sexta-feira, 1 de dezembro de 2023

"Melhores Histórias da Mônica, por Mônica Sousa Nº 1"

Já nas bancas a edição especial "Melhores Histórias da Mônica, por Mônica Sousa Nº 1", da Editora Panini, comemorativa aos 60 anos de criação da personagem Mônica. Nessa postagem mostro como foi essa revista.

Lançada em novembro de 2023, foi pensada em comemoração aos 60 anos da personagem Mônica, fazendo parte do pacote de comemorações da MSP para a data não passar em branco como os gibis quinzenais "Nº 37" de agosto de 2023 e os livros "Mônica 60 Anos" e "Mônica Edição de artista". 

"Melhores Histórias da Mônica, por Mônica Sousa Nº 1", como o título propõe, reúne histórias da Mônica escolhidas pela filha do Mauricio de Sousa, Mônica Sousa, que foi a inspiração dele para criar a personagem Mônica em 1963.  As histórias mais top e memoráveis que ela leu, foram juntadas nessa revista. 

Tem formato de gibi convencional com 68 páginas, formato canoa 13 X 19 cm, capa com papel couchê ligeiramente mais grossa que os gibis atuais de bancas e papel jornal no miolo, sem passatempos, só histórias e com propagandas atuais, custando R$ 9,90. Até pensava que seria um formato maior e com capa cartonada com lombada seguindo estilo das edições da coleção "As Melhores Histórias" promocionais casadas do jornal "O Estado de São Paulo", de 2022, mas preferiram formato de gibi normal, que foi melhor ainda. Sim, acho muito bom que  não foi material de luxo como nos livros especiais de capa dura, o que deixa um preço acessível, afinal, para mim, não precisa de luxo, deixar estante bonita, o chamado "quadrinhos goumert", importante é ter conteúdo de qualidade com acesso a todos. 

Na distribuição chegou aqui dia 22 de novembro de 2023. A edição tem uma capa com um desenho da Mônica Sousa com a Mônica. Abre com um frontispício com a Mônica Sousa contando sobre a revista e as histórias que ela escolheu. Só acho que poderia ter uma ilustração, quem sabe, uma fotografia da Mônica Sousa, não só um texto.

Frontispício da edição

Em seguida, vem as histórias, todas são da Editora Abril dos anos 1970, mais precisamente primeiras edições da revista da Mônica, o que é coerente já que seria a época que a Mônica Sousa era criança e que realmente ela leu. Vemos os primórdios do Mauricio, com personagens com bochechas pontiagudas, falando de boca fechada, conversas com linguajar formal.

Começa com a clássica "A Ermitã" (MN #6, de 1970), com 16 páginas, em que a Mônica resolve se mudar para as montanhas por pensar que seus amigos não gostavam mais dela. Virou desenho animado depois no filme "As Aventuras da Turma da Mônica" de 1982.

Trecho da HQ "A Ermitã"

Em seguida vem "A Estrelinha perdida" (MN #8, de 1970), com 5 páginas, em que a Mônica e a turma ajudam a Estrela de Belém a voltar ao passado para cumprir sua missão de anunciar o primeiro Natal. Virou desenho animado em 1988, virando "Estrelinha Mágica" só que apenas com uma base nesta já que a história do desenho foi bem diferente. Curioso aparecer Anjinho andando como os outros em vez de voar, mas na época colocavam muito o Anjinho tratado como uma criança normal do que uma entidade, interagia muito, inclusive nas brincadeiras com a turma.

Trecho da HQ "A estrelinha perdida"

Depois tem "Os Azuis" (MN #15, de 1971), com 13 páginas, clássico que rendeu vários prêmios ao Mauricio de Sousa, que retratou o preconceito de racismo e que se torna atual até hoje. Mônica encontra seus amigos todos azuis e eles têm raiva e até nojo dela só porque ela é alaranjada, diferente da cor deles. Foi inspirada em um caso de racismo que o Mauricio sofreu e foi feita em poucas horas de madrugada pra fechar o gibi a tempo. Também virou desenho animado em 2009.

