sábado, 25 de novembro de 2023

Cascão: HQ "O Dia dos Abraços"

Dia 25 de novembro é aniversário do Cascão e, então, mostro uma história em que o Cascão procura alguém que lhe dê abraço no seu aniversário. Com 14 páginas, foi publicada em 'Cascão Nº 231' (Ed. Globo, 1995).

Capa de 'Cascão Nº 231' (Ed. Globo, 1995)

Cascão fica feliz que é aniversário dele, sempre acorda cedinho para receber abraços de Parabéns dos amigos, afinal, quando não gosta de tomar banho, só no dia do aniversário para receber abraços. Ele avista a Mônica, que corre e ele fica na dúvida se não o viu ou viu e não queria abraçá-lo.

Depois, Cascão encontra os amigos no futebol, Franjinha, que era o juiz, para o jogo e todos correm. Cascão ainda tenta ir atrás lembrando do seu aniversário, mas não consegue alcançá-los. Em seguida, ele vai na casa do Cebolinha, a mãe, Dona Cebola dá desculpa que não está, mas Cascão vê um vulto do Cebolinha na janela e descobre que o amigo não queria abraçá-lo.

Vai na casa da Cascuda, a mãe dela fala que a Cascuda mandou avisar que está com dor nos braços por ter feito muita natação. Assim, Cascão percebe que não tem mais ninguém, que é duro fazer aniversário em pleno Verão e ninguém quer abraçá-lo. Ele lembra de alguém que abraçaria no aniversário dele, mas não sabe se deve ir lá, mas decide que sim. 

Cascão desce até o esgoto até os domínios do Capitão Feio, que estava tomando banho de lixo. Cascão fala que quer passar para o lado dele, os amigos não gostam mais dele, ninguém quis abraçá-lo no seu aniversário. Capitão Feio acha uma injustiça e se prepara abraçar o Cascão, mas ele foge vindo tanta sujeira e diz que é sujo, mas nem tanto.

Cascão resolve fugir para um lugar bem longe e voltar nunca mais. Vai para floresta e ao ouvir raio e chover, se esconde dentro de um tronco de árvore oca. Lá, ele dorme e aparece uma cobra lhe dando apertão e ele sonha que eram seus amigos o abraçando no aniversário. Fala enquanto dorme que eles não precisam exagerar no abraço tão apertado, que está até suando. A cobra não gosta do mau cheiro e vai embora e Cascão acorda por não estar mais sendo apertado, vai embora para casa porque pelo menos os pais gostam dele de qualquer jeito.

No caminho, encontra a turma e Cascão diz que está tudo péssimo, ninguém o abraçou e sabiam que era aniversário dele porque fugiam quando o viam. Quando ia embora, todos da turma resolvem abraçá-lo, desejando Parabéns, felicidades e tudo de bom, ganha até um beijo da Cascuda. Cascão fica feliz pensando que eles não queriam abraçá-lo por causa do cheirinho, eles falam que nunca fariam isso, mas depois que Cascão vai embora, eles tiram as fantasias deles próprios inventadas pelo Franjinha e Cebolinha diz que sem as fantasias eles nunca teriam coragem de abraçar o Cascão.

História legal em que ninguém quer abraçar o Cascão no seu aniversário por causa do seu mau cheiro e ele procura alguém para abraçá-lo. No final, seus amigos mudam de ideia e abraçam o Cascão, só que têm a surpresa que estavam cobertos com uma fantasia imitando seus corpos inventadas pelo Franjinha. Foi a solução que encontraram para abraçar o Cascão para deixar o dia do amigo feliz e ao mesmo tempo eles não se sujarem e e não ficarem com mau cheiro impregnado na pele deles.

Eram boas as histórias do Cascão passando sufoco por conta do mau cheiro e por não tomar banho. Situação tão ruim, que nem no aniversário os amigos queriam abraçá-lo, antes abraçavam pelo menos uma vez por ano em seu aniversário, mas o cheiro insuportável fizeram não abraçá-lo de vez. Deu pena do Cascão querendo carinho e afeto dos seus amigos, tudo se resolveria se ele tomasse banho, só que era algo descartado para ele e teve essa consequência. Final foi feliz para ele, só não podia descobrir depois o que levou a turma abraça-lo de uma hora para outra.


Engraçado ver os amigos fugindo do Cascão e desculpa da Cascudaque não ia abraçar porque fez muita natação,  a cobra o apertando e ele pensar que era seus amigos, aonda bem que ele não viu a cobra, a descoberta pela gente das fantasias da turma. Praticamente foi um monólogo do Cascão na história toda, ele era expert em fazer graça falando sozinho que nem maluco. Não mostraram os pais, mas eles certamente devem ter abraçado o filho de manhã.

Dessa vez não mostraram uma festa de aniversário, preferiram mostrar só momentos antes de uma festa, foi bom pra diferenciar. Curioso que Magali não apareceu no início da história enquanto Cascão procurava alguém para abraçá-lo, só no final, acho que não a colocaram no início para agilizar e não passar número de páginas disponíveis para o gibi. Cascuda apareceu com sujeirinhas no rosto, na época as vezes aparecia com sujeira, as vezes, não. A partir dos anos 2000 a deixaram sem sujeira em definitivo. Se ela estava suja, não tinha motivo para não deixar de abraçar o Cascão, não faria diferença.

