domingo, 31 de dezembro de 2023

HQ "Um fim de ano difícil"

No Dia de Réveillon, mostro uma história em que a turma precisa impedir o Capitão Feio de poluir o mundo no primeiro dia do ano com a ajuda do Ano-Novo. Com 16 páginas, foi publicada em 'Cebolinha Nº 36' (Ed. Abril, 1975).

Capa de 'Cebolinha Nº 36' (Ed. Abril, 1975)

O Ano-Novo 1976 está no espaço, avista o planeta Terra, onde vai começar a trabalhar dia primeiro de janeiro e como chegou adiantado, vai aproveitar para conhecê-la melhor. Chegando lá, acha que está muito bagunça, se pergunta a que ponto os terráqueos chegaram.

Surge o Capitão Feio, que diz ao Ano-Novo que o planeta está desse jeito por causa do céu azul, das árvores verdes e da pouca poluição, mundo precisa de mais poluição e ele vai ajudá-lo a tornar o mundo mais poluído porque é sob o domínio dele que o mundo vai caminhar para o próximo ano e explica qual é o plano.

Anjinho vê, acha o plano terrível e vai avisar a turminha. Conta que o Capitão Feio voltou e que está dando maus conselhos ao Ano-Novo. Depois de contar, Cebolinha acha terrível e Cascão diz que tem seus prós e contras. Cebolinha pergunta o que Capitão Feio pretende fazer no primeiro minuto de 1976, Anjinho não sabe e Cebolinha o manda tentar localizar os dois e voltar para avisar a eles.

Quando chega no esconderijo do Capitão Feio, já tinha contado ao Ano-Novo o que deve ser feito no primeiro minuto de 1976, Ano-Novo diz que com ele ajudando será fácil e vão descansar enquanto esperam o primeiro minuto. Anjinho volta para onde está a turma com intenção de eles mostrarem ao Ano-Novo quem é o Capitão Feio.

Anjinho fala que o esconderijo do Capitão Feio é atrás do barracão onde era depósito de lixo. Eles vão até lá e a turma elege que o Cebolinha entre no esconderijo e ele reclama que quando era candidato a tesoureiro do clubinho não tiveram tanto entusiasmo. Ele vê os dois dormindo, chama a turma e Cascão dá ideia de que eles têm que acordar o Ano-Novo sem que o Capitão Feio acorde.

Cebolinha manda Cascão ir lá acordar o Ano-Novo, ele chama baixinho, mas Capitão Feio acorda e Cascão disfarça e foge carregando o Ano-Novo. Capitão Feio joga o seu novo raio de sujeira laçador e consegue laçar a turma toda, acabando com a fuga deles. Capitão Feio achou bom que eles apareceram que agora sabe que não vão atrapalhar os planos dele. Cebolinha diz que ninguém tinha intenção de estragar plano de um sujeito tão simpático e Cascão reclama por que então mandaram pegar o Ano-Novo.

Capitão Feio manda todos entrarem no esconderijo. Ano-Novo acha que os meninos parecem direitos e não entende por que está os maltratando. Capitão Feio diz que por que eles vivem atrapalhando seus planos de poluir o mundo. Ano-Novo pergunta que se poluir é tão bom por que eles impedem. A turma conta que poluir é errado, Capitão Feio está o enganando, não é para dar ouvidos ao bandido, poluição é a pior coisa, mas Cascão diz que não é tão ruim assim.

Capitão Feio manda todos calarem a boca, o Ano Novo acha que eles estão sendo sinceros. Capitão Feio diz que ficou ano inteiro bolando o plano e se não ajudá-lo vai jogar o raio de sujeira na turma e como está mais poderoso, vão levar 100 anos para se livrarem dele. O Ano-Novo conta que o plano é juntar o raio poluidor com a entrada dele no mundo, que e ficará poluído do primeiro ao último dia do ano. 

O Ano-Novo diz que não fará a sua parte. A turma fala que eles não terão Ano-Novo e nem vão desejar aos amigos. Capitão Feio diz que vai jogar o raio de sujeira nele, Ano-Novo o desafia e diz que pode jogar o rainho, Capitão Feio fica uma fera, joga o raio e surge o Ano-Velho 1975, que veio buscar o Ano-Novo e se jogou na frente do rainho porque ele terá tempo de se limpar.