Trecho da HQ "Os azuis"

Já em "A Voz" (MN #18, de 1971), com 11 páginas, uma voz misteriosa sai da barriga da Mônica, falando coisas agradáveis aos amigos que nunca falaria para eles. Ela era ranzinza, braba, de poucas ideias, incapaz de dizer até "bom dia" para os outros e a voz interior fazia o contrário das atitudes dela, deixando seus amigos felizes. Mais uma história do Mauricio do tipo que as coisas aconteciam e pronto sem dar explicação e fica na imaginação dos leitores de como aquela voz surgiu na Mônica. Só se sabe que a intenção era tentar mudar a personalidade dela e ser mais gentil com os amigos.

Trecho da HQ "A voz"

A edição termina com "Mônica com salto alto" (MN #19, de 1971), com 5 páginas, em que a Mônica pega o sapato com salto alto da mãe e ela não consegue andar com elegância com saltos tão alto. Essa foi voltada exclusivamente para o humor, sem transmitir mensagens como as outras, foi engraçado ver a Mônica tentando andar com os saltos e equilibrando os livros na cabeça e até deu surra no Cebolinha.

Trecho da HQ "Mônica com salto alto"

Não teve uma tirinha final na última página, apenas uma ilustração igual da capa no lugar junto com os créditos finais. Ultimamente, alguns títulos novos como "Almanaque da Tina", "Almanaque de Histórias Curtas" e "Almanaque de Histórias Sem Palavras" estão seguindo esse estilo de só uma ilustração sem tirinha, tirando o estilo tradicional. Dava muito bem para Mônica Sousa escolher uma tirinha favorita que ela viu, as revistas de 1970 a 1972 não tinham tirinhas, mas ela podia escolher uma de 1973 em diante, tranquilo. A questão principal de não ter, foi isso de deixarem de lado as tirinhas em títulos novos, não porque não tinham tirinhas nos gibis naquele período. 

Sobre as terríveis alterações que têm em todos os almanaques atuais, tiveram várias, a maioria envolvendo correção de cores das originais que eles erravam muito, a ortografia da época como "êle", "êste", "côr", etc, eles mudaram para a ortografia atual, as falas do Cebolinha trocando letras que eram entre aspas nas originais, mudaram para negrito como é atualmente, mas tiveram também algumas alterações com textos a favor do politicamente correto. Interessante que algumas palavras que sempre mudam hoje como "Credo!", "Louco" e "Meu Deus!" mantiveram, mas outras palavras mudaram, não tendo, portanto, uma padronização. E mantiveram personagens falando de boca fechada. Em todas as histórias teve pelo menos uma alteração significativa e vou mostrando a seguir.

Na história "A ermitã", teve caso de alteração de cores, mudando a placa direita azul para branca, deixando de ser igual ao conteúdo original. Inclusive se fossem para alterar cor, teria que ser a placa da direita já que na cena anterior, a Mônica escreveu o texto em um papel azul e ficou branco neste quadrinho em destaque.


Na história "A estrelinha perdida", teve uma correção de cores em que na original o Sansão aparecia de olhos brancos fechados e dentes azuis e corrigiram deixando olhos azuis e dentes brancos. Fizeram várias correções de cores na edição. E também não colocaram as estrelas no céu no último quadrinho da reedição, provavelmente uma falta de atenção quando recoloriram.

Durante toda a história, toda vez que aparecia a palavra "criado-mudo" eles mudavam para outra coisa. Não entendi por que a palavra "criado-mudo" é proibida nos gibis de hoje a ponto de alterar em reedições de histórias. Quem sabe por ser duplo sentido e acharem que o leitor não vai saber distinguir criado-mudo de mesinha de cabeceira de um serviçal mudo, que não fala. Nessa cena, então mudaram "criado-mudo" para "gaveta".


Já nessa cena mudaram "criado-mudo" para "mesinha" reforçando que a implicância é com o criado-mudo. E outro tipo que alteração que fizeram nas histórias de 1970 desta revista em que todas as falas do Cebolinha em que ele trocava "R" pelo "L" entre as aspas, deixaram agora em negrito no lugar para ficar igual ao padrão dos gibis atuais, e, com isso, deixando de ser igual ao conteúdo original.


