Em maio de 1993, há exatos 30 anos, foi lançada a história "Apertem os cintos... o Chico subiu" em que o Chico Bento viaja de avião com o primo Zeca para o Rio de Janeiro e durante a viagem quase mata do coração um senhor que tinha pânico de avião. Com 14 paginas, foi publicada em 'Chico Bento Nº 166' (Ed. Globo, 1993).
Capa de 'Chico Bento Nº 166' (Ed. Globo, 1993) |
Seu Borges, que já estava aflito a conversa toda, sai desesperado da cadeira falando que não sabe nadar. A aeromoça o coloca no lugar, pergunta se quer calmante ele grita que quer estar lúcido quando caírem na água. Os passageiros ficam espantados se vão cair na água e a aeromoça os tranquiliza, dizendo que é só um caso de nervosismo natural e mandam ficar em seus lugares.
O comandante manda apertarem os cintos que vão decolar, Chico acha que o avião não descola nem que a vaca tussa. O avião começa a andar, Chico diz que faz força, mas não voa, até que voa de verdade, Chico se convence que voou, mas acha que logo cai e Seu Borges cheio de medo ouvindo.
Zeca manda Chico parar de história, perdeu a aposta e Chico resolve pagar com o tem de mais valor, o seu sapo Onório. Zeca grita que o primo levou sapo para o avião, Onório foge assustado e os passageiros se assustam com o sapo rodando o avião. O comissário consegue pegar o Onório e avisa ao Chico que vai levar o sapo ao compartimento de carga junto com outros animais. Chico fala que Onório vai ficar traumatizado sozinho quando o avião cair. Zeca manda o primo parar com isso porque está assustando o senhor.
Chico se apresenta ao Seu Borges e pede desculpas e não precisa ele se preocupar porque se o avião cair, do chão não passa e dá um lençol velho para servir de para-quedas quando o avião cair, só que estava furado e aí deseja que nada de mal vai acontecer. Chico pergunta ao Seu Borges se ele tem se confessado os pecados dele na igreja, não é por nada, mas é bom estar sempre em dia, caso morrer de repente, ele confessou ontem e sempre reza para São Pedro, seu chapa. Seu Borges treme de pânico.
O comandante avisa que estão chegando ao destino do Rio de Janeiro e mandam todos apertarem os cintos. Chico duvida que o avião pousa e Zeca aposta com ele que pousa e se ganhar, devolve o sapo para o Chico. O avião abaixa e Chico fala que não está pousando, está despencando, caindo. Avião aciona rodas e posa e Chico se convence que o avião funciona mesmo.
Na saída, a aeromoça agradece aos passageiros e que viajem sempre na companhia deles e quando vê Chico Bento com o primo e o tio, ela fala que tem outras companhias melhores. Seu Borges sai carregado por enfermeiros de maca desmaiado. Chico pergunta para o primo o que vão fazer no Rio de janeiro, Zeca fala que vão conhecer o Pão de Açúcar e o Corcovado e Chico pensa que era um pão doce gigante e um camelo com corcovas.
No final, passam uns dias e Seu Borges e sua família estão em avião de volta para São Paulo e Seu Borges pergunta para aeromoça se o avião é seguro, se já checaram tudo e a lista de passageiros. A aeromoça pergunta se isso é medo de avião e o filho responde que é medo de Chico Bento.
História engraçada demais em que o Chico Bento foi viajar de avião e cismou o tempo todo que não iria decolar, que iria cair, que não iria pousar, perturbando e assustando o Seu Borges, que já tinha pavor de avião e ficava mais desesperado quando Chico falava. O avião não caiu e pousou normalmente, mas Seu Borges acabou precisando sair de maca, desmaiado, e depois até perdeu medo de avião, só que agora traumatizado em reencontrar o Chico Bento em um novo voo, ninguém merece encontrar um Chico Bento em viagem de avião.
