sábado, 21 de setembro de 2024

Cebolinha: HQ "A travessia"

Em setembro de 1994, há exatos 30 anos, era publicada a história "A travessia" em que o Cebolinha tem que passar do banheiro para o quarto sem que a Mônica e a sua paquera Juliana, que estavam na sala, o vejam pelado. Com 14 páginas, foi publicada em 'Cebolinha Nº 93' (Ed. Globo, 1994).

Capa de 'Cebolinha Nº 93' (Ed. Globo,1994)

Cebolinha está tomando banho quando a mãe, Dona Cebola, avisa que tem visita na sala para ele. Cebolinha fica chateado por ser bem na hora do banho, acha que deve ser o Cascão por terem marcado jogar bola e chegou mais cedo. Cebolinha vê que não tem toalha e nada para se secar e resolve ir pelado até o quarto e o Cascão não ia ligar de vê-lo pelado, quando vê que era a Juliana, a menina mais fofa da rua, junta com a Mônica, a menina mais forte, e não pode passar pelado pela sala até o quarto.

Mônica reclama da demora do Cebolinha e quer  voltar mais tarde e Juliana quer ficar esperando porque já estavam lá. Mônica não sabe por que ela faz tanta questão de falar com o moleque bobo, Juliana diz que acha o Cebolinha um amor de garoto e Mônica fala que tem gosto para tudo. Juliana elogia que ele é sensível, educado, inteligente, gatinho, etc, deixando Cebolinha nas nuvens e Mônica pergunta se ele é tudo isso, por que está deixando elas esperarem. Juliana acha que aconteceu um imprevisto e vai explicar tudo quando chegar.

Cebolinha tem que dar um jeito de aparecer logo, tem ideia de passar correndo pela sala e elas nem vão notar que estão pelado, mas imagina que elas viram com a decepção da Juliana e a Mônica dando soco de vergonha que viu. Cebolinha diz que é uma encrenca, se pergunta o que pode ser pior, quando ouve Juliana que está com vontade de ir ao banheiro e Mônica querer levá-la até lá. Quando elas vão para lá, Cebolinha disfarça que é uma estátua de anjinho peladinho. Mônica acha que é esquisito, Juliana acha que parece o Cebolinha com o nariz pequenininho e Mônica diz que o nariz pequenininho e o resto também.

Cebolinha tenta aproveitar para sair dali, mas Mônica volta logo e ele fica em outra posição. Mônica estranha a posição diferente e acha que nem é estátua e quando vai tocar, Juliana sai do banheiro e elas voltam para a sala. Mônica acha que o Cebolinha está fazendo elas esperarem de propósito, Juliana aposta que ele vem em 5 minutos e Mônica aposta que se não chegar dentro desse tempo, é provado que é um moleque.

Cebolinha acha que agora é questão de honra, vai ao banheiro e sai pela janela, dar a volta pela casa do lado de fora e entrar pela janela do quarto dele. Além do sufoco que passa como quase ficar entalado na janela, cair com bunda no chão e força para abrir janela do quarto, várias mulheres e meninas o viram pelado na rua.

Chegando no quarto, troca de roupa, passa perfume e vai ao encontro da Juliana, faltando segundos para acabar o prazo da aposta. Mônica reclama que esperaram por 2 horas, Cebolinha se desculpa porque estava se arrumando para ver meninas tão lindas. Juliana confirma que ele é sensível, educado e inteligente e diz que ia tomar sorvete com a Mônica e pensou em convidá-lo. Cebolinha aceita e eles vão para a sorveteria. Mônica estranha que a estátua não estava mais ali, Cebolinha diz que a mãe deve ter tirado e afirma que a Mônica gostou daquela estátua. 

Cebolinha fica aliviado que se livrou de uma situação superchata quando, em frente a casa, várias mulheres e meninas estão furiosas, o chamando de carequinha sem-vergonha, que pulou a janela pelado e que saiu correndo nu em frente aos olhos inocentes da sua filha. Dão vassouradas nele e depois Mônica dá uma coelhada na cabeça dele, dizendo que agora lembra de uma estátua de anjinho pelado e o chama de desaforado, e Juliana vai embora chorando e decepcionada.

