segunda-feira, 27 de novembro de 2023

Capa da Semana: Chico Bento Nº 307

Nessa capa, Chico Bento e Zé Lelé aproveitam que o Nhô Lau estava dormindo para jogarem dama com a camisa xadrez dele servindo como tabuleiro. Com o sono pesado, Nhô Lau não acorda nem com o movimento das peças nele e os meninos têm que torcer para que o sono dure até enquanto dure a partida ou enjoarem de jogar e que o Nhô Lau não se movimente enquanto dorme para não cairem as peças. Muito legal.

A capa dessa semana é de 'Chico Bento Nº 307' (Ed. Globo, Outubro/ 1998).

sábado, 25 de novembro de 2023

Cascão: HQ "O Dia dos Abraços"

Dia 25 de novembro é aniversário do Cascão e, então, mostro uma história em que o Cascão procura alguém que lhe dê abraço no seu aniversário. Com 14 páginas, foi publicada em 'Cascão Nº 231' (Ed. Globo, 1995).

Capa de 'Cascão Nº 231' (Ed. Globo, 1995)

Cascão fica feliz que é aniversário dele, sempre acorda cedinho para receber abraços de Parabéns dos amigos, afinal, quando não gosta de tomar banho, só no dia do aniversário para receber abraços. Ele avista a Mônica, que corre e ele fica na dúvida se não o viu ou viu e não queria abraçá-lo.

Depois, Cascão encontra os amigos no futebol, Franjinha, que era o juiz, para o jogo e todos correm. Cascão ainda tenta ir atrás lembrando do seu aniversário, mas não consegue alcançá-los. Em seguida, ele vai na casa do Cebolinha, a mãe, Dona Cebola dá desculpa que não está, mas Cascão vê um vulto do Cebolinha na janela e descobre que o amigo não queria abraçá-lo.

Vai na casa da Cascuda, a mãe dela fala que a Cascuda mandou avisar que está com dor nos braços por ter feito muita natação. Assim, Cascão percebe que não tem mais ninguém, que é duro fazer aniversário em pleno Verão e ninguém quer abraçá-lo. Ele lembra de alguém que abraçaria no aniversário dele, mas não sabe se deve ir lá, mas decide que sim. 

Cascão desce até o esgoto até os domínios do Capitão Feio, que estava tomando banho de lixo. Cascão fala que quer passar para o lado dele, os amigos não gostam mais dele, ninguém quis abraçá-lo no seu aniversário. Capitão Feio acha uma injustiça e se prepara abraçar o Cascão, mas ele foge vindo tanta sujeira e diz que é sujo, mas nem tanto.

Cascão resolve fugir para um lugar bem longe e voltar nunca mais. Vai para floresta e ao ouvir raio e chover, se esconde dentro de um tronco de árvore oca. Lá, ele dorme e aparece uma cobra lhe dando apertão e ele sonha que eram seus amigos o abraçando no aniversário. Fala enquanto dorme que eles não precisam exagerar no abraço tão apertado, que está até suando. A cobra não gosta do mau cheiro e vai embora e Cascão acorda por não estar mais sendo apertado, vai embora para casa porque pelo menos os pais gostam dele de qualquer jeito.

No caminho, encontra a turma e Cascão diz que está tudo péssimo, ninguém o abraçou e sabiam que era aniversário dele porque fugiam quando o viam. Quando ia embora, todos da turma resolvem abraçá-lo, desejando Parabéns, felicidades e tudo de bom, ganha até um beijo da Cascuda. Cascão fica feliz pensando que eles não queriam abraçá-lo por causa do cheirinho, eles falam que nunca fariam isso, mas depois que Cascão vai embora, eles tiram as fantasias deles próprios inventadas pelo Franjinha e Cebolinha diz que sem as fantasias eles nunca teriam coragem de abraçar o Cascão.

História legal em que ninguém quer abraçar o Cascão no seu aniversário por causa do seu mau cheiro e ele procura alguém para abraçá-lo. No final, seus amigos mudam de ideia e abraçam o Cascão, só que têm a surpresa que estavam cobertos com uma fantasia imitando seus corpos inventadas pelo Franjinha. Foi a solução que encontraram para abraçar o Cascão para deixar o dia do amigo feliz e ao mesmo tempo eles não se sujarem e e não ficarem com mau cheiro impregnado na pele deles.