Chico estava impossível, foi um verdadeiro pestinha, o Seu Borges sofreu com ele, já tinha pânico e com as bobeiras do Chico, o senhor quase enfartou e prova que Chico não tinha medo de morrer, mas preocupado em ganhar aposta com o primo que avião ia cair. Fica até dúvida se o que Chico falava com seu Borges era na inocência ou de caso pensado, já sabendo que o senhor estava com medo e ficou na imaginação do leitor se nesse voo de volta, o Chico decolou também, muito bom.
Foi hilária do início ao fim, foi de rachar de rir com Chico fazer ginástica quando mostravam posições das coisas no avião e abrir guarda-chuva achando de fato que ia chover máscaras na despressurização, os outros passageiros com medo de que eles iam cair na água e com o sapo no avião, chamarem avião de treco e trambolho, Chico falar com Seu Borges que se avião cair, do chão não passa, dar um lençol velho e furado para servir de para-quedas, perguntar se confessou na igreja, já prevendo morte deles, Chico tomar todos os sucos que seriam os últimos que ele tomava e a manobra do avião pra baixo, desesperando Seu Borges e aeromoça mandar Chico visitar outra companhia de avião. Nunca ri tanto lendo uma história em quadrinhos, Chico Bento em 1993 estava sensacional, encontraram a personalidade e o humor certos para ele.
As histórias do Chico com o primo Zeca na cidade eram as melhores, era hilário ver o Chico retardado com as coisas na cidade, não sabendo o que era e dando seu jeito. Nessa, incrível ser tão tapado de nunca ter ouvido falar de ponte área, Pão de Açúcar e Corcovado, pontos turísticos da cidade, achar que ponte área é ponte com asas que voa e Pão de Açúcar, um pão doce e Corcovado com camelo, nem na escola foi falado, pelo visto. Teve palavra (des)pressurização, realmente é difícil criança saber o que é de cara, Chico estava certo em não saber o que era, coisa boa que acaba os leitores aprendendo significados de novas palavras e grafias com leituras de gibis.
Só lendo o título já acha engraçada. O título teve referência ao filme "Apertem os cintos, o piloto sumiu!", um clássico do cinema. Apesar de na época estar bem frequente histórias parodiando roteiros de filmes de sucesso do cinema, a paródia dessa vez foi só no nome do filme no título e não na história do filme. As semelhanças ficam em queda de avião e na comparação de que seja piloto sumir ou Chico subir em um avião, é loucura e confusão na certa.
Legal que a viagem foi para o Rio de Janeiro, onde Chico nunca tinha ido. O pai do Zeca, Seu Rodrigo, foi com eles, mas nem falou nada, só figuração, foi mesmo para mostrar que as crianças não estavam viajando sozinhas, nesse caso. Apesar de normalmente as crianças terem autonomia nos gibis naquela época, mas para viagem de avião sozinhas seria demais. Não foi primeira história do Chico em um avião, ele já tinha andado na história "Oba! Vô andá de avião!", de 'Chico Bento Nº 83' (Ed. Abril, 1985), muito engraçada também e uma das primeiras com o Chico adotando essa personalidade de um matuto burro na cidade. Como nunca teve uma cronologia na MSP, aí nessa de 1993 também adotaram que foi a primeira vez que o Chico viajou de avião, porém ele viajar para o Rio de Janeiro, de fato, foi primeira vez.
Os traços ficaram muito bons, era ótimo ver desenhos assim. Infelizmente não fazem mais histórias assim hoje em dia, gostam de colocar só o Zeca na roça, sem ter esse brilho de quando era Chico na cidade. É incorreta hoje por conta de Chico causar pânico ao senhor, sofrimento dele, podendo até morrer de tão desesperado que ficou, Chico ser retratado como lerdo e não conhecer coisas óbvias da cidade, mesmo para quem não morava lá, Chico sair da cadeira com avião em movimento, ter sapo em avião. Teve um erro do Chico falar de boca fechada no segundo quadrinho da 11ª página da história (página 13 do gibi), erro bem comum na época. Muito bom relembrar essa história marcante há exatos 30 anos.