Cebolinha fica irritado, dá pulos se perguntando o que mais falta lhe acontecer, quando a bermuda rasga a costura, ficando com cueca a mostra. No final, fica atrás de uma moita em frente a sua casa até de noite, esperando que ninguém mais passe pela rua para só assim poder voltar para casa.

História muito engraçada em que o Cebolinha tinha que ir pelado do banheiro ao seu quarto para colocar roupa só que não contava que a Mônica e a Juliana, menina que estava apaixonada por ele, estavam esperando na sala. Passa vários sufocos para elas não o verem nu até ter ideia de passar do banheiro para o seu quarto pelo lado de fora da casa. A princípio consegue, mas não sabia que várias mulheres e meninas tinham visto pelado na rua, ficaram constrangidas e deram vassouradas nele bem na frente da Mônica e da Juliana. No final, fica sem a Juliana e ainda rasga a bermuda e tem que ficar escondido atrás da moita até ninguém na rua passar e não ter outra vergonha.

O Cebolinha se deu muito mal dessa vez, apanhar de todo mundo e ainda ficar sem namorada e ficar horas na rua para não passar outra vergonha com bermuda rasgada. Ele tinha que ter levado para o banheiro a roupa que ia se trocar após o banho, independente de ter visita ou não em casa, se tivesse levado roupa, nada disso teria acontecido. Nem precisava ficar na moita só porque a bermuda rasgou, para quem andou pelado na rua, andar de bermuda rasgada era nada, fora que ainda estava de cueca, nem é vergonhoso isso. 

Cebolinha vive xingando que a Mônica é gorducha, mas vimos que ele é bem gordinho também, a ponto de até ter dificuldade passar pela janela do banheiro. As mães na história não deviam implicar só porque o Cebolinha estava nu, era só uma criança, tinha nada de atentado ao pudor e que pudesse traumatizar as filhas delas de ter visto. Até lembra o politicamente correto de hoje, só que agora com uma proporção muito maior do que essa história. 

Deu uma impressão que a Mônica estava com ciúmes da Juliana interessada pelo Cebolinha, estava com cara braba e tempo todo falando mal dele na frente da amiga, principalmente quando ela o elogiava, para ver se ela desistia do Cebolinha. A Juliana apareceu só nessa história como de costume em personagens secundários. Absurdos como Cebolinha aparecer seco de um quadrinho para o outro, das meninas não ouviram quando ele estava falando ali do corredor ao lado da sala e não terem reconhecido que era o Cebolinha como estátua e a Mônica ter um relógio de pulso a tiracolo em um só quadrinho para cronometrar a aposta que fez com a amiga e sumir a partir do quadrinho seguinte deram um charme a mais.

Foi engraçado ver o Cebolinha flutuando com os elogios e cair ao ver a realidade, diálogos como Juliana dizer que Cebolinha era um amor de garoto e a Mônica responder que tem gosto para tudo, Cebolinha imaginar como seria se ele fosse pego pelado, fingindo ser estátua,  ser acusadode atentado ao pudor e levar vassourada das mulheres. Agora a parte mais hilária é quando Cebolinha estava como estátua a Mônica dizer que o nariz é pequenininho e o resto também, foi de rachar de rir da Mônica ter maldade e reparar no pintinho dele. De curiosidade, a música que o Cebolinha cantou no banho no início da história  foi o seu tema do Disco (LP) da Turma da Mônica de 1987.

Essa história "A travessia" foi inspirada na clássica "Como atravessar a sala", de 'Mônica Nº 186' (Ed. Abril, 1985). Teve semelhança com a ideia central da anterior em que a Mônica flagra o seu paquera Reinaldinho na sala após ela sair do banho com toalha e tem que ir para o quarto sem que Reinaldinho, Cebolinha e Cascão a vejam, só que o desenrolar entre essas tramas ficam diferentes, inclusive o final em que na da Mônica são os meninos, as visitas da moradora, quem se dão mal e nessa do Cebolinha é o próprio morador da casa que não termina bem. As duas muito bem elaboradas e maravilhosas, mas achei mais engraçada essa do Cebolinha. As histórias da MSP não têm cronologia e são como que tudo acontece pela primeira vez, mas se não fosse, até pode dizer que essa de 1994 fica uma vingança da Mônica por causa do Cebolinha ter levado o Reinaldinho na casa dela em 1985.