Eram boas as histórias do Cascão passando sufoco por conta do mau cheiro e por não tomar banho. Situação tão ruim, que nem no aniversário os amigos queriam abraçá-lo, antes abraçavam pelo menos uma vez por ano em seu aniversário, mas o cheiro insuportável fizeram não abraçá-lo de vez. Deu pena do Cascão querendo carinho e afeto dos seus amigos, tudo se resolveria se ele tomasse banho, só que era algo descartado para ele e teve essa consequência. Final foi feliz para ele, só não podia descobrir depois o que levou a turma abraça-lo de uma hora para outra.


Engraçado ver os amigos fugindo do Cascão e desculpa da Cascudaque não ia abraçar porque fez muita natação,  a cobra o apertando e ele pensar que era seus amigos, aonda bem que ele não viu a cobra, a descoberta pela gente das fantasias da turma. Praticamente foi um monólogo do Cascão na história toda, ele era expert em fazer graça falando sozinho que nem maluco. Não mostraram os pais, mas eles certamente devem ter abraçado o filho de manhã.

Dessa vez não mostraram uma festa de aniversário, preferiram mostrar só momentos antes de uma festa, foi bom pra diferenciar. Curioso que Magali não apareceu no início da história enquanto Cascão procurava alguém para abraçá-lo, só no final, acho que não a colocaram no início para agilizar e não passar número de páginas disponíveis para o gibi. Cascuda apareceu com sujeirinhas no rosto, na época as vezes aparecia com sujeira, as vezes, não. A partir dos anos 2000 a deixaram sem sujeira em definitivo. Se ela estava suja, não tinha motivo para não deixar de abraçar o Cascão, não faria diferença.

Sobre o Capitão Feio dizer que é tio, ficou dúvida se a intenção do roteirista era pelo fato de ser tio do Cascão como parente ou só um modo carinhoso de dizer sem relação com patentesco. Na Editora Globo, não colocaram essa ideia que o Capitão Feio era tio da família do Cascão, foi só dito na história de estreia dele em 1972 e em uma outra em 1980 e depois só voltaram a mencionar que ele era tio do Cascão na Editora Panini. Então nesta história da postagem,  acredito que intenção foi só ser carinhoso, sem ligação com parentesco.

Teve erro ao Cascão dizer que aniversário dele é no Verão, o correto é Primavera no Brasil por ele fazer em novembro, o que acontece é que pode ter dias bem quentes já se aproximando do final do ano, já parecer de ter temperatura alta de Verão, mas ainda não é. Desde 1994 já tinha data fixa das personagens, aí uma justificativa disso quem sabe a história foi roteirizada antes de 1994 e só publicaram em 1995. Sobre erros de desenhos, teve de um lado direito do rosto do Cascão não aparecer sujeirinhas no último quadro da página 7 do gibi e de Magali falar de boca fechada no primeiro quadro da última página.

É incorreta atualmente por ninguém querer abraçar só por ser sujinho, menosprezo da turma, falsidade, Cascão descer no esgoto, dizer que Cascuda é sua namorada porquenãopode mais ter namoro nos gibis, Capitão Feio tomando banho de lixo, Cascão querer passar para o lado do mau, fugir de casa, falar sozinho, envolvido com cobra, que quase o enforca, além da palavra "louco" ser proibida atualmente para não confundircom personagem Louco.

Traços ficaram bons, jeiti fofinho, típicos dos anos 1990. Tiveram cores com degradê em todos os quadrinhos, sejam ambientes abertos ou fechados, inclusive em gramas, árvores, casas e nos balões, quando eram coloridos, bem característicos dos gibis do segundo semestre de 1995, e acho que ficavam bonitas cores assim. E teve a disponibilização do estilo de até 6 quadros (3 linhas) por página em vez dos tradicionais 8 (4 linhas), que até deixavam bonitos os desenhos, mas por outro lado a história ocupa mais páginas no gibi do que devia.

FELIZ ANIVERSÁRIO, CASCÃO!!!

terça-feira, 21 de novembro de 2023

Magali: HQ: "Do Chão, Não!"


Mostro uma história em que a Magali deixou cair uma salsicha do seu cachorro-quente no chão e o Jeremias pensou que ela ia comer. Com 4 páginas, foi publicada em 'Mônica Nº 160' (Ed. Abril, 1983).

Capa de 'Mônica Nº 160' (Ed. Abril, 1983)

Magali está prestes a comer um cachorro-quente e deixa cair a salsicha no chão. Jeremias pensa que ela vai comer e como ele estava sem grana, pede dinheiro dos amigos para comprar um lanchão e ao ver que ela não ia comer a salsicha e ia jogar no lixo, Jeremias pensa que era um plano dela de se fazer de coitadinha para conseguir comida dos outros. Como ficou sem o sanduichão, o jeito foi a Magali comer o cachorro-quente com a salsicha que caiu no chão para não passar fome.