Outro tipo de alteração constante foi que tiravam as aspas das palavras informais. Nos gibis de 1970 e 1971, o linguajar dos personagens eram extremamente formais e quando falavam termos informais, deixavam entre aspas pra mostrar que não era a forma culta, e, então, nessa edição, tiraram aspas e todas as palavras informais. Neste caso, tiraram o termo informal "na fossa" (deprimida).

E nesta mesma cena, alteram fala do Cebolinha de "pol que" para "por que" e sem aspas. A grafia das falas do Cebolinha com palavras terminadas em "R" sempre deixaram o "R" no final, mas eles deixavam "pol que" nos gibis de 1970 e nessa reedição, toda vez eles mudaram para "por que" e sem aspas para padronizar com o estilo atual.


Nesta cena, alteraram a fala informal da mãe da Mônica na história original em que ela falava  "que tanto" para "por que". Não vi necessidade dessa mudança. E mais uma vez a implicância com "criado-mudo" mudando para "mesinha".


Já aqui alteraram a cor do vestido da Mônica que apareceu amarelo na edição de 1970 e agora recoloriram para vermelho. Neste caso, não precisavam recolorir porque quando deixaram camisa vestido amarelo dava sinal que a luz da estrelinha estava tão intensa próxima a ela e nessa mudança, a intensidade da luz pareceu menor do que a realidade. Quiseram corrigir cores, mas acabaram mudando o sentido dessa vez.


Na história "Os Azuis", toda vez que falaram a palavra "gozar" e variações, eles mudaram para sinônimos para não ter duplo sentido de cunho sexual. Essa palavra, bastante frequente nos gibis até dos anos 1990, é terminantemente proibida nos gibis atuais e sempre mudam agora. Então, cena cena mudaram "que coisa mais gozada!" para "engraçada".
.

Já nessa cena, outra vez alterada, afinal, colocarem um quadrinho com o Cascão falando "Veja só como a Mônica está gozada!" é um prato cheio para quem tem mente poluída e mostrarem em sites próprios como o "Porra, Maurício!" e o povo do politicamente correto iria implicar muito. Detalhe de "gôsto" alterado para seguir a ortografia atual e que em 1971 o Cebolinha já falava "Por que" como as outras palavras terminadas em "R" e também não tinha mais palavras entre aspas quando trocava o "R" pelo "L", então isso não foi alterado.


Aqui já ficou mais evidente que mudaram alguma coisa, mudando "gozar" para zoar" fica na cara que mudaram porque nem existia a palavra "zoar" em 1971. Fala "pavolosa" do Cebolinha ficou em negrito para seguir a atualidade e ainda corrigiram a camisa do Franjinha para vermelho já que na original apareceu amarela.


E aqui mais uma alteração na palavra "gozar" para "zoar", distanciando do conteúdo original da época, que pelo menos colocassem alguma palavra que existia na época.


Na história "A voz", corrigiram as cores das camisas da Magali e da Mônica que apareciam verde e preta, respectivamente na revista original. Essas correções de cores fazem direto. E outra alteração que fizeram muito foi retirar reticências ao lado de exclamação em finais de frases e as de início de um balão para seguir o padrão atual. As reticências, muitas vezes, como neste exemplo, mostravam continuação de pensamento no balão seguinte, tanto que o outro começava com reticências, mas preferiram tirar.


Nesta mesma história, alteraram a palavra "Cruzeiro" para "dinheiro" para seguir a atualidade. Porém, no quadrinho posterior é falado "Cruzeiro" sem alterar e ainda tem um aviso no rodapé da página explicando que Cruzeiro era a moeda do Brasil na época, então, desnecessária a mudança para "dinheiro" desse quadrinho destacado.


Na história "Salto, alto!" mudaram o título, tirando vírgula e exclamação. Podem ter achado que estava acentuado errado, mas eu vejo que fazia todo sentido porque na original com a vírgula, queriam dar destaque que a Mônica estava com um salto bem alto, não era um salto qualquer. Fora que a mudança deixa diferente do que foi colocado na época, sem deixar como foi na revista original.


Nessa mesma história, mudaram o "hem" para "hein" para seguir a ortografia atual. Antes era comum era sempre falarem "hem" e agora é proibido.