Cristo Redentor e Pão de Açúcar,exatamente nessa ordem,são os dois principais ícones da cidade do Rio.
ResponderExcluirO Cristo não é citado direta e nominalmente,mas é ele quem figura no (morro do)Corcovado.Parênteses:se fosse citado o nome Cristo,Chico acabaria impondo mais terror ao Seu Borges,com essa história de morte.
Antigamente,eu,carioca nato,confundia o Corcovado com o Pão de Açúcar,pois este,junto com o morro da Urca,formava algo parecido com a corcova dupla de um camelo(se for única,é um dromedário),e achava que o Cristo era só a estátua,sem menção ao nome do morro do Corcovado,que eu ignorava.
Outra confusão que ocorre: as cabines do teleférico do Pão de Açúcar foram apelidadas de "bondinhos" porque,no começo da operação daquele transporte,em 1912,as cabines da primeira geração eram muito parecidas com os bondes que circulavam na cidade,os de Santa Teresa,inclusive,que existem até hoje(com novos veículos,de mesmo visual dos antigos).
ExcluirEm 1972,hegou a segunda geração de cabines,maiores e panorâmicas,que em nada lembravam as antigas,mas o nome "bondinho" nunca "descolou".Em 2008,houve a troca pela atual terceira geração.
Mas não é essa confusão da qual falo.Agora é que ela vem:
Para o Cristo/Corcovado,o principal transporte para se chegar lá é o trem,o trem do Corcovado,da E.F. do Corcovado,inaugurado em 1884.Aliás,foi a primeira ferrovia do Brasil a ser eletrificada,lembrando que o Rio era capital federal na época.
E a confusão?Pois bem.Como,de alguma forma,muita gente confunde Corcovado com Pão de Açúcar,acaba chamando o trem de "bondinho".
Com certeza se fosse falado nome de Cristo Redentor na frente do Seu Borges, o Chico ia atazanar mais ainda o senhor. Eu também ignorava o Corcovado e normal mesmo chamarem o trem de bondinho até hoje.
ExcluirOutra que eu tive. De facto muito boa, mas nao foi a que mais me fez rir - isso foi com 'Natal Rural', tambem do Chico.
ResponderExcluirMas olhem uma coisa - aquele sapo nunca mas nunca teria passado no controlo de seguranca! O Chico ia se 'ferrar', o Onofre ia ficar retido.
Outra coisa, Marcos - escreve-se 'pousar' e nao 'posar'.
História muito legal, "Natal rural" também me fez rir bastante, outra excelente também. O sapo não deveria ter passado, mas, sabe como é, histórias em quadrinhos, tudo pode.
ExcluirEssa personalidade meio abobada do Chico rendia excelentes roteiros. Confusões nas viagens do Chico eram bem engraçadas, lembro de uma viagem de ônibus do Chico para a cidade, que ele ficava falando e contando casos sem parar com um homem, que só queria viajar sossegado e Chico ficou enchendo o saco dele o tempo todo, inclusive com galinha indo parar na cabeça do homem e outras confusões. Na viagem de volta, o homem vendo que o Chico pegou o mesmo ônibus dele de novo, ele preferiu viajar a pé mesmo, correndo em desespero. Lembrou o caso deste senhor ai dessa história postada, com Chico atazanando o tempo todo. Curioso é que o primo Zeca parecia ter uma condição financeira muito bem estabelecida, afinal, viagem de avião naquela época era algo viável somente para quem tinha bastante dinheiro. Até o comportamento do Zeca meio que "playbozinho" e sempre tendo itens modernos e caros ratifica essa condição financeira mais favorável da família dele. Literalmente, o Chico era o primo pobre e humilde. Via-se que o Zeca muitas vezes, perdia a paciência com o excesso de inocência do Chico, mostrando-se até meio antipático. Por isso, eu particularmente, não gostava muito do primo Zeca, achava ele muito "tiradinho" e arrogante. Como os roteiros atuais estão completamente desfigurados, então Zeca se tornou apenas um personagem comum, como qualquer outro.
