sexta-feira, 13 de maio de 2022

Jeremim: HQ "O príncipe que veio da África"

Em homenagem ao Dia da Abolição da Escravatura no Brasil comemorado hoje, 13 de maio, mostro história em que o tataravô do Jeremias lutou pra deixar de ser escravo. Com 7 páginas, foi publicada em 'Mônica Nº 5' (Ed. Globo, 1987).

Capa de 'Mônica Nº 5' (Ed. Globo, 1987)

Ambientada no século XIX no tempo da escravidão, é apresentado o Jeremim, um príncipe da África, corajoso, armado de uma única lança, enfrenta qualquer animal, tem muitos amigos na selva, mas o que curte é a liberdade. Só que um dia, Jeremim é capturado e levado por homens inescrupulosos e vendido como escravo para um senhor de engenho e transportado para longe da sua África.

Jeremim passa a trabalhar como escravo, sem direitos trabalhistas como salário, fundo de garantia, INPS e férias, quando para de capinar, cansado, leva chicotada do senhor Medeiros e a comida é bem pouca para não dar prejuízo. Jeremim passa a trabalhar dia, noite, sol e chuva e acaba ficando doente e o senhor Medeiros o leva para um curandeiro, que diz que ele esta mal e Medeiros resolve comprar outro escravo deixando Jeremim lá.

O curandeiro cuida dele e fica saudável de novo, e, assim, ele volta para onde morava o Senhor Medeiros para se vingar e salva a nova escrava que estava trabalhando no lugar dele. Medeiros vai atrás na selva, só que lá, Jeremim recupera a sua dignidade e gosto pela liberdade e consegue enfrentar o Medeiros, colocando para correr. 

Jeremim começa a lutar pela dignidade dos seus parceiros negros escravos, libertando todos que encontravam. Até que no dia 13 de maio de 1888,  a Princesa Isabel dá um basta na escravidão com a Lei Áurea e todos os escravos estão livres e o primeiro passo para todos se tornassem iguais, independente de cor de pele ou local de nascimento.

No final, descobrimos que foi história da vida do tataravô do Jeremias, contado pelo pai dele e Jeremias gosta muito e sente orgulho do seu tataravô. Ele vai jogar bola com os meninos como um craque e um homem assistindo jogar, fala que gostou do futebol dele e deseja comprá-lo para o time dele e pergunta quanto ele custa e Jeremias dá um soco, sem o homem entender o que ele disse de errado.

Muito legal essa história abordando Abolição da Escravatura, vimos que o tataravô do Jeremias era africano e escravo e serviu como um dos influenciadores na luta abolicionista e ainda uma piadinha no final crítica, comparando jogadores de futebol a escravos. No final, Jeremias pensou que ia ser vendido como escravo, aí bateu no homem. Ele não imaginava que era para ser um jogador de futebol famoso. Apesar que receberia um salário excelente, por outro lado jogadores de futebol também têm contrato e tratados como mercadoria por dirigentes, assim como eram com escravos, de certa forma, foi uma boa comparação.

Em 7 páginas, as crianças aprenderam de uma forma divertida toda a trajetória da abolição dos escravos como tráfico negreiro, mão de obra escrava, revoltas de escravos, fugas, quilombo, assinatura da Lei Áurea, tudo tratado de uma forma simples para crianças entenderem e sem deixar piegas. Deu pra ver como os negros escravizados sofriam. Mesmo passados 134 anos da Abolição, negros infelizmente ainda enfrentam racismo e preconceito até hoje, um dia esperamos que essa visão mude e entendam que somos todos iguais. 

Incrível que até as histórias didáticas antigas eram boas. Na verdade, até as revistas institucionais antigas eram superiores e com mais conteúdo que as histórias didáticas dos gibis atuais. Se fosse hoje, iam transcrever só os fatos, sem ligação com um personagem como foi nessa. Fora que na época histórias didáticas eram só de vez em quando, atualmente virou lei na MSP, praticamente tudo é ensinando alguma coisa.

