sábado, 22 de agosto de 2020

HQ "Meleca, Magali!"

Mostro uma história em que a Magali passou sufoco por ter quebrado um pote de maionese no supermercado. Com 11 páginas, foi história de abertura de 'Magali Nº 70' (Ed. Globo, 1992).

Capa de 'Magali Nº 70' (Ed. Globo, 1992)

Magali está no supermercado procurando o que podia gastar com 100 cruzeiros e resolve comprar um pacote de balas "Juju". Só que estavam bem alto na prateleira, ela tenta pegar e depois de tirar as balas, acaba derrubando um pote de maionese que estava ali perto. Ela ainda tenta segurar, mas o pote acaba caindo no chão, sujando tudo.


Magali comenta que quebrou coisa de 500 cruzeiros e ela só tem 100 e não pode pagar e fica imaginando sendo pega pelos funcionários do supermercado e sendo presa na cadeia e a mãe chorando e lamentando que confiou tanto em ela ir ao supermercado.  Ela tenta sair de fininho aproveitando que ninguém viu, mas acaba o funcionário João vendo e vai atrás dela.


Assim, Magali corre para ele não alcançá-la e se esconde debaixo de uma prateleira, achando que isso é uma vantagem de ser magrinha. Ela tenta fugir do supermercado, mas encontra o João dando descrição dela para todos o caixas e se imagina como uma criminosa fugitiva, com cartazes nos postes à procura da "Magali Meleca, a quebradora de maioneses". Ela vê o João de novo e volta a se esconder debaixo da prateleira.


Quando pensa um jeito de sair de lá, vê a Mônica e a chama, dando susto nela. Magali conta a história e ao ver o carrinho que a Mônica estava carregando, tem uma ideia de sair da encrenca que se meteu. Logo depois, a mãe da Mônica, Dona Luísa, a encontra e fala para irem ao caixa e se assusta com o carrinho cheio de compras, além do normal. Dona Luísa comenta que está achando o carrinho muito  cheio e espera que não tenha colocado coisa que ela não pediu e Mônica disfarça que não tem nada de mais.


No caixa, a mulher vai registrando os preços  dos produtos das compras, até que tira a Magali e pergunta ao funcionário qual o preço da menina. Mônica fala que não é menina ,e, sim, uma boneca dela e até fala melancia. A mulher pergunta por que não deixou no guarda-volumes e Mônica acha que ficaria muito sozinha. A mulher desconfia que ela pegou a boneca da seção de brinquedos e não quer pagar e chama o funcionário João. 


Quando Magali o vê, pula para dentro da sacola de compras. Quando ele a tira da sacola, vê que era ela quem tinha derrubado o pote de maionese. Magali fica desesperada e confessa chorando que quebrou sem querer num momento trágico de distração e não tinha dinheiro para pagar e por isso fugiu e é uma criminosa e manda prendê-la. 


João fala que não vai prendê-la, esses acidentes já estão previstos nas contas dos supermercados e não precisa pegar e só foi atrás dela para saber se tinha machucado. Magali fica aliviada que estava se preocupando com bobagem e vai correndo comprar a bala "Juju". Na empolgação, acaba quebrando todos os potes de maionese expostos no supermercado. Assim, Magali desiste das balas, corre e empurra Mônica e Dona Luísa para irem embora com medo de ter que pagar por ter causado outro acidente, terminando assim.


Essa história é legal com a Magali desesperada por ter quebrado um pote de maionese e ser presa por não ter dinheiro para pagar. Foi engraçado ela pensar  ser levada pelos vigias e a mãe chorar com ela na cadeia, os cartazes nos postes como uma criminosa fugitiva procurada pela polícia e se passar por uma boneca para sair do supermercado. 


Final engraçado com Magali derrubando todos os potes de uma só vez, ficando a dúvida se dessa vez ela pagou ou não pelos potes quebrados, fica na imaginação de cada um. Não aconteceria nada disso se ela não tivesse ido sozinha ao supermercado e mesmo acontecendo o acidente, quem pagaria seriam os pais dela, só levaria muita bronca depois. 


Legal ver o jogo do pote de maionese caindo e a Magali olhando fixamente, dando impressão que foi queda lenta, mas era queda normal, ficou bem interessante. Foi bom também ver o monólogo da Magali no início, têm histórias que o personagem sozinho conseguia formar a história toda falando sozinhos como malucos. Os grandes personagens conseguem fazer graça sozinhos. Os traços mito lindos que davam gosto de ver desenhos assim. 


Eram boas histórias da Magali ambientadas em estabelecimentos como supermercados, feiras, etc, como foi a clássica "Perigo no supermercado" de 'Magali Nº 54', de 1991. Além de engraçadas, mostrava o nosso cotidiano. Impublicável por Magali estar sozinha no supermercado sem nenhum adulto e ainda pensar que era uma criminosa. Bandidos não aparecem mais nas revista e muito menos crianças se passando por bandidos. 


