quinta-feira, 30 de maio de 2024

Mônica: HQ "Baila com a gente"

Compartilho uma história em que Cebolinha foge da Mônica e se esconde justamente na academia que ela tinha aula de dança, causando muita confusão. Com 5 páginas, foi publicada em 'Mônica Nº 139' (Ed. Abril, 1981).

Capa de 'Mônica nº 139' (Ed. Abril, 1981)

Cebolinha foge da Mônica depois de escrever desaforos dela no muro e se esconde dentro de uma academia de dança e Mônica não vê. Magali aparece perguntando se Mônica não vai fazer aula de dança, ela diz que está procurando o Cebolinha e Magali fala para procurá-lo depois, elas precisam perder umas gordurinhas.

Cebolinha se esconde no vestiário feminino justamente onde as meninas estavam indo por Mônica ter deixado as coisas dela lá. Comentam que tem uma professora nova, que é ótima e que dança que é um negócio. Elas ouvem um barulho vindo do armário e querem saber quem é o espião no vestiário, dão pontapés e pauladas e surge o Cebolinha fazendo de conta que é a professora nova. As meninas o seguem fazendo os movimentos dele e Cebolinha pensa que elas desconfiaram. Outras meninas veem, Cebolinha vai para fora da academia e elas vão atrás. 

Cebolinha tropeça e elas fazem flexão pensando que era essa intenção e falam que adoraram a ideia da aula ao ar livre no meio da natureza. A verdadeira professora aparece, reclamando que sumiram suas coisas logo no primeiro dia lá, vê que o Cebolinha estava com o uniforme dela e manda as meninas pegaram o ladrão e voltarem para dentro da academia. As meninas a mandam calar a boca e no final, Cebolinha dá aula para as meninas e comenta com o Cascão que a dança faz bem pra saúde e para o corpo, principalmente a dele, com a verdadeira professora sentada em frente com raiva.

História engraçada em que o Cebolinha entra em um academia de dança para fugir da Mônica e ainda precisa se passar que era professora para não apanhar. É descoberto após a verdadeira professora aparecer e no final continua sendo a professora de dança das meninas e não apanha da Mônica. Interessante que as meninas não sabiam que o Cebolinha não era a professora ao mesmo tempo que ele não desconfiava que as meninas não sabiam que era ele. Cebolinha preferiu dar aula para não apanhar, mas também não impede da Mônica bater nele após a aula se quiser, fica na imaginação dos leitores a sequência.

Teve absurdo bom de como a roupa da professora, adulta e alta, coube certo no Cebolinha. Foi engraçado também Cebolinha fugindo da Mônica pela academia, entrar em vestiário feminino e ficar vestido de mulher com espanador servindo como peruca, as meninas acreditarem que ele era professora de dança, Magali dizer que precisar perder gordurinha se ela é magra, a professora achar que Cebolinha era ladrão por ter roubado o uniforme dela. As meninas figurantes assim como a professora de dança apareceram só nessa história como de costume com personagens secundários

O nome da academia "Baila com a gente" acabou sendo o título da história, paródia da novela "Baila comigo", que estava no ar em 1981 na TV Globo, um grande sucesso que eles queriam homenagear, no caso, não com foco da trama principal dos gêmeos vividos por Tony Ramos, mas sim do núcleo de academia de dança e ginástica da novela, adotando novas modas de pessoas com lenço na cabeça, meias de lã coloridas e das academias de ginástica que fizeram entrar de vez nos anos 1980. MSP sempre quis colocar nas histórias o que estava em moda atual e dessa vez foi a novela "Baila comigo".

Os traços ficaram ótimos, típicos das histórias de 1981 com personagens fofinhos. Considerada uma história curta de abertura como era de costume na Editora Abril, esse gibi quase todo foi assim com várias histórias curtas de até 5 páginas, as maiores foram a do Astronauta e a de encerramento. Incorreta hoje em dia por ter criança em academia, Cebolinha vestido de mulher se passando por professora de dança e ser comparado a um ladrão e a palavra "azar" que é proibida atualmente nos gibis. Em toda a história Cebolinha pensa trocando "R" pelo "L", atualmente isso seria alterado já que agora ele pensa certo em pensamentos.