Impublicável hoje, mesmo mostrando a realidade como era, porque sem chance de mostrar uma criança como escrava, trabalho infantil escravo, levando chicotada, sem comer direito e doente e também armas e lança de ponta, caça de leão no início, palavra "Diacho!" proibida hoje nos gibis, o dirigente levar soco do Jeremias no final, negros desenhados com lábios grandes, Jeremias com boca com círculo rosa, nada disso pode atualmente. 

A história foi lançada 99 anos depois da Abolição até então, bem que podiam ter deixado reservada para 1988, para completar exatos 100 anos. Narrador sempre davam um charme a mais, dessa vez foi o pai do Jeremias em vez de ser roteirista da história. Jeremim foi desenhado como o tataraneto Jeremias para ter uma identificação de um personagem conhecido, ficou bom. Por isso não foi a toa ou erro o título ter crédito a Jeremim. O grande Jeremias tinha bastante histórias solo na época, destaque não só participando das da Turma da Mônica, eu gostava das histórias dele.

Os traços ficaram bonitos, bem caprichado. Deu até para perceber uma diferença do Jeremias com boca com lábios com círculo rosa (mais adotado até início dos anos 1980) e com lábios normais representado pelo Jeremim (estilo mais atual da época assim, lábios com círculo já era só de vez em quando de acordo com desenhista). As cores seguiram o estilo de 1987 com os personagens brancos mais rosados e já estava começando a ficarem mais desbotadas em relação aos primeiros meses de 1987, na transição da Editora Abril para Globo. As cores mais desbotadas ficaram até primeiros meses de 1988. Muito bom relembrar essa história homenageando a Abolição da Escravatura há exatos 35 anos.

61 comentários:

  1. Eu conheci essa HQ em 1993,republicada naquele gibi da "Coleção um tema só".

    De fato,estranhei que,no título,quem o estrelou foi o tal Jeremim,e não o Jeremias.

    E que cauda de sereia é esse,que vai até o peito?

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    1. Acho que preferiram não colocar crédito de título do Jeremias porque foi estrelada pelo Jeremim. Mas se colocassem Jeremias não acharia ruim. É o mesmo com Penadinho que colocavam nome dele no crédito dos títulos e ele nem aparecia, muitas vezes aconteceu isso.

      A causa da sereia seria uma roupa em forma de cauda, não daria pra colocá-la de seios de fora em uma capa. Na verdade, as vezes até acontecia de mulheres com seio exposto dentro de histórias, mas em capas, não.

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    2. Sem dúvida ficaria melhor se o nome do tataravô estivesse inserido no título e não creditado a ele, tipo: "Jeremim, o príncipe que veio da África", contendo ou não "Jeremias em", as duas formas ficariam melhores que esta.

      A sereia da HQ de abertura desta edição é interpretada por personagem da vida real sem nome parodiado, o que me leva a crer que esta pode ser uma capa única, parece que não há outra de gibi editado pela Abril ou Globo contendo celebridade.
      Não sei se é memória falsa ou se de fato há uma com Otávio Mesquita, se existe, não sei se é da editora italiana ou da platinada, sendo global, dúvida entre Mônica e Revista Parque da Mônica, mas acho que é pura viagem da minha cachola.

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    3. Não tinha pensado nessa de peito de mulher exposto em capas naquela época,nunca notei!Personagem da vida real sem paródia?Se for uma HQ em que estou pensando,seria a cantora Tetê Espíndola,que estaria de fantasia,mesmo assim,sem sentido,a não ser que usasse um top,o mais comum em histórias de sereias,e a cauda viria só até a cintura,como sempre.

      No caso do Penadinho,era creditado à turma dele muitas vezes.

      Concordo com Zózimo no caso do título.Quem estrela as HQs são sempre os personagens fixos,mesmo que estes apareçam pouco.De fato,quem estrelou a HQ foi o pai de Jeremias,o narrador da saga de Jeremim.