A palavra "janta" também é proibida atualmente e sempre alteram para "o jantar". Então, a fala da Magali dizendo "hora da janta", alteraram para "hora do jantar". Pode até ser mais correto gramaticalmente falar jantar, mas a gente é até acostumado falar janta no dia a dia e mudando tira a informalidade, fora ficar diferente da revista original.

Foi uma boa edição comemorativa*, cheia de histórias clássicas, não passa em branco os 60 anos da Mônica e melhor que sem luxo, é bom pra quem quer uma edição comemorativa e não tem condições de ter por serem caras ou quem quer ler histórias dos anos 1970 e não tem a extinta "Coleção Histórica" ou não tem condições de comprar os livros de luxo "Biblioteca do Mauricio". O que estraga são as alterações ridículas adequando ao politicamente correto ou à época atual, não deixando fiel às revistas originais, mas se até os livros "Biblioteca do Mauricio" alteram as coisas, não seria diferente dessa edição, pelo menos as alterações dessa vez não mudaram sentido das histórias. Se encontrar essa edição nas bancas é uma boa ter na coleção. Fica a dica.

* A princípio é apenas uma edição especial, mas por ter um "Nº 1" na capa, tem uma possibilidade de ser um título regular bimestral e, então, temos que aguardar para ver se vai confirmar ou não. Não faz muito sentido terem várias edições escolhidas pela Mônica Sousa, mas se for a cada edição serem histórias escolhidas por um funcionário da MSP diferente ou por artistas famosos, seria interessante. Tipo, roteiristas escolherem as suas histórias favoritas, ou as que leu na infância ou as que ele roteirizou, seria legal. Na Disney, até já teve coleção assim com famosos escolhendo as histórias top que leram. Vamos aguardar. 

45 comentários:

  1. Apesar das alterações relacionadas com cores e palavras, gostei da edição. Única objeção é não contar com alternância de núcleos, e faz sentido não ter, afinal, trata-se de um título dedicado à Mônica, "de Mônica para Mônica", para ser mais específico.
    Duvido muito que a filha do Mauricio teve total liberdade para escolher, penso que esta seleção é a que passou no crivo da patrulha. Chama atenção republicação de "Os azuis", o tema é um tanto indigesto para o politicamente correto.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Não teve histórias de outros personagens da turma e outros núcleos porque a intenção era essa de ser histórias só da Mônica por ser um especial dela, "de Mônica para Mônica" como você falou. Pode ter acontecido da Mônica Sousa ter escolhido várias histórias e aí a equipe deixou em definitivo na edição essas 5, aí as mais incorretas seriam descartadas. "Os azuis", sem dúvida seria indigesto pra eles, pesado personagens acharem nojo de outra pessoa só por causa da cor diferente, mas acredito que por causa da mensagem final deixaram passar.

      Excluir
    2. Será que Melhores Histórias da Mônica terá segunda e, quem sabe, até terceira edição(ões)? Como traz um (1) impresso na capa, provável que publiquem pelo menos outro gibi neste título. Outrossim há possibilidade do título ser mutante, por exemplo, o nº2 chegar às bancas como Melhores Histórias do Cebolinha, também com seleção da Mônica Spada ou com favoritas de outro profissional da MSP e o nº3 dedicado ao Cascão com HQs escolhidas por (F)fulano de (T)tal e assim por diante. Seria interessante algo assim com pelo menos doze edições mensais (novembro-outubro) - Chico Bento, Bidu, Magali, Turma da Mata, Papa-Capim, Astronauta, Tina, Penadinho e Piteco. Doze revistas=sete núcleos(ou oito, Bidu detém proeza de pertencer a dois)=doze profissionais, incluindo ex-profissionais da Mauricio de Sousa Produções.
      Dado que a TM clássica nos quadrinhos foi transformada numa portentosa lixeira, não creio, mesmo com diversas alterações (vide exemplos aqui exibidos contidos nesta edição), que o que conjecturo seja plausível. Acho que a Turma da Mônica das antigas em publicações atuais com suas HQs e tiras de piadas cheias de adulterações (alterações) passou (passaram) de vez ao status de artigo(s) de luxo, isto é, daqui para frente, só em edições de luxo que as fases sessentista, setentista e oitentista serão exibidas.

