sábado, 8 de fevereiro de 2025

Uma história do Jotalhão carregando o Tarugo

Compartilho uma história em que o Jotalhão precisa carregar o Tarugo para todo lugar que queria depois de ter machucado o pé. Com 5 páginas, foi publicada em 'Mônica Nº 61' (Ed. Abril, 1975).

Capa de 'Mônica Nº 61' (Ed. Abril, 1975).

Tarugo se queixa com Jotalhão que torceu a sua perninha, não sabe se quebrou, mas está doendo muito e não consegue carregar a casca nem andar e logo hoje que está cheio de compromissos sociais. Jotalhão se prontifica de carregá-lo e manda sair da casca e subir na tromba dele e Tarugo pede cuidado par anão deixá-lo cair.

Primeiro vão até à toca do Coelho Caolho para dar recado de que vai almoçar lá domingo e no caminho pede favor para Jotalhão não correr. Depois, Jotalhão o leva até o morro do outro lado do rio para Tarugo falar com o primo. Jotalhão precisa atravessar o rio a nado enquanto Tarugo manda cuidado para não molhar os pés dele. Jotalhão ainda precisa subir o morro e quando chegam lá tem um bilhete do primo informando que foi visitar o Tarugo e só volta ano que vem. 

Com o desencontro, Jotalhão precisa descer todo o morro enquanto Tarugo manda ter cuidado e com medo de cair, diz que desce a ladeira e lá embaixo sobe de novo da tromba dele. Aí, Jotalhão suspeita que o Tarugo estava aproveitando dele para passear. Tarugo manda Jotalhão abaixar a tromba para ele subir de novo quando Jotalhão inventa que espetou o pé em um espinho.

Tarugo diz que não vê espinho algum, Jotalhão fala que não pode mais carregá-lo e como amigo é para essas horas, quer que o Tarugo busque a casca dele para poder colocar o pé no chão de novo. Tarugo corre onde estava a casca e volta dentro dela. Depois, Jotalhão quer que ele arrume rodinhas que caibam na casca servindo como carrinho. Tarugo coloca as rodinhas, Jotalhão coloca a casca no pé, Tarugo pergunta para o Jotalhão sobre o seu pezinho machucado e ele responde que agora não pode carregá-lo, só quando também sarar do pezinho e agradece pelo patinete.

História legal em que o Tarugo cria um plano infalível de inventar que machucou o pé para fazer o Jotalhão carregá-lo, segurado pela tromba, para todo lugar que queria ir sem precisar fazer esforço e se cansar. Ia tudo bem, até o deslize do Tarugo de descer o morro sozinho com medo de cair, não se tocou que andando na descida do morro tinha nada de pé machucado, e no final o Jotalhão dá o troco fazendo a mesma coisa para não carregar mais o Tarugo.

Tarugo foi folgado, simulou tropeço da pedra e que estava com torção no pé para Jotalhão carregá-lo. Com casca  e passos lentos de tartaruga, ele ficaria muito tempo para fazer tudo que queria, aí teve o plano de um trouxa carregá-lo para todo lugar que iria. Pior ainda foi Tarugo ficar mandando que era para ter cuidado enquanto o carregava para não machucá-lo. Se não bastasse Jotalhão levá-lo sem precisar, ainda ficava recebendo ordens de como tinha que carregar. 

O próprio Tarugo estragou o plano, Jotalhão com sabedoria soube contornar o plano, fazendo Tarugo ter trabalho e ainda servir a casca como patinete do Jotalhão. Pelo menos o Tarugo foi solidário com o Jotalhão senão o plano dele não daria certo. Se o Tarugo podia sair da casca e andar normalmente  não precisaria fazer o que fez com o Jotalhão ou então deixasse a casca com as rodinhas para se locomover rápido. 

História mostrou lição de não se aproveitar da bondade dos outros para se dar bem e também que bondade tem limite, não deixarem te fazer de trouxa e não ser bom o tempo todo para quem não merece. Eram boas as as histórias de planos infalíveis bolados por outros personagens, sem serem criados pelo Cebolinha, eram criativos da mesma forma, eles não apanhavam, mas tinham o castigo merecido no final. Eram comuns histórias do Tarugo com dificuldade de se locomover, passando meses para chegar no destino, também eram legais histórias assim. Foi engraçado o absurdo de tartaruga fora da casca, andando e correndo tranquilamente, coisas de histórias em quadrinhos.

Incorreta atualmente por mostrar proveito de quem estava querendo ajudar, personagem principal agir como vilão e se aproveitar do amigo. Também são raras histórias de planos infalíveis hoje, inclusive de planos do Cebolinha contra a Mônica fora que implicariam também com expressão popular como "estou assim", e a palavra "tromba", de elefante, é proibida nos gibis atuais e até já foi alterada em republicação de "Biblioteca do Mauricio - Mônica 1970".

Os traços ficaram bons no estilo dos anos 1970, teve uma linguagem mais formal característico daquela época, tudo indica ter sido escrita pelo Mauricio de Sousa e não teve título como a maioria das histórias da Turma da Mata dos anos 1970. Tiveram erros do Jotalhão sem pálpebras verdes  em todos os quadrinhos das 2 primeiras páginas e sem marfim direito no 6º quadro da penúltima página da história. Foi republicada depois na própria Editora Abril no 'Almanaque da Mônica Nº 17', de 1982.

Capa de 'Almanaque da Mônica nº 17' (Ed. Abril, 1982)

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