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    4. Zózimo, a capa com Otávio Mesquita em questão foi de Cebolinha 18 - Ed. Panini, 2008), no caso com referência à história de abertura que foi com ele. Outras capas com celebridades foram na Panini também como Cláudia Leitte criança, de Mônica 82 de 2013, IZA, de Mônica 70, de 2021 e Maiara e Maraísa, de Mônica 13 de 2022, entre outras. Nas Editoras Abril e Globo não tiveram capas com celebridades com exceção dessa Mônica 5 porque mesmo quando tinham histórias com celebridades na abertura, as capas eram com piadinhas sem alusão à história senão seria certo a Xuxa em capas, sem dúvida.

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    5. Concordo que o título seria melhor ser apenas " Jeremim, o príncipe da África", melhor opção. Ou pelo "Jeremias em:" antes do título. Sempre melhor destaque a personagens fixos. Mas nada que isso tire brilho da história, foi apenas um detalhe. Com a Turma do Penadinho assim, uma vez ou outra colocavam só "Penadinho em:" . Era raro, mas acontecia as vezes.

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    6. Júlio Cesar, a artista em questão nessa capa é a Tetê Espíndola, a história foi baseada no filme "A sereia do rio", no caso contando bastidores fictício do filme com Capitão Feio estragando a filmagem e ela era a sereia do filme. Até já mostrei essa história aqui no blog.

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    7. Isso mesmo, Julio Cesar! O cara da trama é Jeremim, tomamos conhecimento desta persona graças à narração do bisneto dele, e o tataraneto é autor do grande desfecho, confunde o olheiro, o sujeito que quer comprar o passe com um escravocrata.
      Melhor seria creditar a trama a Jeremias ou não creditar a ninguém, creditar a personagem de aparição única, ainda que seja réplica de personagem fixo, foge ao padrão estabelecido.

      Correto! A personagem da capa é a cantora Tetê representando uma sereia. Acho que esta é a única capa contendo uma artista famosa ou celebridade da vida real dentre todas dos períodos Globo e Abril.
      Sei que há uma HQ de abertura com personagem de Otávio Mesquita, parece que não está parodiado, nunca li, descobri através de entrevista do colunista social em visita à MSP, não sei se também está na capa e não sei de qual editora é o gibi, parece que já vi capa com ele, mas pode ser memória falsa.

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    8. Perdão, Marcos! Postei o comentário acima antes de ler seus retornos, não foi de propósito, não é meu perfil ignorar o anfitrião da casa.
      Então, a capa de Mônica nº5 de 1987 é mesmo única dentro dos períodos das duas editoras.
      Mesquita em capa de gibi é real, bom saber que minha memória não aprontou comigo.

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    9. Zózimo, até ia recortar e colar o comentário que tinha feito pra ficar na sequência, agora já foi. Sem problema, de qualquer forma, foi respondido. E, sim, capa com Otávio Mesquita é real.

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    10. Que maneiro! Tem como recortar? Claro, que pergunta besta, o dono da casa conhece e domina todos os recursos da residência.

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    11. Muitas histórias eram atribuídas ao Penadinho ou sua turma,mesmo que nenhum personagem fixo dela aparecesse.Bastava o enredo envolver morte(não a "dona",é falecimento mesmo),fantasma e cemitério!

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    12. Há uma, Julio Cesar, creditada à Turma do Penadinho que não há sequer um personagem fixo e nem envolve morte e cemitério, "Diabo velho", focada em um diabo ancião se queixando de "não ser mais aquele", isto é, sem vigor para diabruras, a grande sacada do roteiro é a possessão, se apodera do corpo de um jovem que deve ter por volta de vinte anos de idade, não obtém êxito com o método e desencarna do rapaz. Ambientado no Inferno, o quadrinho final há dois fantasmas figurantes dentro de um caldeirão, e isso é o máximo que tem na trama de espíritos que fazem uso de lençóis brancos para serem visualizados.
      Acredito que seja de algum gibi da Mônica, tenho republicada em Almanaque do Cascão nº26 de 1994.

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    13. Zózimo, no caso eu ia mover comentário, mas não foi preciso por você ter visto a resposta.

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    14. Júlio Cesar, em capas realmente não davam pra colocar mulheres de seios de fora, mas por dentro das histórias tinham. Fora que quiseram deixar como a Tetê Espíndola apareceu no filme.