História boa, típica de miolo. O Jeremias não deixava a Magali falar, aí nem tinha como ela se explicar a tempo. Ela até seria capaz de fazer planos infalíveis assim para pegar comida a custa dos outros, tanto que já fez várias vezes nas suas histórias, articulando como ia filar comida dos amigos, mas dessa vez não tinha intenção. 


O que a Magali poderia era não ter falado que não ia comer a salsicha, aí ficaria com o lanchão. Nem se ligou que a intenção do Jeremias comprar o lanchão era por isso. Engraçado o Jeremias não deixando a Magali falar e já tirando conclusões erradas, pedindo dinheiro para o Titi e para o Humberto com pena dela. Foi bem inesperado Magali comer comida do chão, normalmente quando caía, ela não comia, então, definitivamente era capaz de tudo para comer.


De certa forma, a historinha ensina solidariedade de ajudar a alimentar os mais necessitados e ficar de olho em golpes para tirar proveito da boa vontade dos outros, por outro lado, é completamente impublicável hoje por Magali comer salsicha que caiu no chão, um mal exemplo inadmissível nos gibis atuais, fora ela ter ficado segurando a salsicha o tempo todo e depois comer com a mão suja e ainda ter um Sol personificado no final olhando feliz dando ideia que Magali fez uma coisa certa. Tanto que nunca foi republicada até hoje, poderia ser por volta de 1990 em almanaque dela, só que mostrar ela comendo algo que caiu no chão, pelo visto, acharam pesado até para anos 1990.


Outra coisa errada que iam implicar é a boca do Jeremias com círculo rosa em volta em alguns quadrinhos. Apesar de adotarem lábios nele em 1983, apareceram círculo no lugar e também lábios mais carnudos em alguns quadrinhos, o que também é inadmissível, eles acham que seria chacota com os negros. Os traços no geral, aliás, foram bons, típicos de histórias de miolo dos anos 1980. Na época, Magali estava com bastante histórias solo nos gibis da Mônica e alguns do Cebolinha porque ainda não tinha revista e ainda servia para os leitores se acostumarem com a personagem até ele ter a sua própria revista em 1989. E eram muito divertidas essas histórias dela.

sexta-feira, 17 de novembro de 2023

Cascão: HQ "Louco por um gibi"

Em novembro de 1993, há exatos 30 anos, era publicada a história "Louco por um gibi" em que o Cascão é capaz de tudo pra ler a revista com a morte do "Superomão" e que não tinha dinheiro para comprar. Com 13 páginas, foi publicada em 'Cascão Nº 179' (Ed. Globo, 1993).

Capa de 'Cascão Nº 179' (Ed. Globo, 1993)

Começa com uma cerimônia de enterro do Superomão reunindo todos os super-heróis. Mulher Maravilhosa chora e acha que ele não morreu. Super-Telepático adivinha pensamento dela por ser sua especialidade e pergunta por que ela acha isso. Mulher Maravilhosa acredita que Superomão não morreu porque o mundo não pode ficar sem ele e depois o gibi iria acabar e o gibi não pode acabar.


Vimos que era um gibi que o Cascão estava lendo e que a história continua na próxima edição, se houver. Cascão lamenta que vai ter que esperar um mês para saber se o  Superomão bateu as botas, acha que o mês vai demorar pra passar, mas passa tudo em um só quadrinho.

Até que Cascão vê na banca de jornal que chegou a nova revista do Superomão. Cascão pede uma revista para o jornaleiro Seu Zé só que não recebeu a mesada e pergunta para o Seu Zé se pode pagar outro dia e ele responde que aí ele leva a revista outro dia, já que jornaleiro que vende fiado vai à falência.

Cascão diz que precisa arrumar grana fácil. A mãe conta que todo dinheiro que tinha foi para as despesas e o pai fala que só vai receber daqui 15 dias e no cofrinho só tinha uma moeda. Cascão fica revoltado, não aguenta esperar pra saber se o Superomão morreu ou não, quer ler logo. Até que encontra o Cebolinha lendo a revista no campinho. Cascão fica do lado, Cebolinha fala que detesta que fiquem lendo em cima do ombro dele. Cascão se abaixa levantando braço do Cebolinha mais para ler abaixo dos ombros dele. Cebolinha fica com raiva e fala que não consegue ler com alguém bicando a revista e Cascão toma a revista dele.

