Escrita por Rosana Munhoz, Magali vê o Dudu enterrando alguma coisa. Magali pensa que estava brincando de enterrar tesouro e ele diz que estava enterrando o almoço. Magali não se conforma Dudu ter feito isso e ele diz que foi por uma boa causa, a mãe dele quer que ele coma, ele não quer e enterrando ela pensa que limpou o prato e todo mundo fica feliz.
Magali fala que ele precisa comer para crescer, ficar forte, bonito e ele diz que já está feliz como está. Magali comenta que não pode ficar sem comida e ele diz que não detesta qualquer tipo de comida, só as que a mãe faz como arroz, feijão, carne, verduras, etc, deixando Magali com água na boca. Dudu só acha gostoso pirulito e eles brigam com Magali falando que não entende como ele vivem sem comer e Dudu sem entender como ela vive comendo.
Eles se viram de costas um para o outro e aí a mãe do Dudu aparece, toda feliz que o filho limpou o prato. Magali conta para Dona Cecília que ele enterrou tudo no quintal e que não gosta da comida dela. Dona Cecília fala que capricha tanto na comida para ele dizer aquilo e Magali tem ideia de fazer o Dudu escolher um prato que gosta, aí não tem desculpa para não comer. Então, Dona Cecília entrega um livro de receitas para ele escolher uma junto com a Magali.
Dudu acha aquilo um livro de terror e Magali dá sugestões de receitas como peixe frito, ravioli, frango à caçarola, arroz de carreteiro, musse de maracujá. Nessas alturas, ela já fazia cara de fome e só faltava devorar o livro. Dudu toma o livro e diz que já escolheu o que quer comer. Magali conta para Dona Cecília que ele quer alcachofras ao molho de queijo roquefort, bacalhau real ao forno e bolo nevado de nozes de sobremesa. Cecília diz que são receitas muito complicadas e ingredientes fora de época e, então, Dudu diz que é uma pena, era o que queria e se não tem, não come. Cecília, então, vai às compras com a Magali só para o Dudu comer.
Depois, elas voltam. Cecília comenta que conseguiram tudo que precisavam após rodarem todos os supermercados da cidade. Magali fala que o mais difícil foi encontrar as nozes naquela época do ano e Cecília diz que não seria se ela não devorasse as primeiras que encontraram, mas não liga, a Magali tem ajudado muito e não sabe como agradecer. Magali fala que é só convidar para jantar lá e Cecília aceita e pede para Magali ajudá-la na janta.
Enquanto preparam a comida, Cecília fala que estão tendo muito trabalho, mas se o Dudu comer vai valer a pena e enquanto isso, Dudu ouvindo o barulho da cozinha, imagina a mãe e Magali como bruxas e fala que pelo cheirinho, a hora dele está chegando. Quando fica pronta, Magali chama o Dudu e o flagra fugindo pela janela. Magali o leva para cozinha e a mãe mostra a mesa com tudo que ele pediu.
Dona Cecília serve o prato e Dudu fala que queria comer aquilo e vai comer. Ele come uma garfada e sai da mesa, alegando que disse que ia comer, mas não disse quanto. Dona Cecília e Magali desmaiam, depois de tanto trabalho que tiveram para ele não comer. Enquanto desmaiadas, ele come rápido, falando que tem que manter a fama de mau.
Muito legal essa história, Magali tem ideia do Dudu escolher o que comer, mas não contava que ele teria plano de escolher receitas difíceis de fazer e de encontrar os ingredientes só para ele não comer. Acabou a mãe dele e Magali encontrando tudo, mas ele só provou a comida, alegando que não disse o quanto ia comer. No final, ele só comeu pra não fazer desfeita, com pena do trabalho que tiveram, mas queria perturbá-las.
Foi divertido ver o Dudu enterrando comida, a briga dele com Magali por ele ter feito aquilo, ela quase devorando livro e ter comido as nozes no mercado e elas terem que rodar todos os supermercados para encontrar outras e o Dudu achar elas como bruxas ao fazerem comida. Quando Dudu fala que tem que fama de mau, foi referência à música de Erasmo Carlos.