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    15. Tiveram várias histórias sem aparecer ninguém fixo, só creditando "Turma do Penadinho". Se era história envolvendo morte, cemitério, espíritos, diabos, aí era considerada como Turma do Penadinho. Essa citada pelo Zózimo do Almanaque do Cascão 26 é bem legal.

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    16. Não conheço a HQ do diabo velho,mas deve ser muito boa,com humor negro e politicamente incorreto.

      Eu,em vez de "(Turma do)Penadinho em",poria um "Maurício apresenta",em histórias de personagens não-fixos.Ou Maurício ou MSP.

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    17. Também seria uma possibilidade de "Maurício Apresenta", tinha as vezes na época em histórias sem ser protagonizada por fixos. Hoje colocam esse recurso em todos os títulos. E em tempo: essa história da Turma do Penadinho com diabo velho foi republicada primeiro em Almanacão de Férias N° 10 de 1991.

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    18. Humor negro não contém, no entanto, como não podia deixar de ser, considerando o ano de publicação e o tema, é felizmente incorreta.

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    19. E sendo incorreta, já está muito bom :D

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  2. Marcos você já viu histórias que foram protagonizadas por personagens diferentes ( príncipes reis personagens bíblicos animais empresários construtores vendedores políticos cientistas professores entre outros ) acho difícil ter histórias assim sendo protagonizadas por personagens diferentes dos principais da msp mas crianças sem ser da Turma da Mônica ou do Chico Bento e animais sem Ser da Turma da Mata

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    1. Aconteciam bem histórias assim nas revistas antigas, principalmente com a Turma do Penadinho, mas vários outros núcleos tiveram isso também. Eu gostava quando acontecia, ajudava a diferenciar.

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  3. Eram excelentes mesmo, vale a pena. Tem sites de scans, pode conseguir vários bons assim. E eu sempre comparei jogadores a escravos, principalmente meninos começando carreira, sem contar que se entrar em um time falido, chegam a ficar meses sem receber até irem pra outro. Mas entrando em um grande time bom e em alta, salário compensa muito. Tudo de bom pra você também. Abraço.

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  4. O seu blog está sempre atualizando, com quadrinhos melhor ainda. Então comprou gibis novos de bancas? Esses não tenho interesse, cada vez mais bobinhos, compro só edições especiais. Tomara que goste dos que comprou. Se comprasse, no máximo em sebos. Do Garfield foi mediano, porém melhor que os gibis convencionais, acho que você gostar desses do Garfield. E quando criar um novo canal do YouTube, mande o link novo.

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  5. Com nove anos de idade conheci esta história, graças a Deus que o lúdico não poupou minha geração da feiura da realidade do passado e do presente de até então. Se antigamente o tema já era deveras delicado para crianças, hoje em dia é inimaginável algo assim destinado a esse público.

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    1. Inimaginável, com certeza. Muita frescura privar essas coisas para crianças, cresci lendo histórias assim e tudo de boa hoje, sem traumas e nada. É só ficção e pais implicam com tudo pra deixarem os filhos em uma bolha. Uma pena.

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    2. Falou tudo, Marcos! Tanto que seu comentário me lembra o bolhão ou bolhona que aterroriza Cascão na HQ de abertura da penúltima edição dele pela Editora Abril. Depois que estoura posicionada acima do guri, entra num tremendo berreiro, baita chororô, e tudo não passa de alucinação causada pela ojeriza às bolhas de sabão que seus amigos estão produzindo. Meio que dá uma certa analogia com as terríveis bolhas sociais do mundo real, ainda mais com a bolha das crianças criadas como pequenos Budas, quando estourar...
      Duas histórias com o tema que acho que não conheço são as que abrem Cascão nº40 (1984) e Cebolinha nº89 (1980), imagino que você as conheça.

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    3. Pois é, no futuro vão acabar se dando mal por causa dessas bolhas impostas pelos pais. Sobre história do Cascão 40 não tem bolha, só capa mesmo, história é "O poder da concentração total" que o Cascão inventa que é um vidente. Já do Cebolinha 89 tem bolha para o Cascão poder entrar no mar sem se molhar.

