Compartilho uma história em que o Penadinho se fantasia de Papai Noel para agradar o Pixuquinha no Natal .Com 4 páginas, foi publicada em 'Almanaque da Mônica Nº 16' (Ed. Abril, 1982).
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| Capa de 'Almanaque da Mônica Nº 16' (Ed. Abril, 1982) |
Penadinho encontra o Pixuquinha choramingando e triste porque é Dia de Natal, quando era vivo ele sempre recebia presente do Papai Noel e desde quando virou fantasminha ele não vem mais e não entende o por quê. Penadinho responde que talvez o Papai Noel tenha medo de fantasmas e Pixuquinha o chama de engraçadinho e que fala assim porque não está no lugar dele. Penadinho, então, tem ideia e pede favor par ao Zé Vampir de arrumar uma roupas velhas com a turma. Depois, Penadinho costura uma roupa de Papai Noel e veste para fingir para o Pixuquinha que é o bom velhinho.
Penadinho entra na cova do Pixuquinha, que pergunta quem é ele. Penadinho pergunta com quem ele se parece e Pixuquinha responde com Penadinho vestido de Papai Noel. Penadinho fala que ele é o Papai Noel e trouxe presente e que agora tem que ir porque tem muitos presentes para entregar. Pixuquinha pergunta cadê o trenó do Papai Noel e Penadinho responde que trenó já era, pega um táxi na rua.
Zé Vampir aparece falando para o Penadinho que fez uma fantasia legal com aqueles trapos. Pixuquinha fica sem jeito, Penadinho pergunta se ele não está xangado e Pixuquinha o abraça, dizendo que esse foi o melhor Natal que passou. No final, Penadinho fica sorrindo emocionado e Cranicola comenta com Lobisomem que depois dizem que é ele que fica rindo à toa.
História legal em que o Pixuquinha não ganhava presente do Papai Noel porque era fantasma e no final pela primeira vez ele ganhou presente pelo gesto de solidariedade do Penadinho que ficou com pena. Papai Noel só dava presentes para as crianças vivas, não para os mortos, então Pixuquinha ficava desiludido. Zé Vampir sem querer estragou o plano do Penadinho dizendo na frente do Pixuquinha que era o Penadinho vestido de Papai Noel, mas pelo menos não estragou a felicidade do Pixuquinha, afinal, o que seria uma decepção, ele viu que o que valeu foi o gesto do Penadinho e bem ou mal ganhou um presente no Natal. Bonita mensagem. Felicidade total só se aparecesse o verdadeiro Papai Noel, ficou posto que não aparece para os mortos, talvez se fosse uma história mais longa, pudessem ter colocado o Papai Noel e dar um final mais feliz.
Fica a dúvida se o Pixuquinha já sabia desde o início que era o Penadinho fantasiado de Papai Noel ou se soube só com o deslize do Zé Vampir. Mesmo que ele disse que achava que era o Penadinho vestido de Papai Noel, mas depois ficou chorando ao descobrir a revelação que não era o Papai Noel verdadeiro. Para mim, acho que ele sabia e ficou emocionado pelo gesto que o Penadinho fez só para agradá-lo e não ficar mais triste no Natal, mas cada um vai te ruma interpretação, eles gostavam de histórias com várias interpretação para leitores imaginarem e pensarem.
Foi engraçado o papo inicial do Penadinho tentando reanimar o Pixuquinha, dizer que Papai Noel não aparece porque tem medo de fantasmas, Penadinho sentar na pedra que o Pixuquinha estava para se pôr no lugar dele, Zé Vampir não saber o que é expressão "hora H", Penadinho costurar roupa sem saber e que até ficou bem, dizer que trenó já era e que Papai Noel anda de táxi. Sobre o absurdo de Penadinho conseguir tocar em coisas, costurar, segurar presente por ser um fantasma, não tinha um padrão, colocavam ele segurando ou não coisas de acordo como atende melhor o roteiro.
Eram comuns histórias com crianças tristes porque não recebiam presentes de Natal, normalmente eram crianças pobres ou que moravam na rua e dessa vez foi um fantasma criança desiludido com a ausência do bom velhinho. Histórias assim costumavam ser emocionantes e servir de conscientização de também ser solidário com crianças pobres e dar presentes de Natal para elas, mas hoje em dia são incorretas para não deixarem crianças tristes e deprimidas com a leitura e histórias atuais não pode ter finais tristes ou emocionantes.
Traços ficaram bons, típicos de histórias de miolo dos anos 1980. Zé Vampir com pele branca e Lobisomem desenhado completamente diferente porque ainda não tinham definido traços da Turma do Penadinho na época, só passaram a ter traços definitivos na Editora Globo. Essa história nunca foi republicada até hoje como todas as histórias desse 'Almanaque da Mônica Nº 16' e outros almanaques com histórias inéditas da Editora Abril, o que a torna muito rara. Perderam chance de republicarem essas histórias inéditas de almanaques na Editora Globo, então só quem tem o original que conhece.

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Seja qual for o estado de espírito que estiver em Cranicola, ele é mesmo "sempre sorridente"...
ResponderExcluirPrimeira vez que vejo Lobisomem assim, bem mirrado.
Se Zé Vampir é destemido, não sei, mas, pelo menos, não "amarelou"...
Pixuquinha é uma figura que sempre me soou tipicamente "abrilesca", isto é, quase todas as HQs que conheço em que o pueril fantasminha participa (e não são muitas) são dos tempos da Editora Abril.
Nada convincente Penadinho fantasiado, no entanto, o que valeu foi a intenção. Quadrinhos não emitem sons, porém, será que ao menos tentou disfarçar também a voz durante a representação?