Capitão Feio reconhece que perdeu e vai embora, prometendo que vai vencer quando voltar outra vez. O Ano-Novo agradece a turma, Cascão diz que sempre achou o 1975 muito legal, principalmente agora. Ano Novo 1976 vai embora, prometendo à turma de que vai conseguir ser um bom ano. Depois, todos vão comemorar o Réveillon com todos os pais na casa do Cebolinha, chegam à meia noite e todos comemoram a entrada de 1976 e Mônica comenta com o Anjinho que o céu está limpinho e que caprichou.

Uma história de aventura muito boa em que o Capitão Feio decide que o Ano-Novo 1976 o ajude a poluir o mundo logo no primeiro minuto do ano e a turma tenta impedir o plano dele. O Ano-Novo, por ser uma criança, pensava que poluição era coisa boa e iria ajudar o Capitão Feio, mas a turma faz com que ele descubra que poluição é a pior coisa e com a ajuda do Ano-Velho 75 conseguem salvar a Terra.

Seguiu a ideia de que Ano-Novo retratado como criança e Ano-Velho como um idoso como eles gostavam. Eram bem criativas e envolventes as histórias do Capitão Feio em querer poluir o mundo em datas comemorativas como Natal e Réveillon. Interessante o mistério inicial de saber como seria o plano do Capitão Feio. A turma sabia que ele queria poluir o mundo, mas não a forma que faria e por que precisava da ajuda do Ano-Novo e que só foi mostrado ao longo da trama. O Ano-Novo só poderia entrar na Terra no dia primeiro de janeiro e após o Ano-Velho sair, são os absurdos das histórias em quadrinhos que se tornavam muito boas.

Na época o Capitão Feio aparecia só de vez em quando, ficava muito tempo sumido e depois voltava, dando um ar de surpresa e sempre dava uma expectativa boa quando retornava. No início, o esconderijo dele era uma casa abandonada perto do depósito de lixo, só depois que acharam melhor ele se esconder no esgoto e ter como aliados monstros de sujeira, que não falavam e passaram a falar a partir da época da Editora Globo.

O Cascão antigamente achava bom os planos do Capitão Feio e ainda o defendia, como prova em algumas partes da história ao dizer que poluição tem prós e contras, que não é tão ruim assim, que o capitão Feio tem bom gosto de escolher o esconderijo. Cascão só ajudava a turma porque sabia que eles não iam gostar de mundo poluído. 

Bem curioso o pai da Magali bem diferente como estamos acostumados, como um gordo narigudo parecido com a filha. Foi a segunda  aparição dele, antes tinha aparecido em uma história de "Dia dos Pais" em 1975. Depois, apareceu bem raramente outras vezes, mas com traços diferentes a cada história e só em 1986 que apareceu com os traços fixos como Seu Carlito como conhecemos. A mãe da Magali também estreou em 1975 e também aprecia diferente a cada história até ter traços definitivos nos anos 1980. 

Já os pais do Cascão não tinham estreado nos gibis ainda, por isso não apareceram nessa história, só apareceram primeira vez em 1977 como um casal sujinho como o filho e aparições raras depois disso, só passando a ter frequência constante com o lançamento do gibi do Cascão em 1982. Normalmente naquela época os pais do Cascão eram só citados, sem presença física e algumas vezes retratado que Cascão ficava sozinho em casa.

Vimos que em 1975 as histórias já estavam com um linguajar mais informal nos gibis comparado ao início dos anos 1970, quando eram extremamente formais. História incorreta hoje em dia por Capitão Feio querer poluir o mundo, ser bem perverso, hoje ele é retratado mais como vilão cômico e nem deseja poluir a Terra. Incorreto também Cascão tratar que poluição e sujeira são coisas boas, as palavras "azar" e "bandido" são proibidas atualmente, talvez alterariam a palavra "pinote" por ser datada, e fora que nem fazem mais histórias de Réveillon há muitos anos, também proibidas.

Os traços ficaram bons, característicos do meio dos anos 1970 como os personagens já começando a perder bochechas pontiagudas, mas ainda estavam. Em 1975 já dava para perceber uma diferença mais nítida em relação aos traços de 1970 a 1972, por exemplo. Tiveram erros do Capitão Feio aparecer sem sujeira no segundo quadro da 6ª página da história e no quinto quadro da 8ª página da história e o Ano-Velho aparecer limpo nas suas duas últimas cenas após receber o raio de sujeira. 

