domingo, 28 de maio de 2023

Tirinha Nº 94: Cebolinha

Nessa tirinha, Cebolinha empina a pipa e o cerol faz cortar o Sol ao meio e sai correndo antes que alguém descubra a incrível façanha que ele fez. Por mais que o cerol seja cortante, seria impossível ele atingir e repartir o Sol, só nos quadrinhos para permitirem absurdos tão legais e criativos assim. Muito boa.

Tirinha incorreta hoje em dia. Além de não gostarem mais de mostrar absurdos como esse atualmente, nao tem mais personagens empinando pipa com cerol, é incorreto, perigoso de se machucar, se cortar profundamente tanto que é proibido vender e comercializar cerol, e por isso não aparece mais as crianças brincando de pipa nas histórias. Brincadeiras que transmitem perigo no geral, como pipa e carrinho de rolimã, por exemplo, são proibidas nos gibis hoje em dia e as que tem ainda como futebol, patins e bicicleta colocam personagens com acessóriosespecíficos para não se machucarem.

Tirinha publicada em 'Cebolinha Nº 40' (Ed. Globo, 1990).


37 comentários:

  1. Tira de utilidade pública. Um alerta sobre manuseio e aplicação de cerol em um tipo de prática recreativa tão popular (ainda hoje) no Brasil.

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    1. Sim, além de divertir, passa reflexão sobre o perigo do cerol. Olhando por esse lado, se foi capaz cortar o Sol, imagine acidente que pode dar pra uma pessoa. Mesmo proibida a venda, muitos ainda usam.

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    2. Como tem Sol, lembra aquela tira contida na capa de As Melhores Piadas do Bidu nº5 Editora Abril. Eu tinha sete anos de idade quando vi pela primeira vez essa piada e a compreendi logo de cara, porém, ao mesmo tempo rolava dúvida se era o Bugu se afogando disfarçado de Astro Rei.

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    3. Na capa desse livro era o Sol mesmo, colocaram mãos nele pra dar ideia que estava se afogando desesperado, se deixassem só o círculo, teria ideia só que caiu no rio.

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    4. Pois é, como não há palavras nessa da capa desse pocket, consegui compreendê-la antes de ser alfabetizado, o que, claro, não é uma regra, nem todas do tipo são facilmente compreendidas por crianças não alfabetizadas, parte dessas totalmente desprovidas de palavras demorei para entender mesmo já sabendo ler e escrever.
      Na época já prestava mais ou menos atenção no comportamento do Bugu, quando essa edição chegou às bancas havia cinco ou seis meses que eu colecionava revistinhas da TM, mesmo sem saber ler percebia que o personagem era exibido, conflitava com Bidu e às vezes se disfarçava por conta de representar, atuar, daí, mesmo entendendo a piada, minha ótica em tenra idade às vezes deduzia a possibilidade de ser o cachorro amarelo, eu pensava:
      "Não tem olhos, boca e orelhas, quem está afogando deve ser o Sol em vez "dele" disfarçado disso!"
      "Dele" com aspas é porque na época não sabia o nome do pentelho e nem sabia se tratar de um cachorro, diferente de Bidu, Duque e Manfredo, sempre soube que são cães sem carecer de alguém para me dizer, já o nome do cãozinho azul passei a saber graças à minha tia uns três anos antes de me tornar colecionador de gibis da MSP.
      As Melhores Piadas do Bidu nº5 (Ed.Abril) fez parte da minha coleção, adquiri em 1990 ou 91.

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    5. Sim, o Bugu se disfarçava, seja para despistar o Bidu ou para fazer suas imitações e poderia ter sido ele, principalmente criança chegar a pensar isso. Mas neste caso específico, não é o Bugu, é o Sol personificado, apenas. Legal que você teve esse pocket e pena ter desfeito também, é item raro hoje.

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    6. Além de cerol,existe coisa pior,a linha chilena!
      Por esses perigos extremos é que motociclistas possuem,em seus veículos,antenas com a função de cortar essas linhas,antes que estas lhe cortem as cabeças!

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    7. Já li e já assisti a respeito dessa tal de linha chilena, caro Julio Cesar. Guilhotina de motociclistas, absurdo! Mexer com esse troço para fins recreativos é muita filhadaputagem (ou filha da putagem).

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    8. Verdade, Julio Cesar, linha chilena é pior ainda. Zózimo, incrível pais deixarem filhos mexerem com isso e normalmente são crianças e início da adolescência, grande perigo pra eles, falta de responsabilidade.

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    9. É que nós, em nossa bolha cuja referência é o modelo de família nuclear, a tal da família convencional, falamos muito em "pais", questão é que boa parte que mexe com essa estupidez extremamente danosa de linha chilena e até mesmo com o clássico cerol é formada por jovens que cresceram e crescem em outro(s) modelo(s) familiar(es), ambientes em que os membros exercem funções distintas do tradicional modelo, não havendo muita clareza nos papéis de cada ente familiar e com predomínio da dispersão entre os que integram esses lares.