Cebolinha pega de volta, Cascão pede para ler a revista e Cebolinha diz que só depois que ele ler tudo e isso pode levar muito tempo. Cascão fala que não vai discutir e propõe Cebolinha emprestar 100 mangos para comprar a revista e Cebolinha conta que o último dinheiro que tinha gastou na revista e manda dar um tempo.

Depois, Cascão tenta ler em cima de uma árvore com binóculos. Cebolinha puxa o Cascão e volta a avisar que não gosta de bicões. Em seguida, Cascão pesca a revista e tenta ler atrás de uma moita e Cebolinha pega a revista de volta. Depois, cascão se fantasia como funcionário da Editora "Blogo" (Globo), que quer recolher todas as revistas do Superomão que vieram com defeito. Cebolinha tira o disfarce dele, dizendo que devia ser mais esperto, que foi ele quem inventou truques assim.

Cascão chora, falando que só queria ler uma revista dessa, não aguenta esperar, se não ler logo, sabe que vai morrer que nem o Superomão. Cebolinha quebra o galho dele, na condição de Cascão dar todas as figurinhas e a coleção de tampinhas dele e vai ter que participar do seu novo plano contra a Mônica. Cascão aceita e fica feliz em ter a revista em mãos e que vai saber do final antes do bobão do Cebolinha. 

Cascão lê que com a morte do Superomão, todos os vilões se assanham e invadem a cidade de Zetropolis. Os super-heróis fazem de tudo para conter a onda de violência, até que aparece o Superomão, que não havia morrido, só tinha tirado um supercochilo e não sabe quem foi o idiota que teve ideia de colocá-lo em um caixão. Termina com Superomão e mulher Maravilhosa apaixonados e dúvida se vão se casar na próxima edição.

Cebolinha pergunta se Cascão gostou, ele diz que muito, que vai curtir de montão e conta bem alto que no final o Superomão não morre, só tinha tirado um cochilo e periga se casar com a Mulher Maravilhosa. Todos na rua que estavam lendo a revista ficam furiosos falam que estragou a surpresa deles e tacam as suas revistas no Cascão. No final com todas as revistas e pensando na grana para o próximo mês, Cascão resolve vender as revistas pela metade do preço bem ao lado da banca do Seu Zé.

História engraçada em que o Cascão fica desesperado para ler a continuação da história da morte do Superomão, fica um mês esperando a revista chegar nas bancas e quando chega não tem dinheiro para comprar. Faz de tudo para ler a revista que o Cebolinha tinha e depois que consegue conta o final e todo mundo fica furioso, jogando revistas nele, aí o jeito foi vender as revistas fazendo concorrência com o jornaleiro Seu Zé.

Cascão foi bem abusado com o Cebolinha, desespero era grande para ler. Bastava esperar algumas horas para o Cebolinha ler ou no máximo dia seguinte, ainda seria melhor que esperasse 15 dias até o pai receber e dar a sua mesada. Ele também poderia esperar mais esses dias pra receber a mesada, mas como era uma revista muito pedida, podia se esgotar quando ele tivesse dinheiro e ele queria ler logo o resto da história. Até que não se deu mal no final depois do que fez e ele podia vender as revistas longe da banca do Seu Zé para não fazer concorrência direta com o jornaleiro, foi bem cara-de-pau e vingativo por Seu Zé não ter vendido fiado a revista para ele.

Foi engraçado ver Mulher Maravilhosa triste pela morte do Superomão e apaixonada por ele, narrador avisar que o mês passa rapidinho com a magia dos quadrinhos, o desespero do Cascão pedindo fiado para Seu Zé  e para ler a revista do Cebolinha como ler do lado dele, com binóculos na árvore, pescar e se disfarçar de funcionário da Editora Globo, ainda chamar amigo de bobão mesmo tendo conseguido a revista dele, Cascão estragar a surpresa de todos ao revelar o final e detalhe do menino comendo maçã na arvore lendo revista. Cascão falar "mangos" foi para substituir a moeda vigente do Brasil que tinha acabado de trocar de "Cruzeiro" para "Cruzeiro  Real" e evitarem falar errado qual era a moeda atual. Mas por custar 100, encaixaram certo para o Cruzeiro Real.

Dessa vez história sem envolver banho e sujeira, explorando outras características do Cascão. Eles gostavam do Cascão dar spoilers, contar finais de histórias de gibis, filmes e novelas, uma característica dele que sempre era engraçado. Era bem legal também o Cascão retratado como o mais pobre da turminha, de depender de dinheiro e isso até ensinava as crianças a ter limites e saber que nem sempre pode ter tudo que quer de imediato.