Nunca foi republicada em almanaques convencionais da própria Editora Abril nem da Globo. Só republicaram na Editora Panini em 2013 na 'Coleção Histórica Nº 36' na reedição do gibi do 'Cebolinha Nº 36' da Abril. As imagens da postagem tirei dessa 'Coleção Histórica', então, pode ter chances de ter alterações em textos ou em desenhos ou até redesenhar personagens ou correções de erros em relação ao gibi original de 1975.

FELIZ ANO-NOVO A TODOS!!!

quinta-feira, 28 de dezembro de 2023

Magali: HQ "Uma comilona na praia"

Estamos no verão no Brasil e nada melhor história ambientada na praia. Então, compartilho uma história em que a Magali vai à praia e não para de comer lá. Com 4 páginas, foi publicada em 'Magali Nº 32' (Ed. Globo, 1990).

Capa de 'Magali Nº 32' (Ed. Globo, 1990)

Magali está animada em estar na praia com seus pais. Seu Carlito diz que a filha pode enterrá-lo na areia, mas ela tem ideia melhor de comer milho verde. Ela come todos os milhos do vendedor e depois vai ao vendedor de sorvetes e pede um de cada sabor, 7 no total. Seu Carlito, preocupado com grana que gastou, grita porque dói o bolso dele.

Depois, Dona Lili diz que estava procurando por eles, está faminta e vão a um restaurante para comer peixe frito. Magali come sozinha todos os peixes servidos e ainda reclama que estavam um tanto salgado. Em seguida, ela toma todos as águas de coco do vendedor e quando ia pedir sanduíche natural, Seu Carlito fala que acabou o dinheiro e eles têm ir que embora. No caminho para casa, Magali diz que queria tomar banho de mar, sempre que vai à praia, ela se esquece.

História legal em que a Magali come tudo que encontra na praia para o desespero do seu pai. A empolgação para comer é grande que sempre esquece de tomar banho de mar e até outras atividades comuns que pessoas comuns fazem quando vai à praia. Vemos que Magali não pensa em outra coisa fora comer, ruim para os pais que sofrem para sustentá-la, nunca sobra dinheiro. Foi ótimo para os ambulantes e comerciantes da praia que conseguiram vender tudo que tinham só para uma pessoa, enriquecendo por causa dela. Eram nítidas as caras de felicidades deles olhando para o dinheiro que ganharam.

Deu para descobrir também várias opções boas que temos para comer em um passeio na praia. Foi engraçado ver a gula exagerada da Magali, comer tudo em grande quantidade sem parar desde que chegou à praia e até deixando os pais com fome quando comeu todos os peixes fritos e mesmo salgados comeu da mesma forma, a cara do Seu Carlito impressionado com a gula da fila e ainda falar que dói o bolso dele com tanta comilança. Os pais também não dão limite, bastava dizer "não" para ela que estaria tudo resolvido, também não podem reclamar. 


É uma história básica da Magali que não cansa e sempre se torna engraçada, tiveram bastante de miolo semelhantes assim e muito boas também, sendo que hoje em dia é incorreta. Magali não age mais assim, quase não tem histórias dela sobre comida e muito menos com gula exagerada e cheias de absurdos. Inclusive, a Magali comilona assim desperta ódio do povo politicamente correto, ficam com raiva por ela comer tudo que vê pela frente, ser egoísta de não dividir com os outros, dar prejuízo aos pais, aí deixaram de ter histórias assim, descaracterizando a personagem. Povo hoje leva a sério demais histórias em quadrinhos, comparam ficção com vida real, problematizam tudo e nem se preocupam em só se divertir com as piadas e os absurdos. Os traços ficaram muito caprichados em tudo, também iriam criticar hoje traços da mãe da Magali com biquíni e corpo curvilíneo.

segunda-feira, 25 de dezembro de 2023

Cascão: HQ "Papai Noel uma banana"

Em dezembro de 1993, há exatos 30 anos, era publicada a história "Papai Noel uma banana" em que o Cascão captura o Papai Noel para provar que ele não existe e que não vai dar uma banana amassada como presente. Com 7 páginas, foi história de abertura de 'Cascão Nº 180' (Ed. Globo, 1993).

