quinta-feira, 28 de dezembro de 2023

Magali: HQ "Uma comilona na praia"

Estamos no verão no Brasil e nada melhor história ambientada na praia. Então, compartilho uma história em que a Magali vai à praia e não para de comer lá. Com 4 páginas, foi publicada em 'Magali Nº 32' (Ed. Globo, 1990).

Capa de 'Magali Nº 32' (Ed. Globo, 1990)

Magali está animada em estar na praia com seus pais. Seu Carlito diz que a filha pode enterrá-lo na areia, mas ela tem ideia melhor de comer milho verde. Ela come todos os milhos do vendedor e depois vai ao vendedor de sorvetes e pede um de cada sabor, 7 no total. Seu Carlito, preocupado com grana que gastou, grita porque dói o bolso dele.

Depois, Dona Lili diz que estava procurando por eles, está faminta e vão a um restaurante para comer peixe frito. Magali come sozinha todos os peixes servidos e ainda reclama que estavam um tanto salgado. Em seguida, ela toma todos as águas de coco do vendedor e quando ia pedir sanduíche natural, Seu Carlito fala que acabou o dinheiro e eles têm ir que embora. No caminho para casa, Magali diz que queria tomar banho de mar, sempre que vai à praia, ela se esquece.

História legal em que a Magali come tudo que encontra na praia para o desespero do seu pai. A empolgação para comer é grande que sempre esquece de tomar banho de mar e até outras atividades comuns que pessoas comuns fazem quando vai à praia. Vemos que Magali não pensa em outra coisa fora comer, ruim para os pais que sofrem para sustentá-la, nunca sobra dinheiro. Foi ótimo para os ambulantes e comerciantes da praia que conseguiram vender tudo que tinham só para uma pessoa, enriquecendo por causa dela. Eram nítidas as caras de felicidades deles olhando para o dinheiro que ganharam.

Deu para descobrir também várias opções boas que temos para comer em um passeio na praia. Foi engraçado ver a gula exagerada da Magali, comer tudo em grande quantidade sem parar desde que chegou à praia e até deixando os pais com fome quando comeu todos os peixes fritos e mesmo salgados comeu da mesma forma, a cara do Seu Carlito impressionado com a gula da fila e ainda falar que dói o bolso dele com tanta comilança. Os pais também não dão limite, bastava dizer "não" para ela que estaria tudo resolvido, também não podem reclamar. 


É uma história básica da Magali que não cansa e sempre se torna engraçada, tiveram bastante de miolo semelhantes assim e muito boas também, sendo que hoje em dia é incorreta. Magali não age mais assim, quase não tem histórias dela sobre comida e muito menos com gula exagerada e cheias de absurdos. Inclusive, a Magali comilona assim desperta ódio do povo politicamente correto, ficam com raiva por ela comer tudo que vê pela frente, ser egoísta de não dividir com os outros, dar prejuízo aos pais, aí deixaram de ter histórias assim, descaracterizando a personagem. Povo hoje leva a sério demais histórias em quadrinhos, comparam ficção com vida real, problematizam tudo e nem se preocupam em só se divertir com as piadas e os absurdos. Os traços ficaram muito caprichados em tudo, também iriam criticar hoje traços da mãe da Magali com biquíni e corpo curvilíneo.

22 comentários:

  1. Ainda rola história com os personagens em traje de banho ou isso também caiu no politicamente correto?

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    1. Parece que as mães usam mais em vez de biquíni, aa crianças variam, pelo menos última vez que vi. Não duvido que mudaram de vez porque a cada ano que passa inventam alguma coisa nova no politicamente correto.

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  2. Enterrar o pai na areia... que nada! Deixá-lo sem um puto, deixá-lo liso, é bem mais divertido...
    Acho que estes traços formidáveis pertencem à Olga Ogasawara.

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    1. Com certeza muito mais divertido deixar o pai puto com comilança sem fim e deixá0-lo sem dinheiro. Traços maravilhosos, difícil saber quem fez, poder ser da Olga, sim, ela fazia traços lindos.

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    2. "(...)iriam criticar hoje traços da mãe da Magali com biquíni e corpo curvilíneo."
      Acho que hoje em dia sobraria até para o pai, vide sunga tamanho P, que comporta um considerável volume de cédulas de (C)cruzeiro (Cr$) - imagino que as sungas de banho do Quinzinho sejam tamanho M, não por ser um guri tímido e, por consequência, dado ao recato, não por isso (até porque Seu Carlito é um cidadão respeitador, pai e marido exemplar, não está indecente por trajar sunga emprestada que saiu do guarda-roupas de Jeremias ou do Titi) e sim por ser um rolha de poço.

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    3. Pois é, não criticariam só a mãe como o pai também por causa da sunga, iriam colocar uma bermuda grande nele hoje. O Quinzinho seria de tamanho M a G, visto que mesmo sendo criança é bem gordo.