Foi baseada na edição "A morte do Super-Homem", que também estava chegando nas bancas de todo o Brasil em novembro de 1993 e já tinham expectativa que seria um grande sucesso e a MSP aproveitou a onda para criar essa com o Cascão.  Bom que assim tivemos duas histórias em uma: como Cascão ia ler a revista do Superomão e como foi desfecho da morte dele na revista.

Foi espetacular as páginas com os super-heróis representando as cenas da morte do Superomão da revista que o Cascão estava lendo, ao abrir o gibi parecia que nem estava lendo história da MSP, traços sensacionais. Traços na história toda, aliás, foram ótimos com o estilopadrão e consagrado dos personagens e teve até Cascão com boca aberta com dentes a mostra na página 6 do gibi, um recurso que colocavam as vezes na época demonstrando que estava bem nervoso. 

Os nomes dos super-heróis foram parodiados, como de costume, para não ter plágio, se bem que as cores das roupas nem foram mudadas dessa vez.  Interessante também os crossovers que tiveram com heróis da DC e da Marvel, além do Freddy Krueger, Esqueleto do desenho animado do He-Man e o enterro ser no cemitério do Penadinho, que apareceu também. Bem criativo. Até a capa do gibi do Cascão foi em alusão à história de abertura, o que não era muito costume na época, pena o código de barras, recém lançado, atrapalhar a arte.

É incorreta hoje em dia por conta da característica de Cascão contar final para os outros, aparecer trabalhando, querer vingança com jornaleiro que não vendeu revista fiado, o título da história seria mudado porque não pode mais a palavra "louco" hoje em dia provavelmente pra não confundir com o personagem Louco. Curiosamente, nunca foi republicada até hoje, poderia por volta de 2005, quando estavam republicando histórias de abertura do Cascão de 1993, mas depois com o politicamente correto em alta não republicaram, aí se torna rara hoje e sóquem tem o gibi original conhece. Muito bom relembrar essa história marcante há exatos 30 anos.

terça-feira, 14 de novembro de 2023

Tirinha Nº 99: Bidu

Nessa tirinha, Bidu e Duque estão dividindo um ossão, disputam quando está perto de acabar e o Duque, na empolgação, come o Bidu também, que só dá pra gritar que o amigo foi exagerado na comilança. Mostra que o Duque venceu a disputa de quem come mais e teve uma fome exagerada do estilo de versão canina da Magali, suportando comer um cachorro do tamanho dele e nem engordou. Absurdos dos quadrinhos que sempre eram divertidas. 

Mostra a característica do Bidu agindo só ocmo um cãozinho. Essa faz parte de uma leva de novas tiras de outros personagens estrelando tiras de final de expediente dos gibis na primeira metade dos anos 2000 sem ser do personagem principal do gibi, costumavam muito colocar tiras do Bidu, Turma do Penadinho e Anjinho naquela época. Mesmo que essa é da 'Revista Parque da Mônica', mas nos gibis dos personagens principais também tinham tiras desses personagens no final.

Tirinha publicada em  'Parque da Mônica Nº 118' (Ed. Globo, 2002).

sexta-feira, 10 de novembro de 2023

Tina: HQ "O diário da Pipa"


Compartilho uma história em que a Pipa resolveu ter um diário e causou muita confusão por causa disso. Com 7 páginas, foi publicada em 'Mônica Nº 185' (Ed. Abril, 1985).

Capa de 'Mônica Nº 185' (Ed. Abril, 1985)

Pipa encontra um livro na casa da Tina, acha bonito e pergunta sobre o que é. Tina toma da mão da amiga e diz para ela não tocar no seu diário. Pipa reclama que não ia olhar e Tina reconhece que é bobagem dela, mas é que diário é coisa muito particular e pergunta se ela não tem ciúmes do dela. Pipa diz que não tem diário e Tina conta que é bom ter, elas registram parte da vida delas, as emoções, as alegrias, pode se tornar seu melhor amigo nos momentos difíceis e que escrever é uma ótima higiene mental.


Pipa se empolga em ter um diário e compra um na papelaria. Chegando em casa, ela começa a escrever nele, acha que tem ser uma obra de arte, capricha na letra na introdução de "Querido diário" só que não sabe o que escrever. Ela telefona para Tina, que diz que é para contar como foi o dia dela e como está se sentindo. 

