agradar todos os gostos e idades, as revistas eram assim, só para se divertir. Palavrões estavam em alta, foram 3 histórias com personagens falando, tudo incorreto hoje. Os traços em todas foram muito bons, cada uma com seu estilo de desenhistas. Muito bom relembrar essa revista.

* Em tempo: Atualizei a postagem da história "Parece Outro" com o Chico Bento mostrando imagens da história completa. Quem quiser ver, segue o link: Chico Bento: HQ "Parece outro"

segunda-feira, 14 de setembro de 2020

Capa da Semana: Magali Nº 98

Nessa capa, há uma inversão de papéis com um leão tentando colocar a cabeça na boca da Magali como ma atração de circo, mas cheio de medo de ela devorar toda a sua cabeça. Normalmente seria a Magali colocando a cabeça na boca do leão, mas como a fome dela é tão grande, comparada mais que de um leão, aí fizeram essa inversão bem criativa para dar graça. Ficou legal. Impublicável hoje por ter comparação da Magali a um animal.

A capa dessa semana é de 'Magali Nº 98' (Ed. Globo, Março/ 1993).


sexta-feira, 11 de setembro de 2020

Humberto: HQ "O falante"


Mostro uma história em que uma fada fez o Humberto falar, mas com condições para manter falando. Com 5 páginas, foi publicada originalmente em 'Cebolinha Nº 116' (Ed. Abril, 1982).

Capa de 'Cebolinha Nº 116' (Ed. Abril, 1982)

Humberto está caminhando na rua e vê pessoas e passarinhos conversando e até papagaio falando palavrões. Humberto fica triste porque só ele não fala e começa a chorar sem emitir som. Ele nota isso e fica mais por baixo ainda. Surge a fada-madrinha do Humberto e por vê-lo triste dá o dom da fala para ele, mas teria que seguir 3 regras senão ficaria mudinho de novo: não fazer fofocas, não falar palavrão e não falar mal dela, o que seria o principal. 


Humberto fica muito feliz por estar falando e quer logo mostrar a novidade para a turma. Ele vê o Cascão e espera que ele vai levar um susto danado. Humberto diz bom dia e Cascão reclama que o dia está horrível, está ameaçando chover. Humberto pergunta se Cascão não está notando nada diferente e Cascão fala que deve ter tomado banho. Humberto perde paciência e diz que está falando e Cascão diz que ele está escutando e que nunca foi bom para adivinhações.

Em seguida finalmente cai a ficha do Cascão e se dá conta do Humberto falando e pergunta como conseguiu. Humberto diz que foi uma fada-madrinha com varinha de condão. Cascão não acredita, achando que Humberto está o fazendo de bobo e Humberto diz que é verdade, não é louco e manda não provocá-lo porque não é covarde como o Cebolinha. Cascão quer saber por que Cebolinha é covarde e Humberto fala que ele correu do Zequinha, um menino pequenininho. Logo se toca que fez fofoca, coisa que não podia.


Logo eles veem a Mônica e Humberto quer contar a novidade. Cascão dá ideia de Humberto falar uma porção de palavrões para ela e Humberto que não pode porque senão volta a ser mudinho. Só que Cascão pisa no pé dele e fala vários palavrões, já tirando outra regra da fada e fica apreensivo se a fada ouviu isso.

Cascão fala que já vai indo, essa história de fada já estava cansando. Humberto diz que ela é séria, um pouco feia, mas é legal, e que se parece com a Tia Gumercinda, gorda como ela. A fada volta e faz Humberto ficar mudinho de novo, pois violou as três regras, principalmente falar mal dela. Humberto fica furioso com o Cascão e no final corre atrás dele para dar surra e Cascão tenta acalmá-lo dizendo que ele foi o culpado de tudo, mas que era para falar alguma coisa e não ficar olhando daquele jeito.


É muito engraçada essa história, Humberto sempre teve desejo de falar na vida e quando finalmente consegue graças a uma fada (só com mágica pra fazer ele falar mesmo), Cascão estraga tudo forçando o Humberto a falar coisas que não podia nas regras imposta da fada. Cascão perturbou tanto até ser desfeita a mágica. É de rachar de rir a parte do Cascão desentendido sem se dar conta que o Humberto estava falando, como se fosse coisa normal até cair a ficha, e ver o Humberto fazendo fofocas, falando palavrão e falando mal da fada forçado pelo Cascão. Eram muito boas histórias do Humberto com Cascão. Também deu pena do Humberto ver até os bichos falando, menos ele.

Eles gostavam de histórias com os personagens realizando seus sonhos impossíveis, normalmente conseguiam por um tempo graças a uma fada, gênio da lâmpada, poço dos desejos ou uma invenção maluca do Franjinha ou um cientista qualquer. Mas não durava para sempre e depois voltavam ao normal no final. De qualquer forma eram sempre boas e criativas o desenrolar de histórias assim.


Na época também tinham muitas histórias solo com o Humberto, com o desejo de ele deixar de ser mudo ou passando sufoco por ser mudo. Sempre era muito engraçadas. As vezes ele emitia som "Hum! Hum!" e as vezes era mudo por completo, dependendo do roteiro, mas eu achava melhor ele emitindo "Hum! Hum!", era mais engraçado ainda, principalmente porque costumavam ter trocadilhos, deixando ele mais irritado ainda. 

Ele vivia passando sufoco por ser mudo, além de divertir ajudava ainda como crítica do que os mudos podem passar na vida real. Hoje em dia  não fazem mais histórias assim para não ter bullying com deficientes, hoje quando tem histórias dele e de outros deficientes só para passar mensagens boas e com lição de moral. Nessa ainda teve bullying do Humberto chamar a fada de muito gorda e ele e um papagaio falar palavrões e isso também não fazem mais nos gibis hoje.


Os traços muito lindos, como era bom ver os desenhos assim, eram típicos do início dos anos 1980, transição para os traços consagrados que ficaram a partir da metade dos anos 1980. Foi republicada depois em 'Almanacão de Férias Nº 8' (Ed. Globo, 1990) e termino mostrando a capa desse Almanação.  

Capa de 'Almanacão de Férias Nº 8' (Ed. Globo, 1990)