Sobre o Capitão Feio dizer que é tio, ficou dúvida se a intenção do roteirista era pelo fato de ser tio do Cascão como parente ou só um modo carinhoso de dizer sem relação com patentesco. Na Editora Globo, não colocaram essa ideia que o Capitão Feio era tio da família do Cascão, foi só dito na história de estreia dele em 1972 e em uma outra em 1980 e depois só voltaram a mencionar que ele era tio do Cascão na Editora Panini. Então nesta história da postagem,  acredito que intenção foi só ser carinhoso, sem ligação com parentesco.

Teve erro ao Cascão dizer que aniversário dele é no Verão, o correto é Primavera no Brasil por ele fazer em novembro, o que acontece é que pode ter dias bem quentes já se aproximando do final do ano, já parecer de ter temperatura alta de Verão, mas ainda não é. Desde 1994 já tinha data fixa das personagens, aí uma justificativa disso quem sabe a história foi roteirizada antes de 1994 e só publicaram em 1995. Sobre erros de desenhos, teve de um lado direito do rosto do Cascão não aparecer sujeirinhas no último quadro da página 7 do gibi e de Magali falar de boca fechada no primeiro quadro da última página.

É incorreta atualmente por ninguém querer abraçar só por ser sujinho, menosprezo da turma, falsidade, Cascão descer no esgoto, dizer que Cascuda é sua namorada porquenãopode mais ter namoro nos gibis, Capitão Feio tomando banho de lixo, Cascão querer passar para o lado do mau, fugir de casa, falar sozinho, envolvido com cobra, que quase o enforca, além da palavra "louco" ser proibida atualmente para não confundircom personagem Louco.

Traços ficaram bons, jeiti fofinho, típicos dos anos 1990. Tiveram cores com degradê em todos os quadrinhos, sejam ambientes abertos ou fechados, inclusive em gramas, árvores, casas e nos balões, quando eram coloridos, bem característicos dos gibis do segundo semestre de 1995, e acho que ficavam bonitas cores assim. E teve a disponibilização do estilo de até 6 quadros (3 linhas) por página em vez dos tradicionais 8 (4 linhas), que até deixavam bonitos os desenhos, mas por outro lado a história ocupa mais páginas no gibi do que devia.

FELIZ ANIVERSÁRIO, CASCÃO!!!

23 comentários:

  1. "O Rio de Janeiro continua lindo
    O Rio de Janeiro, fevereiro e março
    Alô, alô Realengo
    Alô torcida do Flamengo
    Chacrinha continua balançando a pança
    E buzinando a moça
    E comandando a massa
    Alô, alô Terezinha"
    Trechos de uma canção outrora muito tocada, foi assaz popular, muito ouvida pelo povo brasileiro nas décadas de 1980 e 1990, cujo refrão tem tudo a ver com esta HQ.
    Que paradoxo é o aniversariante, ou melhor, que folgado... Fedido que só, reclama por ninguém querer abraçá-lo, quando alguém tão imundo quanto ele resolve colocar em prática o single de Gilberto Gil ('Aquele Abraço'), aí, ele quer distância, só quer os abraços dos limpos. Melhor assim, o que importa é que, com tanto nojo, desistiu de virar casaca.

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    1. 'Aquele Abraço'... uma vírgula!
      "Alô, alô,,, Realengo
      Alô,,, torcida do Flamengo
      Alô, alô,,, Terezinha"
      Faltaram algumas vírgulas.

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    2. É, quando alguém queria abraçá-lo, Cascão foge, achou que estava mais sujo que ele. Acho que passar para o lado do mau também influenciou pra desistir, achou que foi precipitado se aliar a um vilão só por causa de um abraço e ele queria mesmo é abraçodos seus amigos. Essa música combina com a história, sem dúvida.

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    3. Marcos, você comprou o gibi com histórias selecionadas por Mônica Spada e Sousa? E, se sim, pretende dedicar um tópico sobre essa edição?

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    4. Comprei e pretendo criar postagem sobre essa edição depois de eu ler.

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    5. Aguardo seu parecer sobre essa edição, Marcos, beleza!

      Há um erro de concordância no quinto quadro da sexta página (pág.8), Cascão diz:
      "Pois é... Os 'meu' amigos não gostam mais de mim..."

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    6. Beleza, vai ter. Realmente erraram nesse quadrinho, o letrista deve ter esquecido colocar o "s" sem querer.

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    7. Na verdade, cochilei num pequeno detalhe: o erro na fala do Cascão está no quarto quadro e não no quinto.
      Detalhe insignificante é o dedo médio do Franjinha ultrapassando o limite inferior do terceiro e penúltimo quadro da última página.

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    8. Bem insignificante mesmo, quiseram desenhar o dedo todo dele, tem muitas cenas que os desenhos dos personagens ultrapassam os quadrinhos, nessa mesma página, por exemplo, o cotovelo do Franjinha ultrapassa também no segundo quadrinho, também teve o dedo do Cebolinha e o sapato da fantasia dele no último quadrinho.