Capa de 'Cascão Nº 180' (Ed. Globo, 1993)

Cascão pula na cama antes de dormir, a mãe aparece e reclama. Cascão fala que é porque a cama é macia e Dona Lurdinha diz que ele anda muito arteiro, que o Papai Noel vem esta noite e que vai dar uma banana amassada para crianças arteiras. Depois que a mãe sai do quarto, Cascão fala que pensam que ele é neném e que ainda acreditam nesse papo de Papai Noel. Ele sabe que é o pai quem compra o presente e como já está comprado, pode fazer a arte que quiser que não tem perigo de ganhar a tal banana e que ainda armou uma armadilha esta noite só para acabar com essa conversa fiada.

Cascão dorme e logo depois ouve barulho da armadilha e quando chega na sala vê o Papai Noel preso dentro da rede. Cascão fica feliz que o pegou desta vez e corta a corda da rede para soltar o Papai Noel. Cascão pensa que está falando com o pai dele, Papai Noel se apresenta e ele diz que já é grandinho para acreditar nessas coisas, que foi só uma historinha inventada por eles para se comportar. 

Cascão diz ainda que ele caprichou na fantasia com lentes de contato azuis, enchimento para ficar balofão e barba postiça, só que quando puxa, descobre que a barba era verdadeira e não era o pai. Acha que era um dos amigos do pai quebrando o galho, só que ao ver as renas no lado de fora da casa, descobre que era o Papai Noel mesmo. Cascão pede perdão e que ele não lhe dê uma banana amassada que costumar dar para meninos arteiros. 

Papai Noel dá um presente e fala para Cascão maneirar senão não vem no próximo ano e vai embora. Cascão abre o presente, era o carrinho que queria e conta para os pais que o Papai Noel foi legal e não lhe deu uma banana amassada. Na rua, Cascão diz que Papai Noel pode existir, mas a história da banana é furada porque ele faz arte ano todo e nunca ganhou banana e, então, pode fazer arte a vontade. Em seguida, escorrega em uma casca de banana levando um tombo e ele reconhece ao Papai Noel que entendeu o recado.

História legal em que o Cascão não acredita em Papai Noel e muito menos que vai ganhar uma banana amassada porque faz muita arte. Só que depois de preparar uma armadilha para capturá-lo e descobrir que realmente era o Papai Noel, e não o seu pai, fica com medo de ganhar uma banana dele. O presente foi um carrinho que queria, mas também levou um tombo ao escorregar em uma banana que o Papai Noel colocou em frente a casa do Cascão para dar lição nele.

Foi engraçado ver  que Cascão não acreditava em Papai Noel, debochando da mãe que iria ganhar uma banana dele, a armadilha, ele achar que era o pai, Seu Antenor, e a hora da revelação com medo de ganhar uma banana e que realmente ganhou no final com um tombo. Cascão falando sozinho no início da história também sempre era divertido, ele era expert em histórias de monólogo.

Seguiu a ideia de que Papai Noel só entrega presentes para as crianças que se comportaram ano inteiro e não fez arte, coisa bem diferente do Cascão, sendo a novidade a mãe dele dizer que Papai Noel dá uma banana para crianças arteiras. Muito se deve os pais mostrarem lenda do Papai Noel para as crianças se comportarem ano todo para ganhar presente no Natal.


Dessa vez teve um Papai Noel verdadeiro tirando a crença do Cascão que não existia. Ainda assim por Cascão pensar que ele não existia no início a história se torna incorreta hoje em dia, não pode dar de subentender que Papai Noel não exista. E Cascão fazer arte como pulando na cama, desobedecer mãe também não pode mais atualmente nem Cascão capturar o Papai Noel agindo como vilão.

Os traços ficaram bons, já com os novos traços adotados no segundo semestre de 1993 na MSP com personagens com língua ocupando maior parte na boca e até língua para fora quando estavam bem entusiasmados, traços que marcaram os anos 1990. Só não gostei da mãe do Cascão sem lábios e batom no início da história, as mães sempre ficavam feias sem lábios, só que eles colocavam mães assim quando queriam dar mais humor a elas, tanto que no final a Dona Lurdinha apareceu de lábios e ficou mais bonita. Muito bom relembrar essa história há exatos 30 anos.