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    4. Pois é, volume na sunga também dá comentário

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    5. Bem observado, Gabriel P.! Volume na sunga não é só pelo vil metal, há também... "aquele volume".

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    6. Com certeza iam chiar com o volume. Por isso iam preferir uma bermuda no lugar.

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    7. Isso aí, Marcos. Bermuda exerceria função de guarda-volume.

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    8. kkkkk, é como se a criançada nunca fosse pra praia e não visse tudo isso!

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    9. Veja aí o nível de retardamento mental coletivo por parte de pais e educadores que infelizmente alcançamos no nosso Brasilzão, veja com o que boa parte dos adultos de hoje se preocupa(m).
      Quando eu era infantojuvenil, meus pais pouco importavam com conteúdos de HQs e tiras de piadas da Turma da Mônica, pois sabiam que podiam confiar, sabiam que esses gibis que hoje são antigos, do modo como são esses conteúdos, sabiam muito bem que não me fariam mal algum, não me desencaminhariam, pelo contrário, só me fizeram bem. Meus pais seguiam o modelo social da época, isto é, o modelo de adultos que tinham mais o que fazer, mulheres e homens que se PREOCUPAVAM COM TEMAS REALMENTE SÉRIOS, REALMENTE RELEVANTES, esse tipo de gente foi bem comum antigamente, era a espécie predominante.

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    10. Zózimo, bermuda seria único jeito e não duvido que mudem o desenho do Seu Carlito se republicassem agora. Realmente tinham nada de mais nos conteúdos dos gibis, seus pais estavam certos em não se importarem com isso, há coisas mais relevantes, sem dúvida.

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    11. Gabriel, o que mais a criançada vê é isso na praia e até coisas piores, só que criança não tem maldade e nem presta atenção, só os adultos com mente poluída que criam caso.

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    12. Duvido também não. Se fosse republicada, provável que alterassem para bermuda ou, sendo por algo mais curto, um calção do tipo short(s). Outrossim poderia sobrar para Lili, substituindo biquíni por maiô. Quiçá não poupassem nem o biquininho da comilona.

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    13. Zózimo, também acho que fariam todas essas alterações, ou seja, estragando completamente com a história. Inclusive o biquininho da Magali podiam ver maldade onde não tem.

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    14. Você tem Chico Bento nº74 da Editora Abril, Marcos? Se tem, qual a cor do líquido que compõe a ilustração de capa desse exemplar? Branco ou azul?
      Sempre pensei que tratasse de algo como "a vaca foi para o brejo" e a piada que se desenrola em tal base, ou seja, diante do perrengue de ordenhá-la atolada, na intenção de amenizar o desconforto da situação, meio que uma fuga perante o transtorno, o caipira se imagina pescando, em outras palavras, "almejando utopia diante da distopia", entretanto, descobri que não se trata de brejo, não é água, o animal e o guri estão em meio a um expressivo volume de leite, daí, muda completamente o sentido da gag. Há um erro de cor nessa arte, igualmente interessante foi a MSP ter corrigido posteriormente, o que me leva a concluir que essa edição tem duas versões de capa.

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    15. Tenho essa edição e a cor é azul. Coloriram por engano o leite, devia ser branco, aí meses depois criaram uma propaganda de errata informando o erro deles e colocaram a ilustração na propaganda com leite branco pra mostrar como devia ser. Não existe outra versão desse gibi com capa com leite branco, apenas na propaganda. Devem ter recebido muitas capas falando desse erro e aí providenciaram a errata.

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    16. Como brejo, sempre achei a piada estranha, pois ordenhar vaca atolada é o cúmulo do nonsense até mesmo para o lúdico/ficcional, aliás, é algo deveras cruel, até com Zé Lelé substituindo o titular não amenizaria, salvo hipotética situação em que quem ordenhasse fosse o Louco, aí, sabendo como funciona esse personagem, seria perfeitamente aceitável. Já leite em vez de água, aí sim, o humor consiste na distração do Chico e, por consequência, acaba exaurindo a pobre vaca de tanto que viaja se imaginando relax, de papo para o ar, pescando... Veja como um simples erro de colorista mudou consideravelmente o rumo da gag, dando-lhe outra interpretação, outro sentido.
      De acordo com o que há na errata, pensava que dois ou três meses após o lançamento da edição tivessem relançado esse número com devida correção na cor do líquido (leite) que compõe a piada de capa.

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    17. Pois é, uma simples cor mudou a gag. A intenção era do Chico viajar tanto no pensamento que tirou leite da vaca a se espalhar no ambiente. Não tinham como relançar a revista só por causa de um erro na capa, curioso foi a errata corrigindo porque normalmente ficaria por isso mesmo quando erram nas capas ou em histórias mesmo.

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  3. Eu quando na praia, adorava comer era camarão e batata-frita servida. Posso me indentificar com a Magali nisso.

    Por outro lado, nunca gostei de água de coco, para mim era tão sem-graça...

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    1. Interessante. Água de coco até que gosto, bem refrescante e meio docinha. Gosto também de comer o coco.

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