segunda-feira, 25 de dezembro de 2023

Cascão: HQ "Papai Noel uma banana"

Em dezembro de 1993, há exatos 30 anos, era publicada a história "Papai Noel uma banana" em que o Cascão captura o Papai Noel para provar que ele não existe e que não vai dar uma banana amassada como presente. Com 7 páginas, foi história de abertura de 'Cascão Nº 180' (Ed. Globo, 1993).

Capa de 'Cascão Nº 180' (Ed. Globo, 1993)

Cascão pula na cama antes de dormir, a mãe aparece e reclama. Cascão fala que é porque a cama é macia e Dona Lurdinha diz que ele anda muito arteiro, que o Papai Noel vem esta noite e que vai dar uma banana amassada para crianças arteiras. Depois que a mãe sai do quarto, Cascão fala que pensam que ele é neném e que ainda acreditam nesse papo de Papai Noel. Ele sabe que é o pai quem compra o presente e como já está comprado, pode fazer a arte que quiser que não tem perigo de ganhar a tal banana e que ainda armou uma armadilha esta noite só para acabar com essa conversa fiada.

Cascão dorme e logo depois ouve barulho da armadilha e quando chega na sala vê o Papai Noel preso dentro da rede. Cascão fica feliz que o pegou desta vez e corta a corda da rede para soltar o Papai Noel. Cascão pensa que está falando com o pai dele, Papai Noel se apresenta e ele diz que já é grandinho para acreditar nessas coisas, que foi só uma historinha inventada por eles para se comportar. 

Cascão diz ainda que ele caprichou na fantasia com lentes de contato azuis, enchimento para ficar balofão e barba postiça, só que quando puxa, descobre que a barba era verdadeira e não era o pai. Acha que era um dos amigos do pai quebrando o galho, só que ao ver as renas no lado de fora da casa, descobre que era o Papai Noel mesmo. Cascão pede perdão e que ele não lhe dê uma banana amassada que costumar dar para meninos arteiros. 

Papai Noel dá um presente e fala para Cascão maneirar senão não vem no próximo ano e vai embora. Cascão abre o presente, era o carrinho que queria e conta para os pais que o Papai Noel foi legal e não lhe deu uma banana amassada. Na rua, Cascão diz que Papai Noel pode existir, mas a história da banana é furada porque ele faz arte ano todo e nunca ganhou banana e, então, pode fazer arte a vontade. Em seguida, escorrega em uma casca de banana levando um tombo e ele reconhece ao Papai Noel que entendeu o recado.

História legal em que o Cascão não acredita em Papai Noel e muito menos que vai ganhar uma banana amassada porque faz muita arte. Só que depois de preparar uma armadilha para capturá-lo e descobrir que realmente era o Papai Noel, e não o seu pai, fica com medo de ganhar uma banana dele. O presente foi um carrinho que queria, mas também levou um tombo ao escorregar em uma banana que o Papai Noel colocou em frente a casa do Cascão para dar lição nele.

Foi engraçado ver  que Cascão não acreditava em Papai Noel, debochando da mãe que iria ganhar uma banana dele, a armadilha, ele achar que era o pai, Seu Antenor, e a hora da revelação com medo de ganhar uma banana e que realmente ganhou no final com um tombo. Cascão falando sozinho no início da história também sempre era divertido, ele era expert em histórias de monólogo.

Seguiu a ideia de que Papai Noel só entrega presentes para as crianças que se comportaram ano inteiro e não fez arte, coisa bem diferente do Cascão, sendo a novidade a mãe dele dizer que Papai Noel dá uma banana para crianças arteiras. Muito se deve os pais mostrarem lenda do Papai Noel para as crianças se comportarem ano todo para ganhar presente no Natal.


Dessa vez teve um Papai Noel verdadeiro tirando a crença do Cascão que não existia. Ainda assim por Cascão pensar que ele não existia no início a história se torna incorreta hoje em dia, não pode dar de subentender que Papai Noel não exista. E Cascão fazer arte como pulando na cama, desobedecer mãe também não pode mais atualmente nem Cascão capturar o Papai Noel agindo como vilão.