É completamente impublicável hoje em dia por aparecer o Cebolinha pelado quase toda a história, iam dar em cima achando que é pornografia infantil, mesmo sendo só uma criança, além do Cebolinha levar vassourada, coelhada explícita, aparecer surrado, com galo na cabeça e com olho roxo, Juliana apaixonada pelo Cebolinha, envolver namoro e paquera entre crianças, a fala da Mônica dizer que o nariz pequenininho e o resto também. O Cebolinha trocar "R" pelo "L" em pensamentos também é errado pelo povo do politicamente correto e atualmente mudariam as falas com ele pensando certo.

Os traços ficaram encantadores do estilo clássico dos personagens, o Cebolinha em maior parte do tempo com dentes a mostra quando fica em situação de perigo deixou muito engraçado é característica de histórias da Rosana Munhoz, pelo visto quis dar a sua versão para história da Mônica de 1985. Teve erro do olho do Cebolinha com fundo da cor da pele e sem ser branco no 6º quadrinho da 10ª página da história (página 12 do gibi). Muito bom relembrar essa história há exatos 30 anos.

38 comentários:

  1. Para o padrão quadradão de hoje em dia, "A travessia" é mais despudorada* que "Muito à vontade" (ou "Cebolinha muito à vontade") e "Como atravessar a sala".
    *Para mim, tanto esta, quanto as de 1973 e 1985 são HQs normais, isto é, escritas e ilustradas para entreter o público infantojuvenil e a família brasileira. Obsceno seria se, no lugar da nudez do Cebolinha, fosse, por exemplo, Seu Cebola nu ou Dona Cebola nua.

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    1. É porque essa gente tem maldade com tudo, mente poluida, interpretam tudo diferente, acham que vai despertar interesse dos filhos vendo personagensem quadrinhos pelados, só pode. É só uma criança nua inocente, sem sexualidade, ainda por cima só um desenho de um personagem menino. Complicam tudo. Sem dúvida obsceno seria os pais do Cebolinha nus, o que não aconteceu.

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    2. Por puro azar Cebolinha se passa por depravado aos olhos da vizinhança, já Mônica, de acordo com o que diz no penúltimo quadro da sexta página (pág.8), saidinha demais... O que ela diria no mesmo quadro se o protagonista de "A travessia" fosse Jeremias? Toma juízo, dentucinha...

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    3. Mônica reparou demais, bem saidinha pra idade, engraçada a cara de vergonha do Cebolinha entendendo o que ela reparou. Quem sabe a Mônica prefere o Jeremias.

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    4. Se fosse Jeremias, ainda que disfarçado de estátua de anjo cupido, elas pensariam se tratar de representação de outra figura: um (C)centauro, ou, ao menos Mônica, pelo foco nos "(P)países (B)baixos", pensaria se tratar dessa criatura mitológica - mistura de homem e cavalo.
      De acordo com 'Porra, Mauricio!', Jeremias é o "avantajado" da turma.

      "Como atravessar a sala" é de 1985, Marcos.

      Para que faça contagem regressiva, acreditando que Juliana perderá a aposta, em apenas um quadro aparece relógio de pulso em Mônica.

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    5. Talvez elas pensariam assim se tivessem visto o Jeremias, não lembro de ter visto esse termo que o "Porra, Mauricio!" falava. Realmente "Como atravessar a sala" é de 1985, fiz contagem errada, provavelmente pelo final da numeração da revista, 1985 da Mônica foi até a Nº 188, vou corrigir no texto. Pelo visto a Mônica anda com relógio de pulso no bolso do vestido pra usar só quando quer conferir a hora, só assim pra justificar aparecer em um só quadrinho.

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    6. Zózimo, claro que o Mauricio nunca faria algo assim com o pai ou a mãe do Cebolinha, mas nem toda nudez é "obscena."