      Excluir
    3. Difícil saber se vai ter continuação, mas não vejo sentido continuarem com outras histórias escolhidas por Mônica Sousa e até mesmo se colocasse pra outros personagens, tira muito da ideia se ser algo comemorativo. Já não basta o 'Almanaque da Turma da Mônica' que a princípio seria só com histórias com secundários e agora estão colocando histórias da Mônica e sua turma, virando Almanaque da Mônica com outro nome. Único diferencial seria se colocassem só histórias dos anos 70 e 80 que não vão republicar nos outros almanaques. O jeito é aguardar.

      Excluir
    4. Pois é. Lançaram Melhores Histórias da Mônica com seleção de Mônica Sousa devido aos sessenta anos da personagem. Se houver segunda edição, provável que seja comemorativa assim como esta.

      Esqueci de incluir Horácio na minha conjectura. Com esse núcleo, seriam treze edições, e, com periodicidade mensal o último número seria publicado no mesmo mês de publicação do primeiro (novembro-novembro).

      Excluir
    5. Se tiver outra, tendência é ser comemorativa. Próxima comemoração seria 60 anos da Magali, quem sabe façam algo semelhante com ela. Também acho que seria legal algo comemorativo com os secundários, eles só dão destaque à Mônica, no máximo algumas vezes os 5 principais, incluindo Chico, mas os outros passam em branco, muitos dos secundários estão completando 60 anos nesta década, alguns já completaram, outros este ano e alguns nos próximos anos, davam para fazer especiais com eles.

      Excluir
    6. Pode ser que venham a publicar no ano de 2024, em maio ou qualquer outro mês posterior, algo como Melhores Histórias da Magali, por Magali Spada.
      No caso de um gibi referente aos sessenta anos da esfomeada, cujo conteúdo seja pautado em republicações, eu, por exemplo, que curto à beça HQs de todos os núcleos da TM originalmente publicadas nos primeiros dez anos do período Globo, confesso que prefiro uma eventual edição do tipo em que todas histórias da Magali sejam do período Abril.
      Embora eu tenha apreço por Dudu, Mingau, Seu Quinzão, Quinzinho e Tia Nena, até que não me importaria se ficassem de fora de uma edição assim, pois esses personagens não estão entre as crias da MSP quando contrato com Editora Abril vigorava.

      Excluir
    7. Acho que pra ter edição da Magali só com histórias da Editora Abril só se for assim do tipo Melhores Histórias da Magali, por Magali Spada. Agora um livro "Magali 60 Anos" em capa dura, colocariam de todas as épocas até pra comparar traços e a Magali tem mais histórias conhecidas na época da Globo.

      Excluir
    8. Apogeu da Magali nos quadrinhos está no período Globo, daí, se o que conjecturo venha a se realizar, acredito que não será exatamente assim. Uma edição, cuja seleção de histórias clássicas da personagem seja feita por quem serviu de base para criá-la, soaria estranho não contar com algumas dos tempos da platinada, pois é nessa editora que a esfomeada passa ser titular, e certamente que, para Magali Spada, isso é algo deveras especial, portanto, ainda que seja de minha preferência, essa terceira filha do Mauricio de Sousa não escolheria para compor um gibi comemorativo apenas HQs de sua personagem favorita confeccionadas e primeiramente publicadas nos tempos da Editora Abril.

      Excluir
    9. Também acho pouco provável que Magali Spada tenha uma publicação assim, seria mais fácil a Mônica Sousa escolher as histórias da Magali pela Editora Abril por estar mais próxima com as atividades da MSP.

      Excluir
    10. Já que tocou no assunto, parece que há muito, não sei exatamente quanto tempo, chuto uns dezoito anos, que a terceira filha do cartunista reside em Belo Horizonte, entretanto, se caso hoje em dia atue na MSP, deve ser por meio de home office (ou home-office.
      Caso suposta futura edição comemorativa dos sessenta anos da Magali seguisse o critério de Melhores Histórias da Mônica por Mônica Sousa, cujas histórias são dos primeiros anos da década de 1970, se fosse algo por aí, focando nas primeiras HQs dela, aí sim seria um gibi da Magali só com histórias da Editora Abril.