ResponderExcluirEu lembro dessa do Chico com o cara do ônibus, pintou e bordou com o cara, muito engraçado e precisou viajar correndo do que aturar o Chico mais uma vez em viagem. Ótima fase do Chico. E o Zeca era impaciente com o Chico, não queria aturar as bobeiras dele, por isso era grosseiro. Até que eu achava engraçada essa personalidade do Zeca, mas como você falou, hoje ele não é mais assim, difícil ter um personagem que não mudou, todos são iguais agora, sem identificação.
ExcluirEu respeitosamente discordo, Ricardo. Nessas histórias sempre fiquei do lado do Zeca ao invés do Chico. Muita coisa que o Chico fazia era vergonha alheia mesmo, como naquela história do shopping em que ele não sabe que tem comprar calçado e depois nada na fonte do shopping! Sem palavras isso aí. Ou naquela do restaurante também, em que o Chico quase faz escândalo, compra gato por lebre... Eu não culpo o Zeca por perder a paciência, porque no lugar dele eu também ficaria sem saber aonde enfiar a cara.
ExcluirNa verdade, acho meio forçado como o Chico fica mais lerdo ao extremo nessas histórias, eu sei que ele é do interior e não conhece as coisas, mas os roteiristas as vezes transbordavam e forçavam a barra para ficar cômico. Tipo, menino realmente não sabe que precisa pagar quando vai ao shopping?? Isso me irritava um pouco as vezes. Outros já acham engraçado.
Espero que não me leve a mal por discordar de você nesses pontos. (ah, também conheço essa história do ônibus, acho bem engraçada mesmo, e o Chico não é forçado nessa, é ele simplesmente querendo aproveitar viagem e fazer um amigo no ônibus, e os problemas que ele causa são por inocência. Gosto dessa por isso).
Isabella, realmente forçado Chico não saber das coisas da cidade, nunca ter ouvido falar nem de escada rolante, por exemplo, até quem mora no interior do interior sabe essas coisas, mesmo nunca ter ido. Intenção dos roteiristas era pra dar graça e nos quadrinhos, tudo era possível, até esses absurdos. Eu achava engraçado por ser ficção. Quanto ao Zeca irritado, tinham vezes que ele tinha razão, estava passando vergonha ao lado do Chico, outras coisas podia relevar porque o Chico fazia ou falava na inocência.
ExcluirIsabelle, nos anos 80 e 90 não era tão comum haver 'shoppings' - então é natural que as crianças do interior (da roça mesmo) não soubessem o que era, porque também muitas vezes não tinham televisão. Eu próprio cresci bem no meio da maior cidade de Portugal, e os 'shoppings' desses mesmo grandes só chegaram ao meu País quando eu já tinha uns 5 ou 6 anos, e só fui a um já mais velho. Antes, só havia centros comerciais de bairro, menores e mais localizados. Até mesmo o maior desses, que chamavam de 'shopping', e que ainda hoje existe, não é tão grande assim, e nem tem escadas rolantes. Assim, percebo que o Chico não conhecesse nem entendesse a experiência do mesmo modo que o Zeca, que provavelmente vai a esse 'shopping' todas as semanas, ou pelo menos com mais frequência.
ExcluirTem certas gafes do Chico que me parecem naturais, outras me parecem mais forçadas mesmo... nessa mesma do shopping, o Chico não saber o que é escada-rolante é de boa para mim, porque nos anos 80 era invenção recente e o Chico não estava nem acostumado a escadas normais na roça. Então essa parte foi de boa. Mas ele não saber que se compra calçado e SE PAGA foi forçado, porque existem armazéns na roça. No sítio ninguém dá nada de graça também, assim como na cidade, então o Chico deveria ter mais noção nessa parte. Há certos aspectos da cidade que não são TÃO diferentes da roça. Ás vezes parecia que trocavam o Chico pelo Zé Lelé nessas histórias. Imagina Zé Lelé na cidade grande...
