Nessa postagem mostro 2 histórias semelhantes com o Dudu em que ele foi impedido de participar das brincadeiras por seus amigos por ser considerado "café-com- leite" por eles. A primeira versão foi publicada em 'Magali Nº 13' (Ed. Globo, 1989) e a segunda versão ,em 'Magali Nº 84' (Ed. Globo, 1992).
A primeira versão de 1989 começa com Dudu falando para a mãe, Dona Cecília, que vai brincar a turma e ela avisa que é pra não se machucar e ele fala que já é grandão e sabe se cuidar. Dudu vê os meninos ogando futebol e pergunta se pode jogar com eles, joga em qualquer posição. Zé Luís fala que pode, mas ficar no cantinho para não se machucar.
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| Trecho da HQ "Dudu café-com-leite" (1989) |
Enquanto eles jogam, Dudu pede para passar a bola para ele e Zé Luís responde que ele é "café-com-leite" e como ninguém dá atenção a ele, vai embora porque não tinha graça. Dudu vê as meninas brincando de esconde-esconde e pergunta se pode brincar também. Magali fala que pode, mas ele é "café-com-leite", ainda muito pequeno. Dudu reclama que logo vai estar servindo exército e ainda vão tratá-lo como criancinha e vai embora.
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| Trecho da HQ "Dudu café-com-leite" (1989) |
Depois, vê um garoto jogando bafo e ele aceita Dudu jogar para valer. O garoto rapela todas as figurinhas, mas o avô dele vê tudo, faz cara feia e o garoto devolve as figurinhas ao Dudu, falando que ele era "café-com-leite". Dudu vai para casa triste, achando que tudo isso dói e quando a mãe entrega café com leite, faz escândalo que odeia tomar café com leite.
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| Trecho da HQ "Dudu café-com-leite" (1989) |
Já em 1992, começa com o Dudu perguntando para os meninos se pode jogar bola. Cebolinha aceita e avisa aos outros que é só para passarem a bola de vez em quando para o Dudu porque ele é "café-com-leite", Dudu ouve e reclama que não é "café-com-leite" e não quer mais jogar bola com eles.
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| Trecho da HQ "Dudu café-com-leite" (1992) |
Depois vê o Franjinha e pergunta se pode jogar dama com ele. Franjinha fala que nem pensar porque não joga com "café-com-leite". Dudu fica irritado. Em seguida, ele vê as meninas brincando de amarelinha e pergunta para Magali o que é "café-com-leite" e ela responde que é quando pega uma xícara e mistura leite e café. Dudu fala que quer saber quando uma pessoa chama a outra de "café-com-leite". Magali fala que significa que é uma criança bobinha, ingênua e sem experiência e pergunta se o chamaram disso. Dudu fala que o tempo todo e é uma injustiça. Então, Dudu pergunta se pode pular amarelinha com elas e Magali fala que nem pensar porque ele é "café-com-leite", deixando Dudu uma fera.
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| Trecho da HQ "Dudu café-com-leite" (1992) |
Dudu reclama que é um complô, ele vai crescer, ficar forte e esperto e ninguém vai mais chamá-lo de "café-com-leite", mas não sabe como ficará assim bem rápido. Dona Cecília fala que se alimentando com tudo que ela der e o leva para casa tomar um lanchinho. Na mesa, Dudu continua reclamando que odeia café-com-leite, principalmente aquele de tomar leite com café e vira a cara para não tomar.
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| Trecho da HQ "Dudu café-com-leite" (1992) |
As histórias quiseram mostrar crianças que não aceitam outras participarem de brincadeiras ou por acharem muito pequenas, ou acharem bobas ou não jogarem bem, achando que vai atrapalhar ritmo do jogo ou brincadeira com ela lá. Aí consideram que são "café-com-leite" crianças assim que podem ser insignificantes nas brincadeiras. Impublicáveis por conta de preconceito com as crianças excluídas nas brincadeiras, estimular a fazerem isso, ficarem tristes por serem excluídas. Não envolveram dessa vez a característica do Dudu não gostar de comer no geral, mas o final com o trocadilho de "café-com-leite" com a bebida não deixaram de lado essa sua característica completamente, serviu como piada final.