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    10. Com certeza, Zózimo, tem muita da cultura antiga deles, o modelo que tinham, aí nem ligavam ou nem procuravam saber os perigos dessas coisas, deixavam levar.

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    11. O movimento iniciado no primeiro quadro é um rasante ou uma pirueta? Rasante é uma habilidosa e ousada manobra que consiste em descer a pipa ou papagaio e suspendê-la(o) quando está próxima(o) ao chão, coisa de quem domina a arte de soltar papagaio/pipa. Os movimentos desta brincadeira são citados em "O papagaio" - Cebolinha nº93 1980 e Alm. do Cebolinha nº8 1986. Desfecho dessa história chama minha atenção pelo fato de, certo modo, romper com o tema de forma radical e resumida, com Anjinho e Cebolinha "sorvetando" Cascão. Um bom roteiro com final à la Trapalhões, ou seja, um tanto simplório e inusitado, com eles gargalhando feito boa parte dos términos dos episódios de MOTU - Masters Of The Universe, no Brasil, popularmente conhecido(s) por He-Man.

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    12. Deve ser rasante. Apesar de eu ter essas edições com a história "O papagaio", não lembro muita coisa dela, só sei que é bem engraçada mesmo.

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    13. Verifique quando tiver um tempinho, Marcos. Final simplório e resumido, nada gritante, sutilmente destoa do restante da história.
      Engraçado o que ocorre na ilustração da capa de Cebolinha nº93 (1980), não condiz totalmente à história de abertura. Anjinho crucificado a um papagaio ou pipa, refém do Cebolinha, que provoca acidentes aonde passa. Alusões não fidedignas às HQs de abertura(s) são comuns em capas de revistinhas da TM do período Abril.

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    14. Tá bom, Zózimo, depois releio essa história. E capas da Abril muitas vezes não eram fidedignas com a história, gostavam de colocar o tema, mas criavam situações que não aconteciam na história ou simplesmente fazer uma piada em cima do tema da história de abertura. Bem normal e até gostava assim.

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  2. Olá. Boa tarde, Marcos. Eu sou JP, de Salvador-Bahia. Por gentileza, uma pergunta: é verdade, que, estão tendo os Relançamentos das Revistas Mensais e dos Almanaques Bimestrais da Turminha, é isto?. Eu aguardo respostas. Abraços.

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    1. Boa tarde. Estão tendo republicações de revistas e almanaques de cerca de 6 meses atrás. Abraços.

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    2. Ok. Muito obrigado, então, Marcos.

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  3. Eu quando criança lembro que queria fazer e brincar de pipa, mas meus pais nunca deixaram por causa da linha de anzol, ou por ser ''coisa de menino''. É, meus pais sempre foram superprotetores...

    Hoje eu vejo que eles tinham sua razão, mas ainda assim me dá uma tristezinha...

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    1. Eles estavam certos de ser perigoso porque sempre usam cerol, se não usasse seria de boa. Só não pode dizer que é coisa de menino, as meninas podiam brincar também se quisessem, é que antes dividiam muito o que era brincadeiras de meninos e as de meninas, hoje pessoal está mais tolerante em relação a isso.

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    2. Como eu sou do ínicio de 2000, naquela época as pessoas já eram mais frouxas e de boa com essas divisões, nos anos 80 para baixo era quando se mais determinavam quais brincadeiras/desenhos eram para meninos e para as meninas. Como meus pais cresceram nos anos 60/70, eles provavelmente ainda estavam com a ''cabeça no século passado''.
      Hoje em dia que as pessoas são muito mais relaxadas quanto a isso mesmo.

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    3. Sim, apesar de ter sido nos anos 2000, os pais tinham cabeça de século passado, por isso eles pensarem assim. Daqui uns anos quando os nascidos dos anos 2000 em diante tiverem filhos já vai ser diferente a mentalidade.

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  4. Eram essas coisas que me encantavam num gibi. Algo engraçado e que não pode ser realizado na "vida real". Gibi é fantasia, é abstrato, é ilógico e antes de tudo....É maravilhoso. Bela tirinha. Saudades de mais dessas nos gibis atuais.

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    1. Pois é, dá saudades mesmo, adorava essas fantasias, coisas impensáveis, gibi é pra isso pra gente imaginar e se divertir, fugir da realidade, pena que o povo de hoje pensa diferente e querem deixar tudo como na vida real.

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  5. Eu juro q ñ fazia a menor ideia do significado da palavra "Cerol" até ver esse post e ir pesquisar. Eu me pergunto qual a vantagem q aquele cantor q ñ sei o nome viu em passar esse tal de "Cerol" na mão.

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    1. É que na época ainda era comum crianças brincarem de pipa, ainda não tinham noção de que cerol era tão perigoso. Se a música fosse criada hoje e com a lei contra venda de cerol em vigor, nunca seria lançada essa música.

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    2. Caramba! Eu achava q essa música do Bonde do Tigrão fosse mais recente, mas é de 2001!

      O politicamente correto ficou implicando com essas histórias q, apesar de incorretas, poderiam ter um valor educacional do q as crianças ñ podem fazer, mas tá de boas tocar um funk super alto q fala um monte de besteira e influencia os jovens!
      Parabéns, empresas brasileiras! Com certeza estão fazendo um ótimo trabalho colocando ritmo de funk em suas propagandas! Pode confiar!