ExcluirDe fato, a relação entre o Chico e o Zeca é meio que a mesma entre Chico e Zé Lelé. Chico repetia com Zeca o que sofria com Zé...
Isabela, tudo bem que discorde de mim, cada um tem um ponto de vista. Mas, pra mim, o Zeca era chato, arrogante, tiradinho, independente da vergonha que passava com o Chico. Minha visão. Até pq a intenção dessas histórias era mesmo realçar a inocência do Chico para dar uma dose maior de humor ao roteiro. O exagero era intencional, era pra dar um ar pastelão mesmo. E, na maioria das vezes, funcionava, pq o humor sempre foi uma característica muito marcante nas histórias em quadrinhos, diferente de hoje em dia.
ExcluirTem também o fato que costumavam retratar o Chico com característica de caipira dos anos 1950, 1960, que não tinham muito conhecimento de coisas, nem tinha energia elétrica em casa, sempre quiseram retratar e preservar como era a infância do Mauricio de Sousa e a base como ele criou o Chico, por isso essas ignorâncias dele quando estava na cidade.
ExcluirRicardo, isso é ótimo para você. Eu também acho melhor assim, prefiro mil vezes uma história assim do que as de hoje, tudo insossa e sem inspiração. Não tenho NADA contra politicamente incorreto, certamente não sou como aquelas mães que ficam ligando para MSP e reclamando de cada coisinha, longe de mim. Mas eu estaria sendo hipócrita se dissesse que gosto de TODOS os aspectos disso, algumas pequenas coisas eram demais para mim de certa forma. Já você gosta, acha tudo engraçado, não tem problemas com nada disso. Isso é ótimo. Eu invejo isso. Queria essa capacidade de poder desfrutar de tudinho (sem exceção) com leveza.
ExcluirDe qualquer forma, praticamente todos concordamos que a turma era anos-luz de distância melhor nessa época. Mesmo com certos ''constrangimentos'' da minha parte, eu não mudaria nada e gostaria que estivessem assim até hoje e para sempre. Os gibis de hoje só me fazem chorar em vez de rir.
Áliais, essas histórias de Chico e Zeca me lembram aqueles filmes do Pateta que eu assistia quando criança. Que o Max sempre passava vergonha com as palhaçadas do pai, e era taxado de arrogante e ingrato por isso! Mas quando seu pai é o Pateta né... me passa mesma vibe.
Eu já ouvi falar nessa historiinha que vc citou, mas não lembro o nome.
ExcluirAquelas rodas,pneus do avião,se chamam trem de pouso.Será que foi um mineiro que adaptou o nome dele no Brasil?
ResponderExcluirQuem sabe foi, difícil saber quem adaptou o nome.
ExcluirAcho que nunca foi mencionado para qual clube Chico Bento torce, nesse quesito só abordam o quarteto do Limoeiro e mais o angelical guardião desse bairro, portanto, através desta história parece que não torce para clube paulista, porque do modo como fica "urubuzando" a viagem e aonde desembarca, sugere algo, sei lá... Verdade é que futebol não é o forte do caipirinha nas HQs antigas, só lembro de uma que abre com os primos matutinhos brincando disso, aquela do tomatão do Nhô Lau que tinha tudo para ser campeão em um evento agrícola, até Zé Lelé cruzar o caminho da portentosa fruta.
ResponderExcluirFutebol não é muito foco nas histórias do Chico, mas tiveram algumas com ele jogando. Já time dele nunca vi mesmo ou pelo menos não lembro. Provavelmente algum de São Paulo, onde eles moram, se já foi falado um dia.
ExcluirHá quem torça para dois, três ou mais clubes brasileiros, é estranho, mas existe gente assim, lembro que Jô Soares nos divertia quando tocava nesse assunto, sempre usando o contrabaixista Bira como referência dessa prática meio desnorteada, até que há certa coerência, pois quem é multitorcedor nunca torce para dois ou mais do mesmo estado, sempre um por estado, o que comprova não ser coisa de esquizofrênico, é só falta de foco mesmo. Com base nessa cultura afoita Cascão deveria torcer para dois clubes que têm mais a ver com ele do que o Coringão, devido aos mascotes o personagem deveria ser palmeirense e flamenguista.