UM FELIZ NATAL PARA TODOS!!!

sexta-feira, 22 de dezembro de 2023

HQ "Um presente pro Bidu"

Compartilho uma história em que o Bidu ficou triste por não receber um presente de Natal e chama atenção do Franjinha para ganhar. Com 4 páginas, foi publicada em 'Mônica Nº 152' (Ed. Abril, 1982).

Capa de 'Mônica Nº 152' (Ed. Abril, 1982)

Franjinha fica feliz que é dia de Natal e vê os presentes na Árvore de Natal junto com o Bidu. Tinha para o pai, para a mãe e pra ele, que ganhou um carrinho e fica doido para mostrar para turma. Bidu confere os presentes, não encontra um para ele e fica triste.

Franjinha vê Bidu chorando na rua e pergunta o que há com ele. Bidu aponta para o carrinho e Franjinha pergunta se quer o carrinho dele. Bidu nega, segura o Franjinha pelo braço e aponta para o menino com bola. Franjinha pensa que o menino bateu nele. Bidu aponta para um cachorro que ganhou um osso e Franjnha descobre que ele queria um presente.

Em casa, Franjinha não encontra o presente do Bidu porque o pai se esqueceu e dá qualquer presente que estava embaixo da Árvore de Natal. Bidu fica feliz, beija o Franjinha e vai para fora para abrir o presente. Quando abre, vê que era uma par de meias, embalada em uma caixa dentro da outra, que nem pode usar.

História boa, típica de miolo, em que o Bidu só queria ganhar um presente de Natal igual a todo mundo e, como não tinha, o Franjinha entrega qualquer um para tentar agradá-lo, só que um par de meias não tinha serventia para ele. Se ainda fosse dois pares de meia, daria para as quatro patas. Bidu ficava triste que todos ganharam presentes, até o cachorro da rua ganhou um osso e, então, se sentia menosprezado, que ele não tinha importância, até deu certa pena. 

Os pais do Franjinha podia ter deixado um osso como presente já que cachorro de estimação também é considerado membro da família. Engraçado ter várias caixas dentro da outra para dar volume ao pacote grandão, mesmo quem receberia de fato o presente, provavelmente o pai do Franjinha, também teria surpresa e trabalho para tirar as caixas e ver que era um presente nada de mais para um caixa tão grande. 

A história ensina que deve desejar dar presente para o seu bichinho de estimação ou pelo menos um feliz Natal, mesmo que ele não entenda, só para ele sentir que é lembrado que nem outros membros da família. É do estilo de histórias do Bidu sendo apenas um cãozinho do Franjinha, porém ele ficou bem humanizado, sabendo do que se trata o Natal, presentes na Árvore, que ele sabe ler e não ganhou presente, além de entender o que o Franjinha falava, responder, andar de duas patas e apontar para os presentes dos outros, só faltou falar nessa. Absurdos de histórias e quadrinhos que sempre eram bons.

O que faz a história ser incorreta atualmente é que teve final triste para o Bidu e leitores sentirem pena dele. Hoje, só podem ter histórias com finais felizes e que não deem pena nem traumatizem as crianças ou deixá-las tristes lendo. E também falar que o pai do Franjinha deixou os presentes na Árvore, e não o Papai Noel, afirmando que ele não existe, também é errado, hoje procuram sempre mostrar nas histórias que Papai Noel existe para não tirar a fantasia das crianças. Os traços ficaram muito bons do estilo da arte-final do Alvin Lacerda que sempre deixavam desenhos encantadores. Foi republicada depois em 'Mônica Especial de Natal Nº 2' (Ed. Globo, 1996).

Capa de 'Mônica Especial de Natal Nº 2' (Ed. Globo, 1996).

quarta-feira, 20 de dezembro de 2023

Capa da Semana: Cebolinha Nº 84

Mostro uma capa que completa exatos 30 anos em que o Cebolinha está como Papai Noel e vai entregar os presentes personalizados para cada um de seus amigos. Pelos presentes no saco a gente imagina quem vai ganhar o quê. Sansão para a Mônica, lata de lixo para o Cascão, melancia para Magali, recipiente de fórmulas para o Franjinha, osso para o Bidu e harpa para o Anjinho. Muito boa e desenho bem caprichado.