Então, Pipa volta a escrever, detalha sua rotina com horários exatos como esperar o irmão sair do banho para escovar os dentes depois de ter acordado, lavar rosto e pentear o cabelo, o que tomou no café da manhã e ir para casa da Tina.


Pipa  volta a telefonar para Tina para perguntar a hora exata que foi e saiu da casa dela. Tina diz que não é para fazer relatório, só contar o que foi marcante que aconteceu com ela, que não sabe o que foi marcante no dia e vai à rua com diário na mão para ver se acontece alguma coisa. Em seguida, encontra com o Zecão e vira as costas para escrever isso. Zecão pergunta como ela vai e que estava com saudades e ela vira pra escrever que ficou emocionada com isso.

Zecão pergunta por que Pipa se virou pra lá e deseja dar um beijo nela. Pipa fala que ali não e que é para irem para um lugar mais romântico e ela registra no diário que o namorado a beijou sob um rodeado de carvalho de margaridas e que ele é muito romântico. Zecão pergunta o que ela tem atrás das costas, Pipa diz que nada e pergunta se não vai dizer coisas bonitas para ela. Zecão acha que ela está escondendo bilhetinho de admirador secreto, brigam e ele vai embora.


Pipa escreve no diário que brigou com Zecão, teve ciúmes dela e foi horrível, como pôde ser tão injusto e ela não ocnsegue suportar a dor. Tina aparece depois de fazer compras no mercado, Pipa conta tudo, dizendo que ela tinha medo que ele visse o diário e quisesse ler e Tina promete falar com ele.

Em casa, Pipa escreve que Tina é uma amigona, sempre pronta a ajudar. Zecão toca a campainha, diz que a Tina contou tudo do diário, nunca iria ler. Pipa conta que guarda os seus maiores segredos, diz tudo que pensa, revela pensamentos, dúvidas e emoções e sai para trazer um cafezinho para eles. Sozinho, Zecão tenta ler o diário e Pipa volta com raiva de ele estar com seu diário na mão.


História engraçada em que a Pipa resolve ter um diário, não sabe o que escrever a princípio e depois fica com medo do Zecão querer ler e esconde dele. Após a briga, fazem as pazes, mas no final bateu curiosidade no Zecão ler o diário dela. Ele nem ligava ler o que a Pipa escrevia, mas ao saber o que realmente se tratava um diário, que podia ler todos os segredos da Pipa, a curiosidade falou mais alto. O final ficou aberto do leitor imaginar como foi a briga entre eles quando a Pipa o flagrou tentando ler o diário.

O erro da Pipa foi que ela queria registrar tudo em tempo real, ela teria que viver os momentos e depois que registraria no diário, aí Zecão nem saberia que ela tinha um. Foi engraçado ver a Pipa não sabendo o que escrever, ligar para Tina perturbando a amiga, Pipa detalhar tudo que fazia com precisão de horários, mostrar a letra dela enquanto escrevia, ela esconder do Zecão que estava escrevendo enquanto eles conversavam. Tina mais uma vez fazendo papel apenas de conciliadora como era costume ela assim nos anos 1980.


Antigamente, as meninas adolescentes tudo tinham um diário para contar tudo que acontecia na vida deles em segredo, até cadeado colocavam para ninguém ler. Hoje em dia, o pessoal conta tudo que faz nas redes sociais na Internet para todo mundo ver e fazem questão de todo mundo saber em tempo real, não pode nem esperar para o dia seguinte de como foi um evento, por exemplo, e nem vivem o evento preocupado em postar logo para seus seguidores, fora comentários cheios de ódio que muitas vezes recebem. Mentalidade mudou muito, achava melhor a privacidade do diário delas dos anos 1980 e 1990, tudo em segredo, era bem mais terapêutico.


Além do diário, tem outras situações datadas como Tina e Pipa falarem em telefone fixo, hoje colocariam elas falando no celular para atender a realidade da maioria atual, apesar de ainda existir telefone fixo. Tem também sacola de mercado em papel, que eram todas assim nos anos 1980 e hoje são sacolas plásticas. Legal também ver o quadro do Jaime na estante da Tina, provando que era namorado fixo dela na época. Curioso Pipa falar que tinha um irmão que morava com ela, mas nunca foi mostrado nas histórias, ficou apenas como citação nesta história.


É incorreta hoje por ter esse tema de diário que é datado, Zecão querer ler o que era privacidade da Pipa, as coisas datadas em geral, o que era comum em determinada época eles não gostam atualmente e costumam alterar nos almanaques novos. Também proibida a palavra "Credo!" nos gibis atuais. Os tracos excelentes da fase cinsagrada dos anos 1980. Teve erro de Pipa falar de boca fechada no ultimo quadro da segunda página da história e no quinto quadro da quarta páginada história. 