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    9. Sim. Personagens, objetos, casas e outros tipos de edificações e coisas da natureza - árvores, pedras, arbustos, nuvens, etc - ultrapassarem limites dos quadros, são bem comuns e, visualmente, o recurso só agrega, entretanto, embora seja um mísero detalhe, ficou estranho o dedo médio do Franjinha ultrapassando o limite inferior do quadro, caso sobre a linha estivesse o restante da mão, aí sim seria normal.
      No último quadro da quinta página (pág.7), falta sujeirinha esquerda no rosto do Cascão.

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    10. É, poderia ter sido com o restante da mão ultrapassando, ficou diferente, mas não considero como erro neste caso. Já a sujeirinha de um lado do Cascão que faltou eu tinha visto e citei na postagem, esse erro não tinha como não reparar.

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  2. Nunca tinha visto essa hqs antes.. pq não tenho o gibi na coleção e parabéns Cascão! :D

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    1. Pensava que você tinha essa revista, pelo menos conheceu a história aqui.

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  3. Eu tava aqui cantando parabéns para o Cascão antes mesmo de ver essa postagem que você compartilhou. Muito boa essa postagem!

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    1. Legal que você gostou, bem legal essa história. Cascão merece todos os parabéns.

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  4. Missão impossível abraçar o Cascão? pois é. Lembrei do filme ao ver os 3 últimos quadrinhos da hq. No filme, os agentes secretos vez ou outra usam máscaras para se passarem por outras pessoas. Na hq, os personagens não se passaram por outras pessoas, mas sim para poderem não sentir o "cheirinho" indigesto do nosso querido Cascão.

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    1. A diferença que nesta história é que as máscaras foram deles mesmos, sem se passarem por outras pessoas. De qualquer forma missão impossível abraçá-lo, o cheiro é insuportável.

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  5. Ah, pobre Cascão, ninguém querer abraçá-lo, parece um aniversário bem triste, nem mesmo a namorada. Eu entendo a turma, entendo porquê, mas qualquer um se sentiria rejeitado. Mas, estranhamente, ele nem pensou nos pais, não iriam fazer essa desfeita ao filho. Cascão de 1995 já estava ficando diferente, começando a ter alguns limites e padrões- achei bastante estranho ele recusar abraço do Tio Feio (pegou, né?). E aquela parte com a cobra meio que me deu aflição, isso já aconteceu comigo certa vez e foi bem assustador. História bem legal.

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    1. Para o Cascão foi um dia triste, pelo menos até o abraçarem no final, mesmo que de uma maneira torta sem ele saber do plano dos amigos. Por um lado eles estavam certos, mas podiam dar um desconto por ser aniversário do Cascão. Pelo menos o Cascão não querer abraçar o Capitão Feio por estar mais sujo que ele e não passar para o lado do vilão de alguma forma já era algum limite, mas personalidade do cascão mudou mesmo foi a partir dos anos 2000. Já com a cobra não tiveram limite, impublicável cena assim hoje justamente por poder dar aflição nos leitores.

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    2. Uma história de aniversário do Cascão que gosto (não sei se é dos anos 90 ou 2000, conhece?) era uma em que o Cascão diz que se sente esquecido, que não é ''tão querido ou especial'', e o Cebolinha resolve fazer uma festa surpresa no clubinho, gerando muita confusão. No final, a Mônica também fez uma festa surpresa para ele com as meninas, e eles conversam e descobrem que o Cascão jogou o papinho na sacanagem, para que ambos ficassem com pena e dessem festas surpresas para ele. É uma história que gosto bastante, legal a mensagem do final.

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    3. Conheço essa, é de Cascão 335 de 1999. É boa, sim, essa é do Emerson e até que teve mensagem no final.

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  6. Me fez lembrar aquele episódio do Chaves em que ele vai embora da vila pois todos o acusam de ser um ladrão. Bem triste aquela caminhada solitária do Cascão rumo à floresta, em auto-exílio, tal qual a do nosso querido Chavinho...

    Se essa é impublicável hoje, então a turminha atual está ainda mais nutella do que eu pensei...
    Estão querendo super proteger as crianças, como se fosse papel de uma editora de quadrinhos ser babá delas. Uma pena, pois a realidade sempre continuará batendo. Imagina o primeiro esporro que essa geração levar de um chefe quando começar a trabalhar, ou a promeira demissão, ou o primeiro esculacho numa reunião de gestão, ou a primeira vez que encontrar um professor que realmente cobra o conteúdo ou que faz provas difíceis no ensino médio ou na faculdade? Isso porque nem citei os piores exemplos da vida real.

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    1. Esse episódio é icônico, muito bom. Essa é impublicável e intenção deles é isso de superproteção as crianças, nem finais tristes ou situações das personagens que dão pena pra elas ou traumatizem não pode. Infelizmente quando crescerem vai ser difícil pra elas, por isso cada vez mais casos de depressão na sociedade e com jovens.

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