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    7. Sim, Warrior of Light. Ao contrário de certo filme* nacional das antigas, "nem toda nudez adulta merece ser castigada". Determinadas HQs antigas do núcleo do Papa-Capim contêm seios desnudos.
      *"Toda Nudez Será Castigada" - escrito por Nelson Rodrigues, direção de Arnaldo Jabor.

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    8. Porém, já ousaram deixando um médico nu com bunda de fora na história "O menino com visão de raio X", de Cascão 42 de 1988. E quando retrataram os pais nus para o Cascão, desenharam de uma forma sem mostrar partes íntimas dos pais, antes da cena só Seu Antenor de cueca e com espuma na parte de baixo na hora do banho e Dona Lurdinha com sutiã e calcinha.

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    9. Essa cena do bundão do oftalmologista na cara do Cascão é ousada mesmo, e ficou muito chique Dona Lurdinha de calcinha e sutiã, HQ top.
      Em "Doutor Chico" Nhô Lau arria as calças para Chico Bento disfarçado de médico, em dois quadros aparece metade da bunda cabeluda.

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    10. Verdade, em "Doutor Chico" também mostrou bunda do Nhô Lau, sem dúvida na época não tinham problema em mostrar isso, já hoje em dia seria um escândalo. Esses que criticam só não podem comprar esses gibis em sebos já que não pode apagar o que foi publicado antes.

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  2. Olá. Boa noite, Marcos. Eu sou JP, de Salvador-Bahia. Por gentileza, uma pergunta: nas HQS em Quadrinhos da Turma da Mônica, apareceram os Personagens Todos da Turminha, inclusive, os personagens da Turma da Tina, sem roupa, e, vários personagens da Turminha, inclusive, os personagens da Turma da Tina, no banheiro, ou, não?. Eu aguardo respostas. Abraços.

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    1. Tina sem roupa é uma boa pedida, caro JP Batista!
      Parece que ela não namora mais. Rolo eu sei que não é mais mulherengo. Será que Zecão e Pipa não são mais um casal? Decisão digna que Mauricio deveria ter tomado a respeito desse núcleo seria inseri-lo no limbo lá para meados da década passada.

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    2. Os principais personagens já apareceram nus, mas não todos. Acho que a Tina já apareceu, mas tampando seios e sem mostrar parte de baixo, além de topless na praia, o Rolo também, mas não de corpo inteiro, só deixando subentender e a Pipa já teve uma que tira toda a roupa, inclusive o sutiã, mas deixa a calcinha e sem mostrar a parte da frente pra se pesar na balança.

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    3. Zózimo, pelo que vi a Pipa e o Zecão são namorados, mas evitam de histórias assim e quando tem a Pipa não é ciumenta, não faz aqueles escândalos de antigamente, tudo mais normal agora, sem grandes conflitos.

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    4. Ok. Marcos, por gentileza, uma pergunta: é verdade, que, os Livros: Magali 60 Anos; Raia; Cais; Mônica 60 Anos, entre outros Livros, eles permanecerão nas Livrarias das Regiões Todas do Brasil todo, em qual ano?. 2025?. Ou, então, 2026, é isto mesmo?. Eu aguardo respostas. Abraços.

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    5. JP, devem permanecer nas livrarias físicas até em 2025 e nas online não saem de venda, até durarem estoques. Abraços.

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    6. Ok. Muito obrigado, então, Marcos.

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  3. Que história engraçada kkkkk e despudorada sim kkkk impensável hoje em dia ser publicada, principalmente a parte que a Monica diz "não é só o nariz pequeno não..." Kkkkk inimaginável hoje em dia, história divertidíssima,entrou para as minhas favoritas do cebolinha

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    1. Engraçada demais, é risada do início ao fim, adoro essa também. Mônica bem observadora nos tamanhos, nada de inocente aí. Definitivamente sem chance de publicar hoje em dia, pena que não tem mais diversão como essa nos gibis.

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  4. Esta historinha é um óptimo exemplo do que sempre digo sobre esta fase da Turminha. Os traços, os diálogos...tudo super-dinâmico, quase parecendo um desenho animado estilo Fairly OddParents, só que uns 10-15 anos antes. Maravilhoso!