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| Comparação entre as histórias de 1989 e 1992 |
Comparando as 2 histórias, tiveram mesmo título, 4 páginas e mesmo tema das crianças acharem o Dudu "café-com-leite" nas brincadeiras e finais iguais. Elas começaram diferentes, com a de 1989 com o diálogo do Dudu com sua mãe enquanto que em 1992 já começa o Dudu pedindo para jogar bola com os meninos. Durante o desenrolar enquanto que na versão de 1989 as crianças até aceitavam o Dudu brincar, mas como "café-com-leite" e sem ser importante na brincadeira e ele sabia o significado do que estava sendo chamado, na de 1992 a maioria das crianças não deixaram brincar com elas por ele ser "café-com-leite" e ele não sabia a princípio o qe era a expressão, só sabia que não era coisa boa.
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| Comparação entre as histórias de 1989 e 1992 |
O motivo para criarem histórias iguais em tão pouco tempo, talvez sejam roteiristas diferentes e não sabiam que tinha uma outra assim ou então quiseram dar uma nova roupagem à história já existente. Gostei mais da versão de 1989, mais divertida com direito ao Dudu ser rapelado nas figurinhas com o garoto secundário. Os traço de 1989 também melhores, e gostava mais quando o Dudu não tinha olhos com fundos brancos, dava impressão maior que ele era mais novo que as crianças da Turma da Mônica. A partir de meados de 1990, eles passaram a colocar o Dudu com olhos iguais aos outros personagens, o que diferenciava que ele era menor que os outros era apenas na altura mais baixinha. Em breve posto mais histórias semelhantes aqui no Blog.
Vi umas antigas capas da Mônica na Abril e Globo,ou seja,entre 1970 e 89,quando não existia título próprio da comilona,e por isso,muitas capas vinham com piadas da Magali,roubando a cena da dentuça.Piadas de capa muito boas até nos anos 70,quando não eram muito comuns as piadas ou quando tinha,eram fracas.
ResponderExcluirUma capa que considero espetacular é a de Mônica 19 de 1971, nela, Magali chafurda numa melancia como um avestruz que enterra a cabeça no chão, pro ano da edição é com certeza uma gag, se fosse uma capa dos anos 80 ou do final dos 70, acredito que não teria o mesmo efeito, não seria uma gag ou piada, pois no início da década de 1970 os leitores ainda estavam desbravando a TM.
ExcluirComo Magal não tinha revista, aí de vez em quando colocavam piadas com ela nos gibis da Mônica e as vezes no do Cebolinha. Acontecia também de ter piadas com o Cascão quando ele não tinha revista. Nos anos 70 tinham piadas sim nas revistas da Mônica, nas do Cebolinha que prevaleciam histórias de aberturas nas capas. Essa da Mônica 19 foi muito legal.
ExcluirVerdade, Marcos. Prevalecia histórias de abertura nas capas das revistas do Cebolinha nos anos 70, mas as vezes tinha piadinhas também, como em Cebolinha numero 38, de 1976. Parece que as referências ás histórias de abertura nas capas da revista da Mônica passaram a ser mais comuns a partir de 1982,e mesmo assim, não era com tanta frequência.
ExcluirPessoal foram poucas mesmo nos anos 1970, vejam abaixo:
ExcluirMônica números 9,12,13,114 e 115, talvez tenham mais que não identifiquei, a nº13 tá rolando dúvida, acho que alude sim, a nº6 deixo de fora por ser uma capa única que alude a maior parte do conteúdo ou talvez até aluda totalmente, as demais capas citadas são alusivas às HQs que abrem as edições.
Nas capas dos 70 foi combinado assim: Mônica fica com as gags e Cebolinha com as alusões.
Mônica 6 de 1970 e Cebolinha 66 de 1978 possuem capas únicas.
Sim, em geral Mônica ficava com padinhas e Cebolinha com histórias de abertura, com raras exceções. Nos anos 1980 algumas da Mônica tiveram capas com alusão à história de abertura e cebolinha quase todos os últimos números foram com piadinhas.
ExcluirSim,tinha muita piada do Cascão também nas capas da Mônica.
ExcluirTambém tinha muita presença de Bidu e Jotalhão,nem sempre como piada ou como piada fraca.
A criatividade nas piadas e roteiros da TM vieram fortes mesmo na era Globo,dos anos 80 e 90.