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    4. O título da HQ do Cascão não me é estranho, devo conhecê-la. Jurava que a arte da capa do nº40 era alusiva à história de abertura, então, pelo jeito, se não há bolhas de sabão, Magali talvez nem faça parte da trama, é isso, Marcos? Seria uma em que Cascão paga de faquir levitador? Se for, sei que conta com presenças de Mônica, Cebolinha, Xaveco e um garoto negro, parece que Franjinha faz parte também, não sei ao certo, Magali tenho certeza que não participa.

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    5. É essa mesma do faquir, acaba virando plano contra a Mônica. A Magali não participa dessa. E a capa foi só piadinha normal.

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    6. Ia tocar no assunto dessa capa, bom você ter adiantado, será que de fato há uma piada nela? Reconheço que o pavor do Cascão por bolhas de sabão está muito longe de ser sem graça, a arte possui um viés mais emoldurado, mais decorativo.

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    7. Considero aquela capa como piada, o Cascão está com medo das bolhinhas de sabão estourarem e molhá-lo. De qualquer forma, não tem referência à história de abertura.

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    8. Tem razão, Marcos, a arte da capa de Cascão nº40 pela Abril é engraçada de qualquer jeito, independente de como cada leitor a vê, contendo piada ou não, pois contém a plenitude do personagem em sua (até então) imaculada autenticidade, sem contar os traços que são top de linha, e ainda conta com Magali, variando um pouco de Mônica e Cebolinha que sempre foram um pouquinho mais próximos ao sujão do que a esfomeada que, na época, ainda não era titular, embora nessa altura do campeonato, há muito já compunha o quarteto clássico.
      Tenho muita curiosidade mesmo é com a HQ de abertura de Cebolinha nº89, a arte da capa claramente indica que é história do Cascão, ainda que talvez esteja creditada a Cebolinha. Imagino também que sua primeira republicação faça parte do tempo do período Abril, sabe dizer, Marcos?

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    9. Essa de Cebolinha 89 eu tenho republicada no Almanaque do Cascão 10 - Ed. Abril, 1985. Foi republicada só nesse Almanaque. Não lembro de detalhes dela, só a li uma vez ao adquirir em sebo, é uma história do Cascão, sim. Tinham histórias dele nas revistas do Cebolinha e algumas da Mônica antes de ter revista própria, por isso não foi a toa que foi republicada em um Almanaque do Cascão.

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    10. Zózimo, conferi aqui a história "O menino do balão" de Cebolinha 89 e vou contar como é. O Cascão fica preso dentro da bola de chiclete gigante que fez ao levar um tapa de cumprimento da Mônica e com confusão de se livrar do Cebolinha a quem estava devendo dinheiro, cascão vai parar dentro no rio dentro da bolha de chiclete e ajuda peixes a se livrarem de um peixe gigante que queria comê-los e a peixinha que Cascão salvou de ser comida se apaixona por ele. O peixão tenta comer o Cascão, estoura a bolha com os dentes e cascão voa até a borda do rio, se livrando se molhar. No final, pescadores desistem de pescar ao ver a peixinha triste e desiludida do Cascão te rido embora. História bem legal e absurdo de bola de chiclete virar uma bolha gigante e cascão entrar dentro. Republicada no Almanaque do Cascão 10 - Ed. Abril, 1985

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    11. Parece ser uma baita aventura cômica. Não imaginava que o balão fosse de chiclete, pensava que fosse obra do Franjinha ou de outro inventor.
      Bola gigante de chiclete, força da Mônica complicando a vida do protagonista, fugir de credor, interação com animais submarinos, todos esses elementos me interessam bastante.
      Acho que de fato não conheço, agradeço por ter se dado ao trabalho de descrevê-la, Marcos, muito obrigado!

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    12. Bem cômica mesmo, a verdadeira turminha dos velhos tempos. De nada. Tomara que consiga ler, quem sabe encontre na internet ou um dia eu postar aqui.