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    3. Essa de "passar cerol na mão" é gíria relacionada à libido masculina sendo estimulada por meio de masturbação.
      Empresas que inserem em suas publicidades, de modo mais ou menos remodelado, ritmos do dito "funk carioca"*, são um tipo de conduta corporativa diretamente associada à cultura woke, para passarem imagens de que se importam com as minorias, o que não passa de balela, falácia, conversa para boi dormir, problema é que a massa, por ser pouco (ou nada) esclarecida, compra essa retórica de maneira automática, acredita nas "ótimas intenções" desse universo corporativo.
      *Funk de verdade mesmo surgiu na década de 1960 e tem zero conexão com esse gênero musical "criado" na cidade do Rio de Janeiro - importaram para cá esse tipo de som. Isso é coisa do tal DJ Marlboro, que com sua influência introduziu a palavra inglesa às batidas que desembarcam no Brasil advindas do estado da Flórida (EUA), movimento musical que se origina nos 80's e que por lá nunca foi denominado por funk.
      Paizão do (F)funk mesmo é James Brown, ou pelo menos foi um dos fundadores desse gênero espetacular, completo oposto dessa tosqueira conhecida por funk carioca.

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    4. Sim, Adriel, é antiga e lamentável mesmo tantas coisas proibidas em histórias em quadrinhos, mas as crianças podem ouvir funk com letras incorretas, assim como programas de TV, filmes, novelas violentos, cheios de maldades e pornografia, em qualquer horário. Vai entender.

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    5. Oh, Zózimo, não sabia dessa gíria e duplo sentido dessa música, pensava que era só cerol de pipa mesmo, aí que piorou mesmo. Na época tinham muitas letras de duplo sentido e achavam de boa e nem ligava as crianças cantando isso. O verdadeiro funk mesmo é James Brown, primeiras de Kool The Gang, Tim Maia, etc, esses que valiam a pena, depois mudaram sonoridade, deixando funk pra esse estilo como vemos hoje e esses antigos adotaram que tocavam jazz e soul.

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    6. Mais ou menos tipo o "só quer vrau", ou seja, fuco-fuco, tchaca-tchaca na butchaca, furunfar... Diferença é que "passar cerol na mão" é conotativo, possui duplo sentido, o que confere maior criatividade ante esse tal de "vrau", que só cabe saber o significado do termo para entender o que é dito nessa canção. Só ouvi esse troço uma vez, nem sei dizer se é produto do funk carioca, dou zero de (I)ibope às sonoridades que soam rasas aos meus ouvidos "inzijentes".
      Não sei se Kool & The Gang é funk, tem jeito de ser, já Chic e Boney M. são. Tim Maia está mais para o soul. Existe um ponto de encontro entre soul, disco e funk, isto é, há canções em que esses gêneros ou estilos se misturam, só sei que tudo isso é maneiro demais.

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    7. Zózimo, nem perco tempo com esses funks cariocas, meu ouvido merece coisa melhor. A formação original do Kool & The Gang era funk, começaram assim e aí com o decorrer do tempo e outros vocalistas mudaram incluindo soul, disco e meados dos anos 80 o pop e o romântico. Com o vocalista mais conhecido, dá ainda pra ver influências de funk e soul na música "Ladies Night", ainda não era totalmente disco. E de fato esses 3 estilos se misturam, todos derivados um dos outros, eram muito bons.

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    8. Caramba, eu ñ fazia a menor ideia q o "funk original" foi corrompido pelo funk carioca. E eu ñ fazia a menor ideia q o James Brown foi um dos primeiros a trazer ao mundo o "funk original", q aparentemente ñ deve ter nada de inapropriado, pois houve até um episódio do desenho Super Mario Bros. Super Show q fazia referência ao cantor!
      Nunca q iria se passar pela minha cabeça q o tal cerol da música era uma apologia a masturbação. Estou enojado como tem coragem de tocar uma música dessa no volume máximo! E é triste q isso também tenha chegado a outros países. Como Zózimo disse, o gênero musical ñ é denominado "funk" no exterior, mas tem várias bandas/cantores q cantam músicas com letra e conotação idêntica ao tal funk carioca. Como exemplo posso citar: Nicki Minaj (q compôs Anaconda), Jason Derulo (q compôs Wiggle), Eva Simons (q compôs Hey mr. policeman), etc.

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    9. Adriel ,acabam os cantores estrangeiros tendo influências para criar algo parecido quando ouvem esses "funks" do Brasil.

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    10. Q tristeza. Tem um monte de gente por aí q acha ruim quando um estrangeiro menciona o Samba quando comenta sobre nosso país, mas essa gente tinha q agradecer a Deus q nem todo estrangeiro conhece o funk carioca. Samba pelo menos tem ritmo mais alegre e poucas vezes fala um monte de besteira.

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  6. Mas se o pai praticasse violência física com a mãe, eu ficaria ultrajado

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