ExcluirNão sei bem ao certo se é verdade, mas acho que já vi em algum lugar que o Chico era Corintiano, mas nada confirmado. E Cascão nos anos 1960 torcia para o Santos, mas depois viram nos gibis que ficaria melhor torcendo para o Corinthians.
ExcluirEscudo do Corinthians contém remos e âncora, instrumentos cujas funcionalidades se dão em água, outrossim regatas só funcionam sobre a água e é o que representa a segunda letra da sigla CRF, contudo, seria adequado se Cascão torcesse para dois clubes, um paulistano, um carioca, urubu é um dos animais favoritos dele, tem porquinho de estimação, daí, por questão de maior identificação, entre Palmeiras, Flamengo e Corinthians o que menos lhe representa é o de Itaquera, isto é, o Coringão.
ExcluirO caráter espezinhador de Cebolinha e o gênio propenso à animosidade inerente à Mônica refletem melhor a média comportamental corintiana.
Quem encaixou bem foi Anjinho como são-paulino, como há outro grande clube com santidade no nome, se torcesse para o Santos seria tão adequado quanto, já torcer para os dois seria esquizofrênico, pois são do mesmo estado.
Colocaram Magali como santista por apreciar peixes enquanto iguaria, ainda que boa parte das pessoas saibam que baleias são mamíferos, daí, diante desse impasse culinário-futebolístico ou do futebol gastronômico, também mais adequado que torcesse para dois, mais a ver como palmeirense e vascaína, carne de baleia é assaz elitista, sem contar que queima filme ante determinadas ONGs, feijoada e bacalhau* combinam mais com a condição financeira da família dela.
*Hoje em dia bacalhoada ainda é um prato relativamente popular em terras tupiniquins, certamente que não é comida de pobre, porém, classe média baixa dos 1980 tinha contato com a saborosa iguaria pelo menos uma vez por ano, afirmo por experiência própria.
Sim, os outros se encaixaram bem com os times escolhidos, bem de encontro com as personalidades deles.
ExcluirSei porque escolheram Cascão para ser corintiano, é pela aparência de pobre, como o Corinthians, por possuir uma das maiores torcidas dentre os clubes brasileiros, representa a massa, maioria da população brasileira não é composta por cidadãos ricos.
Excluir"Sei POR QUE escolheram(...)"
ExcluirNeste caso a preposição e o pronominal relativo são separados.
Acho que foi isso mesmo, o Cascão era o mais pobrezinho da turma e representa a massa populacional, Corinthianster maior torcida de São Paulo. Cascão foi o primeiro a ter um time definido, os outros personagens ficaram definidos só meados dos anos 1990, antes em cada história tinham um time diferente, inclusive Cebolinha.
ExcluirMauricio já falou uma em uma entrevista que a Mônica é São-Paulina por causa do vestido vermelho e também para representar o time do Mauricio, como é a personagem principal e baseada na filha dele, Mônica teria que ter o time do seu criador.
ExcluirMuito boa essa hq, Marcos nunca tinha visto antes... a proposito até essa capa tbm rs ;) http://blogdoxandro.blogspot.com/
ResponderExcluirMaravilhosa. Pensava que você conhecia essa, muito boa toda a revista.
ExcluirAs histórias do Chico na cidade são, assim... um sentimento misto para mim. Muitas delas são engraçadas, como a do trampolim, tem umas tiradas muito boas. Mas... tem cenas que me dá uma certa vergonha alheia, porque os roteiristas ás vezes exageravam muito pro Chico ser ingênuo e lerdo, que ás vezes parecia uma forçação de barra. O menino é caipira, veio do interior, então naturalmente não conhece certas coisas, mas ainda assim acho que exageravam na dose ás vezes. Aí o que deveria ser engraçado acaba parecendo vergonha alheia para mim (a do trampolim, por exemplo, o Chico pareceu mais natural, ainda era ingênuo e cometia gafes, mas sem exagerar na dose).