A imagem da capa foi com alusão à história de abertura, porém a chamada do texto foi referente à história de encerramento "O pandeiro" e curiosamente ser uma história de Carnaval fora de época, já que a revista é de novembro de 1981. E interessante também na capa que na época ainda chamavam os personagens como "Turma do Mauricio" e não "Turma da Mônica". Foi republicada depois em 'Almanaque da Mônica Nº 10' (Ed. Globo, 1989) e novamente depois em 'Almanaque da Mônica Nº 43' (Ed. Globo, 1994).

Capa de 'Almanaque da Mônica Nº 10' (Ed. Globo, 1989)


Capa de 'Almanaque da Mônica Nº 10' (Ed. Globo, 1989)



35 comentários:

  1. Pra mim, novela sempre foi ruim, eu sou o cara que pesquiso as melhores séries e filmes no IMDb top 250, eu já assisti todos os episódios de Avatar A Lenda de Aang e estou assistindo Monty Python's Flying Circus que é considerada a melhor série de comédia da história, já assisti os filmes do Monty Python (Monty Python and the Holy Grail e Life of Brian só não o The Meaning of Life), não querendo te ofender mas acho que a Mônica sempre foi uma porcaria pois nunca fizeram uma história digna de óscar, o crítico Regis Tadeu falou que gostava das obras do Maurício mas ele odeia Chaves, eu também odeio Chaves porque é muito bobo e patético adultos se fazendo de crianças

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    1. Também não assisto novela, assisti uma ou outra. Tanto Turma da Mônica quanto Chaves foram feitos pra crianças, público alvo sempre foram pra elas e não tem como ser superprodução a nível de Oscar e grandes prêmios. Intenção é pra entreter apenas, sendo que as antigas de TM faziam de um jeito que agradavam também os adultos e Chaves agradava justamente por causa das bobeiras, de tão bobo se tornava engraçado e crianças não ligavam de serem adultos imitandocriancas, e nunca foi tratado como superprodução também.

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  2. Curtinha e supimpa! Conheci "Baila com a gente" por meio do Almanaque da Mônica nº10 da Editora Globo, comprado novo e hoje é só lembrança, tenho mais não.
    Meias de lã com faixas unindo diversas cores são o tipo de coisa (tipo de acessório, complemento de vestuário) que se tornou um dos grandes símbolos representativos no que tange anos 1980.

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    1. Maravilhosa. Curtinha e com muito conteúdo. Esse Almanaque da Mônica foi excelente, uma história melhor com a outras, foi um dos primeiros almanaques que tive, tenho lembrança boa também. Pena você não ter mais. Sem dúvida esses símbolos marcaram anos 1980, sobretudo primeira metade, já na segunda metade foi perdendo força, menos frequente.

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    2. No decorrer da década as "polainas arco-íris" foram gradualmente saindo de moda, remetem mais à primeira metade, entretanto, no geral, são um marcante símbolo oitentista.
      Embora indiscutível qualidade da antiga equipe da MSP em vários aspectos, por ser relativamente pequena, volta e meia alguma coisa escapava aos olhos, pois não tinha gente suficiente para arrematar todas as vezes, isto é, claro que haviam revisões criteriosas, todavia, alternavam com revisões meio afrouxadas. Sabendo que por vezes trabalhavam meio apertados por falta de mais profissionais, o/a roteirista de "Baila com a gente" deveria ter optado por somente uma usar meiões multicoloridos, e, considerando belíssima arte de capa alusiva, ninguém melhor do que Mônica para ser a única a usá-las, pois assim não evitaria, porém, diminuiria bastante a quantidade de erros no tocante às sequências das cores, pois quem coloriu ligou o foda-se quanto a padronizar ordens das cores dos meiões de cada menina e compreendo perfeitamente, porque colorir às pressas com tamanho nível de detalhismo e ainda com atenção redobrada devido à ordem que está em um meião ter de ser a ordem do par, quase impossível manter padronização em quatro sequências de cores colorindo dividindo atenção com relógio.

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    3. Sim, mesmo que não durou a década toda, isso foi marcante, aliás até as outras modas dos anos subsequentes também marcaram os anos 1980, tudo foi válido. Não teve padronização nos meiões coloridos, nem dava até por isso de terem poucos profissionais na equipe e era tudo feito a mão. Na digitação atual daria, mas na época era mais corrido e até achei melhor sem essa padronização de cores, fica mais natural e ninguém repararia, principalmente as crianças.