Capa dessa semana é de 'Cebolinha Nº 84' (Ed. Globo, Dezembro/ 1993).

sábado, 16 de dezembro de 2023

Mônica: HQ "A grande surpresa de Natal"

Mostro uma história publicada há exatos 40 anos em que a Mônica é responsável em dazer a ceia de Natal da sua família e Cebolinha e Cascão comem tudo dando muita confusão. Com 6 páginas, foi história de miolo publicada em 'Almanaque da Mônica Nº 20' (Ed. Abril, 1983).

Capa de 'Almanaque da Mônica Nº 20' (Ed. Abril, 1983)

Mônica comemora que terminou os dois pratos que ela mesma fez e vai ter a ceia de Natal mais gostosa do mundo. Cebolinha e Cascão surgem na janela, dizendo que eles têm que provar as comidas para ser verdade, só provando para acreditar. Mônica imediatamente tampa os pratos e os meninos reclamam que é uma grande porcaria, que ela pode ficar com esses pratos que devem estar horríveis, nem queriam provar e estão pouco ligando para esses pratos que ela chama de comida e vão embora.

Dona Luísa chama a Mônica para arrumar a mesa para a ceia, os meninos voltam e comem toda a comida para mostrar que a Mônica não manda neles, ficam gordos demais, pesados para correr e dizem que se a Mônica aparecer estão perdidos. Mônica aparece, eles ficam com medo, mas consegue pegar os pratos sem ter visto os meninos lá.

Mônica leva os pratos para a sala para servir aos pais e conta que terão uma grande surpresa. Ao levantar as tampas, não consegue, põe muita força e nada de destampar. Ela fala para os pais que teve problema técnico e vai buscar um abridor, quando recebe uma beliscada do Cascão na bunda e grita. Ela pergunta se foi a mãe quem a beliscou, que nega, e quando vira para o outro lado, leva outro beliscão do Cebolinha.

Seu Sousa pergunta se isso faz parte da surpresa. Mônica sobe na mesa, dá chute nas tampas e descobre lá os meninos, que improvisam uma apresentação de Feliz Natal. Os pais acham linda a surpresa e só falta a ceia. Mônica avisa para mãe que agora vai pagar o cachê artístico dos meninos: surra.

História engraçada em que a Mônica queria fazer uma surpresa para os pais com a ceia de Natal preparada por ela, só que a surpresa quem tem é a Mônica de saber que os meninos comeram tudo após ela recusar que eles provassem as comidas. Os meninos foram bem ousados em esconderem dentro do prato, porque se ela visse leve demais, já desconfiaria de cara.

Foi engraçado ver os meninos abudados querendo filar comida e Mônica não deixar, eles comerem tudo, ficarem gordos de tanto comer peru e rabanada inteiros, se esconderem nos pratos, darem beliscão na bunda da Mônica. O final ficou em aberto como conseguiram outra ceia depois dos meninos terem comido tudo, eles gostavam de finais abertos para leitores imaginarem sequência depois. 

Daria para colocarem a Magali no lugar deles, mas como Mônica precisaria carregar dois pratos ao mesmo tempo e não bateria na Magali, aí foi melhor os meninos agindo como gulosos. Teve bastante movimento, perderam chance de fazer desenho animado baseada nessa história. 

Era legal a autonomia que as crianças tinham nas histórias antigas, podiam cozinhar, ir a supermercado fazer compras, ir a cinema sozinhas, ficavam divertidas. Tiveram outras histórias da Mônica como cozinheira, só que cozinhando mal. Algumas com Magali também como péssima cozinheira. Incorreta atualmente por Mônica cozinhar, mexer com fogão e ainda os pais deixarem uma criança ser responsável para fazer uma ceia de Natal sozinha e ela levar beliscões na bunda dos meninos.

Os traços ficaram muito bons, típico dos anos 1989nsagrada deles. Interessante o Cebolinha dar arroto "burp!" sem trocar "R" pelo "L", pode considerar erro já que normalmente em onomatopeias ele trocava as letras. Nunca foi republicada nesses 40 anos até hoje assim como as demais histórias desse 'Almanaque da Mônica N° 20' e as de outros almanaques com histórias inéditas da Editora Abril, então, são bem raras hoje.

quarta-feira, 13 de dezembro de 2023

Chico Bento: HQ "O que eu quero..."

Mostro uma história em que o Chico Bento se decepcionou com um Papai Noel que trabalhava no supermercado e foi atrás para tomar satisfação com ele. Com 5 páginas, foi história de encerramento de 'Chico Bento Nº 9' (Ed. Abril, 1982).