Teve um termo errado gramaticalmente quando a mãe da Magali fala no pensamento "ir no supermercado", o ideal seria "ao supermercado". Não se sabe foi erro de revisão ou se foi de propósito para deixar linguagem informal tão comum nos gibis antigos e isso hoje seria alterado em almanaques se republicassem. Também alterariam a moeda "Cruzeiro" para "Real" para fingir que seria uma história atual. 

29 comentários:

  1. Se tem alguém que sem querer querendo sempre dava algum prejuízo é a Magali, tava sempre comendo o que era dos outros, os pais dela já se viram em situações desagradáveis por causa de sua gula, seus amigos sempre foram bastante tolerantes com sua esganação a ponto de estarem sempre lhe oferecendo pedaços de sanduíches, doces, picolés, etc e quase sempre os bobos ficavam sem suas guloseimas, fazendo piqueniques com ela sabendo muito bem como terminam, ela filava de todo mundo e raramente oferecia o que estava comendo, gosto quando eles a boicotavam, mesmo assim, a Magali egoísta, que dava prejuízos, que só focava no "venha a nós" é muito melhor que ela atualmente.
    Há uma HQ em que a mãe da Mônica está preparando o almoço e Mônica comunica que convidou uma amiga para almoçar, a mãe pergunta: "Qual amiga?", a filha responde: "Magali!", a coitada da mulher bambeia as pernas e desfalece por alguns segundos, ela reluta e acaba aceitando o desejo da filha, tanto mãe quanto filha cozinham como se fosse pra um batalhão, ou seja, além de egoísta e de dar prejuízos ainda dava trabalho pros outros, era uma figura e tanto, adorável, sem estes defeitos a Magali jamais conquistaria o público como fez no passado.

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    1. Eu adorava a Magali sendo egoísta e dando prejuízo aos seus pais, amigos e estabelecimentos, rachava de rir, principalmente ela regulando comida pros outros ou os amigos deixando de dar sabendo da fama comilona dela. Essa com a mãe da Mônica foi hilária, no final ela ainda pergunta se eles não iam comer nada porque tava achando que o banquete era tudo pra ela.

      Assim que era engraçado, fluía bem as histórias dela. Depois que tiraram tudo isso não foi mais a mesma, virou uma Magali sem graça como sempre.

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    2. A tolerância com ela era absurda, essa do banquete promovido pela Mônica e sua mãe faz parte de qual edição e é de encerramento ou de miolo?

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    3. Parece que é de miolo, não lembro qual edição foi, acho que é de gibi da Mônica da Editora Abril ou primeiros da Mônica da Globo.

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    4. Tem jeito de ser do tempo da Abril, os olhos da mãe estão iguais aos da Mônica e Magali, em 1987 ela já tava com eles diferentes, mudaram seus olhos em 85 ou meados de 84.
      E ainda com foco na Luísa, pena em 1992 telefonia celular ser um recurso de comunicação exclusivo de magnatas, altos executivos e madames, "Meleca, Magali!" possui uma falha, não erro, falha de roteiro, quando Magali aparece na esteira entre as compras o foco fica entre ela, Mônica e a mulher do caixa, não aparece a mãe da Mônica que ou assistia tudo calada pra ver até onde ia a farsa das duas, ou estava distraidíssima arrumando as compras e talvez até meio surda pra não se manifestar quando a funcionária encrespa com sua filha, aparecendo depois pra segurar o saco onde Magali tenta se esconder, se a história fosse de 1996 ou 97 o recurso do telefone celular da Luísa tocar e ela pra atender saísse momentaneamente de cena e em seguida a Magali aparecesse na esteira encaixaria muito bem. Nada que deprecie a história, Marcos, mas, me chamou atenção a mãe da Mônica ficar tão quieta durante a papagaiada que as duas arrumaram.

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    5. Se bem que nesta HQ de 92 a Dona Luísa tá com os olhos no padrão dos da filha, mesmo assim creio que a historinha do banquete seja de 1984.

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    6. Acho que a Dona Luísa estava lá o tempo todo, distraída arrumando as compras nas sacolas e não prestou atenção no que estava acontecendo e só percebeu quando a Magali entrou na sacola. E creio que a do banquete seja de 1985 ou 86.

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    7. Com certeza, o que ficou estranho foi a mulher questionar a integridade comportamental da Mônica, insinuando que ela seria uma larápia e a Dona Luísa simplesmente não se manifestou com tamanha insinuação, poderia ter perguntado o que estava havendo, a única explicação é um alto grau de distração combinado com uma leve surdez, um celularzinho cairia bem, pra dar a desculpa de não ter ouvido e nem ter visto a "boneca" Magali (uns seis anos antes Magali teve suas bonecas produzidas pela Mimo), pena que o dispositivo ainda não era popular, nos quadrinhos quem possuía eram apenas Riquinho, Gastão e Tio Patinhas.