ResponderExcluirMas essa história aí, muito boa! A aeromoça muito engraçada, com algumas tiradas muito boas. Mas eu fiquei com uma pena danada do Senhor, minha mãe também tem medo de avião, e é bem dificil. E eu não pude deixar de ficar com uma ''raivinha'' do Chico, porque parecia que ele fazia de propósito ás vezes, tipo de sacanagem e não se mancava. E ainda sai da história sem aprender nada, né Chicão? História ótima e bem-bolada, mas tem umas que você não pode deixar de ficar com certa raiva do Chico.
(Aliais, sempre tive essa dúvida: acho estranho o Chico e o Zeca se visitarem com frequência, mas os respectivos pais dos dois nunca se visitarem, apesar de serem teoricamente irmãos?)
Isabella, parece que roteirista tinha intenção do Chico agir na inocência, não se mancava que estava sendo inconveniente, embora tinha vezes que parecia que sabia que estava sabendo que o senhor tinha medo de avião e queria perturbar. Nessa ficou dúvida mesmo. E eles gostavam de mostrar só a interação dos primos, por isso os pais do Zeca raramente eram vistos na roça assim como os pais do Chico na cidade, muitas vezes mostravam as crianças chegando sozinhos de viagem de ônibus. Hoje ainda não mostram os pais deles nessas histórias, mas subtende-se que os pais levaram eles porque não é mais permitido crianças viajarem sozinhas.
ExcluirFabiano, eu achava muito divertidas histórias assim, de fato o título foi paródia do filme, só não contou a história do filme dessa vez, o que era bem frequente na época. O que poderiam eram voltar a ter tirinhas em jornais e sem se preocupar com crianças nesse caso já que tinham todos os públicos e deixarem as histórias mais infantis nos gibis porque agradaria a todos nos jornais.
ExcluirEu entendo o porquê de não mostrarem os pais dos dois, querem dar devido foco a Chico e Zeca, e na boa acho que tem que ser assim mesmo. Não faço questão NUNHUMA dos pais nessas histórias, para agilizar mais e ir direto ao ponto que importa. Mas ainda assim, uma vez meu primo me apontou isso ''estranho, o Seu Bento e o Pai do Zeca parecerem nunca se falar, nem se contatarem. Tipos, os filhos se visitam, mas os irmãos nunca sentem falta um do outro''. Não pude deixar de ficar com isso na cabeça...
ExcluirDe qualquer forma, bem melhor assim. Isso de hoje em dia os filhos ficarem sempre grudadinhos nos pais, terem permissão para tudo é muito chato mesmo, limita muito histórias. Antigamente tudo mais solto agilizava e melhorava bem a trama mesmo.
Aliais, tem alguma história com inversão de papéis, tipo Chico perde paciência, fica irritado com Zeca, que entende errado, meio que? Seria engraçado essa inversão de papéis.
E admito que o Chico é um personagem que estou sempre trocando de sentimentos... tem histórias em que eu rio dele, tem histórias que fico com raiva dele, algumas outras que sinto pena dele, ainda tem aquelas que ele me dá vergonha alheia... No final, tudo em tudo, é meio difícil dizer como me sinto sobre ele. O que posso dizer é que ele é imprevisível, isso é o bom dele, o melhor dele. Você nunca sabe o que esperar dele.
ExcluirIsabella, ate pode os pais do Zeca estarem em outros pontos da casa conversando com os pais do Chico, mas preferem colocar as interações entre os primos, tudo pra agilizar mesmo. Não lembro do Chico perdendo a paciência com o Zeca, só quando ele cantava a Rosinha, que aí o Chico batia no Zeca. Já discussão entre eles sobre Chico se irritar em Zeca não saber das coisas da roça, por exemplo, não lembro, Chico até era compreensível ao explicar coisas da roça para o primo.
