quinta-feira, 15 de outubro de 2020

Chico Bento: HQ "Como diz o ditado..."

No Dia dos Professores, mostro uma história em que o Chico Bento dormiu durante o Ditado na escola, dando muita confusão. Com 3 páginas, foi publicada em 'Chico Bento Nº 220' (Ed. Globo, 1995).

Chico Bento e Zé da Roça estavam indo para a escola em dia de Ditado e Chico comenta que não gosta porque sempre dá sono. Na sala, Professora Marocas manda os alunos arrancarem uma folha de caderno para começar o Ditado e eles têm que transcrever na folha tudo que ela fala. Marocas começa com o cabeçalho, com nome da escola e data e em seguida o ditado em si.


Chico começa a ter sono até que cochila de vez enquanto ela está dizendo o texto do Ditado. Um aluno manda repetir e Marocas repete com o trecho "A professora" mais alto que o resto da frase. Chico desperta, escreve e volta a cochilar. Marocas continua com o outro parágrafo e um aluno manda falar mais alto e ela fala "está muito velha e feia!" mais alto, com Chico despertando nessa hora.

Continuando com o Ditado, ao falar que a escola precisa ser reformada, um aluno pergunta como é e ela repete alto "precisa ser reformada", despertando o Chico. Termina o Ditado, foi bem curtinho, todos entregam suas folhas para a professora Marocas. Quando ela lê o Ditado do Chico, ele escreveu apenas "A minha professora está velha e feia e precisa ser reformada". Marocas fica uma fera e dá zero para ele. No final, na saída da escola, Chico comenta com Zé da Roça que por isso não gosta de Ditado.


É muito engraçada essa história, bem curta e sem enrolação. O Chico Bento dorme durante o Ditado, só despertando e escrevendo  quando a Marocas fala mais alto e acaba escrevendo só que a professora está velha e feia e precisa ser reformada. Até a data ele escreveu errado colocando 6 de maio em vez de 26 de junho. No tempo que Chico era burro na escola, permitia essas pérolas nas revistas, era legal Chico levar nota zero na escola com suas trapalhadas, Marocas sofria com ele.

Impublicável hoje em dia já que o Chico é só bom aluno na escola, não pode dar mal exemplo de ser dorminhoco na aula e nem ofender a professora, mesmo que sem querer. Na verdade, quase nem tem mais histórias do Chico na escola hoje e quando tem, é só dando bom exemplo e com caráter educativo. Traços ficaram bons, bem típicos de histórias de miolo dos anos 1990. 


Nessa descobrimos que o nome da escola do Chico era "Escola de 1º grau de Vila Abobrinha", vimos que o lugar que o Chico morava já se chamava assim e tempo que ensino fundamental tinha o termo "1º grau" e Ensino Médio era "2º grau". A data de 26 de junho foi mês que a revista foi lançada e na história de abertura "Aniversário na escola" foi passada nos dias 30 de junho e 1º de julho, já que o Chico já tinha data de aniversário oficial de 1º julho e, portanto, a de abertura aconteceu depois dessa história do Ditado na mesma revista. Feliz Dia dos Professores!

34 comentários:

  1. Sentir sono com muita frequência, dormir fora de hora foi uma das características que marcaram o personagem. Sabemos que Mauricio de Sousa se inspirou em um tio para criar o Chico Bento, porém deduzo que Jeca Tatu de Monteiro Lobato também tenha servido de base.

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    1. Provavelmente o Jeca Tatu tenha servido também de inspiração para criar o Chico. Também as próprias experiência que o Mauricio teve no interior na sua infância também o inspirou.

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    2. Há uma história de duas páginas que mostra Chico em seus afazeres, ele dando água para o cavalo, para o burro, alimentando as galinhas, ordenhando, arrastando uma onça que abateu, pescando, tratando da terra, espantando os passarinhos da horta, depois de tanta labuta pega no sono recostado em uma árvore, eis que surgem dois cidadãos, uma mulher e um homem e observando o menino dormindo ele faz a seguinte afirmação: "Não falei? Esses caipiras são todos iguais! Lembra a história do Jeca Tatu?", e ela: "Tsc, tsc, tsc!", gente de fora, urbanizada e intelectualizada fazendo julgamento equivocado sobre cidadãos campestres.

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    3. De vez em quando mostravam esses aspecto do Chico, mesmo fazendo as tarefas da roça, só porque dormiu depois do serviço, é taxado como dorminhoco e que não faz nada. Atualmente não tem mais histórias nem com ele dorminhoco, preguiçoso e nem trabalhando na roça.