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    1. No tocante a arte, creio ser a melhor das fases da Turminha (já li historinhas de todas, e fico com esta, mesmo.)

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    2. Concordo Pedro, tudo muito bem pensado e bem-escrito, os personagens são versáteis. Essa foi a era de ouro da Turminha, e sempre será.

      Eu diria Spongebob SquarePants, mas gostei da comparação com Fairly OddParents, gosto da série e concordo que era maravilhosa nos primeiros anos. Antes de toda a decadência começar...

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    3. Pois é, boa comparação, sem dúvida era muito dinâmico, muitas reviravoltas, davam gosto de ver, e os traços eram um show à parte. Nunca deviam ter mudado.

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  5. Ótima HQ, simplesmente maravilhosa, super dinâmica. Ótimo relembrar, essa estava esquecidinha e bem guardada no fundo da minha mente, abriu o baú aqui.
    O Cebolinha... coitado. Nessa HQ, foi mais azarado do que alguém como Patolino, foi puramente lei de Murphy, tudo que poderia dar de errado deu. Essa é uma história que ele nem faz plano nenhum, não faz nada de errado, pelo menos não intencionalmente, e tudo são meras coincidências e uma cadeia de eventos que destroem seu dia. Se dá três vezes mais mal do que o normal. Não sei se fico com dó do coitado, ou se rio sem culpa porque foi tudo muito engraçado.
    A Mônica meio inconveniente de aparecer sem ser convidada, e trazendo a paixonite e paquera do garoto junto, ainda parecendo querer queimar o filme dele com a outra. Juliana pareceu bem romântica e realmente dando condição para o moleque, tinha uma chance legítima, seria bom para ele. Já vi outras histórias com meninas figurantes gostando do Cebolinha, querendo conhecê-lo melhor, e a Mônica secando e perguntando o que elas vem nele. Ciúmes, talvez? Ou só confusão e estranhamento porque um moleque incrivelmente chato desses ainda consegue ter admiradoras? Aí tem coisa.
    A parte da estátua, tinha bastante isso nas histórias mais antigas, disso dos personagens fingirem serem anjinhos ou estátuas de cera, sempre ''peladinhas''. Já vi em outras histórias, bem comum isso, né?
    As mães batendo no Cebolinha... acho que a indignação delas era até justificavel, mas não deveriam ter agido desse jeito. Foi bem inconveniente, mas teria sido melhor conversar com a mãe dele e perguntar sobre a situação, ao invés de só sair dando vassourada no moleque. Elas não tinham esse direito.
    Esse é um final aonde dá para imaginar e bolar uma história nova, tipo quanto tempo o Cebolinha ficou plantado na moita? A noite toda? E quais outros constrangimentos ele passou?

    Já vi outra história em que o Cebolinha passa maior vergonha e constrangimento também, chamada assim ''Isso Não Vai Fazer Bem Para Minha Imagem'', acho que dos anos 2000, acredito. Muito engraçada também, e bem incorreta para essa época.
    Não vejo nada demais nos personagens peladinhos, são crianças, bem ingênuas, não tem noção de nada, só as pessoas que adoram estragar tudo. Eu me preocuparia se meus filhos estivessem vendo PORNOGRAFIA REAL, coisa imprópria de verdade, mas são só desenhos feitos com o propósito de divertirem. Personagens infantis, não são adultos mega sensuais por exemplo.

    Enfim, essa história é tão boa que até considero um clássico do personagem. Só é uma pena que passaria longe de publicações, só tive o gibi original, acho que nunca vi republicada em nenhuma época. Mas ainda assim, merece ser eternizada. Um clássico do Cebolinha.

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    1. O Cebolinha se deu muito mal, uma espécie de castigo por fazer tantos planos infalíveis só que depois ele desconta nos planos pra atazanar, embora apanhe no final. Os acontecimentos na história foram todos ocasionais, ele não imaginava que ia acontecer, não estava em um bom dia. Elas podiam ter avisado que iam lá, não chegarem de surpresa, pelo visto Mônica não queria que a Juliana namorasse o Cebolinha, certo ser ciúmes, Juliana só não conseguiu namorar por causa dos imprevistos.