      Excluir
    11. Não sabia que Magali Soada reside agora em BH. Então, se trabalha no estud, seria em home office mesmo. Se a edição da Magali seguisse esse modelo com a Mônica, aí seria só histórias da Abril, sim.

      Excluir
  2. Quando vi essa publicação no site da Panini, fiquei curioso pra saber o que era exatamente. Não passa de republicaçoes de republicaçoes. Não me interesso muito por este tipo de publicação, mas é interessante para quem nada ou pouco conhece as estórias dos anos 70 da Turma da Mônica. Na minha opinião, acho super válidas as correções de cores, valoriza a arte. Não vejo sentido só porque foi publicada na época com erro na cor, repetir este erro agora. Já em relação aos diálogos, às ações dos personagens e objetos retratados, não concordo que haja alterações, até porque podem tirar o sentido da estória. Publicar como a original é uma forma até do atual leitor entender como era o contexto da época e emitir uma opinião a respeito. Falta muitas vezes, essa visão mais ampla à MSP.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Concordo, Ricardo. Sobre alterações de cores, maioria interpreto assim também, isto é, foram feitas com finalidade de corrigir, uma ou outra que considero desnecessária(s). Já referentes às palavras, aos acentos, às vírgulas e pontuações, aí, sou a favor de que se mantenham termos e grafias originais, porque como são HQs históricas, alterações neste sentido representam um baita desserviço, são uma forma de adulteração e, pior, são adulterações oficiais, e isto em nada contribui positivamente, pois trata-se de parcial privação para com leitores das novas gerações que se interessam e os que futuramente venham se interessar pelo passado primoroso dos quadrinhos da MSP, ficam impedidos de conhecê-lo(s) integralmente por conta de lacração e de preconceitos com determinados temas e aspectos de outrora, enfim, lacração e preconceito acabam sendo mesma coisa, são sinônimos.

      Excluir
    2. Só te corrigindo, Zozimo: na verdade, não são alterações de cores, são correções nas cores, já que, na época houve erro na colorização e está sendo retificada a arte na republicação. No mais, concordo plenamente com vc!

      Excluir
    3. Sim. Na maioria das comparações exibidas aqui são "correções" de cores, pois foram aplicadas erroneamente nas edições originais. Sua correção para comigo é bem-vinda.

      Excluir
    4. Ricardo, de fato as republicações nessa edição não são difíceis de encontrar, já foram republicadas várias vezes, as 2 últimas que ainda foram menos que as outras. Apesar de eu ter todas essas, dei chance pra edição. Concordo que cores podem corrigir os erros originais desde que não seja publicação como era a "Coleção de Histórica" de reproduzir gibis inteiros. Já textos, ações deles e objetos em nenhuma hipótese deviam mudar, tinham que preservar o valor histórico, sem dúvida.

      Excluir
    5. Zózimo, sempre que alteram as coisas considero censura, impede da gente conhecer como realmente foi publicada antes. Pior quando estas alterações tiram o sentido da história ou tiram um objeto datado de outra época pra não dizer que é história antiga, isso porque já deixam claro que são retratados como republicações. Dessas não gostei de excluírem a palavra criado-mudo.

      Excluir
    6. Implicar com uma expressão como criado-mudo é o cúmulo da histeria, é mimimi a dar com pau. Dizem que o termo tem origem na escravidão, tem a ver com condição de escravizado, pois que tenha, e daí? Será que HOJE EM DIA esta é uma palavra REALMENTE OFENSIVA? Acho que quem considera algo assim ofensivo deve ser pró linguagem neutra - para citar dois exemplos mais conhecidos, é essa bobajada de "todes" como uma terceira alternativa para todos e todas, e "elo(s)", logicamente(?)* em relação a ele(s) e ela(s).
      *"Logicamente"? Existe lógica nisso?

      Excluir
    7. Pois é, não faz sentido alterar isso. Não sabia que criado-mudo tem origem da escravidão, então na certa mudaram por causa disso porque a palavra não deixou de existir. Muita bobagem, tudo é ofensivo, paranoia cada vez maior pra sobrar até pra criado-mudo.