Os traços ficaram bons, já com os novos traços adotados no segundo semestre de 1993 na MSP com personagens com língua ocupando maior parte na boca e até língua para fora quando estavam bem entusiasmados, traços que marcaram os anos 1990. Só não gostei da mãe do Cascão sem lábios e batom no início da história, as mães sempre ficavam feias sem lábios, só que eles colocavam mães assim quando queriam dar mais humor a elas, tanto que no final a Dona Lurdinha apareceu de lábios e ficou mais bonita. Muito bom relembrar essa história há exatos 30 anos.

UM FELIZ NATAL PARA TODOS!!!

22 comentários:

  1. Muito boa... entrou na minha coleção oficialmente esse ano! Feliz Natal. :)

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    1. Essa é legal, que bom que agora você tem essa revista. Feliz Natal pra você também.

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  2. Boa. Ainda bem que eu não pretendo ter filhos, eu acho que dependendo do comportamento dele(a), eu ia ficar louco. É só ver o chega-pra-lá que a Dona Lurdinha tentou dar no Cascão.

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    1. Já pensou ter um filho pestinha como o Cascão, chamar atenção toda hora, é pra ficar louco mesmo. Pular na cama a ponto de quebrar foi demais. Cebolinha e Dudu são terríveis também, difícil saber qual pior deles.

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  3. Olheiras estranhas no Cascão desta arte de capa, traços do rosto não estão malfeitos, mas, este(s) detalhe(s) nos olhos meio que remetem aos principais personagens da MSP desenhados por amadores e dispostos em portões e muros de creches e de escolas cujos alunos são de faixa etária pré-escolar.

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    1. Ficou estranho, sim. Acho que pintaram errado a parte de baixo do olho quando finalizaram o nariz, pode reparar que a linha é na altura do nariz. Aí apenas erro do arte-finalista e os profissionais envolvidos foram do estúdio mesmo

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    2. Traços contornando a parte inferior dos olhos também lembram certos desenhos que leitores enviavam à MSP para serem exibidos naquelas seções dos títulos Mônica e Cebolinha.
      O que desperta curiosidade é o motivo pelo qual isto foi inserido nos olhos do personagem, posto que a arte é oficial, ou seja, foi elaborada por profissionais - ou profissional, considerando possibilidade do(a) desenhista ter arte-finalizado. Intenção era remover o contorno e por esquecimento foi deixado na arte, ainda assim não consigo entender a finalidade de aplicação deste recurso nos olhos em formato parênteses por parte de profissionais da casa, contornos que são removidos, vai que tem a ver com aplicação de cores, talvez seja por aí.

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    3. Sim, lembram desenhos dos leitores. Pode ser que eles sempre desenhavam olhos com contornos e apagavam na arte-final e nessa capa esqueceram de apagar esses contornos.

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  4. História bem bacana, lembro vagamente dela. Era normal ter essas histórias assim, com os personagens dizendo que já eram grandes e não acreditavam mais em Papai Noel, e sendo surpreendidos quando o bom velhinho aparecia.
    Acho engraçado que os pais sempre são retratados usando pijamas como se estivesse fazendo frio, mesmo sendo verão. Talvez seja uma maneira de não ter que desenhar as mães usando camisolas, ou coisa assim, o que seria realmente incorreto numa revista infantil (ao contrário das coisas que eles consideram incorretas, as quais muitas vezes não são incorretas de forma alguma, são só pedágio que estão pagando pra cultura woke)

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    1. Movimento (W)woke é uma tremenda roubada, forma nefasta de doutrinação ideológica. Felizmente, com a gama de informações descentralizadas de que dispomos atualmente, muitos adultos jovens e até mesmo boa parte dos adolescentes acima dos quinze de idade estão percebendo o quão isso é nocivo.
      Até que o roteirista poderia ter optado em deixar a mãe do Cascão de camisola, pois mesmo tendo corpo curvilíneo, existem camisolas que deixam mulheres deste tipo físico com aspectos recatados em vez de dar-lhes exuberância e consequentemente ficarem atraentes aos olhos masculinos. Considerando sua observação, Bardo da Névoa, de se tratar de gibi ou de história destinada(o) ao público infantil, mesmo que seja de uma época em que o politicamente correto não ditava regras, uma camisola recatada cairia bem nela.

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    2. O Bardo da Névoa, era engraçado eles já se acharem grandinhos, mas tinham apenas 6 anos. Isso de deixar infância cedo também não aceitam nos gibis novos. Algumas vezes deixavam as mães de camisolas, não era regra elas aparecerem de camisola ou pijama. Pode considerar que o tempo não estava quente naquele dia, podia está ventando.