Engraçado também a Dona Cecília chamar o Dudu de anjinho, ele era um pestinha. Dava pena ver todo o esforço que ela fazia para ele comer e ele, nada. Impublicável, principalmente no início com Dudu enterrando comida, é pecado e não aceitariam isso, assim como Dudu sacanear mãe, Magali com fome exagerada. Além disso, hoje em dia, é raro ter histórias com ele recusando a comer, preferem que ele seja pestinha e pirracento com os seus amigos.
Na briga entre Magali e Dudu, de certa forma eles tem razão de como Dudu vive sem comer e Magali vive comendo o dia todo. Na vida real, Dudu não ia conseguir viver sem nada no estômago ou ficar só com pirulitos e ninguém só pensa em comida o tempo todo como a Magali, mas como são histórias em quadrinhos, tudo é válido, o que importa é a fantasia, mostrar as características dos personagens e o contexto das histórias.
O nome da Dona Cecília já foi definido nessa história, mas ainda não era a tia da Magali nem o Dudu o seu primo, o que aconteceu só em 2005. Porém, na republicação em 'Turma da Mônica Extra Nº 11 - Dudu' (Ed. Panini, 2013), alteraram a Magali a chamando de "Tia Cecília" para ficar igual às história atuais. Pelo menos na 'Coleção Histórica Nº 37' dessa edição mantiveram "Dona Cecília".
Os traços ficaram bons, típico de histórias de miolo da época, sendo que já estavam começando a mudar o Dudu, colocando os olhos com fundo branco iguais aos outros personagens em vez de do tom de pele dele. Ainda assim, alguns quadrinhos não apareceu com olhos brancos. Estava em fase de transição, portanto, ficando com olhos brancos em definitivo a partir de 1991. Preferia Dudu sem olhos brancos pra aparentar criança com menos idade que os principais. Muito bom relembrar essa história marcante há exatos 30 anos.
Normalmente os quintais são localizados nas partes traseiras dos terrenos das casas, daí a expressão "fundo de quintal", Dudu parece estar na frente de casa, mas, a porta que aparece pode ser dos fundos.
ResponderExcluirA ideia clássica de quintal são espaços abertos detrás das casas, portanto, não é regra, existem quintais laterais às casas e também casas que ficam nos fundos dos terrenos com quintais em suas frentes.
ExcluirAté dá impressão que eles estavam em frente à casa, mas tudo indica que era o fundo da casa. Tanto que quando Magali e Cecília voltam das compras, elas entram pela direita dando essa dimensão melhor dos lados da casa.
ExcluirBem observado, Marcos! Saindo do quintal e indo para a cozinha, ficou ótimo o final à la Erasmo Carlos.
ExcluirTambém gostei muito do final. História toda, aliás, muito divertida.
ExcluirE de joelhos manda brasa na comida, cena rara! Sua mãe o trata por "anjinho" sendo que a única semelhança que tem com o amigo angelical e protetor da turma é o mesmo tom de azul das camisas, o mima demais, seu enjoamento se deve em parte à criação, depois vem a clássica pergunta: "Onde foi que eu errei?".
ExcluirSim, ela mima demais o Dudu, se desse mais bronca e não aceitasse suas vontades, ele não seria assim.
ExcluirMarcos, existe alguma história em que aparece Dudu levando umas palmadas ou chineladas da mãe ou até mesmo do pai, ou um possível indicativo disso como é mostrado com Cascão e sua mãe onde você exibe a impressionante alteração, Dudu já passou por uma das situações? Creio que a única capa que mostra tal situação é de Pelezinho 6 de 1978, é pré-vias de fato, ou seja, prestes a acontecer, nela, a punição do minicraque (ou mini craque) vai ser à base de escova de banho ou de roupas, ele coloca o "corpo de delito" no bumbum, digo isto pois só pode ter sido vidraça quebrada.
ExcluirNuca vi Dudu levando palmadas da mãe nem do pai, nem que fosse deixando só subtendido, no máximo com eles dando bronca ou forçando ele a comer. Foi legal aquela capa do Pelezinho, os personagens ainda apanhavam de chinelo em histórias dos anos 90. Hoje em dia, isso nem pensar nas revistas.