      Excluir
  3. boa... já peguei a minha edição... rsrs

    ResponderExcluir
  4. Alterações do texto para atender ao politicamente correto também considero censura.
    Alterações de cores para corrigir erros de colorização da época, ok.
    Alterar a ortografia para adaptar à da época atual é triste. Nossa ortografia era MUITO mais bonita antes. Esse "novo" acordo ortográfico enfeiou nossa língua. Era mais bonito de ver as palavras escritas quando havia trema, quando havia mais acentos, mais hífens, etc. Poderiam ter mantido a ortografia original, para que as crianças tivessem uma idéia do mundo que perderam. E acho que era ainda mais bonita na época em que escrevíamos "philosophia" e "orthographia", por exemplo. Quanto mais a língua empobrece, mais a imaginação se deteriora, e a criatividade morre aos poucos. Exemplos não faltam.

    A capa eu achei meio "uncanny valley".

    Se eu vir numa banca, talvez eu folheie!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Concordo contigo, Mago Economista! Seu comentário define com lucidez e perspicácia o que estamos atravessando, sem tirar nem pôr, gostei da precisão, é isso aí mesmo, falou tudo!
      Até arrisco um adendo: pode soar como exagero, mas acho que o empobrecimento da língua nos aproxima de uma sutil selvageria. Sei que há um paradoxo no que digo, pois selvageria é hostil por excelência, porém, é assim que percebo, associo a falência intelectual ao "bom selvagem", porque não é um fenômeno exatamente ou propriamente agressivo, pelo menos não de maneira direta, entretanto, não há dúvida de que estamos falando de algo muito nocivo, uma forma dichavada de minar o intelecto que se traduz numa agressão implícita e gradual.

      Excluir
    2. Ate que muitas bancas estão vendendo e como foi lançada mais para o final de novembro, acho que não vai ser difícil você encontrar aí. Acho que mudam ortografia original pensando nas crianças lendo com a ortografia antiga vão pensar que é a certa e errar nas provas. Mesmo assim davam pra manter pra ter o valor histórico que era, saber como eram as palavras. Concordo que a Língua Portuguesa empobreceu muito com tantos acordos, principalmente em relação a acento diferencial como na palavra "para" sem acento e que dependendo da frase fica difícil entender de imediato se é verbo ou preposição. Querem facilitar e acaba emburrecendo as pessoas.

      Excluir
    3. Cada publicação nova precisa seguir a ortografia vigente na respectiva época.

      Excluir
    4. Fabio, também acho que eles são obrigados a colocar a ortografia atual, salvo se for fac smiles como a Coleção Histórica. Se mantivessem ortografia, teria que avisar que eles seguiram a ortografia da época, não seria ruim se fizessem isso. De qualquer forma, a ortografia atual é bem mais pobre que antes.

      Excluir
    5. Mas até onde lembro nem na Coleção Histórica seguiam a ortografia original, salvo em alguns quadros nos comentários do Paulo. Não lembro de nenhuma publicação no Brasil, quadrinhos ou não, que siga ortografia não-vigente.

      E sim, é muito comum a sensação de que aquela ortografia em que fomos alfabetizados e portanto começamos a ler é melhor que as que vieram depois. Minha grande crítica ao acordo ortográfico atual é que modificou as regras anteriores de acentuação, que eram bem mais lógicas.

      Excluir
    6. A Coleção Histórica no início seguiam a ortografia da época e eles avisavam que deixavam como era originalmente. Só nos gibis do Chico Bento que na maioria das edições eles alteravam o caipirês original, deixando o caipirês que eles adotavam até então, principalmente em gerúndios, que alteravam ele falando "comeno", "andano", etc, nas originais. As regras de acentuação do novo acordo ortográfico ficaram muito ruins, sem dúvida.

      Excluir
    7. Valeu, Marcos, não sabia disso, alguns dos gibis mais antigos eu já tenho em versão digital, então não fui atrás de tudo o que saiu na Coleção Histórica.

      Excluir
    8. Valeu! Normal, essas coisas só dá pra saber comparando se tiver as originais.