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    4. "(...)alusiva, ninguém melhor do que Mônica para ser a única a USÁ-LOS,(...)"
      Como são meiões, perdoe(m) o erro de concordância.

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    5. Confesso que prefiro que fosse colorida ao bom e velho "estilo Disney", isto é, com o rigor que esta memorável HQ deveria merecer, no entanto, se fosse eu o incumbido de colori-la de acordo com os moldes da antiga MSP, com configuração que havia na época, também tocaria o foda-se, pois não haveria como colorir de maneira minuciosa a fim de manter determinados padrões sequenciais.

      No último quadro da terceira página (pág.5) foi esquecido o pouco que deveria aparecer da mão esquerda da Magali, vantagem é que a/o colorista estendeu cor da pele para além do pulso, do contrário, o erro ficaria chamativo.

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    6. Já eu nem ligo, tanto que nem tinha reparado nesse detalhe antes de você dizer. Em alguns quadros tiveram menos traços das meias , o que também influenciaria na sequência completa de cores se tivessem colorido certo. Ficou faltando parte da mão da Magali nessa cena, erro deles, mas foi bem discreto, que nem tinha reparado também.

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    7. Outra coisa que falta é o trio de fios capilares do lado direito da nuca ao chutar o armário e, na última página, collant (colã) da Mônica muda de cor.

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    8. O trio de cabelo da Magali pode ter faltado pra não atrapalhar arte dela chutando o armário. E de fato o collant da Mônica mudaram na última página.

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    9. Desenhista esqueceu ou preferiu não colocá-los, entretanto, daria para desenhá-los de boa, cruzariam com alguns traços do collant, o que seria normal e arte-finalistas são fundamentais em casos assim. Prefiro crer que foi esquecimento do que uma suposta dedução de que não daria para acomodá-los por falta de espaço.
      Outro erro, por sinal, dichavadíssimo, envolve sequência de ação. Trata-se da gola do vestido da Mônica no momento que percebem que há alguém dentro do armário e, no quadro seguinte, está de collant cacetando o cabo ou a haste do esfregão que serviu de peruca. O que dá entender é que, assim que viram, reagiram, ou seja, Mônica não trocou de roupa entre um quadro e outro.

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    10. Difícil saber, tudo indica que foi esquecimento mesmo. No caso da roupa, a Magali também apareceu com collant quando voltou. Nessa não considero erro total, pode ser que teve um tempo para elas trocarem de roupa até o Cebolinha tentar abrir o armário e elas ouvirem, só que ficou omitido pra agilizar a história. Até porque o Cebolinha também vestiu o uniforma e da professora muito rápido se considerasse que foi tudo na sequência. Mas também tem os absurdos dos quadrinhos que tudo pode acontecer, aí seria tudo isso válido, considerando mais absurdos do que erros em si.

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    11. Não mencionei Magali porque não aparece pedacinho de vestido, pois a parte inferior da cabeça está parcialmente ocultada pelo topo da cabeça da amiga, dando entender que está de collant assim que percebe o fechar meio brusco e repentino da porta do armário, ou seja, erro desta sequência diz respeito somente à Mônica.
      Outro errinho minúsculo encontra-se no segundo quadro da última página. Falta traço que representaria coxa esquerda da menina de tranças, daí, colorista esticou amarelo até o joelho ou no limite com meião, fazendo com que, devido à posição, seu corpo fique um pouco parecido com de cachorro da raça bassê.

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    12. Entendi. E sobre o outro erro foi bem minúsculo mesmo, nunca teria reparado nisso.

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    13. Sobre o que se passa em "Baila com a gente", poderia ser creditada ao Cebolinha e como abertura ou miolo ou encerramento de algum número dele, porque é o dislálico* que faz a trama acontecer.
      *E é assim que deveria ser nos dias de hoje, dislálico até pensando...

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    14. Sim, o Cebolinha foi mais importante nessa, deixaram creditada à Mônica porque saiu na revista dela, mas daria pra ter saído tranquilamente em algum gibi do Cebolinha. Eu também achava melhor o Cebolinha dislálico até em pensamentos, ficava mais natural.