Permita-me discordar, Julio Cesar! Os roteiros e piadas da TM antes da Editora Globo eram também excepcionais, eram fortes tanto quanto, ou cê tá querendo dizer que piadas e roteiros "continuavam" fortes mesmo na fase Globo? Seu último parágrafo gerou dupla interpretação, se o que cê diz for a segunda interpretação, concordo contigo!
ExcluirCertamente a fase abril oitentista foi ótima também,cujas HQs foram republicadas nos almanaques da Globo.
ExcluirOs anos 1970 também possuem roteiros excelentes, os roteiros foram muito bem até mais ou menos 2003, portanto, o desleixo com a narrativa visual já tava bem acentuado, bem visível na década de 00 e também artes aquém do que estávamos acostumados, pois parece que tô sendo redundante, só que não, uma HQ pode ter uma arte caprichada e pecar na narrativa visual, não é muito comum, mas pode rolar, narrativa visual ruim ou inferior é quando não condiz 100% com a textual, não encaixa totalmente com a narrativa de texto, todas as vezes que vi acontecer na TM as artes também estavam aquém, ou seja, traços medianos ruins e também totalmente ruins combinados com narrativas visuais não totalmente condizentes com as textuais. Desenhos caprichados com narrativas visuais ruins, na TM nunca vi, já vi em outros e realmente é bastante incomum, o habitual são os dois ruins, ou os dois bons.
ExcluirUma pena que na TM clássica muitos roteiros bons foram desperdiçados com artes aquém, até muito aquém mesmo, foi praticamente regra nas décadas de 2000 e 2010.
Eu gostava dos roteiros dos anos 70, eram bem criativos também, mas os anos 80 foram o auge, são mais encantadores.
ExcluirConcordo, Marcos!
ExcluirIsso acontecia muito comigo quando eu era pequeno,principalmente quando eu brincava com os meus primos,era muito chato.Isso acontecia com vocês também ?
ResponderExcluirAs vezes. Isso pra ver como as histórias mostravam a realidade das crianças.
ExcluirA diferença entre as HQs é que em uma o Dudu usa tênis e noutra usa sapatos, ambas são muito bem desenhadas, prefiro a de 1989 por ser a original, além dos calçados existe outra diferença que é o garoto que o trata de igual pra igual e o rapela no bafo tendo que introduzir um adulto pra fazer a alegria e ao mesmo tempo a tristeza do Dudu durarem pouco, enfatizando o "café-com-leitismo" do menino e recuperando suas figurinhas e ainda ganhando de graça as de seu rival, considero a melhor parte da HQ, na de 1992 todos o tratam como incapaz. O garoto que tá na cara que é um aproveitador da inesperiência e inocência dos mais novos, ou seja, um sevandija, um mau-caráter, acabou que foi o único que lhe fez bem, tratando-o como um verdadeiro homem de cinco anos de idade.
ResponderExcluirVerdade, apesar do menino ter sido mau-caráter com o Dudu, de certa forma para ele foi bom isso, mesmo tendo perdido as figurinhas não foi tratado como café-com-leite. Essa história de 92 foi uma exceção do Dudu de sapato, pelo visto erro do desenhista, o certo era ele usar tênis vermelho, bem estiloso por sinal, diferente dos outros personagens até então que usavam só sapatos.
ExcluirCom certeza o primeiro personagem, ou melhor, a primeira personagem do Mauricio a usar tênis foi a Tina, do Bairro do Limoeiro o primeiro só pode ser o Dudu.
ExcluirDo bairro do Limoeiro, o Dudu foi o primeiro a usar tênis. A parir dos anos 1990 personagens novos foram criados já usando tênis como Nimbus, Do Contra, Luca, Bloguinho, etc.
ExcluirTênis passa sempre a imagem de modernidade, pro Dudu caíram muito bem, há uma HQ de 1991 onde o Cebolinha também usa, até ficou legal o aspecto do moleque de tênis, mas, não pra serem efetivados no personagem, os sapatos pra ele, pro Franjinha e pros outros já se consagraram faz tempo.
ExcluirPode até ser, portanto, não coloco no campo dos erros o fato do Dudu usar sapatos na HQ de 92, prefiro considerar que ele simplesmente variou, tipo a Rosinha de vez em quando faz e a Maria Cascuda varia o look ainda mais que a caipirinha, até o Zé Luís algumas vezes apareceu com calças azuis e também com sapatos de outro formato, tipo com solados divididos e não os habituais solados inteiriços, parece que já vi o Zé Luís de tênis, certeza não tenho. O Dudu é mais um variador.