ExcluirAh, sim, porque para testar a paciência do Chico já tem o Zé Lelé, o maior bocoió. Como comentei acima, a relação dele com Zeca é quase que uma inversão da dele com Zé... O Chico repetia com o primo da cidade a mesma irritância.
ExcluirAgora, me ocorreu... como seria se Zeca conhecesse Genesinho? O filho do coronel que tem tudo de bom, acho que o Zeca conseguiria disputar com ele só porque vem da cidade, e também tem jeito de playboy de certa forma. Tu acha que seria interessante esse embate?
Sim, Chico com Zé Lelé era o oposto, Chico que se irritava com as lerdezas do Zé, aí Chico podia saber o que o Zeca sentia. Seria interessante encontro do Zeca com Genesinho, talvez embate ficaria na riqueza, de Genesinho ser mais rico e ter mais coisas que o Zeca.
ExcluirAh, que pena que vai desativar o outro blog. Tudo bem, depois tiro da lista. Abraço.
ResponderExcluirErros:
ResponderExcluirSapato esquerdo do Zeca, penúltimo quadro da segunda página (pág.4).
Camisa azul no pai do Zeca, quarta e oitava páginas (6 e 10).
Aeromoça com pernas não curvilíneas (retas), antepenúltimo quadro da quinta página (7).
Balão com onomatopeia de sapo conectado ao de uma passageira, último da oitava (10). Embora estranho, é plausível que assustada tenha reproduzido o coaxar do bicho, porém, distância entre os balões não é curta, além disto, caso seja voz dela, teria de haver tom de surpresa, "Ribbit?" ou "Ribbit?!", é aceitável que ela tenha falado, mas, como é aparentemente adulta, soa como algo de quem não regula bem ou de quem perde a compostura de modo excêntrico diante de determinados sustos e medos.
São erros mais imperceptíveis, principalmente o sapato do Zeca e mais notável a camisa do pai dele. E quanto a onomatopeia, acredito que os passageiros estavam imitando o sapo, ficaram espantados e se perguntavam se tinha mesmo um sapo no avião, quem não o viu, só ter ouvido comentários. Tem também outro passageiro falando a onomatopeia, não só a mulher.
ExcluirAcho que a proposta do roteiro no último quadro da oitava página (pág.10) são os dois balões contendo "Ribbit!" de fato sendo proferidos pelo batráquio que, propositalmente não aparece ao percorrer em meio aos passageiros que se agitam indicando o trajeto do animal, narrativa visual esta que ficou excelente, pena que erroneamente conectaram balões de dois personagens.
ExcluirOutro detalhe neste quadro é uma poltrona rosa, o que nem é propriamente um erro se levarmos em conta que é plausível algo do tipo existir na vida real, isto é, qualquer um de nós pode eventualmente presenciar nos interiores de aeronaves de grande(s) porte(s) destinadas a transportarem passageiros uma ou mais poltronas que diferem das demais por meio de cores e também por meio de formatos distintos da maioria, ou seja, é um "erro acertado" de colorista, quando o errado dá certo.
De todos os erros identificados, nenhum é gritante, piorzinho é o das pernas da bela aeromoça, porque embora passe batido pela maioria dos leitores, o que prova que este não é um errinho qualquer é imaginarmos personagens masculinos adultos magros vestidos como aeromoças, Louco, Rolo, Seu Antenor, Seu Juca, Zecão, etc, todos apresentariam pernas retas na forma que o desenhista colocou nela no antepenúltimo quadro da quinta página (pág.7).
Tem razão, o sapo estava em baixo sem visão da gente, teve um posicionamento errado dos balões, podia ser mais um pouco afastado dos desenhos dos passageiros. O da poltrona acabou sendo erro acertado e o da aeromoça, erro maior.
ExcluirAlguém mais achou a aeromoça parecida com a mãe da Mônica?
ResponderExcluirConcordo, tem lembrança da mãe da Mônica, sim.
Excluir