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    15. E os pós-finais habitam imaginário de parte dos leitores, portanto, ficou claro que pela maneira como se encerra a trama, Cebolinha foi poupado de uma sova daquelas, no entanto, de graça não ficou, porque, como o língua de trapo do Cascão presencia a cena, o que Cebolinha deve ter aturado de chacotas por parte da molecada, se permite o trocadilho, literalmente, não está no gibi...

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    16. É, além de ficar ensinando dança pras meninas, o Cebolinha ainda pode ter sido ziado pelos amigos por causa disso se Cascão contou ou até algum outro menino passou lá na hora. Mas para Cebolinha ainda melhor isso do que apanhar da Mônica, já valeu o sacrifício

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  3. Olá. Boa tarde, Marcos. Eu sou JP, de Salvador-Bahia. Por gentileza, uma pergunta: é verdade, que, nos sebos de Revistas Todas, e, Livros Todos, existem as Revistas, e, os Livros, entre a década de 1970, até, o ano de 2024, ou, não?. Por gentileza, é verdade, que, no mês de Julho do ano de 2024, os dois Personagens: Nimbus, e, Do Contra, eles irão completar 30 anos de criação, e, terão as Edições Comemorativas, falando sobre os 30 anos dos dois Personagens: Nimbus, e, Do Contra, e, no mês de Janeiro do ano de 2025, a Personagem Marina irá completar 30 anos de criação, e, terão as Edições Comemorativas, falando sobre os 30 anos da Personagem Marina, ou, não?. Eu aguardo respostas. Abraços.

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    1. Boa tarde. Nos sebos podem ter revistas desde 1970 e não sei se Nimbus, Do Contra e Marina terão edições comemorativas de 30 anos deles, se tiver, seriam histórias de aberturas especiais nos gibis da Turma da Mônica em agosto de 2024 e janeiro de 2025. Abraços.

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    2. Terão relançamentos dessas edições. Abraços.

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    3. Ok. Muito obrigado, então, Marcos.

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  4. Acho que essa foi a primeira história de gibi mais curta da Mônica, não?

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    1. Parece que sim por ser 5 páginas, porém tiveram outras com 6 a 7 páginas na abertura que também considero curtas e geralmente essas eram republicadas no miolo em almanaques.

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    2. Já que tocaram no assunto, "Baila com a gente" tem apenas nove quadros a menos que "Ioiô galático" e essa conta com oito páginas, a considero de tamanho médio, porém, compreendo que nosso anfitrião classifique-a como curta. Já esta, acho que não há quem discorde, é curta mesmo.

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    3. Zózimo, a quantidade de quadros também influencia muito. Podem ter quadros grandes ou que ocupem largura da página, 4 quadros por página, aí história tem mais páginas ocupando o gibi, mas tem leitura rápida enquanto que histórias com 8 guadros em todas as páginas podem ter leitura mais demorada mesmo a história ocupando menos páginas no gibi.

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  5. Oi Marcos, eu falei pro Julio Cesar pra ele falar sobre os animes que eu falei na postagem dos gibis da Mônica hoje não prestarem hoje em dia e ele ignorou totalmente, por quê?

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    1. Ele pode não estar acessando internet ou o blog dele, quem sabe depois ele vê e responde lá pra você.

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  6. Que traços lindos. Simples, mas bem desenhados. Como eu gosto dessas hqs da Turma dos anos 80.

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    1. Eram muito bonitos esses traços, pena que durou pouco, só nos gibis de 1981. Poderia ter durado mais. As histórias dos anos 1980 eram excelentes, sem dúvida.

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  7. Além dessa história, a turma da Mônica também homenageou a novela Baila Comigo na propaganda da Cica, com direito a cantar a música do comercial parecendo a canção de abertura interpretada pela Rita Lee!

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    1. Bem lembrado. Eu já vi essa propaganda no YouTube, é legal. As propagandas deles dá Cica eram muito criativas.

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  8. Este comentário foi removido pelo autor.

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    1. Essa novela foi boa, Tony Ramos interpretou muito bem, gêmeos pareciam pessoas diferentes mesmo. Associando à novela, a professora desta historinha seria a Betty Faria que interpretou uma professora de dança na novela.

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