Capa de 'Chico Bento Nº 9' (Ed. Abril, 1982)

Em uma visita do Papai Noel em um supermercado, as crianças faziam seus pedidos de Natal, mas quando chega a vez do Chico Bento, o dono fala que eles têm que fechar o supermercado e Chico fica triste sem conversar com o Papai Noel e resolve esperá-lo nos fundos, sem saber que era só um homem vestido trabalhando para o mercado.

Chico vê Osvaldo recebendo dinheiro do pagamento do dono do mercado e depois vai atrás dele. Pergunta se lembra dele e diz que não deu tempo de fazer o pedido no mercado. Osvaldo fala que está sem tempo, tem que ir para casa, Chico pergunta pelas renas, ele diz que deixou no estacionamento e vai para casa a pé. Chico estranha ir para o Polo Norte a pé, andar faz bem.

Chico pergunta por que ele recebeu dinheiro do dono do mercado. Osvaldo diz para ele fazer o pedido e ir embora e Chico insiste que ele está escondendo alguma coisa. Assim, Osvaldo tira o gorro e a barba confessa que não é o Papai Noel e que foi contratado pelo gerente do mercado para fingir que era e arranjar mais fregueses. Chico pergunta por que ele fez isso e o homem responde que foi pago por isso. Chico fica com pena das crianças que vão ficar sem os presentes que pediram e que o sonho acabou para elas e diz que Osvaldo não tem culpa, afinal, estava sendo pago para isso.

Chico vai para casa triste e vai dormir. Depois, acorda com crianças na rua felizes por ter ganho presentes, exatamente o que pediram. Chico fica feliz que o Papai Noel veio mesmo e que estava tão desapontado e  até ele ganha uma bola. No final, mostra a esposa do Osvaldo reclamando do sorrisinho do rosto do marido e pergunta o que ele fez com o pagamento do mercado que ficou de levar para casa.

História legal em que o Chico Bento deixou de fazer seu pedido par ao Papai Noel do supermercado e foi atrás dele depois sem saber que não era o verdadeiro, apenas um contratado do supermercado para aumentar clientela de lá. Ao saber da verdade, Chico fica com pena das crianças iludidas que não vão receber os presentes e o homem fica com pena e gasta todo o dinheiro que ganhou no mercado para comprar presentes para as crianças que atendeu no mercado. No final, Chico pensou que o verdadeiro Papai Noel quem levou presentes para a criançada e não soube que foi o Osvaldo que entregou por ter ficado sensibilizado.

O Osvaldo podia ter fingido que era Papai Noel para o Chico mesmo já sendo fora de horário de trabalho, pelo menos não gastaria o pagamento que ganhou. O dono também podia esperar Chico falar com o Papai Noel, ainda mais só que só faltava ele na fila, não custava esperar 10 minutos para fechar o mercado, mas são situações que precisavam ter  senão não teria história.

Foi legal a conversa entre o Chico e o Osvaldo enquanto ele pensava que era o Papai Noel de fato, bem na inocência, e a paródia do sabão Omo como "Momo". Normalmente seria Papai Noel que trabalha em shopping, mas como o Chico mora na roça, aí deixaram um supermercado no lugar. Daria pra fazer adaptação com algum personagem da Turma da Mônica em um shopping tranquilamente que não mudaria o sentido. 

Além de divertir, ainda tem uma bonita mensagem em que não deve prevalecer o consumismo e ganância de ganhar dinheiro, que Natal não é só comércio, Osvaldo aprendeu que dinheiro não é tudo e não é certo enganar e desiludir as crianças, principalmente as pobres. Apesar da lição de moral, é incorreta por mostrar que Papai Noel não existe, retratado como funcionário de mercado, hoje e dia, eles retratam sempre que Papai Noel existe, sem deixar dúvidas, para não tirar a fantasia das crianças.

Os traços ficaram bons, típicos de histórias de miolo dos anos 1980. Teve erro de gorro do Papai Noel todo vermelho em vez de ter a parte branca na parte próxima da cabeça no último quadro da 2ª página da história. Foi republicada algumas vezes nas edições especiais de Natal, uma delas foi em 'Mônica Especial de Natal Nº 5' (Ed. Globo, 1999).

Capa de 'Mônica Especial de Natal Nº 5' (Ed. Globo, 1999)