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    4. A Turma da Mônica sempre teve como público alvo as crianças e adolescentes, portanto, antes do politicamente correto as histórias do Chico Bento eram bastante apreciadas por adultos também. Sem exercer sua plenitude o núcleo muito mal cativa as crianças.

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    5. Sim, aí Maurício cortou isso de histórias com interesse também pra adultos deixando o foco apenas para o público infantil.

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    6. Os demais títulos e núcleos também conseguiram visibilidade entre adultos, Chico Bento liderava por ser uma espécie de adulto em forma de criança, também muitos adultos que viviam e vivem em meios urbanos tiveram suas infâncias em meios rurais reforçando ainda mais o interesse pelo núcleo em sua configuração plena.

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    7. Bem assim mesmo. Sempre os gibis foram feitos para as crianças, mas conseguiam fazer de um jeito que com o mesmo roteiro agradava 6 a 80 anos ao mesmo tempo. Hoje fazem foco para crianças até 9 anos no máximo, inclusive pra criancinhas que nem sabe ler ainda. Tendência no futuro nem as criança se interessarem.

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    8. Considero a Turma da Mônica clássica patrimônio nacional mesmo sendo propriedade da MSP, por isso fico abismado com o que fazem, é uma espécie de autofagia, a cobra que engole o próprio corpo. Algum funcionário que saiu de lá muito ressentido deve ter colocado o nome da MSP na boca do sapo, e que senhora feitiçaria, hein? De causar inveja até em Harry Potter.

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    9. Também considero como patrimônio nacional, hoje infelizmente está decadente.

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    10. Sobre a história, Marcos, independente de ter uma arte primorosa ou mediana como é o caso, não gostei do penúltimo quadrinho com a professora gritando daquela forma, o padrão visual-narrativo serve tanto para gritos quanto para choros, fica ótimo em personagens crianças, adultos homens também, nas adultas assenta melhor com as gordas tipo Thuga, Pipa e mãe do Cebolinha, com a marombada Ogra cai bem também, a Marocas considero uma das beldades da TM, custava nada ter caprichado mais, entretanto, a expressão do Chico Bento de perfil olhando para o bueirão que se tornou a boca dela ficou ótima!

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    11. No visual, tiraram o lábio e batom dela, aí ficou diferente em relação ao resto da história. Ela não podia apontar pro Chico porque estava segurando o Ditado com as 2 mãos. Embora diferente nesse quadrinho, nada que tire a graça e o encanto da história.

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    12. Realmente não deprecia a história, mas acho que o Chico Bento ficou mais impressionado com o breve aspecto tosco e zoado dela do que propriamente com o tom irritado lhe comunicando a pior nota que existe, a careta tirou o sono dele, coisa que nem café consegue, deve ter passado a noite em claro e na noite seguinte deve ter tido algum pesadelo com bueiro aberto tentando lhe morder ou que estava sendo engolido por um zero falante com língua e goela. Acho que o desenhista teve dificuldade ou preguiça de desenhar uma boca feminina bonita bem aberta e tocou para o pau, em 1995 o Sidão por exemplo não faria algo assim, parece que já vi a mãe do Cascão assim e acho que estava chorando, porém não ficou zoado, até achei legal, diferente, ou talvez tenha sido a mãe da Mônica, sei que era uma das bonitas.

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    13. A vezes acontecia isso, principalmente com as mães dos personagens. Tiveram histórias também que elas apareciam sem batom histórias todas nos anos 1990, eu não gostava quando era assim.

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  2. Há há! O Chico sempre se dá mal na escola,entendeu tudo errado e sem querer ofendeu a professora,muito engraçado.

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  3. Os traços de histórias de miolo não eram excelentes coo os de abertura, mas davam pra aceitar. Tinham vários estilos dentro das de miolo, a maioria eu gostava. Mas te garanto que mesmo os que não eram bons naquela época, conseguem ser infinitamente melhores dos que os atuais.

    Em Cebolinha desse mês, essas 2 histórias ficaram desenhos deprimentes, parecendo desenho de muro de creche escolar. A da história do Louco , então, nem se fala. E mudar Seu Cebola na da a ver também, eles querem tudo agora com coerência, nada que fique mostrando absurdo e aí pelo visto não querem mais que os pais fiquem se parecendo com uma cópia do filho maior. Uma pena.

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  4. Gente, o pai do Cebolinha se parece com o filho, porém nunca teve aspecto de uma criança adulta, então o pai do Cascão vai entrar na dança também.

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  5. Nota-se que o quadro-negro é negro mesmo.Uma exceção,pois geralmente os quadros-negros são verdes,de vez em quando aparece um azul.