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    13. Vou pesquisar, talvez esteja circulando na rede, postar aqui seria uma boa.
      Voltando ao tocante racial, já que é disto que trata a HQ deste tópico, há um pequenino trecho em "Bronzeada" cujo Mônica com um tom alterado devido às lerdezas dos meninos diz o seguinte:

      _Estou falando do meu bronzeado!
      _Ah! É... Reparando bem, você está um pouco mais escura! (Titi)
      _Um pouco?! Estou é morena!! (Mônica)
      _Grande coisa! Comparada com o Jeremias, você está até pálida! (Titi)

      O que acha, Marcos? Por ser branco, não tenho lugar de fala neste tocante, todavia, analisando profundamente, imparcialmente, colocando em prática minha capacidade de empatia não considero a quarta frase ofensiva ou pejorativa.
      É dos tempos da Abril, não sei de qual edição, você deve tê-la original ou republicada, quiçá nos dois modos.

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    14. Tenho a original Mônica 194 (Ed. Abril, 1986) e republicada no Almanaque da Mônica 47 (Ed. Globo, 1995). Considero a fala do Titi como uma brincadeira, sem nada de mais, era muito comum pessoas chamarem os negros de "negão", "preto", "escurinho" e nem eles ligavam. Hoje se publicassem, seria extremamente ofensivo, ia chover críticas, processo pra MSP. Então, na época do "Mauricio velho testamento" era aceitável diálogos assim, hoje, nem pensar.

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    15. "Mauricio do Velho Testamento/Mauricio do Novo Testamento" são expressões sensacionais, não soa bem dizer que são "simplesmente sofisticadas", pois passa impressão de serem oriundas de alguma bolha intelectual, bem melhor dizer que são "sofisticadamente simples", pois as aproximam do senso comum, conferindo-lhes um ar popular.
      Muito sagaz quem teve a sacada, conheço nada semelhante que defina com poucas palavras e tamanha precisão toda a trajetória da MSP.
      Hoje em dia seria tachado equivocadamente como comentário racista, não resta dúvida. Para o atual padrão social a trama até é republicável desde que haja alteração na fala em questão proferida por Titi, possível que já tenha ocorrido.

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    16. Achei legal também essas expressões, já viralizou na internet, quando leem histórias antigas incorretas, sempre comentam "Mauricio do Velho Testamento atacando novamente", "Mauricio do Velho Testamento não prestava", essas coisas. E chove críticas às histórias antigas, detonando, cheio de ódio, outros adorando as antigas e atacando quem criticou as antigas e aí ficam esses ambientes de ódio e tóxico . Sobre a história da Mônica com certeza Maurício ia ser tachado de racista.

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    17. O que posso afirmar, sem medo de ser feliz, é que MNT é tudo de ruim e MVT é tudo de bom, claro que, se eu fosse vítima do ferrenho retardamento coletivo, ou pior, se eu fosse um dos inúmeros promotores dessa escrota filosofia, jamais chegaria a esta conclusão, pensar fora da caixa é tudo de "bão"!

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    18. Era melhor, sim, sem comparação. Melhor recorrer às antigas pra ter leitura de qualidade.

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  6. Essa edição da Mônica foi mais uma das que adquiri no ano passado em perfeito estado. Histórias e traços excelentes, somente as cores desbotadas deixam a desejar, mas nada que desabone este excelente gibi. Realmente essa história do Jeremias poderia ter saído em 1988 para celebrar o centenário da abolição da escravatura. Lembro perfeitamente do ano do centenário, eu estava na segunda série do primário nessa época e foi um tema muito abordado na escola.

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    1. Cores desbotadas pela ação do tempo porém depende como a pessoa armazena..acho que tem que deixar lacrado ou algum produto pra conservar as cores...comprei uma dos anos 70 que parecia nova

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    2. Não, Miguel. Não é questão de conservação da revista. Em 1987 e início de 1988 as cores nos gibis da TM estavam mesmo desbotadas e mais claras do que o normal. Eu comprei na época várias revistas recém lançadas e mesmo novas, já vinham com as cores assim. Corrigiram o problema no decorrer de 1988.