A capa do gibi 'Mônica  185' da Abril foi feita divulgando o brinde que veio nele, costumavam fazer capas destacando só brinde ou promoção na Editora Abril e sem querer teve certa referência a história de abertura na primeira cena e nessa história da Pioa ao mostrar Mônica com diário. Nos gibis, até as meninas crianças tinham diário, coisa incorreta hoje. Essa história da Pipa foi republicada depois em 'Almanaque da Mônica Nº 29' (Ed. Globo, 1992).

Capa de 'Almanaque da Mônica Nº 29' (Ed. Globo, 1992)

terça-feira, 7 de novembro de 2023

Propagandas de produtos de higiene da Turma da Mônica (Parte 2)

Nessa postagem mostro a segunda e última parte das propagandas de produtos de higiene da Turma da Mônica, que completam 50 anos este ano e que sem dúvida, marcaram época. Nesta parte, reúno as propagandas a partir de 1980.

A linha "Phebo" foi a que ficou mais tempo em circulação, desde 1973 até final dos anos 1990. Consistia de sabonete, shampoo, talco, colônia, óleo, creme dental e escova de dente e depois lavanda.

Em 1980 teve esse anúncio mostrando todos os itens da linha "Phebo" ilustrado com a turminha em volta em contato com a natureza e conta que com os produtos todo mundo fica limpinho, cheiroso e bonito, dando destaque ao creme dental, que faziam bola de chiclete e tinham dois sabores (tutti-frutti e hortelã), às escovas de dente que eram coloridas e macias e ao shampoo que não ardia os olhos, além de citar os outros produtos. 

A ilustração da turminha seguiu o estilo das histórias de miolo de 1979/ 1980 e curioso ter o Cascão em anúncio de produtos de higiene, não gostei de ele estar feliz e perto da Magali regando flores, teve uma descaracterização do personagem aí, pelo visto nem perceberam quando criaram. E destaque também à "Lojinha da Mônica" recém-criada até então e a partir daí, o pessoal também podia comprar esses produtos de higiene lá, além nos mercados.

Propaganda tirada de 'Mônica Nº 124' (Ed. Abril, 1980)

Enquanto que nos anos 1970 os gibis eram repletos de propagandas dos produtos de higiene da "Phebo", no decorrer dos anos 1980 pararam de anunciar, mesmo sendo bem vendidos ainda. Pelo visto foi porque nos anos 1970 era novidade e eles precisavam divulgar o que o pessoal não conhecia e como os produtos já estavam consolidados nos anos 1980 não precisavam anunciar.

Ainda assim, teve uma propaganda em 1985 ilustrada com uma menina indo tomar banho e as embalagens personificadas em volta dela com carinhas, braços e pernas, em forma de desenhos. Percebe-se que ainda existia o creme dental em 1985 e que além dos produtos que existiam, lançaram também a lavanda da Mônica.

Outra curiosidade, mesmo que a ilustração das embalagens aí são em desenho, dá pra notar que as embalagens nos anos 1980 ainda eram as mesmas dos anos 1970, ou seja, desde 1973 eram tudo da mesma forma e ainda davam para ver a Mônica com traços com bochechas pontiagudas, quando já tinham mudado aqueles traços há muito tempo. E vimos também que as propagandas nos anos 1980 já com menos texto, apenas uma frase que exemplifica tudo, o que já se tornou frequência nas propagandas em geral na época.

Propaganda tirada de 'Mônica Nº 179' (Ed. Abril, 1985)

Em 1990 teve a propaganda da linha da Mônica, marcada por ser a primeira em gibis da Editora Globo e finalmente com as novas embalagens, mesmos designs básicos de antes, porém deixando a Mônica com os traços atuais até então. Foi toda ilustrada com os produtos da linha "Phebo" e chama atenção que não existiam mais os cremes dentais que formavam bola de chiclete que marcaram os anos 1970 e parte dos anos 1980 e continuaram com a lavanda. Teve também ilustração da Mônica dançando na frente dos produtos e, curiosamente, essa imagem foi tirada de anúncio em animação que era exibido na televisão em 1990.