      Era comum, sim, personagens se disfarçando como estátuas, sempre era engraçado. Concordo que as mães tinham que ter falado com a Dona Cebola e aí ela resolveria o castigo par ao filho, pelo menos ele conseguiria a namorada depois. Acho que no final, o cebolinha deve ter ficado na moita até 10 da noite, quando geralmente não têm pessoas vindo de trabalho ou menos. Nessa a rua até ficou movimentada, já que no bairro do Limoeiro é praticamente deserto, justo quando não devia, a rua ficou movimentada, até nisso o Cebolinha não teve sorte.

      Pessoal implica com tudo, são só crianças peladas e tudo na inocência, veem maldade onde não tem. Muito legal essa, também considero clássico. Não sei se foi republicada, mas acho que sim, se foi, provavelmente em almanaques da Globo entre 2001 a 2002.

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    2. Reli aquela história ''Isso Não Vai Fazer Bem Para a Minha Imagem'', e é realmente muito boa. Tem cara de ser do Emerson, há bastante movimentação exagerada, mas tem umas ótimas tiradas e toda a situação e humilhação que o Cebolinha passa... é muito louco, gente. Muito divertido. Recomendada.
      (Também conheço a ''Como Atravessar a Sala'', sem dúvida clássica também. De fato, essa segunda poderia ser considerada a vingança da Mônica. Entre essa e a de 1985, acho que prefiro a primeira história, acho que por conta da briga toda dos meninos no final, achei muito engraçada, ou por ser mais ''clássica''. Também conheço o desenho. Icônico).

      Quanto a Juliana... já vi outras histórias com meninas gostando do Cebolinha, e a Mônica só se perguntando ''o que elas vem nele?'' Tipo, já vi uma que tinha uma menina achando o Cebolinha fofo, o jeito dele de falar, porque ele troca letras, e queria que a Mônica o apresentasse... só que no final a menina desiste dele e vai embora porque ''ele só fala da Mônica, só tem planos para ela'', sério. Realmente, acho que qualquer namorada que o Cebolinha namorasse iria eventualmente largar dele porque ele só pensa na Mônica o tempo todo e vive em função dela. Não duvido nada disso.

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    3. Eu já vi imagens dessa ''Isso Não Vai Fazer Bem Para a Minha Imagem'', só o visual sem ler, tudo indica que seja do Emerson pelos movimentos, deve ter umas tiradas boas, depois vou ler essa. A briga no final de "Como atravessar a sala" da Mônica foi engraçada, as duas muito boas. O Cebolinha já teve algumas namoradas ou pretendentes, mas nunca ficou com elas em definitivo, até podia terminar a história com a menina, mas na história seguinte já estava sem namorada ,não durava muito. Com certeza ele pensar na Mônica o tempo toda afasta de namoro sério fixo.

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    4. E aí, você leu a ''Isso Não Vai Fazer Bem Para a Minha Imagem''? Gostou? Eu acho bem incorreta para a época, talvez 2005?

      (conheço uma em que o Anjinho finge ser uma estátua de anjo para uma mulher, que tava tentando convencer o marido dela cético que anjos da guarda existem. No final, o cara passa a acreditar porque viu a ''éstatua'' ganhando vida e saindo pela janela. É dessa sua época, conhece?)

      Se o Cebolinha arrumar uma namorada um dia, posso imaginá-la depois de um tempo brigando e dizendo ''Mônica isso, Mônica aquilo, por que você não se casa com ela?'' Qualquer menina pularia fora assim.

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    5. Uma que por bastante tempo acreditei que fosse de 1999 e a primeira publicação data de 2003, é "Os namorados" (Mônica•203•Ed.Globo), essa é muita boa, acho que deves conhecer, Isabella.