Vale também destacar que o burro aqui digitou "inesperiência" sendo que o correto é "inexperiência" ao comentar sobre o garoto rapelador de figurinhas de criancinhas que deu um tempero extra na HQ mais antiga.
É, de vez em quando eles variavam o padrão, não era ruim.
ExcluirEu só conhecia a história de 1989, bem engraçada por sinal. Acho que o Dudu ser chamado de café com leite poderia até acontecer com alguma frequência, mas poderiam ser dado um enredo diferente nas histórias. Esse final mesmo, poderiam ter pensado em um final diferente na história de 1992. Ficar repetindo histórias praticamente iguais fica parecendo falta de criatividade. Sobre os calçados, não vejo problema em mudar isso com o tempo, até acho que todos os personagens poderiam usar tênis ou sandálias, que é o normal no dia-a-dia de crianças. Esses sapatos, tipo o do Cebolinha, por exemplo, além de feios e ultrapassados, devem ser bem desconfortáveis....imagine, criança brincar de sapato, só se nos anos 60 isso acontecia, porque eu nunca vi. Essa questão daria pra mudar numa boa, não acho que descaracterizaria os personagens, simplesmente seria uma adaptação sutil. Roupas não vejo muito problema em adaptações, como já ocorreu com a Turma da Tina, por exemplo. O que não acho aceitaveis são alterações de caracteristicas na personalidade do personagem ou mudanças muito bruscas na aparência.
ResponderExcluirDe vez em quando tinham histórias iguais, podiam pelo menos ter só sinopses iguais, mas desenrolar e finais diferentes. Fica parecendo Chaves com seus números remakes. Os personagens podiam usar tênis tranquilamente. Podia até ser da mesma cor dos sapatos, tipo o Cebolinha ter tênis marrom, não ia diferenciar muito. Está aí uma coisa que não mudaram o estilo dos anos 1950 e 1960, continua até hoje nas revistas.
ExcluirDepois de Inbonha e Môôm,vem aí...
ResponderExcluirMOAMOA! ��
Rsrs
ExcluirGente, quem se lembra de:
Excluir"🎵Oh Jackie foi nascer numa cabana em Noa-Noa
Sol do Taiti na pele na boa🎶
Seu pai cruzou o mar duas filhas na canoa🎵
Coco pra beber e leite de leoa
Jackie uma menina tão bonita..."
Noa-Noa quem sabe tem relação com MoaMoa? Ou seria Moamoa? A Oceania também é conhecida por Australásia, na verdade a relação é zero, o nome da fajutice asiática me fez lembrar da música.
De vez em quando eu passo a limpo as letras de músicas que curtia nos anos 90,pois na época às vezes eu não ligava as palavras,não prestava atenção no sentido das letras a fundo,como no caso de "Borbulhas de amor" do Fagner,que era uma versão brasileira daquele caribenho chamado Juan Luís Guerra.Nunca me liguei no "dentro de ti" antes.
ExcluirA letra é bem conotativa, foi um dos grandes sucessos de Raimundo Fagner, fazia parte da trilha sonora de alguma novela global, o célebre Ferreira Gullar escreveu a letra se baseando na versão hispânica.
ExcluirUma versão brasileira que considero fabulosa é "Astronauta de Mármore" do Nenhum de Nós inspirada em "Starman" do Ziggy Stardust/Bowie.
Marcos,uma pequena dúvida que não tem nada a ver com esse assunto kkkkk:as tirinhas finais dos almanaques da turma da Mônica são inéditas?E a dos secundarios/
ResponderExcluirAs tirinhas também são republicações nos almanaques atuais.
Excluire nos almanaques secundarios são inéditas né?
ExcluirNem sempre. Alguns foram, outros não. O do Louco até tinha bastante inéditas, assim como Piteco & Horácio, Papa-Capim & Turma da Mata e Astronauta. Já Tina tem tiras tiradas dos gibis dela da Panini e os do Penadinho e Bidu & Mingau costumam ter tiras que saiam em gibis da Turma da Mônica.
ExcluirTenho gibi. Comprei guardei
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