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    1. É, esse quadro foi bem preto, fazendo jus a quadro negro. Normalmente colocam verde ou azul.

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    2. Os primeiros deviam ser pretos, depois constatou-se que o verde harmonizava, contrastava tão bem ou melhor com gizes brancos e de outras cores, um tipo de quadro que não consigo achar atrativo é o branco, dispensa giz, canetas hidrocores ou hidrográficas é que deslizam nesse tipo, mais precisamente as famosas canetas piloto, nome vulgar para a marca Pilot, são hidrocores robustas, mesmo de outras marcas são chamadas assim, brasileirismo tipo Xerox ser sinônimo de fotocópia, Danone ser sinônimo de iogurte e Bombril sinônimo de esponja de aço. Creio que quem desenvolveu a lousa branca devia ser alérgico a pó de giz.

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    3. No meu tempo de escola, os quadros eram verdes escuros. Já quadros brancos nunca gostei, com certeza fizeram pra quem tem alergia a pó de giz.

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  6. Com tantas mudanças para pior não sei se a Turma da Mônica futuramente continuará incluída no campo das artes, os dissabores da vida real estão cada vez mais presentes nas histórias. A MSP está deixando de produzir arte plena, se enveredando cada vez mais na arte de fazer campanhas.

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  7. Se considerar isso, o pai do Cascão também não vai se parecer com o filho. Parece que eles ficam procurando coisas que não mudaram e resolvem mudar de propósito, o que custava manter o que deu certo do que mudar estragar o consagrado. Aí acaba afastando tanto o público antigo e novo. Tem coisas que não devem mudar nunca. Depois de uns anos nem crianças vão querer saber de gibis. Muito triste.

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  8. Verdade, Fabiano! Quando comentei aqui ainda não havia lido sua resposta lá, o didático se tornou regra, quando a Turma da Mônica era plena o didático atuava e funcionava muito bem sem descaracterizar nada, um exemplo que me vem à cabeça é a história de abertura de Mônica 100 de 1978, é didática sem abandonar o essencial que é o divertimento.

    Marcos, estão negando a arte em nome de um propósito, uma ideologia inconsistente, mesmo assim perdurará pois a inconsistência tem sido regra no século XXI, é o "Mundo Líquido" do sociólogo Zygmunt Bauman, se estivesse entre nós Freud explicaria o que está acontecendo com a MSP.

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  9. O Chico Bento é um dos meus personagens favoritos da Turma da Mônica.As histórias dele quando não são destacando o cotidiano na roça,são bem engraçadas com a participação do primo Zeca,da Rosinha,do Nho Lau,do Zé Lélé e da Dona Marocas com ele aprontando todas na escola.Acho que só perdem mesmo pras histórias de planos infaliveis de Cebolinha e Cascão,que pra mim são as melhores

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    1. Chico é muito bom, tem muita variedade de núcleo dentro da sua própria turma, e várias personalidades dele, aí não fica muito repetido tipo de histórias.

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  10. Pois é, sempre teve algo didático na Turma da Mônica, mas mesmo assim não ficava piegas, era bem roteirizado ensinando e não perder a essência dos personagens. Hoje os gibis estão mais para livro didático.

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  11. "Piegas", que definição! A Turma da Mônica clássica está piegas, resumiu em seis letras a situação em que se encontram os personagens, antigamente educavam, ensinavam sem pisarem em ovos, apesar de detestável, um primor de expressão, valeu mesmo!

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  12. As Histórias do Chico antigas são muito boas,não tem como você não rir,eram muito engraçadas.E eu acho uma tremenda besteira o Chico ser toda hora bom exemplo na escola,porque tem varias crianças iguais ao Chico e elas podem se identificar com ele.

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    1. Chico na escola era excelente. Mudaram porque não querem dar mal exemplo, acham que vai incentivar as crianças a serem erradas que nem ele, o que acho muita bobagem isso.

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  13. Legal é que, se você reparar, até a data ele escreveu errado na folha (6 de maio em vez de 26 de junho - eu também só vi isso agora...). Não sei se foi erro do desenhista, mas mesmo não sendo é un detalhe que também dá uma graça.
    Eu tinha essa revista e achei muito boa também essa história, mesmo curtinha assim.

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    1. É mesmo, não tinha reparado. Muito legal. Não foi erro de roteirista ou letrista, pelo visto foi pra dar ideia que ele estava sonolento e lerdo na hora. Esses detalhes faziam diferença. Muitas vezes eu achava as histórias de miolo melhores e mais engraçadas que as de abertura, focavam bem mais nas características dos personagens, os absurdos, principalmente as do Cascão e Magali.

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