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    6. Isabella, li a do Cebolinha, é engraçada com certas enrolações típicas do Emerson, pelo menos tem coisas incorretas. Na época nas histórias dele tinham incorretas. Essa é de Cebolinha 201 de 2003. A do Anjinho eu conheço e lembrei quando comentei de personagens que viram estátuas em situações de perigo. Com certeza nenhuma menina suportaria Cebolinha falando da Mônica o tempo todo.

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    7. Zózimo, essa "Os namorados" dá impressão que é do final dos anos 1990 mesmo por causa dos traços. É engraçada, virou desenho animado depois e é do Emerson também, caprichou nessa.

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    8. Conheço essa dos Namorados, primeiro vi o desenho, depois tive a história. Não sabia de que ano era, nem que era do Emerson, bem legal, embora sendo sincera, não me impressionou muito.

      Agora uma outra que conheço e adoro é a ''Brincadeira das Sílabas'', onde a turma brinca de dizer palavras que comecem com as mesmas letras de outra. Essa história nem parece que é do Emerson, os personagens estão bem normais, com seus comportamentos, não há caricaturas, nem movimentos, nem diálogos exagerados. Recomendo essa.

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    9. Conheço ''Brincadeira das Sílabas'', é de Mônica 192, de 2002, apesar de não ter caricaturas, muito movimentos, mas até que dá pra perceber que era do Emerson por causa de diálogos e das línguas de fora deles quando contavam piada infame. Quando fica bem desenhada e sem aquelas caretas exageradas fica melhor o visual e dá pra se animar na leitura. Parece que os traços mudaram significamente a partir do segundo semestre de 2003.

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    10. Eu sempre direi que o maior problema do Emerson é ''idéia x execução''. Ele realmente tem idéias muito boas, são bastante criativas. Como por exemplo a história ''Tem Uma Estranha no Meu Banheiro'': uma história sobre os amigos do Cascão vendo a mãe dele molhada e de cabelo solto e se apaixonarem por ela. Realmente um bom conceito e história em teoria, não é? Uma idéia bem incorreta, com potencial para ser bem envolvente. Porém o que atrapalha mesmo essa história é a movimentação exagerada e o excesso de caretas e olhões dos personagens. A IDÉIA da história é ótima e divertida, mas a EXECUÇÃO com os personagens é tão exagerada e caricata que acaba atrapalhando a leitura. Inclusive essa história virou desenho animado e achei melhor do que no papel, justamente porque na animação é mais limitada e não permite tantas expressões, então deu para aproveitar melhor a trama e roteiro com esse bom conceito.

      Resumindo, o Emerson tem muitas idéias e conceitos maravilhosos, mas peca na execução. Se ele soubesse dosar e maneirar em certas coisas, as histórias dele poderiam ser tão boas quanto as dos anos 80 e 90.

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    11. Verdade, as ideias eram boas, só que exagerava na execução, era tudo em excesso tanto nos diálogos debochados, o que deixavam roteiros com enrolação, quanto as caretas. Se maneirasse, ficaria melhor porque os temas de roteiro costumavam ser bons. De qualquer forma, parece que ele não está mais no estúdio, não teve mais histórias dele desde 2022, um pouco antes dos gibis passarem a ser quinzenais, o que é uma pena que, apesar de tudo, era o único que ainda mostravam coisas incorretas nos últimos anos.

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  6. Essa história "meio" que não teve um "final definido"... pois como o Cebolinha retornou para casa afinal? Porém, tudo bem!

    A propósito, Marcos: o que você entende de o Cebolinha e Cascão não picharem mais nos muros, já que não lhes pertencem? Só que o Chico Bento e Zé Lelé (ainda) pegam goiabas de plantações que não são deles também! Como isso fica?

    E, no mais, parabéns por mais uma ótima matéria!

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    1. O final ficou de imaginar de como o Cebolinha voltou para casa, era comum isso na Editora Abril e Globo com finais abertos para o público imaginar. Acho chato que os meninos não picham mais os muros, mas as vezes picham, colando cartazes no muro, o que fica pior ainda. Chico e Zé Lelé roubam goiabas, só que bem raramente, evitam histórias assim, e diferenças, quando tem, que não levam tiros de sal do Nhô Lau e o termo usado agora é que eles pegam goiabas, não que roubam goiabas.

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