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    8. Celular não era popular, só pra ricos. Também não devem ter colocado muitos detalhes, tudo bem explicado por ser um gibi quinzenal e não podiam enrolar muito nas histórias pra dar espaço também a outras.

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    9. Verdade, Marcos! Vou deixar a mãe da Mônica em paz.
      Não sei por que associo a HQ do banquete pra Magali ao ano de 84, acho que foi o código do quadrão de abertura, não encontro mais a HQ na rede, senão eu te passaria o código, muitas HQs no YouTube dão pra ver os códigos.

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    10. Não vi essa história no YouTube, tenho a revista, mas não lembro a edição.

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    11. Pode ser de 1985 como cê disse, tô na dúvida entre Mônica números 170, 173 e 182, vai que é nenhum dos três. Pode ser também de Mônica 194 ou 195 de 86.
      Tenho a vaga impressão de que também a vi quando folheava algum gibi em algum sebo.

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  2. "Magali desiste das balas, corre e empurra Mônica e Magali".Quis dizer "a mãe da Mônica",certo?

    Sobre a HQ "Perigo no supermercado",eu tenho ou tive esse número,boa lembrança.

    E vejam só,orelhão.Telefone fixo de rua,à ficha,plano de expansão,etc.Trinta anos depois,viraram artigos de museu.E o gibi físico de papel?Ainda existirá?

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    1. Seria a mãe da Mônica, corrigi o erro. "Perigo no supermercado" foi excelente, adoro aquela história.

      Acho que daqui 30 anos não vai ter mais gibis em papel, seria digital, assim como não deverá ter jornais e revistas comuns. Na verdade, no caso de gibis, pode ser que nem tenha versão digital já que crianças cada vez mais se interessam menos por gibis e leitura em geral.

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  3. Muito boa..nunca tinha visto/lido essa antes!! ;)

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  4. Essa história da Magali é muito engraçada,umas das melhores que eu já li.Os assuntos com o politicamente incorreto é que davam humor para as histórias e ficavam sempre engraçadas,era de rachar de rir.Uma pena não trazerem mais esses assuntos hoje em dia,já que as histórias da Magali estão chatas e em decadência.

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  5. Ih! Mesmo depois do mal entendido a Magali derruba todos os potes de maionese,só nas histórinhas da Magali mesmo.

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  6. Não sabia que a MSP considerava errado criança ir sozinha no mercado,sendo que é a coisa mais normal que tem.È cada mania kkkkkkkk

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  7. A capa de Magali 70 pra nós veteranos faz sentido, um orelhão tradicional e outro estilizado, porém, pra muitos jovens leitores é uma gag de difícil compreensão, pois muitos não sabem o que são e pra que servem os orelhões, apesar de serem um meio de comunicação bastante ultrapassado, no Brasil eles ainda não foram extintos. Já está datada a arte desta capa.

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    1. Crianças até podem saber o que é orelhão, só não é a realidade atual, pois é praticamente extinto. Provavelmente hoje fariam adaptação com a Magali falando no celular em formato de banana ou outra fruta qualquer.

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    2. Melhor ainda, podiam colocar hoje a Magali falando em smartphone em formato de barra de chocolate por serem formato de tablete.

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    3. Boa, Marcos! Pena que gags não são mais presentes nas capas dos gibis do Mauricio, senão cê poderia mandar esta sugestão pra MSP.
      É lógico que não posso generalizar, mas existe uma parcela não tão pequena de crianças brasileiras de oito a doze anos que realmente desconhece tanto o objeto quanto a palavra, pra essa parcela, associar a palavra à figura é algo impossível, claro que a maioria nessa faixa etária sabe o que é orelhão. O mesmo ocorre com talões de cheques, emitir cheques, pagamento em cheque, muitos adolescentes não têm a menor noção do que é isso, acredito que a maioria deva saber. Na China existem crianças e adolescentes que desconhecem dinheiro em espécie, cédulas e moedas, simplesmente não sabem da existência do vil metal em suas formas físicas, pagam tudo com suas impressões digitais e por leituras oculares, também não são a maioria das crianças de lá, mesmo assim impressiona, denota-se uma tendência em franca expansão. Sentir o dinheiro nas mãos, suas cores e formas, os odores das cédulas tanto novas quanto gastas, os barulhos das moedas, até quando daqui pra frente? Estamos vivendo uma transição gritante.

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    4. Pois é, tem coisas que evoluem e novas gerações não têm mais contato. Podem saber que existiu, mas não saber usar se ver um de perto. Aqui cheques também praticamente extintos, já cédulas de papel e moedas vão demorar a deixar de existir no Brasil, mas algum dia deve acontecer, quem sabe até o final do século rs.

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  8. Muito bom essa história bem engraçada
    gostei da cara da magali na cadeia tipico dos traços dos anos 80-90

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