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    3. Falando sobre conservação de revistas, para evitar páginas amareladas ou desbotadas, basta guardar em local fechado, onde não entre luz. O plástico ajuda na conservação, mas se ficar exposro à luz o tempo todo, o gibi pode desbotar. A guarda em local fechado garante as cores vivas das páginas e com menos ação do tempo, desde que não haja outros agentes nocivos, como traças, mofo e água. Guardar em local fechado também protege bastante da poeira e nesse caso, o plástico ajuda bem.

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    4. Ricardo, tem alguma recomendação de que saco plástico serve pra esses gibis?

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    5. Ricardo, lembro que você tinha conseguido essa edição, pena ter sido cara, apesar do ótimo estado de conservação. De fato as cores desbotadas são de fábrica, publicadas assim, e não foram desbotadas com o passar dos anos. As do segundo semestre de 1987 foram mais desbotadas ainda. E sem dúvida séria melhor ainda se essa história saísse em 1988 por conta dos 100 anos. Eu não lembro do centenário, mas sei que tiveram várias comemorações em home pelo Brasil.

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    6. Sobre conservação, eu guardo os gibis em lugar fechado e sem luz também, dentro do guarda-roupa. Não coloco em sacos porque já são meio amarelados, mas não em extremo, fora que sem condições arrumar mais de 2500 sacos plásticos pra colocarem todos. Porém, edições da Panini com capa envernizadas ou papel offset branco, livros como os de tirinhas e em capa dura e a Coleção Histórica dentro da caixinhas, comprados em bancas ou livraria quando foram lançados, eu deixo em sacos plásticos, estão novos até hoje, mesmo muitos com mais de 10 anos comprados.

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    7. Lázaro, pode conseguir sacos plásticos em papelarias ou lojas como Kalunga ou Caçula, pede por envelope plástico transparente sem furos ou saco para presente transparente, tem vários formatos de tamanhos diferentes, mais comum é A4 pra publicações maiores de formatos americanos ou livros grandes ou então tamanho tipo 15x 22 cm pra formatinho. Vendem individuais ou lote com uns 50 sacos.

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    8. Realmente em acaba eu notei o desbotamento em gibis dos anos 80....acho que gibis deveriam vir em papéis de revista tipo veja épica
      Acho que devem durar mais....

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    9. Miguel, poderia, mas papéis de revistas assim são mais caros e mais finos, que podia ser rasgado sem querer com mais facilidade pelas crianças.

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  7. Tem personagem chegando a número especial esse ano? Geralmente capricham mais nessas histórias

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  8. Sim, Miguel. Neste ano teremos Cebolinha 600 em junho, mês que vem já. E em maio do ano que vem teremos Magali 600 :D

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  9. Oi! Adorei seu blog! Não conhecia essa história, mas achei ótima. Muito bom ver personagens secundários recebendo mais caracterização. E também é prova de que dá pra escrever enredos com viés educacional sem insultar a inteligência do leitor. Coisa que a MSP atual parece ter esquecido...

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    1. Obrigado, Paola! Continue acessando o blog, tem muita coisa boa. Eu também gostava dos personagens secundários com destaque e histórias próprias. De fato MSP praticamente desaprendeu a fazer histórias educacionais, fica sem graça tudo certinho, sem conflitos.

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  10. Como curiosidade, esta HQ é reproduzida, com as páginas miniaturizadas, nos extras da excelente Graphic MSP "Jeremias: Pele", de Rafael Calça(roteiro ) e Jefferson Costa (arte), publicada pela Panini em 2018. Essa obra foi a grande vencedora do Prêmio Jabuti de 2019, na categoria Quadrinhos.

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    1. Como foi na Graphic e são voltadas pra adultos, aí podem colocar. Essas miniaturas, pelo visto, nem dá pra ler direito de tão pequeno, serve mais pra mostrar que já produziram história com esse tema. E sei que essa Graphic teve grande sucesso de crítica, o Rafael Calça até depois produziu algumas histórias nos gibis convencionais como o da estreia da Milena..

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  11. Provavelmente foi roteiro e desenho da Rosana Munhoz, tem todo jeito de ser dela. E a arte-final pode ter sido do incrível Alvin Lacerda.

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    1. Capaz de ser, a arte final do Alvin Lacerda era excelente.

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