      Excluir
  5. Achei bem pertinente você comentar sobre as tais edições de luxo. Esse tipo de edição é voltada para o colecionador (que em geral já tem as publicações originais, ou as sucessivas reedições deste material) e acaba afastando um eventual público novo. Um papel com gramatura maior e capa dura não agregam em nada na experiência de leitura, na minha opinião.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. É, pra mim um material simples já basta, tipo capa cartonada e papel jornal já bastaria, a leitura é a mesma. Pra colecionadores vale para deixar tudo bonito e pra empresa vale pra lucrar mais. O que poderiam é criar 2 versões, uma em capa dura e outra em capa cartonada mais barata como fazem com as Graphic e aí a pessoa decide qual comprar.

      Excluir
    2. Isso, poder escolher é o melhor.

      Excluir
    3. Sem dúvida. A saga MSP 50 foi assim, comprei as cartonadas de cada um.

      Excluir
  6. No geral, achei as modificações nesse gibi bastante modestas. Nada absurdo que nem naquela história em que desenharam uma lagosta no lugar de uma metralhadora.

    Sobre o termo "criado-mudo", lembro que teve uma polêmica porque alguma celebridade defendeu a teoria de que a palavra costumava ser usada para se referir a escravos. O comentário dividiu opiniões na época, com alguns historiadores afirmando que não havia embasamento histórico que confirmasse isso. Considerando a repercussão, até que compreendo a decisão da MSP de mudar o texto.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Comparando com o que já fizeram, foram alterações leves que pelo menos não mudaram sentido das histórias, foram mais trocas de palavras por sinônimos, a maioria. Ainda assim podiam ter deixado sem mudar. Não sabia disso do "criado-mudo" relacionado a escravos, tudo indica que foi isso que levaram alterar, o que acho uma bobagem, ainda mais que não tem nada confirmado.

      Excluir
  7. Olá, Marcos, tudo bem? Achei seu blog pesquisando sobre a história das publicações de Turma da Mônica na Alemanha. Estou querendo saber mais sobre uma publicação em específico, o album 3D de 1995 (que voce comenta aqui https://arquivosturmadamonica.blogspot.com/2013/06/3d-virtual.html ). Você sabe algo mais sobre essa publicação? Se sim, poderia passar um contato para eu te perguntar algumas coisas? Abraço.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Tudo bem. Eu não sei muitos detalhes desse álbum 3D porque eu não tive e nem vi baixado na internet, só sei que eram ilustrações em 3D em cada página no estilo como mostra na capa. Abraço.

      Excluir
    2. Você sabe me dizer em que revista está essa publicidade da edição alemã? Além disso, você tem as revistas alemãs da Mônica (traduzidas como Fratz und Freunde)?

      Excluir
    3. Eu não sei dizer sobre essas publicidades das revistas alemães, acredito que saíram em gibis da Editora Abril, mas não sei quais edições.

      Excluir
  8. É até boa a proposta dessa revista, uma pena a maioria das histórias só serem republicações e mais republicações.
    Aliás, eu tava assistindo um video sobre a Turma da Mônica de um canal no youtube chamado "Canal GD" e aparentemente, o dono do canal revelou que existe uma grande lista de coisas que são proibidas atualmente nas historinhas da Turma da Mônica, e pelo que foi dito no video, são mais de 1000 coisas mas ele conseguiu resumir bem no video kkkk

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. É, não teve histórias que nunca foram republicadas, é um ponto fraco, as que menos foram republicadas as 2 últimas. Infelizmente tem muita coisa proibida nos gibis de hoje, implicam com tudo e a cada ano surge alguma coisa nova pra ser proibida. Pena irem para esse caminho.

      Excluir
  9. Tem outra história com temática anti-discriminação que eu adorei, uma em que um menino nasce verde e é rejeitado pelas outras pessoas. E aí, ele já adulto encontra o Chico, que não se importa com ele ser verde. E nem os pais dele. No fim, ele encontra uma mulher que também é verde e eles se tornam um casal.

    Adorei aquela.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Essa do Chico também é muito boa, provavelmente teve inspiração com "Os azuis". É de Chico Bento 108 de 186.

      Excluir