Propaganda tirada de 'Magali Nº 27' (Ed. Globo, 1990)

Em 1991 foram lançadas as novas embalagens dos produtos da linha da Mônica e teve essa propaganda com as fotos deles. As embalagens mais elaboradas com a Mônica segurando ou tomando banho com o produto em questão. Tipo, na embalagem do sabonete, aparecia a Mônica tomando banho com ele, na do talco, ela o segurava e por aí vai. E passaram a ter código de barras, que já estavam sendo colocados em embalagens de produtos alimentícios e comerciais de mercados, nos gibis passaram a serem inseridos obrigatoriamente a partir de 1993.

Propaganda tirada de 'Magali Nº 65' (Ed. Globo, 1991)

Em 1994 lançaram duas propagandas seguindo o mesmo estilo com a Mônica contracenando com uma criança real e que se você não for o Cascão, vai adorar tomar banho com a Mônica. A primeira foi a Mônica passando shampoo no cabelo do menino na banheira e no texto conta que quem não gosta de banho já viu o que está perdendo, todos os produtos têm um delicioso perfume e se não quiser deixar a Mônica braba, tem que levar a linha da Mônica da "Phebo" na hora do banho. As embalagens foram as mesmas lançadas em 1991, a do talco que teve uma leve mudança.

Propaganda tirada de 'Cebolinha Nº 92' (Ed. Globo, 1994)

A outra propaganda de 1994 foi com a Mônica tomando banho com uma menina na banheira e segurando o shampoo,  também reforçando que se você não for o Cascão vai adorar tomar banho com a Mônica. Essa circulou mais nos gibis do que a anterior. Apesar dos produtos serem da "Phebo", as propagandas indicam que são pertencentes da Procter & Gamble (P&G), que reúne várias marcas conhecidas em uma mesma corporação.

Propaganda tirada de 'Magali Nº 142' (Ed. Globo, 1994)

No final dos anos 1990, cancelaram os produtos de higiene da "Phebo" e a Turma da Mônica passou a ter produtos de banho com outras marcas, só que não tiveram propagandas em gibis, pelo menos produtos principais como sabonete, shampoo, etc, e esses novos de outras marcas nem tiveram tanta repercussão com a garotada e nem ficaram conhecidos, até também por falta de divulgação. 

Ainda assim, em 1999, teve o anúncio do lançamento das esponjas para banho da "3M". Eram macias e coloridas e uma esponja de cada personagem. Então, tiveram esponjas da Mônica, Cebolinha, Magali, Bidu e Cascão. No anúncio mostra os três primeiros tomando banho com a esponja. Só não precisava ter esponja do Cascão, acho ele associado a produtos de banho não combina e descaracteriza o personagem, pelo menos no anúncio não mostrou ele tomando banho com a esponja como os outros.

Propaganda tirada de 'Chico Bento Nº 334' (Ed. Globo, 1999)

Como postagem é de produtos de higiene, não necessariamente para banho das crianças humanas, em 2005 teve também a linha de higiene do Bidu e do Mingau da "Dog Clean", com produtos para dar banho no seu cachorro e gato de estimação. Da série de produtos inovadores da MSP que lançavam coisas inimagináveis e que não tinham o que inventar, essa linha tinha shampoo, condicionador, creme pra escovar pelos, sabonete, gel com gliter, gel dental, loção desodorante, banho a seco e deo colônia para usarem em seus cachorros e gatos. 

Os produtos do Bidu, naturalmente para usarem nos cachorros e as do Mingau, para os gatos. Interessante que a linha de higiene dos pets foi mais completa que as dos humanos e era muito luxo para animais de estimação quem comprava, fora que para gatos seria bem desnecessário já que recomendam não dar banho em gatos. A propaganda foi ilustrada com as embalagens dos produtos de cada um deles e com Bidu e Mingau gostando da novidade dos seus produtos.

Propaganda tirada de 'Cascão Nº 454' (Ed. Globo, 2005)

Então, foram propagandas bem criativas e ilustradas com produtos muito bons, um marco da publicidade brasileira, pena que descontinuaram com a linha "Phebo". Atualmente, os produtos de higiene da turma são da marca "Pandora Personal Care" desde 2021 e reservadas apenas para bebês e não para crianças maiores e embalagens estampadas com a Turma da Mônica Baby, incluindo a Milena, mas nunca tiveram propagandas em gibis. Na verdade, as propagandas dos gibis atuais são mais para divulgarem gibis e livros em lançamento ou histórias institucionais e educativas porque não podem mais fazer publicidade infantil. Aí,  propagandas de produtos como de banho, brinquedos, etc, costumam sair mais na internet em redes sociais da MSP e com moderação. 

Para ver a primeira parte dos produtos de higiene, entre aqui:

. Propagandas de produtos de higiene da Turma da Mônica (Parte 1)