      Zózimo, com certeza na época não ligavam em deixar mulheres com corpo curvilíneo a mostra em gibis infantis, vide como desenhavam a Tina e até mesmo as índias sem roupa e as vezes até com seios a mostra.

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    3. Um exemplo com a personagem em questão é "O menino com visão de raio-x", sem menor cerimônia, Dona Lurdinha aparece trajando calcinha e sutiã, na verdade, todos os personagens que estão em trajes menores (íntimos) e alguns chegam ficar nus*, "falta de pudor" se deve à visão alterada do Cascão.
      *Além do oculista e de Seu Antenor completamente sem roupas, a mãe do Cascão, segundo como protagonista enxerga... ela fica... como o Diabo gosta!! Eu também aprovei. Já Dona Cebola como veio ao mundo... bem... trinta quilos a menos... pode gerar interesse no público masculino - mãe do Cebolinha não participa dessa HQ, lembrei dela para não perder a piada.

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    4. Em "O menino com visão de raio-x" a Dona Lurdinha ficou gata, infelizmente muitos na internet criticam essa história por causa da falta de pudor. Dona Cebola nunca vi pelada ou de biquíni, no máximo de maiô. As outras mães apareciam de biquíni na praia ou de sutiã e calcinha.

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  5. Mais um clássico de que eu esperava que você falasse, Marcos, e até mencionei há uns tempos. Exemplo perfeito de porque acho o início e meados dos anos 90 a fase de ouro da Turma - adoro TUDO nesta história, dos desenhos super-dinâmicos ao 'ritmo' do enredo (sem tempos mortos) aos próprios diálogos. Um exemplo do nível a que a MSP conseguia chegar sem esforço. Clássico com C grande, mesmo!

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    1. Bem legal essa, do tempo que sabiam fazer gibis, tudo se encaixava bem. Essas que valem a pena ler, sem dúvida.

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    1. Para você também, Pedro Benoliel! Feliz Ano-Novo (maiúsculas=Réveillon) e, feliz ano-novo (minúsculas=2024)!!
      O Natal daí que certamente é da hora, já o nosso, o "(Z)zuca Natal", é comemorado no (V)verão, não tem "gramour"...

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    2. Feliz Ano Novo também, Pedro!!! :D

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  7. Banana amassada? Essa é nova, eu conheço ''papai noel dá carvão a crianças mal-comportadas''. Valeu a criatividade do roteirista, no entanto. Cascão é sempre uma figura, uma comédia esse menino.

    Compartilhando um pouco minha experiência, eu com cinco anos até acreditava em Papai Noel (e até em Mamãe Noel), mas nunca acreditei em Papais Noels de rua ou de shopping. Para mim aquilo sempre foi enfeite. Papai Noel de verdade era o do Polo Norte, o que trazia presentes na noite de 24/25 de Dezembro. Via um na minha escolinha, por exemplo, já sabia que não era real, mas tinha que entrar no clima né? Eu ia ser uma criança estranha, mó carão.

    Ps: acho que quem tinha que se preocupar em não receber presente era o Cebolinha, ele que passa o ano todo xingando a Mônica, a azucrinando com mil planos, ás vezes até perseguindo outros amigos como Cascão e Magali também... o que será que esse menino recebe todo Natal?

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    1. Foi uma novidade isso de banana amassada, normalmente falam que o Papai Noel não vem se a criança faz malcriação. Bem criativo. Dava pra desconfiar de Papai Noel de shopping porque em todos tinha um diferente e não seguiam o padrão do original. Cebolinha considero mais arteiro que o Cascão, os dois aprontam com a Mônica ano todo, mas o Cebolinha acho pior porque bola os planos e azucrina mais a Mônica e até seus outros amigos. Pior que ele recebe presentes normais todo ano assim mesmo.

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    2. Isso também me lembrou uma história onde o Cebolinha começa a desconfiar do Papai Noel, que era o pai dele disfarçado todo ano, porque ele sempre sumia ou o Papai noel aparecia magro e tenta desmascarar ele- mas no final decide que não por causa da Maria Cebolinha, preservar inocência dela. E no final o VERDADEIRO Papai Noel aparecia também. Eu adoro essa história, uma das minhas favoritas.

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    3. É boa essa história, foi legal ele preservar a Maria Cebolinha, era muito nova pra descobrir a verdade.

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