ExcluirTambém acredito que esta história não seria publicada hoje em dia, Dudu foi bem sacana com a mãe e a Magali. Mas eram histórias bem fiéis às características dos personagens, sempre explorando bastante isso, o que era muito engraçado e criativo. Os três primeiros anos da revista da Magali são os melhores - foi quando mais comprei revistas da personagem. Com o tempo, foi cada vez menos, sendo apresentadas histórias com a falta de apetite do Dudu e a fome exagerada da Magali.
ResponderExcluirMuito difícil mesmo hoje, fora que quase não tem mais histórias do Dudu recusando as comidas da mãe. Talvez até poderiam fazer, mas com ele enterrando comida, sem chance. De fato, os 3 primeiros anos da revista da Magali eram sensacionais, uma melhor que a outra, sempre mostrando as reais características deles.
Excluir1-Impressão minha ou Dudu nunca interagiu com o toda a turma do bairro do Limoeiro?Sim,eu sei que ele é da "sub-turma" da Magali,assim como Quinzinho,tios Nena e Pepo,Mingau,etc.,mas houve interação com toda a TM?
ResponderExcluir2-Em pleno 1990 e ainda se usava sacola de papel sem alça para as compras?
Ele já interagiu com quase todos os personagens da Turma da Mônica, sendo que normalmente sem foco de comida, só mostrando como um pestinha, perturbando os amigos, quando não contracenava com a Magali. Teve uma frequência maior de interação com Dudu e Cebolinha, quando não era com Magali.
ExcluirTinha sacola de papel nos supermercados em 1990. Lembro muito bem em 1991 também vir de mercado com sacolas de papel. Parece que foi em 1993 que começaram a mudar por sacolas de plástico.
Creio que Dudu interagiu um pouco com Cebolinha, com outros da turma parece que foi menos ainda, há uma história dele com Papa-Capim, é da fase borocoxô, não conta.
ResponderExcluirNesse tempo no Brasil usava-se muito sacolas plásticas descartáveis, as HQs do Mauricio aderiram aos clássicos sacos de papel reforçado, eram bastante utilizados em países desenvolvidos, são mais fáceis de serem desenhados.
Dudu com Cebolinha foi mais frequente, mas já teve com vários personagens, inclusive ele com o Louco e com Manezinho. A partir de 1999, chegaram até dar um tempo com Dudu e Magali e passaram colocá-lo só perturbando o Cebolinha. Na fase clássica, lembro do Dudu com Mônica em Magali Nº 31 de 1990, e nessa referente à comida.
ExcluirParece quem só em 1993 que predominou exclusivamente sacolas de plástico, antes um ou outro mercado ainda disponibilizavam sacolas de papel, onde eu morava era de papel.
Lembro-me quando criança que as Casas da Banha disponibilizavam sacos de papel e sacolas plásticas descartáveis, já as Lojas Americanas forneciam apenas sacolas plásticas no mesmo período.
ExcluirLojas Americanas não lembrava, já Casas da Banha era. Mas parece que as de papel eram mais em mercados.
ExcluirSim, apesar de parte do que vende encontra-se também em supermercados a rede Lojas Americanas não está classificada nessa categoria. No Brasil sacos de papel para acomodar compras estão relacionados com supermercados, armazéns e mercearias.
ExcluirUma das poucas vezes que eu vejo o Dudu comer,a mãe dele sempre se irrita com ele e a Magali adora comer.
ResponderExcluirVerdade, era raro vê-lo comendo. Dessa vez parece que ele entendeu que a mãe teve muito trabalho fazendo e gastou muito dinheiro e aí comeu, mas tratou de comer rápido pra elas não verem comendo.
ExcluirEu adoro o Dudu de antigamente. Ele era pequeno, mas muito engraçado e tinha ótimas piadas com ele, ele até era bem legal. Infelizmente, o Dudu que temos hoje em dia é um demônio sem-coração que parece que foi criado pelo Capeta. Triste. E por que isso?
ResponderExcluirHoje deixaram o Dudu pestinha ao extremo. Antes ele até fazia umas birras, mas era na dosagem certa. Acho que queriam um menino perturbando a turminha, mas parece que estão diminuindo um.pouco o nível de ser um capetinha nos últimos anos por causa do politicamente correto.
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